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AULA 2 JURISDIÇÃO

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JURISDIÇÃO
1
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA JURISDIÇÃO
As principais características da jurisdição, capazes de distingui-la das demais funções estatais e que, em regra, estão presentes em todas as suas manifestações, são: a inércia, a substitutividade e a natureza declaratória.
A inércia dos órgãos jurisdicionais está relacionada à sua própria natureza de órgão voltado ao fim último da pacificação social, porquanto o exercício espontâneo da atividade acabaria fomentando conflitos e divergências onde não existiam. A iniciativa estatal acabaria gerando um indesejado envolvimento psicológico do julgador, resultando na afetação de sua imparcialidade.
Também conhecida como indiscutibilidade, a imutabilidade estabelece que a decisão jurisdicional põe fim à controvérsia e impede que seja, o futuro, novamente suscitada ou trazida a exame, de modo a adquirir a qualidade de coisa julgada, com as devidas exceções existentes no processo cautelar e nas demandas de jurisdição voluntária. É certo que os atos que produzem coisa julgada material podem ser classificados como atos jurisdicionais, mas Tesheiner sustenta que não é possível limitá-los a esse conceito, porque estaríamos dele excluindo os atos judiciais executivos e cautelares, e, dentro do processo de conhecimento, os atos de instrução e as sentenças meramente processuais.
Alguns autores afirmam que a natureza declaratória seria uma quarta característica da jurisdição. Segundo essa concepção, no exercício da função jurisdicional, o Estado não institui direitos subjetivos, mas, sim, declara direitos preexistentes, que serão então reconhecidos por decisão judicial.
Por outro lado, o autor também aponta um intenso crescimento dessa criatividade em virtude da incorporação ao nosso ordenamento de leis que transportam enunciados abertos (v.g., termos indeterminados de conceitos jurídicos, cláusulas gerais), bem como da consequente atividade de concretização, principalmente após o fenômeno do Welfare State.
EXTENSÃO E LIMITES DA JURISDIÇÃO
Essas frações são estabelecidas pela investigação dos limites externos e internos, sendo certo que, a partir dos primeiros, temos por analisadas as questões de jurisdição, de modo que a investigação dos limites internos só teria razão em momento subsequente, configurando, na verdade, questões de competência. Assim, sendo a jurisdição uma das funções inerentes à soberania e sendo essa soberania limitada pela existência de outros Estados, a atividade jurisdicional exercida pelo juiz de um Estado poderá ser restrita pela atividade jurisdicional exercida pelo juiz de outro.
Os limites externos da jurisdição nacional, segundo Calamandrei, são delimitados pelo território e pela cidadania, concluindo que os limites da jurisdição equivalem aos limites geográficos do Estado – de modo a estender-se às causas surgidas no território nacional –, bem assim deduzem-se da nacionalidade dos litigantes – porquanto se estenderiam às demandas entre cidadãos nacionais
A interpretação judicial exclusiva do julgador não se confunde – e na verdade se contrapõe – com a interpretação reservada ao legislador, chamada interpretação legislativa ou autêntica. Apesar de o juiz ter o poder – que deve ser mais bem entendido como um dever – de interpretar a lei, sua interpretação tem a eficácia limitada ao caso in concreto, de modo que a eficácia geral e obrigatória da lei somente pode ser avaliada pelo legislador.
Sabemos que o exame dessas questões se dá antes da análise do mérito da causa em discussão e que a elas chamamos “questões prévias” (preliminares, prejudiciais). Com efeito, a importância desse estudo prévio a respeito de jurisdição e competência está em estabelecer-se se o juiz a quem foi confiada a demanda tem poderes jurisdicionais para adentrar no mérito desta.
O fato de que a jurisdição e a competência são determinadas pela demanda – independentemente do seu fundamento – e com respeito à situação de fato existente no momento da sua proposição – sendo indiferente qualquer alteração posterior do dito estado – leva ao princípio da chamada perpetuatio jurisdictionis.
Nesse sentido, Calamandrei, fundamentado por Chiovenda, esclarece que, independentemente da sucessão de circunstâncias outras que alterem a questão de jurisdição e de competência, “a jurisdição e a competência do juiz ficam fixas e imutáveis até o final do processo”
1) SUBSTITUIÇÃO: o Poder do Estado, ao exercer a Jurisdição, substitui os litigantes na busca da melhor solução dos conflitos e litígios; 2) DESINTERESSE: equidistância (imparcialidade, independência) em relação às partes e ao conflito; 3) SUBSIDIARIEDADE: atuação secundária, pois a solução litigiosa caberia inicialmente às par­tes em lití­gio; 4) PROVOCAÇÃO: Não se realiza de forma oficial e automática pelo Estado: “nemo procedat judex ex officio"; 5) INSTRUMENTALIDADE: Meio estatal para a realização da harmonia social e da ordem jurídica; 6) DEFINITIVIDADE: tendência à imutabilidade da decisão: coisa julgada.
II – CARACTERÍSTICAS:
1) JUIZ NATURAL: Exclusividade do Órgão incumbido de dizer o direito no caso concreto, conforme a Constituição. É veda­do ao legislador ordinário criar Tribunais de Exce­ção (art. 5º, XXXVII, CF/88). 2) INVESTIDURA: Só pode ser exercida por quem se encontra investido no Poder Jurisdicional constitucional. 3) INDELEGABILIDADE: O órgão incumbido constitucionalmente de julgar não pode transferir ou abrir mão dessa atividade; 4) INAFASTABILIDADE (art. 5º, XXXV, CF/88 e art. 3º do CPC/2015): nenhuma lesão pode deixar de ser apreciada pelo Juidiciário e INDECLINABILIDADE: O Órgão investido na Jurisdição não pode se negar a dizer o direito, mesmo que não haja previsão legal no orde­namento jurídico (art. 126, CPC/73 e art. 140, CPC/2015); 5) ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO: a jurisdição limita-se ao território estabelecido no ordenamento jurídico.
III – PRINCÍPIOS:
CONCEITO: atuação jurisdicional em relação a jurisdições de Estados Estrangeiro. Jurisdição extraterritorial; limites da jurisdição nacional.
COMPETÊNCIA (JURISIDIÇÃO) INTERNACIONAL: jurisdição estatal decorrente da soberania de um Estado em relação à jurisdição de outro Estado sobre os mesmos fatos, situação ou infração. 
COMPETÊNCIA (JURISDIÇÃO) INTERNA: Atuação dos Juízos e Tribunais por meio da distribuição da competência interna prevista no ordenamento jurídico.
IV – JURISDIÇÃO INTERNACIONAL: 
12
CIVIL:
1) COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE: A jurisdição nacional é paralela e não prejudicial à jurisdição de outros países; não ocorre a litispendência (art. 90, CPC/73), “ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil” (art. 24, NCPC/2015)
2) COMPETÊNCIA EXCLUSIVA: Exclui qualquer outra jurisdição internacional.
PENAL:
1) JURISDIÇÃO INCONDICIONAL (art. 7º, I, CP);
2) JURISDIÇÃO CONDICIONAL (art. 7º, II, CP).
V – LIMITES DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA: 
13
“É competente a autoridade judiciária brasileira quando:        I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;        III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil”       (Art. 88, CPC/73 e tb. Art. 21, NCPC/2015).
VI – COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE
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“Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional” (Art. 22, NCPC/2015).
VII – COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE
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 ”Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:   I - conhecer de ações relativas a imóveis situadosno Brasil;        II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional” (art. 89, CPC/73).
VIII – COMPETÊNCIA EXCLUSIVA (CIVIL)
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 “Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional” (art. 23, NCPC)
IX – 	COMPETÊNCIA INTERNACIONAL EXCLUSIVA - NCPC/2015
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Colaboração de um Estado Estrangeiro com outro no cumprimento de diligência, reconhecimento de decisão e execução de julgado do país requerente ao país requerido, geralmente com base em tratados (art. 26, caput, NCPC/2015) ou ainda reciprocidade entre Estados.
“É o instrumento por meio do qual um Estado, para fins de procedimento no âmbito da sua jurisdição, solicita outro Estado medidas administrativas ou judiciais que tenham caráter judicial em pelo menos um desses Estados” (Cartilha DRCI/MJ).
x – COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL:
Toda a atividade de cooperação é centralizada no Ministério da Justiça (§ 4º) e pode ter por objeto as seguintes diligências (art. 27):
 i) citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
ii) colheita de provas e obtenção de informações;
iii) homologação e cumprimento de decisão;
iv) concessão de medida judicial de urgência;
v) assistência jurídica internacional;
vi) qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
1) Como regra, dever ter por base Tratado Internacional;
2) Respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
3) Igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados;
4) Publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado requerente;
5) Existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação (No Brasil é o Min. Just., principal e subsidiariamente;
6) Espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras (Art. 26, NCPC/2015)
7) Respeito às normas fundamentais que regem o Estado Brasileiro
XI – PRINCÍPIOS DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: Art. 26, NCPC/2015
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II - colheita de provas e obtenção de informações;
III - homologação e cumprimento de decisão;
IV - concessão de medida judicial de urgência;
V - assistência jurídica internacional;
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. (Art. 27 do NCPC/2015).
 XII – OBJETIVOS DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
1) AUXÍLIO DIRETO: “quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil” (art. 28, NCPC/2015).
2) CARTA ROGATÓRIA: Pedido de auxílio de país estrangeiro para cumprimento de medida ou diligência no país requerido.
3) HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA: Ação de declaração de validade de decisão de Estado estrangeiro;
3.1) EXEQUATUR: Execução ou cumprimento de decisão estrangeira após homologação.
XIII – MODALIDADES DE COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL:
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. (Art. 30, NCPC/2015).
XIV – AUXÍLIO DIRETO: OBJETIVOS
Natureza: Procedimento de jurisdição contenciosa, sendo vedado exame de mérito (art. 35, NCPC/2015)
Decisão interlocutória estrangeira, inclusive de medida de urgência, será executada no Brasil por meio de carta rogatória (art. 960, § 1º, e art. 962, § 1º, NCPC/2015)
XV – CARTA ROGATÓRIA
Ação da parte interessada perante o STJ, que visa validar ou reconhecer no país sentença de tribunal estrangeiro. Resolução n. 9/STJ.
“A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado” (Art. 960, NCPC/2015).
“É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional” (Art. 961, § 1º, NCPC/2015).
XVI – HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
Exequatur
1) Execute-se. 2) Ato pelo qual o governo de uma nação aceita o cônsul estrangeiro, ou confirma autorização para exercer suas funções no país em que foi nomeado. 3) Aplica-se à ordem de cumprimento de cartas rogatórias oriundas de países estrangeiros, cuja competência é do STJ. 4) No Direito Penal, as cartas rogatórias estrangeiras não dependem de homologação se vierem por via diplomática e serão atendidas desde que o crime, segundo a lei brasileira, não exclua a extradição.
Execução no país de decisão estrangeira, após apreciação da rogatória ou homologação da sentença. 
Competência: Compete à Justiça Federal processar e julgar: “os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização”.
XVII – EXEQUATUR
EXTRADIÇÃO: Procedimento de entrega de uma pessoa para responder a processo crime ou cumprir pena no exterior. (Art. 76 e ss. Lei 6.815/80).
EXPULSÃO: É a retirada do país de um estrangeiro que atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais (art. 65, Lei 6.815/80).   
DEPORTAÇÃO: Retirada forçada de estrangeiro em situação irregular no país, que não tenha saído voluntariamente após prazo fixado (art. 57, Lei 6.815/80).
XVIII – OUTROS INSTITUTOS:
Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;  b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;  c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
XIX – EXTRATERRITORIALIDADE: Art. 7º, CP:
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.     § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:       a) entrar o agente no território nacional;      b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;     c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;       d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;        e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:        a) não foi pedida ou foi negada a extradição;        b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
XX – EXTRATERRITORIALIDADE: Art. 7º, CP:
“A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:      I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;           II - sujeitá-lo a medida de segurança.         Parágrafo único - A homologação depende:     a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;        b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça”. 
XXI – HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA PENAL: Art. 9º, CP
A JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
A chamada jurisdição voluntária é aquela em que o juiz se limita à gestão pública dos interesses privados. Diante da ausência de lide e partes, o que se tem é tão somente um “negócio jurídico-processual envolvendo o juiz e os interessados”.
Nesse sentido, tem por caráter predominante a atividade negocial, uma vez que, diferentemente da jurisdição contenciosa, não substitui a vontade das partes; aqui, o juiz atua apenas para dar eficácia ao negócio almejado pela parte interessada, tendo, portanto, natureza constitutiva.
São exemplos de jurisdição voluntária, a saber: nomeação de tutores e curadores, homologação de separação judicial, emancipação e alienação judicial dos bens de menor, autenticação de livros comerciais, aprovação dos estatutos das fundações, retificação dos atos do registro civil, além de várias outras atividades criadas, recentemente, pelo legislador brasileiro
A DESJUDICIALIZAÇÃO
Fixadas as premissas da atividade jurisdicional, vamos, agora, tratar das formas de desjudicialização previstas no ordenamento brasileiro.
Para que fique claro, entendemos por desjudicialização o fenômeno pelo qual o próprio legislador, expressamente, autoriza que determinadas questões sejam retiradas da órbita judicial, a fim de que sejam resolvidas administrativamente, normalmente com apoio na estrutura cartorária ofertada pelas serventias extrajudiciais (cartórios de títulos e documentos, por exemplo)
Primeiramente há uma questão terminológica: se a desjudicialização pode ser caracterizada como um quarto meio de resolução de conflitos. O ordenamento escolhe conceder tratamento diverso à pretensão que poderia vir a ser resistida e originaria a lide que iria ocasionar o nascimento da demanda. Chega-se a um consenso pela atividade negocial das partes ou pela intervenção de um terceiro (conciliação ou mediação), valendo-se das ferramentas extrajudiciais.
O fenômeno da desjudicialização não era imaginado pela comunidade jurídica em décadas anteriores, pela utilização de um conceito restrito de jurisdição. Mesmo assim, sutilmente, já era possível vislumbrar casos de desjudicialização na sociedade brasileira.
A partir de 1992, a desjudicialização acentua-se, como nos referimos
acima, com a promulgação da Lei n. 8.560, que institui formas de
reconhecimento de paternidade direto no registro de nascimento, pela
escritura pública ou escrito particular arquivado na serventia, por testamento, mesmo que incidental, e ainda pela via judicial. Há a facultatividade da escolha do procedimento.
Registre-se que, desde 2012, esse reconhecimento foi ampliado de forma que o pai não precisa nem ir à serventia onde se localiza o assento de nascimento do filho, podendo reconhecer a paternidade em qualquer serventia de Registro de Pessoas Naturais do Brasil
O divórcio e o inventário extrajudicial foram introduzidos pela Lei n.11.441/2007, permitindo aos maiores, capazes, sem filhos menores, com bens ou não, que se utilizassem dessa via de forma facultativa e célere para regularizar a situação de término da sociedade conjugal ou para inventariar e repartir os bens deixados pelo de cujus.
Também podem seguir esses procedimentos o inventário negativo, que visa dizer que o falecido não deixou bens, e o divórcio sem ou com bens a partilhar, com o intuito de extinguir os deveres do casamento e decidir sobre pensão alimentar ao cônjuge e filho maior.
DISCIPLINA BÁSICA, FUNÇÕES E MISSÃO DO PODER JUDICIÁRIO
A Constituição Federal, em seus art. 92 a 126, determina os órgãos integrantes do Poder Judiciário Nacional, ao qual corresponde precipuamente o exercício da função jurisdicional. Por força do art. 125, caput, da CF, cabe aos Estados-membros, por meio das respectivas Constituições e leis de organização judiciária, dispor sobre a organização judiciária estadual,
obedecendo aos princípios e às regras da Lei Maior. As normas ditadas pelos Estados deverão observar ainda as diretrizes fixadas pelo Estatuto da Magistratura (art. 93 da CF). No entanto, enquanto este não for aprovado, referidas diretrizes devem ser buscadas na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LC n. 35/79), que continua vigendo e desempenhando, por ora, o papel do Estatuto da Magistratura.
Embora a função precípua do Poder Judiciário seja a jurisdicional, também lhe são afetas algumas funções de natureza legislativa (p. ex.,elaboração de regimentos internos pelos tribunais) e administrativa (p. ex.,realização de concursos públicos para provimentos dos cargos da magistratura). O conjunto de atividades desempenhadas pelo Poder Judiciário no exercício de suas funções costuma-se denominar atividade judiciária.
Ainda que o Poder Judiciário não possua a importância política dos demais poderes, ocupa um lugar de destaque na defesa das liberdades e dos direitos individuais e sociais, os quais, de modo corrente, têm sido alvo de grandes omissões e até mesmo agressões pelo Poder Executivo.
No intuito de preservar o objetivo e a missão constitucional do Poder Judiciário, bem como prevenir desvios de conduta e reprimir atos ilícitos, foi idealizado o controle “externo”377 do Poder Judiciário, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça, instituído pela Emenda Constitucional n. 45/2004.
Trata-se de um órgão colegiado composto por quinze membros (incluindo membros do Ministério Público, advogados e cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada), nomeados pelo Presidente da República, aos quais compete, dentre outras funções não jurisdicionais, o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, além de outras atribuições que lhes forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura (art. 103-B, § 4º, da CF).
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
No Brasil, os órgãos que compõem o Poder Judiciário ocupam-se
principalmente da função jurisdicional, à exceção do CNJ, visto acima, que possui função administrativa e regulamentar.
O art. 92 da Carta de 1988 nos apresenta os Órgãos do Poder Judiciário.
Vejamos, agora, as características dos principais órgãos: a) Supremo Tribunal Federal (STF). Regulado nos arts. 101 a 103, é responsável pelo controle da constitucionalidade das leis – “guardião da Constituição”; é o órgão de cúpula do Poder Judiciário379, cabendo-lhe proferir a última palavra nas causas que lhe são submetidas. Compõe-se de onze ministros, possui sede na Capital Federal e competência que se estende sobre todo o território
nacional, bem como competência originária e recursal (ordinária, art. 102, II, e extraordinária, art. 102, III).
b) Superior Tribunal de Justiça (STJ). Constitui inovação da CF/88 (arts. 104 e 105, c), sendo o responsável por promover a defesa da lei federal infraconstitucional e unificador da interpretação do direito, quando haja interpretações divergentes entre os Tribunais de Justiça ou dos Tribunais Regionais Federais. Compõe-se de, no mínimo, 33 ministros, possui sede na Capital Federal e competência que se estende sobre todo o territórionacional, além de possuir competência originária e recursal. Junto ao STF, funciona como órgão de superposição, já que julga recursos interpostos em processos advindos das esferas estadual e federal.
c) Tribunal Superior do Trabalho (TST). Contemplado nos arts. 111 e 111-A. É órgão de superposição da Justiça Trabalhista e julga os recursos interpostos em causas que já estejam exauridas nas instâncias inferiores.
Compõe-se de 27 ministros (art. 111-A, caput, da CF), sua sede localiza-se na Capital Federal e sua competência se estende sobre todo o território nacional (art. 92, §§ 1º e 2º, da CF)381. Além do Tribunal Superior do Trabalho, compõem a Justiça Trabalhista os Tribunais Regionais do Trabalho e os Juízes do Trabalho382 (art. 111 da CF).
d) Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Está previsto no art. 119, tem sede na Capital Federal e jurisdição sobre todo o território nacional (art. 92, §§ 1º e 2º, da CF). É composto, no mínimo, por 7 ministros (art. 119, caput, da CF). Suas decisões são irrecorríveis, salvo se contrariarem a Constituição ou se denegatórias de mandado de segurança ou habeas corpus (arts. 102, II e III, e 121, § 3º, da CF). A Justiça Eleitoral tem estrutura mais ampla, incluindo, além do Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais Regionais Eleitorais, os Juízes Eleitorais e as Juntas Eleitorais (art. 118 da CF), ficando a cargo da Lei Ordinária n. 4.737/65 a distribuição de competência entre seus órgãos.
e) Superior Tribunal Militar (STM). Regulado pelo art. 123, compõe-se de 15 ministros vitalícios. A Justiça Militar da União é composta por Conselhos de Justiça Militar (órgãos de 1ª instância) e pelo STM. Sua competência se limita a processar e julgar os “crimes militares”, assim definidos em lei, que também disporá sobre sua organização e funcionamento (art. 124, caput e parágrafo único, da CF), não conflitando com o art. 125, § 4º, da CF. Apenas integrantes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) são julgados na Justiça Militar (CJM ou STM).
A Justiça Federal de primeira instância é disciplinada pela Lei de Organização Judiciária Federal (instituída pela Lei n. 5.010, de 1966), ao passo que cada Estado membro da Federação possui sua própria Lei de Organização Judiciária.
A Justiça Federal comum (art. 106 da CF), por sua vez, é composta pelos Tribunais Regionais Federais – inovação da CF/88, que extinguiu o Tribunal Federal de Recursos – e pelos juízos federais de 1ª instância. A composição dos TRFs encontra-se prevista no art. 107 da CF, estando sua sede e competência territorial disciplinadas pela Lei n. 7.727/89 (art. 107, § 1º, da CF).
A Justiça Estadual comum é estruturada pelos preceitos estabelecidos pela Constituição Federal (arts. 93 a 100 e 125), pela Constituição Estadual (que definirá a competência dos Tribunais), bem como pelas respectivas Leis de Organização Judiciária (art. 125, § 1º, da CF).
É composta pelos Tribunais de Justiça (TJ) – órgãos de 2ª instância – com competência sobre todo o Estado e situados em sua capital; pelos órgãos de 1º grau, como os juízes de direito; e pelo Tribunal do Júri, competente para os crimes dolosos contra a vida.
AULA QUE VEM... JECC

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