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FISIOLOGIA DOS HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS

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@academizando_ 
 
EMBRIOLOGIA DAS GLÂNDULAS 
ADRENAIS 
A glândula adrenal é composta por medula adrenal e 
córtex adrenal. 
Origem embrionária: 
▪ Córtex: mesoderma 
▪ Medula: neuro ectodérmica 
Na fase pré-nascimento, o cótex é divido em 03 
camadas: zona glomerulosa, fasciculada e 
reticular. 
FISIOLOGIA DOS HORMÔNIOS DA 
MEDULA ADRENAL 
As catecolaminas são nas células cromafins, 
localizadas na medula e também pelo sistema 
nervoso autônomo simpático. 
Diferença: O SNAsimpático não está presente em 
todos os órgãos. 
Origem dos hormônios: 
 
Na medula adrenal é que 80% da norepinefrina é 
transformada em epinefrina. 
A medula adrenal é um equivalente de um 
neurônio pós-ganglionar do SNAsimpático. 
Os efeitos das catecolaminas adrenais duram 5 a 
10 vezes mais tempo, porque os dois hormônios 
são removidos lentamente do sangue. 
As catecolaminas do sistema simpático, por haver 
ligação direta aos órgãos-alvo, a ação é mais 
rápida, mas menos duradoura. 
 
As catecolaminas ligam-se aos receptores 
adrenérgicos nas células-alvo. 
OBS: não porque o receptor é adrenérgico que 
terá ação de estímulo, depende do tipo de receptor. 
 
No fígado, tem mais receptores alfa-1 e beta-2, e 
mais beta-2 do que alfa-1. 
Alfa-1 provoca glicogenólise, e pode provocar 
também o processo de gliconeogênese (produção 
de glicose a partir de elementos não derivados dos 
carboidratos – aminoácidos e ácidos graxos. 
@academizando_ 
 
Beta-2 também estimula glicogenólise e 
gliconeogênese. 
Ações contrárias à insulina. 
Sistema luta e fuga: necessita da quebra do 
glicogênio hepático e produzir mais glicose para 
produção de energia. 
AÇÃO DAS CATECOLAMINAS 
 Norepinefrina: 
Tem efeito alfa adrenérgico mais intenso; 
Constrição da maioria dos vasos sanguíneos; 
Aumenta atividade do coração; 
Inibição do TGI; 
Midríase; 
Aumenta a resistência periférica e PA; 
OBS: isso explica porque no choque 
hipovolêmico, não responsivo à volume, usa-se 
norepinefrina, que faz vasoconstrição. 
 Epinefrina: 
Maior estimulação dos receptores beta: maior 
estimulação cardíaca; 
Fraca constrição dos vasos sanguíneos dos 
músculos; 
Aumenta menos PA; aumenta mais o débito 
cardíaco; 
Maior efeito metabólico; 
OBS: isso explica porque em situação de parada 
cardíaca, usa-se epinefrina, que estimula mais o 
coração. 
FISIOLOGIA DOS HORMÔNIOS 
ADRENOCORTICAIS 
A medula secreta os hormônios epinefrina e 
norepinefrina, em resposta ao estímulo simpático. O 
córtex adrenal secreta os corticosteroides, os quais são 
sintetizados a partir do colesterol esteroide. 
 
O córtex adrenal produz mineralocorticoides, 
glicocorticoides e hormônios androgênicos. 
Os mineralocorticoides afetam os eletrólitos 
extracelulares, principalmente sódio e potássio. 
Aldosterona é o principal mineralocorticoide. 
Os glicocorticoides aumentam a concentração 
sanguínea de glicose e apresentam efeitos adicionais nos 
metabolismos proteico e lipídico. Cortisol é o principal 
glicocorticoide. 
SÍNTESE E SECREÇÃO DOS HOMÔNIOS 
ADRENOCORTICAIS 
O córtex da adrenal é composto por 03 camadas: 
1. Zona glomerulosa: células capazes de secretar 
quantidade significativa de aldosterona porque 
contêm a enzima alfosterona sintase. A secreção 
dessas células é controlada pelas concentrações 
no líquido extracelular de angiotensina II e de 
potássio, os quais estimulam a secreção de 
aldosterona. 
2. Zona fasciculada: secreta os glicocorticoides, 
cortisol e corticosterona, e pequenas quantidades 
de androgênios e estrogênios adrenais. A 
secreção dessas células é controlada pelo eixo 
@academizando_ 
 
hipotalâmico-hipofisário por meio do hormônio 
adrenocorticotrópico (ACTH). 
3. Zona reticular: secreta os androgênios 
adrenais desidroepiandrosterona (DHEA) e 
androstenediona, e pequenas quantidades de 
estrogênios e alguns glicocorticoides. O ACTH 
regula a secreção dessas células e outros fatores, 
como o hormônio estimulante do androgênio 
cortical, também estão envolvidos. 
As secreções de aldosterona e cortisol são reguladas por 
mecanismos independentes. Fatores como angiotensina 
II, que aumentam especificamente a liberação de 
aldosterona e causam hipertrofia da zona glomerulosa, 
não exercem efeito em outras zonas. E o ACTH que 
aumenta a secreção de cortisol e androgênios adrenais 
e provoca hipertrofia da zona fasciculada e zona 
reticular, tem pouco efeito na zona glomerulosa. 
Todos os hormônios esteroides humanos, incluindo os 
produzidos pelo córtex adrenal, são sintetizados a 
partir do colesterol. 
 
80% do colesterol usado para a síntese dos esteroides é 
fornecido por lipoproteínas de baixa densidade (LDL) 
no plasma circulante. 
As LDLs ligam-se a receptores na membrana das 
células adrenocorticais, são internalizadas por 
endocitose, formando vesículas, que, por fim, fundem-
se com lisossomos celulares e liberam o colesterol que 
pode ser usado para sintetizar os hormônios esteroides 
adrenais. 
Esse transporte do colesterol para as células adrenais é 
regulado por mecanismos de feedback. Assim o ACTH 
estimula a síntese de esteroides adrenais, aumenta o 
número de receptores de LDL nas células 
adrenocorticais, e a atividade das enzimas que liberam 
o colesterol da LDL. 
Quando o colesterol entra na célula, é transportado 
para as mitocôndrias, onde é clivado pela enzima 
colesterol desmolase, formando pregnenolona, etapa 
comum às três zonas do córtex. 
Aproximadamente 95% do cortisol plasmático liga-se a 
proteínas plasmáticas, a globulina ligadora de cortisol 
ou transcortina ou albumina. 
Essa ligação garante uma meia-vida relativamente 
longa ao cortisol, de 60 a 90 minutos. 
A aldosterona, por sua vez, tem cerca de 40% na forma 
livre no plasma, o que garante uma meia-vida curta, 
em torno de 20 minutos. 
Os esteroides adrenais são degradados, 
principalmente, pelo fígado e conjugados, formando 
ácido glicurônico e pequenas quantidades de sulfatos – 
substancias inativas. 
Desses, 25% serão excretados na bile e, em seguida, nas 
fezes. E 75% entram na circulação na forma livre, o que 
garante que sejam rapidamente filtrados pelos rins e 
excretados na urina. 
Mineralocorticoides 
Aldosterona: muito potente,90% ativ. 
mineralocorticoide 
Desoxicorticosterona: secreta quants muito pequenas 
Corticosterona: raca ativ mineralocorticoide 
9alfa-fluorocortisol: sintético, mais potente que a 
aldosterona 
Cortisol: secreta grande quant. 
Cortisona: sintética, fraca ativ mineralocorticoide 
@academizando_ 
 
 
Glicocorticoides 
Cortisol: muito potente; 90% ativ glicocorticoide 
Corticosterona: menos potente 
Cortisona: sintética, quase tão potente quanto o 
cortisol 
Prednisona: sintética, 4x mais potente que cortisol 
Metilprednisona: sintética, 5x mais potente que 
cortisol 
Dexametasona: sintética, 30x mais potente que 
cortisol 
 
MINERALOCORTICOIDES – 
ALDOSTERONA 
A deficiência de mineralocorticoides resulta em altas 
concentrações de potássio no liquido extracelular, 
eliminação de sódio e cloreto, e redução dos volumes 
totais do liquido extracelular e do sangue, com 
consequente, redução do debito cardíaco. 
A aldosterona exerce cerca de 90% de toda a atividade 
mineralocorticoide das secreções adrenocorticais, mas o 
cortisol também contribui. 
EFEITOS DA ALDOSTERONA: 
A aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e, 
simultaneamente, a secreção de potássio pelas células 
epiteliais tubulares renais, e, em menor quantidade, nos 
túbulos distais e ductos coletores. A aldosterona faz com 
que o sódio seja conversado no liquido extracelular, 
enquanto o potássio é excretado na urina. 
Embora a aldosterona provoque um potente efeito na 
redução da excreção renal de sódio, a concentração 
desse elemento no liquido extracelular varia muito 
pouco. Isso porque quando o sódio é reabsorvido, ocorre 
absorção osmótica simultânea de quantidade equivalente 
de água, além de estimular a sede. 
O aumento do volume do liquido extracelular mediado 
por aldosterona,leva ao aumento da pressão arterial, 
que aumenta a excreção renal de sódio (natriurese de 
pressão) e água (diurese de pressão). 
Assim, após o aumento do volume do liquido 
extracelular de 5% a 15% acima do noral, a pressão 
arterial também aumento em 15 a 25mmHg, o que 
normaliza o debito renal de sódio e água, apesar do 
excesso de aldosterona. 
Essa normalização da excreção de sódio e água pelos 
rins como resultado de natriurese e diurese de pressão, 
é chamada escape de aldosterona. Então, a 
incorporação de sódio e água pelo organismo é nula, e é 
mantido o equilíbrio entre a ingestão e a eliminação de 
sódio e água pelos rins, apesar do excesso contínuo de 
aldosterona. E ao mesmo tempo, mantém a hipertensão. 
Quando a secreção de aldosterona é completamente 
interrompida, perde grande quantidade de sódio na 
urina, o que também reduz o volume liquido 
extracelular e resulta em desidratação extracelular 
grave, podendo evoluir para choque circulatório. 
O excesso de aldosterona causa perda de potássio do 
liquido extracelular na urina e estimula o transporte de 
potássio do liquido extracelular para a maioria das 
células, causando HIPOCALEMIA. 
A queda de potássio causa fraqueza muscular, por 
alteração da excitabilidade elétrica das membranas das 
fibras nervosas e musculares, impedindo a transmissão 
normal dos potenciais de ação. 
Durante esse processo de secreção do potássio, a 
aldosterona também provoca a secreção de íons 
hidrogênio em troca por potássio nas células 
intercaladas dos túbulos corticais. Isso diminui a 
concentração de íon hidrogênio no liquido extracelular, 
causando alcalose metabólica. 
Na deficiência de aldosterona, o potássio pode elevar-se 
a ponto de causar toxicidade cardíaca, diminuindo a 
@academizando_ 
 
força de contração e desenvolvendo arritmias e 
insuficiência cardíaca. 
A aldosterona ainda atua nas glândulas salivares e 
sudoríparas e no intestino, estimulando a reabsorção de 
sódio e a secreção de potássio pelos ductos. 
Excesso de aldosterona Deficiência de 
aldosterona 
Reabsorção de sódio e 
água – HAS 
 - 
Perda de potássio – 
hipocalemia: fraqueza 
muscular 
Excesso de potássio – 
toxicidade cardíaca, 
redução do débito 
cardíaco 
Perda de hidrogênio – 
ALCALOSE 
METABÓLICA 
 - 
 
MECANISMO CELULAR DE AÇÃO DA 
ALDOSTERONA NAS CÉLULAS TUBULARES: 
1. Devido à lipossolubilidade nas membranas 
celulares, a aldosterona se difunde facilmente 
para o interior das células epiteliais tubulares; 
2. No citoplasma dessas células, a aldosterona se 
combina a receptores mineralocorticoides 
(MR). Apesar dos receptores MR também 
terem afinidade com o cortisol, a enzima 11beta-
HSD2 converte o cortisol em cortisona, que não 
se liga aos receptores MR. 
3. O complexo aldosterona-receptor ou um 
produto esse complexo se difunde para o núcleo, 
onde pode passar por mais alterações, 
induzindo, o DNA a formar RNAm 
relacionado ao processo de transporte de sódio 
e potássio. 
4. O RNMm volta ao citoplasma e age com os 
ribossomos para formação de proteínas. Uma 
das enzimas produzidas é a adenosina 
trifosfatase de sódio-potássio, que faz parte da 
bom sódio-potassio, a qual bombeia o sódio para 
fora da célula. 
Acredita-se que a aldosterona produza ações não 
genômicas, mediadas pela ligação de esteroides a 
receptores de membrana celular, conjugadas a sistemas 
de segundo mensageiro. 
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE ALDOSTERONA: 
A regulação da secreção de aldosterona pelas células da 
zona glomerulosa é quase inteiramente independente da 
regulação do cortisol e dos androgênios pelas zonas 
fasciculada e reticular. 
04 fatores influenciam nessa regulação: 
1. A elevação da concentração de íons potássio no 
liquido extracelular aumenta a secreção de 
aldosterona. 
2. A elevação da concentração de angiotensina II 
no liquido extracelular aumenta a secreção de 
aldosterona. 
3. A elevação da concentração de sódio no liquido 
extracelular reduz a secreção de aldosterona. 
4. O ACTH formado pela hipófise anterior é 
necessário para a secreção de aldosterona, mas 
tem pequeno efeito no controle da secreção. 
A aldosterona, por sua vez, age nos rins para auxilia-
los na excreção do excesso de íons potássio, e para 
aumentar o volume sanguíneo e a pressão arterial, 
normalizando o nível de atividade do sistema renina-
angiotensina. 
GLICOCORTICOIDES 
95% da atividade glicocorticoide das secreções 
adrenocorticais resulta da secreção de cortisol/ 
hidrocortisona. Uma pequena quantidade de atividade 
glicocorticoide é produzida pela corticosterona. 
EFEITOS DO CORTISOL NO METABOLISMO DE 
CARBOIDRATOS: 
@academizando_ 
 
O cortisol estimula a gliconeogênese (formação de 
glicose a partir de proteínas e outras substâncias) pelo 
fígado. 
1. O cortisol aumenta as enzimas necessárias 
para a conversão de aminoácidos em glicose 
pelas células hepáticas -> ativa transcrição de 
DNA -> forma RNAm -> gera enzimas para 
a gliconeogânese. 
2. O cortisol provoca a mobilização de 
aminoácidos a partir dos tecidos extra-
hepáticos, principalmente dos músculos. Então, 
mais aminoácidos são disponibilizados no 
plasma para entrar na gliconeogênese pelo 
fígado. 
3. O cortisol antagoniza os efeitos da insulina 
para inibir a gliconeogênese no fígado. 
4. O efeito global do cortisol é o aumento na 
produção de glicose pelo fígado. 
 A elevação das reservas de glicogênio nas células 
hepáticas, que acompanha o aumento da 
gliconeogênese, potencializa os efeitos de outros 
hormônios glicolíticos, como epinefrina e glucagon, para 
mobilizar a glicose em momentos de necessidade, como 
entre as refeições. 
O cortisol também provoca redução da utilização de 
glicose pelas células do organismo. Porque o cortisol 
diminui a translocação dos transportadores de glicose 
GLUT4 para a membrana celular, em especial nas 
células do musculo esquelético, o que conduz à 
resistência à insulina. 
Os glicocorticoides também podem deprimir a 
expressão e a fosforilação de outras cascatas de 
sinalização que influenciam a utilização de glicose, 
direta ou indiretamente, ao afetar o metabolismo das 
proteínas e dos lipídios. 
O aumento da gliconeogênese, eleva a concentração 
sanguínea de glicose, o que estimula a secreção de 
insulina. Os maiores níveis de insulina, entretanto, não 
terão tanto efetivo na manutenção da glicose plasmática. 
Porque os altos níveis de glicocorticoides reduzem a 
sensibilidade de muitos tecidos, especialmente do 
musculo esquelético e tecido adiposo, aos efeitos 
estimulantes da insulina na captação e utilização da 
glicose. 
Além dos efeitos diretos do cortisol na expressão dos 
transportadores de glicose e nas enzimas na regulação 
da glicose, os altos níveis de ácidos graxos, causados pelo 
efeito dos glicocorticoides na mobilização de lipídios a 
partir dos depósitos de gordura, podem prejudicar as 
ações da insulina nos tecidos. 
Em alguns casos, o aumento da concentração sanguínea 
de glicose é tão grande, que se chama de diabetes 
adrenal. A administração de insulina reduz 
moderadamente essa concentração, já que os tecidos 
ficam resistentes aos efeitos da insulina. 
EFEITOS DO CORTISOL NO METABOLISMO DE 
PROTEÍNAS 
O cortisol promove a redução dos depósitos de proteínas 
em, praticamente, todas as células corporais, exceto no 
fígado. Essa redução é causada pela diminuição da 
síntese de proteínas e pelo aumento do catabolismo das 
proteínas já presentes nas células. 
Assim, as proteínas hepáticas são aumentadas, assim 
como as proteínas plasmáticas. 
O cortisol reduz o transporte de aminoácidos para as 
células musculares e para outras células extra-
hepáticas. 
O transporte reduzido de aminoácidos para as células 
extra-hepáticas diminui a síntese proteica, ao mesmo 
tempo em que o catabolismo proteico nas células continua 
a liberar aminoácidos que se difundem para fora das 
células, aumentando a concentração plasmática de 
aminoácidos. Portanto, ocortisol mobiliza aminoácidos 
@academizando_ 
 
nos tecidos não hepáticos e, dessa forma, reduz as 
reservas teciduais de proteínas. 
O aumento do transporte de aminoácidos para as 
células hepáticas proporciona: 
1. Maior desaminação de aminoácidos pelo fígado; 
2. Aumento da síntese proteica no fígado; 
3. Formação maior de proteínas plasmáticas pelo 
fígado; 
4. Aumento da conversão de aminoácidos em 
glicose – gliconeogênese; 
EFEITOS DO CORTISOL NO METABOLISMO DA 
GORDURA: 
O cortisol mobiliza os ácidos graxos do tecido adiposo, o 
que eleva a concentração de ácidos graxos livres no 
plasma e aumenta a sua utilização para a geração de 
energia. 
O cortisol também aumenta a oxidação de ácidos graxos 
nas células. 
Essa mobilização resulta do transporte menor de glicose 
para as células adiposas, porque a alfa-glicofosfato 
derivado da glicose é necessário para a deposição e 
manutenção de triglicerídeos nessas células. Na sua 
ausência, as células adiposas começam a liberar ácidos 
graxos. 
Apesar do cortisol provocar mobilização de ácidos 
graxos do tecido adiposo, há deposição excessiva de 
gordura no tórax e na cabeça, gerando a “giba de 
búfalo” e a “face em lua cheia”. Essa obesidade resulta 
do estimulo excessivo à ingestão alimentar, de modo que 
a gordura seja gerada em alguns tecidos mais 
rapidamente do que é mobilizada e oxidada. 
Qualquer tipo de estresse provoca aumento da secreção 
de ACTH pela hipófise anterior, seguido por cortisol. 
Isso porque os glicocorticoides causam rápida 
mobilização de aminoácidos e gorduras a partir de suas 
reservas celulares, tornando-os disponíveis para a 
geração de energia e para a síntese de novos compostos, 
incluindo a glicose. 
 
O CORTISOL TEM EFEITO NA PREVENÇÃO DA 
INFLAMAÇÃO: 
1. O cortisol estabiliza as membranas dos 
lisossomos. Então, as enzimas proteolíticas não 
são liberadas. 
2. O cortisol reduz a permeabilidade dos 
capilares impedindo a perda de plasma para os 
tecidos. 
3. O cortisol reduz a migração de leucócitos para 
a área inflamada e a fagocitose das células 
lesadas. Isso resulta da diminuição da formação 
de prostaglandinas e leucotrienos. 
4. O cortisol suprime o sistema imunológico, 
reduzindo a produção de linfócitos, 
especialmente, linfócitos T. 
5. O cortisol atenua a febre por reduzir a 
liberação de interleucina 1 a partir dos 
leucócitos do sistema se controle hipotalâmico da 
temperatura. A diminuição da temperatura, 
por sua vez, reduz o grau de vasodilatação. 
@academizando_ 
 
O CORTISOL RESOLVE A INFLAMAÇÃO: 
Após o estabelecimento da inflamação, a administração 
de cortisol bloqueia parte dos fatores inflamatórios. 
Isso resulta: 
1. Da mobilização de aminoácidos e do uso destes 
ácidos para reparar os tecidos lesados; 
2. Do estímulo da gliconeogênese que disponibiliza 
maior quantidade de glicose nos sistemas 
metabólicos essenciais; 
3. Da maior disponibilidade de ácidos graxos 
para a produção de energia celular; 
4. De algum outro efeito do cortisol na inativação 
ou remoção de produtos inflamatórios; 
A reação alérgica básica entre antígenos e anticorpo 
não é afetada pelo cortisol mas como a resposta 
inflamatória é responsável por muitos dos efeitos graves 
da reação alérgica, a administração de cortisol é 
benéfica. 
O cortisol reduz o número de eosinófilos e linfócitos no 
sangue; provoca atrofia dos tecidos linfoides do 
organismo, reduzindo a produção de células T e de 
anticorpos. 
O cortisol aumenta a produção de hemácias. 
MECANISMO DE AÇÃO CELULAR DO CORTISOL: 
O cortisol liga-se a seu receptor proteico no citoplasma, 
indo para o núcleo, e o complexo hormônio-receptor 
interage com DNA, os elementos de resposta a 
glicocorticoides, induzindo ou reprimindo a transcrição 
gênica. 
 
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DE CORTISOL 
Situações de estresse, estimulam o hipotálamo a 
produzir o CRH (fator liberador de corticotropina), o 
qual é secretado no plexo capilar primário do sistema 
portal hipofisário, na eminência mediana do hipotálamo 
e, então, transportado para a hipófise anterior; onde 
induz a secreção de ACTH. 
O ACTH estimula a produção dos hormônios 
adrenocorticotróficos. 
O principal efeito do ACTH nas células adrenocorticais 
é a ativação da adenilil ciclase na membrana celular. 
Essa ativação induz a formação de AMPc no 
citoplasma celular. 
O AMPc, por sua vez, ativa as enzimas intracelulares 
que causam a formação dos hormônios adrenocorticais. 
Há ativação da proteinase cinase A, que causa a 
conversão inicial do colesterol em pregnenolona. 
O estimulo do córtex adrenal pelo ACTH aumenta 
atividade secretora, e provoca hipertrofia e 
@academizando_ 
 
proliferação das células adrenocorticais, especialmente 
nas zonas fasciculada e reticular, onde o cortisol e os 
androgênios são secretados. 
O estresse mental também provoca elevação de ACTH, 
devido ao aumento da atividade no sistema límbico, 
especialmente, na amígdala e hipocampo. 
O cortisol apresenta efeitos de feedback negativo direto 
no hipotálamo, reduzindo a formação de FLC e na 
hipófise anterior, reduzindo a formação de ACTH. 
RITMO CIRCADIANO DA SECREÇÃO DE 
GLICOCORTICOIDES: 
As intensidades secretoras do CRH, do ACTH e do 
cortisol são altas no início da manhã. 
 
SÍNTESE E SECREÇÃO DE ACTH EM ASSOCIAÇÃO 
AO HORMÔNIO MELANÓCITO-ESTIMULANTE, 
LIPOTROPINA E ENDORFINA: 
Quando o ACTH é secretado pela hipófise anterior, 
diversos hormônios são secretados simultaneamente. 
Isso porque o gene transcrito para formar a molécula 
de RNA que provoca a síntese de ACTH causa, 
inicialmente, a formação de pré-pró-hormônio, a pró-
opiomelanocortina (POMC), que é o precursor do 
ACTH e de outros peptídeos, incluindo o hormônio 
melanócito-estimulando (MSH), beta-lipotropina, 
beta-endorfina e outros. 
Sob condições normais, a maioria desses hormônios não 
é secretada em quantidade suficiente pela hipófise para 
exercer efeito significativo no organismo. 
Ex de quando a secreção de ACTH está elevada: 
doença de Addison. 
 
REFERÊNCIAS: Fisiologia humana. Guyton. 
Fisiologia humana. Silverthorn.

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