Buscar

Hipertensão Arterial: Causas e Cuidados

Prévia do material em texto

HAS 
 
Doença cardiovascular → maior causa de 
morte 
Causa principal: HAS → responsável 
por 54% de todos os AVC e 47% dos IAM 
 
Classificação 
● Primária - 95% 
● Secundária - 5% 
HAS antes dos 30 anos ou após os 50 
anos 
HAS grave (estágio 3) resistente a 
terapia 
Triade do feocromocitoma: 
palpitações, sudorese e cefaléia em 
crises 
Uso de fármacos e drogas que 
possam elevar a PA 
Fácies ou biotipo de doença que 
cursa com hipertensão (doença renal, 
hipertireoidismo, acromegalia, 
síndrome de Cushing) 
Presença de massas ou sopros 
abdominais 
Assimetria de pulsos femorais 
Aumento de creatinina serica 
Hipopotassemia espontânea (< 3) 
Exame de urina anormla (proteinuria 
ou hematuria) 
○ Nefropatia 
○ Renovascular 
○ Feocromocitoma 
○ Hiperaldosteronismo primário 
(Conn) 
○ Síndrome de Cushing 
○ Coartação de aorta 
 
Órgãos alvo 
● Cérebro 
● Olhos 
● Coração 
● Rins 
 
Complicações 
● SNC 
○ AVC - HAS é o principal 
fator de risco 
 
 
 
● Olhos 
○ Retinopatia hipertensiva 
■ Amaurose 
 
 
● Coração 
○ Doença coronariana 
■ IAM 
○ Hipertrofia do ventrículo 
esquerdo 
■ Arritmias cardíacas 
■ Morte súbita 
■ ICC 
 
 
Imagem: ventriculo hipertrofico com área 
inativa/morta por infarto 
 
Hipertrofia do músculo → redução do lúmen 
para a passagem de sangue + focos que vão 
levar a arritmia do coração 
 
 
● Rins 
○ Nefropatia hipertensiva 
■ Ins. renal crônica 
■ Mais comum na raça 
negra 
 
Pressão Normal 
 
Conselho Brasileiro de cardiologia 
 
Obs.: 150 x 70 e 130 x 95 são hipertensos 
O que manda é o maior número (ex.: 160 x 
90 é HAS moderada) 
 
Cuidados na hora de aferir pressão 
1. Explicar para o paciente e pedir para 
o paciente relaxar por 5 min 
2. Certificar que o paciente esteja com a 
bexiga vazia, sem praticar exercícios 
físicos na última hora, sem ingerir 
álcool ou café, sem fumar nos 
últimos 30 min 
3. Paciente sentado com as pernas 
descruzadas, pés apoiados no chão, e 
o dorso recostado em uma cadeira, 
braço na altura do coração com as 
palmas voltadas para cima 
4. Deve-se também medir a pressão em 
posição em pé após 3 min - 
principalmente em diabéticos, idosos 
e em suspeita de hipotensão 
ortostática 
Hipotensão ortostática: redução da PAS > 20 
mmHg ou da PAD > 10 mmHg 
 
Dimensões das bolsas de borracha - cada 
uma tem um número sendo cada uma 
apropriada para um tamanho do braço 
Circunferência do braço = distância 
do acrômio ao olécrano 
 
 
Fatores de correção 
 
 
Mandamentos da aferição da PA 
 
 
 
Hipertensão mascarada 
No consultório a pressão está normal mas 
tem hipertensão em casa 
 
Hipertensão do jaleco branco 
No consultório a pressão está alta mas em 
casa a pressão está normal 
 
HAS em crianças e adolescentes 
 
 
 
MAPA 
Exame feito em caso de dúvidas 
Indicações: 
● hipertensão do jaleco branco 
● hipertensão mascarada 
● avaliação de hipertensão arterial 
resistente apesar de 3 ou mais 
medicamentos 
● hipertensão arterial episódica/ 
esporádica 
● suspeita de hipotensão arterial 
episódica sintomática 
● avaliação da eficácia terapêutica 
anti-hipertensiva 
● hipertensão arterial 
Possui um manguito que deve ser próprio 
para o paciente 
O MAPA registra um gráfico durante 24h 
- Linha em vermelho: limite da pressão 
diastólica (140) 
- Linha amarela e verde: limite da 
pressão sistólica (90) 
- Linha azul: bpm 
 
 Mapa alterado 
 
 
 
Mapa normal 
 
 
MRPA 
Monitorização residencial da pressão arterial 
Tem um aparelho que também monta um 
gráfico igual ao MAPA 
 
AMPA 
Automedida da pressão arterial 
Devem ser usados aparelhos oscilométricos 
semi ou automáticos com deflagração 
manual de medida no braço (mais 
recomendáveis e confiáveis), no pulso 
(limitação e muitos erros, modelos novos são 
bons) ou no dedo (pouco recomendáveis e 
pouco confiáveis) 
 
Importância do controle da HAS 
A taxa de mortalidade por IAM, AVC e 
outras doenças vasculares aumentam 
progressivamente com uma elevação nos 
níveis da pressão arterial 
Para cada elevação de 20/10 mmHg da PA 
acima de 115/75 mmHg representa o dobro 
do risco de mortalidade cardiovascular 
A pressão arterial aumenta com a idade e que 
a maioria dos indivíduos desenvolverá 
hipertensão 
- Todas as pessoas normotensas na 
idade de 55 anos terão 90% de risco 
de desenvolver hipertensão 
 
Conduta HAS 
1 - Verificar o nível pressórico e classificá-lo 
2 - Verificar os fatores de riscos e lesões de 
órgão alvo 
 
Outros fatores de risco: 
● Glicemia de jejum (100-125mg/dL: 
intervalo) 
● Hemoglobina glicada anormal 
● Obesidade abdominal (circunferência 
da cintura > 102 cm para homens e > 
88 para mulheres) 
● Pressão de pulso alongado (PPa): 
pressão sistólica - pressão diastólica 
= normal é menor que 50 mmHg 
● História de pré-eclâmpsia na gestação 
● História familiar de hipertensão 
arterial (em hipertensos limítrofes) 
 
Órgãos alvos: 
● Cérebro 
○ AVC 
○ Isquemia cerebral transitória 
● Olhos 
○ Retinopatia hipertensiva 
● Coração 
○ Doença vascular arterial de 
extremidades 
○ IC 
○ Revascularização miocárdica 
prévia 
○ Angina ou infarto prévio 
○ Hipertrofia do VE 
● Rim 
 
 
Índice de Sokolow Lyon normal: SV1 + 
RV5 ou V6 < 35 mm 
Índice de Cornell normal: RAVL + SV3 < 20 
para mulher e < 28 para homem) 
 
 
 
3: exame feito com transdutor na região da 
carótida mostrando a distância da luz arterial 
e da EIMC (espessura das camadas íntima e 
média)
 
 
4: I.T.B.: Método diagnóstico que oferece 
dados e informações de exame físico para a 
avaliação do risco cardiovascular e doença 
arterial obstrutiva periférica. 60% dos 
portadores de DAOP, mesmo no período 
assintomático, tem maior probabilidade de 
desenvolver doença coronariana, ou 
carotídea. 
Deve-se verificar a pressão arterial sistólica 
máxima dos MMII direito e esquerdo, a nível 
do tornozelo (posterior - retromaleolar 
medial). A verificação pressórica é mais fácil 
e efetiva utilizando um Doppler vascular 
 
 
Técnica: o ITB é a relação entre a pressão 
sistólica máxima dos tornozelos D e E e a 
pressão sistólica máxima nos braços D e E. 
tomar como referência o maior valor 
verificado (do braço direito, ou esquerdo). 
Verificar a pressão sistólica máxima dos 
MMII D e E, a nível do tornozelo (tibial 
posterior - retromaleolar medial). A 
verificação pressórica é mais fácil e efetiva 
utilizando um Doppler vascular portátil, 
entretanto na indisponibilidade deste, com o 
tradicional estetoscópio e 
esfigmomanômetro é possível executar tal 
medição. 
 
Deve estar entre 0,9 e 1,3 
 
6: 
 
 
7: Um dos exames mais importantes: 
pesquisa de microalbuminúria → mostra que 
o paciente já tem lesão do endotélio. 
albumina /creatinina > 3,5 mg/mmol 
Alterações = lesão renal 
Se der alteração continuar com a 
propedêutica: 
 
 
8: posicionamento dos transdutores proximal 
e distal em artérias carótidas e femorais 
direitas 
 
Tratamento da HAS 
Lembrar de seguir as etapas 
1. Diagnóstico 
 
2. Classificação 
 
3. Identificar fatores de risco 
"Os dados disponíveis no exame de rotina 
são suficientes para estratificar o risco 
cardiovascular total?" 
4. Identificar se há lesões de órgão-alvo 
5. Com as etapas 2 e 3, determinar o 
risco cardiovascular 
 
6. Tratamentos 
Quando e como deve ser iniciado o 
tratamento anti-hipertensivo? 
 
Medicamentoso 
● Diurético* 
● Beta-bloqueador 
● Alfa-bloqueador 
● Alfa-agonista central 
● Bloqueador de canal de cálcio 
(BCC)* 
● Bloqueadordos receptores de 
angiotensina (BRA) * 
● Inibidor da ECA* 
● Antagonista da angiotensina II 
● Vasodilatador direto 
* primeira escolha, os demais são utilizados 
esporadicamente. Podem ser escolhido até os 
3 de uma vez. 
 
Nunca BRA + IECA (captopril + losartana) 
 
 
 
IECA 
 
Mais utilizados: captopril (comprimidos de 
12,5, de 25 e de 50) e enalapril 
Recomendação da sociedade brasileira de 
cardiologia: mais vezes e em menores 
quantidades 
Perindropil e ramipril: melhora apoptose, 
medicamentos de última geração mas não é 
fornecido no posto de saúde 
Efeitos colaterais: ​tosse seca, alteração do 
paladar e, mais raramente, reações de 
hipersensibilidade com erupção cutânea e 
edema angioneurótico. Em indivíduos com 
IRC, podem eventualmente agravar a 
hiperpotasemia. Em pacientes com 
hipertensão renovascular bilateral ou 
unilateral associada a rim única, podem 
promover redução da filtração glomerular 
com aumento dos níveis séricos de ureia e 
creatinina. Seu uso em pacientes com função 
renal reduzida pode causar aumento de até 
30% da creatininemia, mas em longo prazo 
prepondera seu efeito nefroprotetor. 
Obs.: o uso é contraindicado na gravidez 
pelo risco de complicações fetais. Dessa 
forma, seu emprego deve ser cauteloso e 
frequentemente monitorado em adolescentes 
e mulheres em idade fértil. 
 
BRA 
 
O mais comum é a Losartana mas é um dos 
que tem a menor potência (2 sítios de 
ligação). O valsartana tem 4 sítios de 
ligação. A candesartana, a irbesartana e a 
telmisartana têm 6 sítios de ligação) ao 
contrário do Olmesartana (7 sítios de 
ligação) 
É preconizado 1x por dia mas a maioria das 
pessoas tomam 2x ao dia → ação 24h 
Principais reações adversas: os bloqueadores 
do receptor AT1 apresentam bom perfil de 
tolerabilidade. Foram relatadas tontura e, 
raramente, reação de hipersensibilidade 
cutânea ("rash"). As preocupações para seu 
uso são semelhantes às descritas para os 
IECAS. 
 
DIURÉTICO TIAZÍDICO 
 
Mais comum: hidroclorotiazida 
A clortalidona e a indapamida SR também 
são muito utilizados 
Os outros medicamentos são utilizados 
quando há outra patologia associada: 
- Furosemida: quando a IC 
Reações adversas: hipopotassemia, 
hipomagnesemia que pode induzir arritmias 
ventriculares e hiperuricemia. O emprego de 
baixas doses diminui o risco de efeitos 
adversos, sem prejuízo da eficácia 
anti-hipertensiva especialmente quando em 
associação com outros anti-hipertensivos. Os 
diuréticos também podem provocar 
intolerância à glicose, aumentar o risco do 
aparecimento do diabetes melito, além de 
promover aumento de triglicérides, efeitos 
esse, em geral dependentes da dose. 
 
BCC 
 
Mais comum: anlodipino. É o padrão ouro e 
o com maior potência, semelhante ao 
olmesartana. 1x ao dia, de preferência a 
noite, diminui o ritmo circadiano da 
medicação. 
 
Reações adversas: cefaléia, tontura, rubor 
facial, ​edema de extremidades 
principalmente maleolar que não resolve 
diurético, induzir hipertrofia gengival (raro), 
os de curta duração provocam importantes 
estimulação simpática reflexa, sabidamente 
deletéria para o sistema cardiovascular. 
Verapamil e diltiazem podem provocar 
depressão miocárdica e bloqueio 
atrioventricular. Obstipação intestinal é 
observada, particularmente com verapamil. 
 
INIBIDORES ADRENÉRGICOS 
 
Mais comum: alfametildopa. Usado na 
gravidez. Efeitos: Hipotensão postural e no 
homem: impotência sexual 
Clonidina: usada em hipertensões resistentes 
 
Atenolol: não deve ser usado em paciente 
com IC. 
Melhores opções bisoprolol, carvedilol (tem 
no posto) e metoprolol 
Nebivolol: um dos melhores beta 
bloqueadores e mimetiza a função do óxido 
nítrico melhorando a potência sexual e os 
efeitos pleiotrópicos 
Propranolol: não é comum ser utilizado para 
HAS devido aos efeitos, mais utilizado para 
controle de tremor 
 
Doxazosina: tratamento de hipertrofia 
prostática benigna. Atenção com associação 
medicamentosa para não acontecer 
hipotensão postural. Atualmente não é 
medicamento de escolha para HAS. 
 
Efeitos adversos: broncoespasmo, 
bradicardia, distúrbios da condução 
atrioventricular, vasoconstrição periférica, 
insônia, pesadelos, depressão psíquica, 
astenia e disfunção sexual. 
Beta-bloqueadores de 1º e 2º gerações 
podem acarretar também intolerância à 
glicose, induzir o aparecimento de novos 
casos de diabetes, hipertrigliceridemia com 
elevação do LDL-colesterol e redução da 
fração HDL-colesterol. O impacto sobre o 
metabolismo da glicose é potencializado 
quando são utilizados em combinação com 
diuréticos. O efeito sobre o metabolismo 
lipídico parece estar relacionado à dose e à 
seletividade, sendo de pequena monta com o 
uso de baixas doses de betabloqueadores 
cardiosseletivos. 
Diferentemente, betabloqueadores de 
3ºgeração como o carvedilol e o nebivolol 
têm impacto neutro ou até podem melhorar o 
metabolismo da glicose e lipídico 
possivelmente em decorrência do efeito de 
vasodilatação com diminuição da resistência 
à insulina e melhora da captação de glicose 
pelos tecidos periféricos. Estudos com o 
nebivolol também têm apontado para uma 
menor interferência na função sexual, 
possivelmente em decorrência do efeito 
sobre a síntese de ON endotelial. 
A suspensão brusca dos betabloqueadores 
pode provocar hiperatividade simpática, com 
hipertensão rebote e/ou manifestações de 
isquemia miocárdica, sobretudo em 
hipertensos com PA prévia muito elevada. 
Devem ser utilizados com cautela em 
pacientes com doença vascular de 
extremidade. 
Os betabloqueadores de 1º e 2º são 
formalmente contraindicados a pacientes 
com asma brônquica, DPOC, bloqueio 
atrioventricular de 2º e 3º graus. 
 
VASODILATADORES DIRETOS 
 
Pacientes com hipertensão mais graves 
Mais comum hidralazina 
Principais reações adversas: pela 
vasodilatação arterial direta, promovem 
retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que 
contraindica seu uso como monoterapia 
 
INIBIDOR DIRETO DA RENINA 
 
Uso raro 
Principais reações adversas: rash cutâneo, 
diarreia (especialmente com doses elevadas, 
acima de 300 mg/dia), aumento de CPK e 
tosse são os eventos mais frequentes, porém 
em geral com incidência inferior a 1%. 
Contraindicado seu uso na gravidez.

Continue navegando