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Sabrina Angheben Estratificação de risco cardiovascular https://sbc-portal.s3.sa-east-1.amazonaws.com/diretrizes/Pocket%20Books/2019/Atualização%20da% 20Diretriz%20Brasileira%20de%20Dislipidemias%20e%20Prevenção%20da%20Aterosclerose%20–%20 2017.pdf file:///C:/Users/Sabrina%20Angheben/Downloads/cardio.pdf - Doenças cardiovasculares são a causa mais comum de mortalidade no mundo; - Doenças que devem ser avaliadas: ● Sintomas cardíacos: Comumente causados por isquemia miocárdica, alteração da contração e/ou do relaxamento, obstrução do fluxo sanguíneo ou anormalidades da frequência e ritmo. Os sinais são semelhantes a outras patologias e, para confirmar alteração cardíaca, utiliza-se exame clínico, ECG em repouso e durante exercício, ecografia, radiografia e imagens miocárdicas. ○ Isquemia: - Desequilíbrio entre a oferta e demanda de oxigênio → causa dor torácica; - Redução da capacidade de bombeamento do coração → fadiga e aumento da pressão intravascular → edema periférico e dispneia; ○ Obstrução do fluxo: - Sinais e sintomas súbitos: palpitação, dispneia, hipotensão e síncope. ○ Cardiopatias causam comumente dispneia e/ou dor torácica aos esforços; ○ Em casos assintomáticos, podem ser observadas alterações do exame físico (sopro, pressão elevada, etc) e alteração do ECG. ● Fatores de risco gerais: Avaliação do risco global de DAC: ○ Obesidade; ○ História familiar; ○ Pressão arterial; ○ Dispneia; ○ Dor torácica; ○ Colesterol e frações; ○ PCR; ● Sobre a estratificação: Deve ser realizada para identificar o risco em pacientes assintomáticos, tendo em vista que os primeiros sintomas costumam ser eventos coronarianos; - É feita pelo somatório dos fatores de risco apresentados, mais a potenciação causada por sinergismo entre os fatores - Escore de risco global (ERG): é a estimativa em 10 anos de acontecimento de eventos coronários, cerebrovasculares, doença arterial periférica ou IC. - Com base no escore, são propostas estratégias de prevenção. - Deve ser usada na avaliação inicial, ou mesmo em pacientes já em uso de estatina, que não foram enquadrados em condição de muito alto risco ou alto risco. - Fatores avaliados: - Idade: - >/= 48 anos no homem - >/= 54 anos na mulher - DM - Diagnóstico >10 anos - História familiar de parentes de primeiro grau com DCV prematura: - Homens <55 anos - Mulher <65 anos - Tabagismo: pelo menos um cigarro no último mês; - HAS; - Síndrome metabólica; - Albuminúria >30 mg/g de creatinina; - Retinopatia; - TFG <60 mL/min - Classificações: - Risco muito alto; + Indivíduos portadores de doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular ou vascular periférica) com ou sem eventos clínicos → profilaxia secundária. + Obstrução >/=50% em qualquer artéria. https://sbc-portal.s3.sa-east-1.amazonaws.com/diretrizes/Pocket%20Books/2019/Atualiza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Diretriz%20Brasileira%20de%20Dislipidemias%20e%20Preven%C3%A7%C3%A3o%20da%20Aterosclerose%20%E2%80%93%202017.pdf https://sbc-portal.s3.sa-east-1.amazonaws.com/diretrizes/Pocket%20Books/2019/Atualiza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Diretriz%20Brasileira%20de%20Dislipidemias%20e%20Preven%C3%A7%C3%A3o%20da%20Aterosclerose%20%E2%80%93%202017.pdf https://sbc-portal.s3.sa-east-1.amazonaws.com/diretrizes/Pocket%20Books/2019/Atualiza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Diretriz%20Brasileira%20de%20Dislipidemias%20e%20Preven%C3%A7%C3%A3o%20da%20Aterosclerose%20%E2%80%93%202017.pdf Sabrina Angheben OBS: sempre manter LDL menor que 50 e controlar bem PA e glicemia. - Alteração em vasos periféricos: - Paciente em situação pró aterosclerótica; - Assume que a paciente possui uma placa coronariana; - Risco alto; + Homens com ERG >20%; + Mulheres com ERG >10%; + Condições agravantes, como: + Aterosclerose subclínica; + Aneurisma de aorta abdominal; + DRC em fase não dialítica; + LDLc >/= 190 mg/dL; + DM 1 ou 2 + LDLc entre 70-189 mg/dL + ER (estratificadores de risco) ou DASC → tabela abaixo. - Risco intermediário; + Homens com ERG entre 5-20%; + Mulheres com ERG entre 5-10%; + DM sem DASC ou outros ER; - Risco baixo; + ERG <5% em homens e mulheres; + Adultos entre 30-74 anos, independente do sexo; - Em caso de alterações: avaliação em 3-6 meses; ● Pontuação mulheres: ● Pontuação homens: Sabrina Angheben - Aterosclerose subclínica (DASC): - Índice tornozelo-braquial <0,9 - Escore de cálcio arterial coronariano >10 - Placas de coronárias na angiotomografia; - LDL-c entre 70-189 mg/dL + ERG >20% no homem e 10% na mulher ● Recomendação de lipídeos sanguíneos conforme o risco: ● TODOS os pacientes: ○ MEV → dieta, atividade física, cessação tabagismo e etilismo. OBJETIVOS E TRATAMENTOS - Estatina em alta dose; - Associação padrão; Sabrina Angheben Dislipidemias ● Aspectos gerais: - Lipídeos mais importantes: - Fosfolipídeos; - Colesterol; - É precursor dos ácidos biliares, hormônios esteróides e vitamina D; - Constituição da membrana celular; - Triglicerídeos; - Glicerol + 3 ácidos graxos; - Responsável pelo armazenamento energético no tecido adiposo e muscular; - Ácidos graxos; - Saturados: sem duplas ligações entre carbonos; - Insaturados: com duplas ligações entre carbonos; - Mono ou poli; ● Lipoproteínas: permitem a solubilização e transporte dos lipídeos, que são hidrofóbicos; ○ Lipídeos + apolipoproteínas; ● APOS: ○ Função: participam do metabolismo das lipoproteínas, atuam como ligantes a receptores e cofatores enzimáticos; ○ Grupos: ■ Ricas em TG: ● São maiores e menos densas; ● Origem intestinal → quilomícron; ● Origem hepática: VLDL; ■ Ricas em colesterol: ● LDL; ● HDL; ■ Lipoproteínas de densidade intermediária IDL. ● O jejum não é necessário para avaliação do colesterol e LDLc, devendo ser informado para saber qual VR utilizar; Já os TG é necessário o jejum de 12 horas. ● A avaliação laboratorial da lipoproteína A não é solicitada de rotina, sendo avaliada em casos de história familiar de doença aterosclerótica prematura na HF. CLASSIFICAÇÃO DAS DISLIPIDEMIAS ● Etiológica: ○ Pode ser hipercolesterolemia ou hipocolesterolemia; ○ Causas primárias: distúrbio lipídico genético; ○ Causas secundárias: estilo de vida inadequado, uso de medicamentos ou por patologia relacionada; ● Laboratorial: - Hipercolesterolemia isolada: aumento único do LDLc (>=160) - Hipertrigliceridemia isolada: apenas TG (>=150 ou >=175 sem jejum); - Hiperlipidemia mista: aumento LDLc e TG; - Se TG >=400: considerar se o não HDLc >= 190; - HDLc baixo: pode ser isolada ou em associação ao aumento de LCLc e/ou TG; - Homens <40; - Mulheres <50; OBS: o TG altera o cálculo do LDL: DISLIPIDEMIA PRIMÁRIA ● Fisiopatologia: Sabrina Angheben ○ Acúmulo de quilomícrons e/ou VDLD no compartimento plasmático → hipertrigliceridemia; ■ Diminuição da hidrólise das TG; ■ Aumento da síntese de VLDL; ○ Acúmulo de LDL no plasma → hipercolesterolemia; ■ Defeitos genéticos: Hiperc. familiar ● LDLR; ● APOB100: deficiência do acoplamento do LDL ao receptor; ■ Esses defeitos genéticos são múltiplos, e sua interação com o ambiente leva ao fenótipo lipídico; ● Hipercolesterolemia familiar (HF): A HF é uma condição genética caracterizada por níveis muito elevados de LDL-c e, portanto, risco aumentado de doença aterosclerótica prematura, sobretudo de evento coronariano. No entanto, apesar de sua importância, trata-se de condição ainda subdiagnosticada e subtratada. - Valores muito aumentados de colesterol podem ser indicativos de HF, uma vez excluídas as dislipidemias secundárias. - Indivíduos adultos com valores de CT ≥ 310 mg/dL ou crianças e adolescentes ≥ 230 mg/dL devem ser avaliados para essa possibilidade. Dentre os escores clínicos para HF disponíveis, destaca-se o escore de Dutch Lipid Clinic Network, utilizado em nosso meio. Além dos escores clínicos, o teste genético para HF é uma ferramenta muito útil, porém não obrigatória,na confirmação de casos suspeitos e no rastreamento de familiares dos casos-índiceconfirmados - Parente de primeiro grau: - Homem <55 - Mulher <65 - Xantoma: deposição de gordura nas articulações e na pele. - Arco corneano: opacidade da periferia da córnea (lipídeos); TRATAMENTO O início do tratamento depende de alguns fatores: - Risco cardiovascular: - Muito alto ou alto: medicamento + mudança do estilo de vida; - Médio ou baixo: mudança no estilo de vida e, em alguns casos, medicamento; - Tipo de dislipidemia: - Para definição do tipo de medicamento; A reavaliação deve ser feita em um período de 3 a 6 meses; Sobre os hipolipemiantes: podem possuir ação predominante nas taxas séricas de colesterol ou nas taxas séricas de TG; HIPOCOLESTEROMIANTES ● Estatinas: - Ex. sinvastatina e atorvastatina; - Indicação: - Primeira opção; - Terapias de prevenção primária e secundária; - Reduzem o TG e o LDLc; - Pode elevar o HDLc; - Inibição da HMG-coa redutase; - Efeitos colaterais são incomuns, mas quando ocorrem, são predominantemente musculares; - A estatina utilizada varia conforme o risco do paciente; Sabrina Angheben ● Ezetimiba: - Inibe a absorção de colesterol nas microvilosidades do intestino delgado; - Atua seletivamente nos receptores NPC1-L → inibe o transporte de colesterol; - A diminuição dos níveis de colesterol hepático estimulam a síntese de LDLr e, portanto, reduzem o LDLc; - Efeitos colaterais raros, relacionados ao TGI; - Indicação: - Paciente em muito alto risco com LDLc acima do VR em uso de estatina na dose máxima tolerada; - LCLc acima do VR em uso de estatina em pacientes de prevenção primária; - Isolada ou associada a estatina em caso de paciente com baixa tolerância a estatina; ● Resinas: - Reduzem a absorção enteral dos ácidos biliares, levando à depleção do colesterol celular hepático → estímulo a síntese de LDLr e colesterol endógeno; - Pode ocorrer aumento de VLDL e TG; - Indicação: - Associada a estatina em pacientes com LCDc acima do VR apesar do uso de estatina em doses efetivas; - Principais efeitos colaterais: TGI; HIPOTRIGLICERIDEMIANTES ● Fibratos: - São derivados do ácido fíbrico; - NÃO associar estatina; - Estimulam os receptores alfa ativados da proliferação de peroxissomas (PPAR-alfa), que aumenta a produção de LPL, que hidrolisa o TG; - Também causa redução de ApoC-III, que inibe a LPL; - Aumenta a síntese de ApoA-I, aumentando o HDL; - Consequentemente, há redução do TG; - Indicação: - TG >=500; - Dislipidemia mista com predomínio de TG; - DM + TG >=200 e HDL <35; ● Ácido nicotínico - niacina: - Reduz a ação da lipase tecidual nos adipócitos, levando a menor liberação de ácidos graxos; - Redução da síntese hepática de TG; - Redução do LDLc e aumento do HDLc; - Efeitos adversos: rubor facial ou prurido; - Indicação: - HDLc baixo isolado, como alternativo as estatinas e fibratos ou associado; ● Ácidos graxos ômega 3: - São poliinsaturados derivados dos óleos de peixe, plantas e nozes; - Em altas doses reduzem os TG e causam leve aumento do HDLc; - Pode ocasionar aumento do LDLc; - De forma geral, age na diminuição da produção de VLDL e aumento do catabolismo; - Indicação: - 4-10g/dia associado a outros hipolipemiantes portadores de hipertrigliceridemia grave, sem níveis desejados com tratamento; - Suplementação se alto risco com TG elevados, usando estatinas. Sabrina Angheben Observações professor: - Estratificação: - Importante para saber o nível de intervenção; - Longo período assintomático, sendo o primeiro sintoma um primeiro evento cardiovascular → angina, AVC, IC - TODOS os pacientes devem ser estratificados, independendo do objetivo da consulta. - Relação cintura-quadril: síndrome metabólica; - TG aumentado: - Não trata em todos os pacientes; - Maior risco de pancretite; - O paciente que estabelece as medidas, NUNCA abaixa o risco, mas é considerado controlado. - Ex. muito alto risco controlado - SUS: - Sinvastatina; - Pode ser solicitado atorvastatina para alguns pacientes; - Escore de cálcio: - Indica a carga de placa; - Utilizado, indicando risco em 5 anos; - Falso-negativo: aterosclerose não calcificada;