Prévia do material em texto
1 Dinah Luz oncologia outubro /2019 CUIDADOS PALIATIVOS HISTÓRICO x Cuidado paliativo tem origem nos primórdios da Medicina x Hipócratas O médico deve “curar quando possível, aliviar quando acura não for possível e consolar quando não houver mais nada a fazer. HISTÓRICO • Movimento Hospice Moderno Cicely Sauders Em 1967 fundou o St Christopher´s Hospice • Década de 1970 Æ encontro de Cicely Saundres com Elizabeth KlublerRoss • Em 1982 Æ Comitê de Câncer da OMS Æ definir políticas para alívio da dor e cuidados paliativos • Em 1990 Æ 1ª definição de Cuidados Paliativos criada pela OMS MARCOS NO DESENVOLVIMENTO DOS CUIDADOS PALIATIOS O desenvolvimento dos Cuidados Paliativos No Brasil foi desde o princípio dos anos noventa 1993 – São transmitidas as primeiras aulas na Universidade Paulista de Medicina 1996 - Criação do serviço de cuidados paliativos do Instituto Nacional do Câncer no Rio de janeiro 1998 – A ABCP realiza o Primeiro Congresso de Cuidados Paliativos e Forum Nacional de cuidados Paliativos. Nesse Fórum foi realizado o primeiro censo de serviços e dor e CUIdados Paliativos 1999 – Início do I curso de Cuidados Paliativos no Institulo Nacional do Câncer 200 – Surgimento de serviços isolados 2002- Inclusão dos cuidados paliativos no SUS exigindo a prestação de cuidados paliativos nos serviços oncológicos 2003 – A ABPC organiza a primeira celebração do dia dos cuidados paliativos 2005- Fundação de academia nacional de cuidados paliativos O músico nico Rezende compõe a canção A voz para celebração do Dia Mundial Cuidados Paliativos 2006 – Criação de câmara técnica de assistência em cuidados paliativos no ministério de saúde e a câmara técnica sobre terminalidade da vida e cuidados paliativos no conselho federal de medicina (CRM) resolução sobre a ortanásia do CFM 2008 – Lançamento da revista brasileira de cuidados paliativos. 2009 – Publicação do novo código de ética médica do conselho federal 2011 – Reconhecimento de Medicina Paliativo como área de atuação pela Associação medica brasileira (AMB) QUALIDADE DE MORTE 40 PAÍSES • 1º Reino Unido • 2º Austrália • 3º Nova Zelândia Brasil esta em 38° depois caiu 42° • Indicadores quantitativos Expectativa de vida Porcentagem do PIB gasta em saúde • Indicadores qualitativos Conscientização pública sobre serviços Tratamentos disponíveis a pessoas no fim de suas vidas Disponibilidade de remédios POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA Portaria MS Nº 874, de 16 de maio de 2013 Promoção; Diagnóstico; Tratamento; Reabilitação ; Cuidados Paliativos ESTUDO SUPPORT Pacientes com alto risco de morte • Objetivo Æ Melhorar a capacidade de decisão em casos terminais e reduzir a frequência: Suporte mecânico ; Dor ; Prolongamento do processo do morrer RESULTADOS • Os médicos não estão atentos aos desejos de seus pacientes de não-ressuscitar em 53% dos casos • 50% dos pacientes sofrem de dores moderadas e severas durante os seus 3 últimos dias • Metade dos pacientes passam uma ou mais semanas no CTI em coma ou com respirador 31% das famílias perdem toda ou a maior parte de suas economias durante essa fase • O sistema não sabe quando ou como parar • É muito frequente morrermos sós, com dor e ligados a máquinas O ' ÷ o * _ : 2 Dinah Luz oncologia outubro /2019 As escolas de medicina e o estágio nos hospitais os preparam (os futuros médicos) para tornarem-se oficiais-maiores da ciência e gerentes de biotecnologias complexas. Muito pouco se ensina sobre a arte de ser médico. Os médicos aprendem pouquíssimo a lidar com a morte. A realidade mais fundamental é que houve uma revolução biotecnológica que possibilita o prolongamento interminável do morrer. Bernard Lown Livro A arte perdida de curar FRAGMENTOTAÇÃO DO PACIENTE • Despersonalização da medicina • Múltiplas especialidades • Extração do contexto familiar e social • Dissociação físico – psíquica – espiritual CUIADADOS PALIATIVOS PALLIUM Definição da OMS “Uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual MÁ NOTÍCIA Qualquer informação que afeta a perspectiva de futuro em um indivíduo. COMUNICAÇÃO DE NOTÍCIAS DIFÍCEIS QUALIDADE VIDA “Percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, padrões e preocupações. OMS -saúde profissional; saúde física; saúde espiritual; saúde mental; saúde emocional; saúde social PROMOVER O ALIVIO DA DOR E DE OUTROS SINTOMA NÃO ACELERAR NEM ADIAR A MORTE Integrar os aspectos psicológicos e espirituais na cuidado ao paciente Iniciar o mais precocemente possível o cuidado paliativo, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como quimioterapia e radioterapia Reafirmar a vida e considerar a morte um processo natura Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível até o momento da morte Oferece um sistema de suporte que auxilie a família e entes queridos a sentirem-se amparados durante todo o processo da doença Melhorar qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doença Iniciar o mais precocemente possível o cuidado paliativo, justamente com outras medidas de prolongamento da vida, como quimioterapia e radioterapia. Melhorar qualidade de vida CONTROLE DE SINTOMAS NO PACIENTE ONCOLÓGICO SINTOMAS Dor, fadiga, insônia, anorexia, confusão mental, tosse, xerostomia, constipação ,dispneia, náuseas e vômitos MANEJO DOS SINTOMAS Investigação criteriosa Explicação do sintoma Tratamento de causas reversíveis Terapia medicamentosa criteriosa e individualizada Reavaliação contínua dos resultados AVALIAÇÃO DO PACIENTE Performance Status Escala do ECOG: escala de 0 a 4 PS 0 = atividade normal PS 1 = sintomas da doença, mas ambulatorial PS 2 = não acamado por mais de 50% do tempo PS 3 = acamado por mais de 50% PS 4 = acamado pode necessitar de internação Escala de Karnofsky (KPS): 0 a 100% (normal a morto) DOR De acordo com International Association for the study of pain, dor é uma sensação ou experiência emocional desagradável, associada com dano tecidual real ou potencial, ou descrito nos termos de tal dano Dor é sempre subjetiva e pessoal PESQUISA EUROPEIA DE DOR NA CÂNCER No total, 72% dos pacientes com câncer sentiam dor Entre aqueles que sentiam dor várias vezes ao mês: 93% tinham dor de moderada a intensa 44% tinham dor intensa A dor associada ao câncer foi descrita como angustiante por 67% dos pacientes, como um aspecto intolerável de seu câncer por 36% e 32% relataram que se sentem tão mal que querem morrer. ALTA PREVALÊNCIA DE DOR ONCOLOGICA FALHA DE TRATAMENTO Barreiras Relacionadas ao Paciente Barreiras Relacionadas aos Profissionais Barreiras Relacionadas ao Sistema de Saúde AO DOR É NOCICEPTIVA, NEUROPÁTICA OU AMBAS? x Próprio câncer x Associada ao tratamento AVALIAÇÃO DA DOR x De forma objetiva x Adequada x Reprodutível x Frequente x EVA Em momentos chave A cada novo relato Após intervenção PROPOSTA DA OMS 1.pela boca 2. Pelo relógio 3. Pela escada 4. Para o indivíduo 5. Uso de adjuvantes 6. Atenção aos detalhes Corticóides Anticonvulsivante Antidepressivo NeurolépticoAnestésico locais EFEITOS ADVERSOS DOS OPIOIDES Náusea; Vômito; Obstipação; Comprometimento cognitivo Sedação Tontura; Urgência miccional ; Retenção urinária; Depressão respiratória; Hipotensão postural Desmaio; Vermelhidão Sudorese Prurido. DISPNEIA Sintoma frequente 20 a 80% Fator prognóstico Causa muita ang stia Incapacitante Piora a qualidade de vida Sintoma difícil de controlar Frequência e gravidade aumentam com a evolução da doença ÆAumento no esforço respiratório para vencer algum problema mecânico ÆAumento da proporção de fibras musculares para manter o funcionamento normal ÆAumento na necessidade ventilatória Tratamento depende da causa Derrame pleural; Tromboembolismo pulmonar; Obstrução na via aérea ; Linfangite carcinomatosa ; Infecção respiratória ; Anemia ; Edema pulmonar Fornecer as explicações necessárias Posicionamento no leito Ambiente ventilado, uso de ventilador e janela aberta Técnicas de relaxamento e atividades de lazer Orientar adaptaç es nas atividades de vida diária Fisioterapia Oxigênio Opióide Benzodiazepínicos SEDAÇÃO PALIATIVA Sedação paliativa é a administração deliberada de fármacos em doses e combinações necessárias para reduzir o nível de consciência, com o consentimento do paciente ou de seu responsável, e possui o objetivo de aliviar adequadamente um ou mais sintomas refratários em pacientes com doença avançada terminal. CONSENTIMENTO A prescrição de sedação paliativa é cercada de emoções que pode dificultar a abordagem correta Paciente consciente e lúcido Æ respeitar sua autonomia Paciente sem autonomia Æ diretivas antecipadas e consentimento da família SINTOMA REFRATÁRIO Critérios Incapacidade de promover alívio adequado Associação a excessivas e intoleráveis morbidades agudas e crônicas Improvável obtenção de alívio em curto prazo FASES DOS CUIDADOS PALIATIVOS Fase do diagnóstico e tratamento Conforto e função Sedação é um efeito colateral não intencional e inaceitável Fase de cuidados paliativos Perde a função Æ Conforto é o principal Sedação não intencional e é aceitável Fase final de vida Sedação paliativa é intencional e aceitável Pode seda SITUAÇÕES DE SEDAÇÃO PALIATIVA Doença avançada terminal com sintomas refratários Quadro agudo ameaçador a vida Morte iminente com sofrimento intenso CLASSIFICAÇÃO OBJETIVO Sedação primária Sedação secundária TEMPORALIDADE Sedação intermitente Sedação contínua INTENSIDADE Sedação superficial Sedação profunda PRINCÍPIOS Escolher apropriadamente o agente Considerar os sintomas apresentados pelo paciente Monitorar o nível de sedação Iniciar com a menor dose para paliar o sintoma Titular a dose dos sedativos Doses adicionais ou associar outros agentes MEDICAÇÕES UTILIZADAS Midazolan Mais utilizado Facilmente titulável Rápido início de ação e curta duração SC bolus ou SC ou EV contínuo Dose máxima 120-160 mg/dia Sedação paliativa da dispneia refratária Associação de midazolan e morfina Morfina Æ ação em receptores opióides na árvore traqueobrônquica e no tronco cerebral, modulando a percepção e ansiedade Sedação difícil : Associar um neuroléptico a um opióide e benzodiazepínico Sedação de paciente com delírio agitado refratário Iniciar com neuroléptico Dor refratária Manter o opióide e associá-lo ao midazolam DIFERENÇA Sedação Paliativa Suicídio assistido Mar adentro Æ Viver é um direito, não uma obrigação. Ramóm Sampedro Eutanásia Invasões bárbaras Menina de ouro SEDAÇÃO PALIATIVA X EUTANÁSIA f