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ENDOMETRIOSE Presença de implantes teciduais histologicamente semelhantes ao endométrio (estroma e/ou glândulas) fora da cavidade uterina, manifestando-se clinicamente por dor pélvica e infertilidade Mais comum nos órgãos pélvicos mas pode acometer fora também Prevalência 10% da população feminina global 5-50% das mulheres inférteis 5-21% das mulheres com dor pélvica 50% das pacientes com infertilidade + dor pélvica Fisiopatologia Teorias: 1. Metaplasia celômica 2. Resquícios embrionários 3. Disseminação vascular linfática 4. Menstruação retrógrada Grande parte das mulheres apresenta menstruação retrógrada mas a endometriose se desenvolve apenas em algumas uma vez que envolve outros fatores - Geralmente as células sofrem apoptose ou não tem condição para se desenvolver devido aos fatores locais Fatores endócrinos, fatores imunes (Citocinas inflamatórias podem estar alteradas), fatores genéticos, fatores mecânicos → menstruação retrógada → alterações endometriais e fatores locais → endometriose - Necessário exposição estrogênica Localização ● Peritoneal Implanta superficialmente nos tecidos ● Ovariana Cistos endometriais no ovário ● Endometriose Profunda Infiltrativa (EPI) Por definição é a endometriose que aprofunda além de 5mm sob o peritônio (fáscias, ligamentos e músculo) Comum nos ligamentos uterossacros e no fundo do saco de Douglas, podendo atingir o septo retovaginal, as paredes da vagina, do reto e do sigmóide e obliterar o fundo de saco causando aderências Diagnóstico Anamnese + exame físico Apresentação clínica variável - DD: DIP, intestino irritável Atraso de vários anos (5-12) entre o início dos sintomas e diagnóstico definitivo, principalmente por subestimar a queixa de dor pélvica ● Quadro clínico Dismenorréia (62% - principal sintoma) - 70% das adolescentes com cólica incapacitante tem endometriose Dispareunia de profundidade (associado a lesões profundas na vagina e ligamentos uterossacros) Dor pélvica crônica ou acíclica imprevisível ou intermitente ao longo do ciclo menstrual - 50% das mulheres com dor pélvica crônica tem endometriose Infertilidade - 25% e 50% das mulheres inférteis são portadoras de endometriose - 30-50% das mulheres com endometriose apresentam infertilidade - Isso ocorre uma vez que a endometriose gera aderências, distorções anatômicas e alterações no fluido peritoneal com concentração elevada de prostaglandinas, proteases e citocinas inflamatórias e angiogênicas e também o aumento de linfócitos IgG e IgA no endométrio o que poderia comprometer a fertilidade - A abordagem da paciente com endometriose e infertilidade é controversa Alterações urinárias - normalmente há relação positiva entre o tamanho da lesão vesical e a intensidade da queixa clínica. Disúria, hematúria, polaciúria e urgência miccional que ocorrem durante o fluxo menstrual são os sintomas observados Alterações intestinal - alterações do hábito intestinal com distensão abdominal, sangramento nas fezes, constipação, disquezia e dor anal, normalmente de forma cíclica em época menstrual Sintomas atípicos podem estar presentes e devem ser valorizados pelo ginecologista, principalmente se ocorrem de forma cíclica em época menstrual, como dor irradiada para membros inferiores, vulvodínia, dor em região glútea, dor torácica, hemoptise, dor epigástrica, entre outros, que podem refletir lesões em localizações menos usuais ● Exame físico Inspecção do fundo de saco e paredes vaginais Nódulos ou espessamento nos ligamentos útero-sacro Diminuição da mobilidade do útero e ovários Dor, principalmente no período menstrual Realização do exame durante período menstrual melhora performance diagnóstica ● Exames complementares Imagem: ultrassom com preparo intestinal ou RNM Padrão ouro: laparoscópica com comprovação histopatológica - Não realizado frequentemente na prática - Realizado com objetivo curativo associado "SEE and TREAT" Não há marcador sérico eficaz para diagnóstico Tratamento ● Clínico Progestagênio e Contraceptivos combinados: evita o refluxo menstrual e não permite o desenvolvimento dos implantes com o balanceamento dos hormônios - Injetável trimestral - ACO - Mirena Inibidores GnRH e danazol: bloqueia a aromatização do estrogênio → hipoestrogenismo - Pouco usados devido a quantidade de efeitos colaterais AINES: controle da dor - Injetável Multidisciplinar: alimentação anti-inflamatória, atividade física estruturada, psicoterapia, técnicas de meditação, fisioterapia do assoalho pélvico, acupuntura ● Cirúrgico Quando indicar: falha do tratamento clínico, fator anatômico na infertilidade, lesão do ureter, semi-obstrução intestinal - Importente cuidado com a reserva ovariana Implantes em ligamentos e fundo de saco
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