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Priscilla Prado – turma 22 B 1 Nefrolitíase Formação de cálculo por hipersaturação de cristais, sendo os principais : cálcio (75%), ácido úrico (10%), oxalato, hidrogênio, fósforo. 60% dos cálculos são compostos de oxalato de cálcio. COMPOSIÇÕES • Oxalato de cálcio : cálculos ovalados. • Brushita : formado em pH alcalino, derivado da associação de hidroxiapatita e carbonato-opatita. • Estruvita : formado em pH alcalino, derivado da associação de magnésio e amônio. É um cálculo de aspecto coraliforme, muito grande (> 1cm), que obstrui e molda a pelve. Decorre de infecção urinária causada pela bactéria Proteus, devido o aumento da produção de urease. • Ácido úrico : formado em pH ácido e volume urinário baixo, composto por purinas. É radiotransparente. • Cistina : formado em pH alcalino, derivado de doenças genéticas que levam ao defeito no transporte renal e intestinal de aminoácidos dibásicos. FATORES DE RISCO Homem, 30-40 anos, alterações prévias de TGU que favorecem estase urinária, desidratação, alto consumo de proteína animal/sal, sedentarismo, histórico familiar, hipercalciúria, hiperoxalúria, hipocitratúria, hipomagnesiúria, infecção urinária, alteração do pH urinário, redução do volume urinário, imobilização prolongada, drogas litogênicas (Indinavir, diuréticos de alça, quimioterápicos). CITRATO: impede supersaturação e formação dos cristais urinários. FISIOPATOLOGIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Obstrução ureteral ⇢ aumento da pressão intrapélvica ⇢ liberação de prostaglandinas ⇢ distensão da cápsula renal = dor, risco de infecção, pielonefrite, redução da função renal. DOR : início súbito, de característica em cólica e lancinante, localizada no ângulo costo vertebral, podendo irradiar para fossa ilíaca e região inguinal. Associa-se com náuseas, sudorese, urina escura. Apresenta melhora sob uso de anti-inflamatório e anti espasmódico (não há posição de melhora). No momento que o cálculo atinge a junção ureterovesical, ocorre polaciúria e disúria, com desaparecimento da dor no momento que o cálculo adentra a bexiga. Se cálculo não obstrui o ureter, pode ser assintomático. Priscilla Prado – turma 22 B 2 INVESTIGAÇÃO o Ca2+ urinário e Ca2+ sérico - Hipercalciúria + normocalcemia = fator genético! Hipercalciúria idiopática, doenças granulomatosas (sarcoidose). - Hipercalciúria + hipercalcemia = hiperparatireoidismo primário (dosar PTH e vitamina D), neoplasia infiltrando osso (mieloma, CA próstata), hipertireoidismo, doenças granulomatosas (sarcoidose). o Citrato urinário : se hipocitratúria = causa idiopática, secundária à acidose metabólica ou à hipocalcemia (oxalato se liga ao cálcio). o Oxalato urinário : se hiperoxalúria = dieta pobre em Ca2+, excesso de vitamina D, bariátrica / doença de Chron (secreção intestinal reduzida de oxalato) hiperoxalúria primária. o Ácido úrico urinário : se hiperuricosúria = pH urinário baixo! Dieta rica em proteína, doenças mieloproliferativas. o Volume urinário : se oligúria = diarreia crônica. CÁLCULOS DE CÁLCIO SÃO RADIOPACOS E CÁLCULOS DE ÁCIDO ÚRICO SÃO RADIOTRANSPARENTES. DIAGNÓSTICO 1. CLÍNICO Anamnese – alimentação, histórico familiar, local de trabalho (ar condicionado/sol -> desidratação), infecções urinárias prévias, alterações do TGU ou da urina (sangue? redução de volume/cor?), neoplasias, doenças ósseas, paratireoide, dissecção intestinal, imobilização prolongada, uso de drogas litogênicas. 2. LABORATORIAL o Urina tipo I : hematúria, leucocitúria (inflamação ureteral), proteinúria discreta (descamação ureteral), pH (auxilia na determinação da etiologia); o Urocultura o Hemograma com dosagem de: cálcio, fósforo, magnésio, ácido úrico, fosfatase alcalina, sódio, creatinina, vitamina D, PTH. o Urina de 24h com dosagem de: cálcio, citrato, oxalato, ácido úrico, sódio, magnésio; o Avaliação bioquímica do cálculo (quando eliminado). 3. IMAGEM o USG: vê cálculos no parênquima renal; o TOMO: vê cálculos no ureter, e cálculos pequenos. Priscilla Prado – turma 22 B 3 CONDUTA • IMEDIATA: analgésico (AINE), anti-espasmódico (bloqueador alfa-1-adrenérgico), antiemético, hidratação. • INTERVENCIONISTA: cálculos < 10mm possuem chances de serem eliminados espontaneamente. Cálculos de ácido úrico ou estruvita podem ser dissolvidos com litotripsia com ondas de choque extracorpórea. Já para cálculos > 2cm, coraliformes, optamos por nefrolitotomia percutânea. • PROFILÁTICA: aumentar ingesta hídrica (30mL/kg/dia), exercício físico, dieta balanceada e com pouco sódio (no máximo 2g/dia) e pouca proteína + terapia com citrato + tiazídicos para reduzir hipercalciúria [monitorar K+ sérico ou associar reposição/poupador de espironolactona]. Se cálculo de ácido úrico, alcalinizar urina e usar allopurinol para reduzir produção do mesmo. Se cálculo de oxalato de cálcio, tratar com inibidores de cristalização. NÃO RESTRINGIR INGESTA DE CÁLCIO POIS REDUZ O CITRATO E FAVORECE A NEFROLITÍASE. o Pacientes assintomáticos com achado em exame : fazer tratamento profilático, e se > 2cm fazer litotripsia por ondas.