Buscar

Hipoglicemiantes (Anti-diabéticos)

Prévia do material em texto

MayaraKelly
 O pâncreas produz insulina, glucagon e
somatostatina
 Esses hormônios tem papel importante na
regulação da homeostasia da glicose
 Falta relativa ou absoluta de insulina =
grave hiperglicemia
 Se não for tratada: retinopatia, nefropatia,
neuropatia e complicações cardiovasculares
 A insulinoterapia ou a administração de
fármacos hipoglicemiantes podem reduzir a
morbidade e mortalidade associadas ao
diabetes
Diabetes mellitus
 Caracterizado como um grupo de
síndromes ocasionadas por elevada
glicemia, que ocorre pela deficiência
absoluta ou relativa de insulina
 4 tipos de diabetes
Diabetes mellitus I (DM1)
 Atinge mais comumente crianças,
adolescentes ou adultos jovens
 Deficiência absoluta de insulina
 Destruição das células β
 O pâncreas deixa de responder à
glicose
 Sintomas: polidipsia, polifagia, poliúria e
perda de massa corporal
 Necessitam de insulina exógena para evitar
a hiperglicemia grave
 Importante o uso de monitores domésticos
de glicemia para mantê-la tão próxima
possível do normal
Diabetes mellitus II (DM2)
 90% dos casos
 Influenciado por: genética, idade, obesidade
e resistência periférica à insulina
 Se caracteriza por falta de sensibilidade dos
órgãos-alvo à insulina
 As células β ainda tem alguma função, mas
a secreção de insulina é insuficiente para a
manutenção da homeostase da glicose
 Com frequência os indivíduos com esse
tipo de diabetes são obesos
 A obesidade contribui para a resistência
à insulina
 O tratamento inclui a intervenção
farmacológica com hipoglicemiantes orais e
práticas para uma vida saudável (exercícios
físicos, redução da massa corpórea e
modificação na dieta)
 Se a doença evoluir, a função das células β
diminui, sendo necessário o tratamento
conjunto com a insulinoterapia
MayaraKelly
Diabetes gestacional
 Intolerância aos carboidratos com o início
ou primeiro reconhecimento durante a
gestação
 Pode causar: dificuldade no parto,
macrossomia fetal e hipoglicemia neonatal
 Dieta, exercício e/ou administração de
insulina são eficazes nessa condição
Diabetes devido a outras causas
 Genético
 Fatores genéticos podem exercer um
papel importante em seu
desenvolvimento, mas a questão da
herança é bastante complexa e
interage com fatores ambientais
Farmacologia da insulina
 É um hormônio polipeptídico
 É sintetizada primeiramente como uma
pró-insulina (percursor)
 Sofre hidrólise proteolítica = insulina e
peptídeo C
 Secretados pelas células β do pâncreas
 A insulina sofre grande extração
hepática e renal, logo o que vai definir
seus níveis séricos é o peptídeo C
 Secreção regulada principalmente pela
glicemia (nível de glicose sérico)
 A concentração de insulina endógena
aumenta quase 10 vezes (3 a 5 min) após
uma refeição
1. Secreção de insulina aumentada após o
aumento da glicose sanguínea
2. Glicose é captada pelos transportadores de
glicose (GLUTs) nas células β do pâncreas
3. Ocorre a fosforilação da glicose, os
produtos desse metabolismo entram na
cadeia respiratória mitocondrial e geram
ATP
4. O aumento de ATP leva ao bloqueio dos
canais de K+ = despolarização da
membrana celular e influxo de Ca2+
5. O aumento do Ca2+ intracelular =
exocitose pulsátil de insulina
Mecanismo de ação
 DM1: é administrada para substituir a falta
de secreção de insulina
MayaraKelly
 DM2: suplementa a secreção insuficiente
de insulina
Farmacocinética
 As preparações de insulina variam
primariamente no início e na duração da
ação
 Fatores que podem influenciar o início e
duração da insulina
 Dose
 Local de injeção
 Fluxo sanguíneo
 Temperatura corporal
 Atividades físicas
 Via oral: degradada no TGI
 Em geral, é administrada por injeções
subcutâneas
 Bomba de insulina
 Infusão contínua via SC
 Mais conveniente para eliminar as
múltiplas injeções diárias
 É programada para entregar uma
quantidade basal
Reações adversas
 Hipoglicemia
 Aumento da massa corporal
 Reações no local da injeção
 Lipodistrofia
 Atenção aos diabéticos com insuficiência
renal: podem precisar de redução na dose
de insulina

Insulinoterapia
 Preparações de insulina
Ação curta
 Insulina regular
 Picos: 50 a 120 minutos
 Administrada 30 minutos antes da refeição
 Associação com a insulina basal de ação
mais longa
 Controle da glicemia no jejum
Ação rápida
 As insulinas de ação rápida são feitas a
partir de modificações da sequência de
aminoácidos da insulina regular
 Insulina lispro
 Insulina asparte
 Insulina glulisina
 Picos: 30 a 90 minutos
 Administradas para mimetizar a liberação
prandial (hora da refeição) de insulina e
controlar a glicose
 Utilizadas também quando é necessária a
correção rápida de glicose elevada
 Administradas 15 minutos a 20 minutos
depois de iniciar a refeição
 Comumente usadas em bombas de insulina
 Via IV
 Associação com a insulina basal de ação
mais longa
 Controle da glicemia no jejum
Ação intermediária
 Insulina neutra com protamina Hagedorn
(NPH) (ou insulina isofana)
 Formada pela adição de zinco e protamina
à insulina regular
 Menos solúvel
 Retardo da absorção e ação
prolongada
 Usada no controle basal (jejum)
 Diabetes 1 e 2
 Associação com insulinas de ação rápida
ou curta para o controle na hora da
refeição
 Somente via SC, nunca por via IV
MayaraKelly
 Não deve ser usada quando há a
necessidade de abaixar rapidamente a
glicose
Ação prolongada
 Utilizadas no controle basal
 Somente via SC, nunca por via IV
 Não devem ser misturadas na mesma
seringa com outros insulinas
 Mudanças no perfil farmacodinâmico
 Insulina glargina
 Ocorre a formação de um precipitado
no local da injeção, provendo uma
liberação prolongada
 Início mais lento que a NPH
 Efeito hipoglicêmico achatado e
prolongado
 Sem pico
 Insulina detemir
 Possui uma cadeia lateral de ácido
graxo que aumenta sua associação
com albumina
 A dissociação lenta da albumina resulta
em propriedades de ação prolongada
Associação de insulinas
 Diminui o número de injeções diárias
 Torna difícil ajustas os componentes
individuais do regime de insulina
 Associações pré-misturadas
Hipoglicemiantes orais
 Úteis no tratamento do DM2 que não é
controlado por dieta
 Pacientes que desenvolvem o diabetes
após os 40 anos e tem a doença há
menos de 5 anos respondem melhor ao
tratamento
 Paciente com a doença há muito tempo:
exige a combinação dos hipoglicemiantes
orais com ou sem insulina
Sulfonilureias
 Glibenclamida, glipizida e glimepirida
 Secretagogos de insulina
 Mecanismo de ação
 Promovem a liberação de insulina pelas
células beta do pâncreas
1. Bloqueiam canais de K+
2. Despolarização
3. Influxo de Ca2+
MayaraKelly
4. Exocitose de insulina
 Diminuem a produção de glicose pelo
fígado
 Aumentam a sensibilidade periférica à
insulina
 Farmacocinética e destino
 Ligam-se a proteínas séricas
 Biotransformadas e excretadas pelo
fígado e pelos rins
 Ação varia de 12 a 24 horas
 Efeitos adversos
 Aumento da massa corporal
 Hiperinsulinemia
 Hipoglicemia
 Cautela na insuficiência hepática ou
renal
 Problema particular da glibenclamida
 Glipizida ou glimepirida são opções
mais seguras nesse caso e em
pacientes idosos
 Cautela em gestantes
 Glibenclamida é o mais seguro
nesse caso
Glinidas
 Repaglinida e nateglinida
 Secretagogos de insulina
 Mecanismo de ação
 Promovem a liberação de insulina
 Se fixam em locais diferentes na célula
beta
1. Fecha os canais de K+
2. Série de reações
3. Liberação de insulina
 Ação de início rápido e duração mais
curta
 Reguladores glicêmicos pós-prandiais
 Não devem ser utilizadas associadas às
sulfonilureias
 Aumentaria o risco de hipoglicemia
 Farmacocinética e destino
 Administração antes da refeição
 Bem absorvidas
 Biotransformadas a produtos inativos no
fígado e excretadas pela bile
 Efeitos adversos
 Menor incidência que com o uso das
sulfonilureias
 Hipoglicemia
 Aumento da massa corporal
 Cautela na insuficiência hepáticaBiguanidas
 Metformina
 Sensibilizador à insulina
 Fármaco de escolha contra o DM2
 Mecanismo de ação
 Aumenta a captação e o uso de
glicose pelos tecidos-alvo
 Diminuindo a resistência à insulina
 Não promove a secreção de insulina
1. Redução da gliconeogênese hepática
2. Retarda a absorção intestinal de açúcar
e melhora sua captação e uso
periférico
 Diminui o apetite
 Usada isoladamente ou em associação
com outro hipoglicemiante oral ou com
a insulina
 Farmacocinética e destino
 Bem absorvida
 Não se liga a proteínas séricas
 Não é biotransformada
 Excreção pela urina
 Efeitos adversos
 Principalmente gastrintestinais
 Contraindicada na disfunção renal
 Suspensa em caso de algum distúrbio
que possa causar insuficiência renal
 Cautela em pacientes com mais de 80
anos
MayaraKelly
 Cautela em pacientes com histórico de
insuficiência cardíaca congestiva ou de
abuso de álcool
 Interrompida temporariamente em caso
de exames de diagnóstico que
requerem injeção IV de contraste
radiográficos
 Uso prolongado pode interferir na
absorção da vitamina B12
Inibidores da α-glicosidase
 Acarbose e miglitol
 Mecanismo de ação
 As enzimas α-glicosidase hidrolisam
carboidratos em glicose e outros
açúcares simples que podem ser
absorvidos
 Os fármacos irão inibir reversivelmente
a α-glicosidase
 Devem ser administrados no início da
refeição
 Retardam a digestão de carboidratos
resultando em níveis mais baixos de
glicose pós-prandial
 Farmacocinética e destino
 Acarbose
 Pouco absorvida
 Biotransformada primeiramente
pelas bactérias intestinais
 Alguns metabólitos são absorvidos e
excretados na urina
 Miglitol
 Muito bem absorvido
 Não tem efeitos sistêmicos
 Excretado e inalterado pelos rins
 Efeitos adversos
 Flatulência
 Diarreia
 Cólicas intestinais
 Os efeitos adversos limitam o uso
desses fármacos na prática clínica
 Contraindicados em caso de doença
inflamatória intestinal, ulcerações
crônicas ou obstrução intestinal
Referências:
Slides e anotações da aula
Whalen, Karen. Farmacologia Ilustrada. 6ª
ed. Porto Alegre: Artmed, 2016

Continue navegando