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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Profa. Muriel Batista de Oliveira 2021/1 Cursos EaD Capítulo 4: Flexão Pura (pág. 142 a 159) aula 7 (pág. 160 a 181) aula 8 Cap. 4: Flexão Pura Objetivos • Analisar vigas de diferentes seções transversais, simétricas e assimétricas sob a ação do momento fletor, considerando apenas flexão pura; • Determinar o raio de curvatura de uma viga; • Determinar a distribuição de tensões provocadas pelos momentos fletores em vigas de materiais homogêneos lineares elásticos; • Determinar a distribuição de tensões provocadas pelos momentos fletores em vigas de feitas de dois materiais diferentes; • Analisar estruturas sujeitas a flexão oblíqua. Cap. 4: Flexão Pura Objetivos • Vigas são barras longas e retas com seção transversal constante e que são classificadas de acordo com o modo que são apoiadas. Podem ser do tipo simplesmente apoiadas, engastadas livres ou apoiadas com uma ou ambas extremidades em balanço. • Considerando os carregamentos aplicáveis, as vigas desenvolvem uma força de cisalhamento interna (força cortante) e um momento fletor, que em geral variam de ponto para ponto ao longo do eixo da viga, que são determinados pelo método das seções. Estes valores máximos são primordiais para o dimensionamento de uma viga. Cap. 4: Flexão Pura Conceitos básicos • Uma barra está sob flexão pura, quando a mesma estiver sujeita a ação de dois conjugados iguais e de sentidos contrários, que atuam em um mesmo plano longitudinal. Cap. 4: Flexão Pura Conceitos básicos Fonte: HIBBELER (2010) • O sistema de esforços internos que atuam na seção transversal deve ser equivalente ao conjugado M. Cap. 4: Flexão Pura Conceitos básicos • Quando um momento fletor é aplicado na viga as linhas tendem a se distorcer. As linhas longitudinais ficam curvas e as linhas transversais verticais permanecem retas, porém sofrem rotação. Cap. 4: Flexão Pura Deformação em uma barra simétrica na flexão Fonte: HIBBELER (2010) • Para se ter flexão pura, submetemos a barra à ação do conjugados M e M’, que atuam no plano de simetria, com intensidades iguais e sentidos opostos. Cap. 4: Flexão Pura Deformação em uma barra simétrica na flexão • Como M é o mesmo em qualquer seção, a barra se flexiona de maneira uniforme, assim a linha AB tem uma curvatura constante, se transformando em um arco de circunferência de centro C. • Quando M > 0 a linha AB diminui de comprimento, enquanto a linha A’B’, se torna mais longa, verificando que a deformação específica 𝜀𝑥 e a tensão σx são negativas na parte superior da barra (compressão) e positivas na parte inferior (tração). • A superfície neutra é a superfície paralela à face superior e à face inferior da barra, onde σx e 𝜀𝑥 se tornam nulas. Cap. 4: Flexão Pura Deformação em uma barra simétrica na flexão • A deformação específica normal εx varia linearmente com a distância y da superfície neutra, e ρ é o raio de curvatura da superfície neutra. • A interseção da superfície neutra com uma seção transversal é conhecida como linha neutra da seção. • A maior deformação específica εx ocorre para o máximo valor de y, chamado de C. Daí tem-se: • Para calcular a tensão ou a deformação em qualquer ponto de uma barra é necessário localizar a linha neutra ou superfície neutra. Cap. 4: Flexão Pura Deformação em uma barra simétrica na flexão • Aplicando a Lei de Hooke, onde as tensões na barra permanecem abaixo dos limites de proporcionalidade e de elasticidade do material: Cap. 4: Flexão Pura Tensões e deformações no regime elástico Cap. 4: Flexão Pura Tensões e deformações no regime elástico Fonte: HIBBELER (2010) • Estabelecendo-se a soma das forças elementares, σxdA, igual a zero, prova-se que a linha neutra passa pelo centroide da seção transversal de uma barra em flexão pura. • Fazendo-se o somatório dos membros das forças elementares igual ao momento fletor, obtém-se a fórmula da flexão elástica para a máxima tensão normal: Cap. 4: Flexão Pura Tensões e deformações no regime elástico Onde: • 𝜎𝑚á𝑥 = tensão normal máxima no elemento, que ocorre em um ponto na área da seção transversal mais afastada da linha neutro; • M = momento interno resultante, determinado pelo método das seções e pelas equações de equilíbrio e calculado em torno da linha neutra da seção transversal; • I = momento de inércia da seção transversal em relação a linha neutra; • c = distância perpendicular da linha neutra ao ponto mais afastado da linha neutra (geralmente a superfície). Cap. 4: Flexão Pura Tensões e deformações no regime elástico Fórmula usada para determinar a tensão normal em um elemento reto, com seção transversal simétrica em relação a um eixo e momento aplicado perpendicularmente a esse eixo • A relação I/C só depende da geometria da seção transversal. Essa relação é chamada módulo resistente ou momento resistente 𝑊: • Essa relação mostra que a σmáx é inversamente proporcional a W, de modo que a viga deve ser projetada com o maior valor de W possível, nas condições de cada problema. Cap. 4: Flexão Pura Tensões e deformações no regime elástico • Tendo duas vigas com a mesma área de seção transversal, a viga com maior altura terá um W maior, sendo então mais apropriada para resistir a tensões de flexão, pois tem um maior momento de inércia quando comparada com a outra. Cap. 4: Flexão Pura Tensões e deformações no regime elástico • No caso de aço estrutural, as vigas I e os perfis de abas largas são preferidos para trabalhar a flexão, pois uma grande parte da seção transversal está localizada o mais longe possível da linha neutra. Cap. 4: Flexão Pura Tensões e deformações no regime elástico • Podemos medir a deformação da barra submetida a flexão por meio do raio de curvatura da linha neutra. A curvatura de uma barra é o inverso do raio de curvatura ρ, assim, em regime elástico, expressamos a curvatura do membro como: Cap. 4: Flexão Pura Tensões e deformações no regime elástico • Uma viga composta é aquela feita por mais de um material, considerando que deve suportar ao carregamento com eficiência. Se a barra submetida à flexão pura é feita de dois ou mais materiais, com diferentes módulos de elasticidades, não podemos assumir que a linha neutra passa pelo centroide da seção transversal. Cap. 4: Flexão Pura Flexão de barras compostas • As expressões para cálculo das tensões de cada material serão diferentes, pois seus módulos de elasticidade E1 e E2 são diferentes: • Desta forma precisamos transformar a seção transversal em um único material, para aplicar a fórmula da flexão. Para isso, usamos uma relação entre os módulos de elasticidade dos materiais, obtendo uma seção transformada correspondente a uma barra equivalente feita inteiramente de um único material (homogênea), de modo que essa viga tenha a mesma resistência que a viga composta. Cap. 4: Flexão Pura Flexão de barras compostas . y . y • A razão entre os módulos de elasticidade é o fator de transformação: • Depois que determinarmos a tensão 1 na seção transformada, devemos multiplicar a tensão 2 pelo fator de transformação para que seja obtida a tensão na viga verdadeira. Desse modo a tensão 2 em um ponto da seção original deve ser n vezes maior que a tensão do mesmo ponto da seção transformada. Cap. 4: Flexão Pura Flexão de barras compostas • Quando os carregamentos da barra (conjugados) não agem nos planos que coincidem com algum plano de simetria da barra, ou no caso de conjugados aplicados a vigas que não possuem nenhum plano de simetria, ocorre a flexão oblíqua. • Podemos considerar que os conjugados aplicados às vigas atuam em planos verticais, sendo representados por vetores-momento horizontais M. • Como o plano vertical não é um plano de simetria, a barra não irá flexionar nesse plano, e a linha neutra da seção não irá coincidir com o eixo do conjugado. Cap. 4: Flexão Pura Flexão oblíqua ou assimétrica • Quando isso ocorre, em primeiro lugar devemos calcular devemos decompor o momentoem suas componentes. Assim, a fórmula de flexão pode ser usada para determinar a tensão normal provocada por cada componente de momento. Por fim, usando o princípio da superposição, a tensão resultante no ponto pode ser determinada. Cap. 4: Flexão Pura Flexão oblíqua ou assimétrica Fonte: BEER (2006) Cap. 4: Flexão Pura Flexão oblíqua Cap. 4: Flexão Pura Flexão oblíqua • Aplicando a fórmula da flexão a cada componente, a tensão normal resultante em qualquer ponto na seção transversal pode ser escrita como: Onde: = tensão normal no ponto 𝑦,𝑧 = coordenadas do ponto medidas em relação aos eixos x, y e z com origem no centroide da área da seção transversal e formando um sistema de coordenadas orientado para direita. Os eixos y e z representam, respectivamente, os eixos principais dos momentos de inércia mínimos e máximos para área; 𝑀𝑧, 𝑀𝑦= componentes do momento interno resultante, direcionados ao longo dos eixos principais y e z. 𝑀𝑧=𝑀𝑐𝑜𝑠𝜃 e 𝑀𝑦=𝑀𝑠𝑒𝑛𝜃, onde 𝜃 é positivo se medido do eixo +z na direção do eixo +y; 𝐼𝑧, 𝐼𝑦 = momentos principais de inércia calculados em torno dos eixos y e z, respectivamente. Cap. 4: Flexão Pura Flexão oblíqua • A tensão resultante será de tração quando positiva e de compressão se ela for negativa. • O ângulo da linha neutra pode ser determinado pela equação 4.22 com x =0, já que na linha neutra todas as tensões são nulas. Atividades 1 – Assistir aos vídeos da videoteca: https://afya.instructure.com/courses/14799/pages/resmat-1 Vídeo 13 (exemplo 3 da pág. 163) Vídeo 14 (exemplo 5 da pág. 165/166) Vídeo 15 (exemplo 8 da pág. 169-171) Vídeo 16 (exemplo 6 da pág. 166/167) Vídeo 17 (exemplo 9 da pág. 171-173) Vídeo 18 (exemplo 10 da pág. 173-175) Cap. 4: Flexão Pura https://afya.instructure.com/courses/14799/pages/resmat-1 2 – Resolver as questões propostas a seguir (avaliadas, para serem postadas posteriormente na MA1-parte 3): Questão 1 (exercício 5 proposto pág. 159) O elemento abaixo possui seção retangular com duas nervuras na parte inferior, e deve resistir a ação de um momento de 40 N.m. Determine a tensão máxima nesse elemento estrutural. Cap. 4: Flexão Pura Questão 2 (exercício 2 proposto pág. 179 – resolva pelos 2 métodos) Uma viga composta é construída em madeira e reforçada com tiras de aço em sua parte inferior e superior. Para as dimensões transversais mostradas na figura, determinar o valor da tensão normal de flexão máxima desenvolvida na madeira e no aço quando um momento fletor igual a 5 KN.m em torno de um eixo horizontal atuar nesta viga. Considerar Eaço = 200 GPa e Emadeira = 11 GPa. Cap. 4: Flexão Pura Questão 3 (exercício 4 proposto pág. 180) O momento fletor M é aplicado a uma viga com a seção transversal mostrada e atua em um plano que forma um ângulo β com a vertical. Determinar o valor das tensões normais nos pontos A e B, e o ângulo de inclinação da linha neutra com a horizontal. Cap. 4: Flexão Pura OBRIGADA!