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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezado (a) estudante, Esta disciplina tem o propósito de apresentar os principais métodos utilizados pela ciência contábil para produzir informações, bem como identificar a estrutura das demonstrações financeiras, particularmente o balanço patrimonial e a demonstração de resultado do exercício. Assim, vamos estudar os seguintes conteúdos: Unidade I – Aspectos iniciais da contabilidade: Evolução da contabilidade. Definição, pilares da contabilidade e campo de aplicação. Objeto, funções e finalidade da contabilidade. Usuário da contabilidade. Técnicas contábeis: escrituração, demonstrações contábeis, auditoria e análise das demonstrações financeiras. Unidade II – Patrimônio e representação gráfica do patrimônio: Patrimônio: bens, direitos, obrigações. Representação gráfica do patrimônio: composição patrimonial, equação patrimonial e situação líquida do patrimônio. Função econômica da contabilidade. Unidade III – Contas contábeis- Conceito, teoria, função, estrutura, débito, crédito e saldos. Classificação das contas: contas patrimoniais e de resultado. Plano de contas. Unidade IV – Métodos de escrituração e variação patrimonial: Livro diário, livro razão e razonetes. Lançamentos contábeis. Apuração do resultado do exercício. Balancete de verificação. Unidade V – Introdução às demonstrações contábeis: Introdução às demonstrações financeiras. Introdução ao balanço patrimonial e as demonstração do resultado do exercício. . Não se esqueça de observar a bibliografia recomendada no plano de ensino da disciplina. Procure estar sempre atualizado acerca da disciplina, pois a contabilidade ainda está em processo de convergência internacional e em constante transformação. Outra dica não menos importante é a leitura da legislação indicada. Isso é fundamental! Enfatizamos que esse roteiro se trata de um RESUMO das referências básicas indicadas no projeto pedagógico do curso, bem como de legislações específicas da contabilidade e de bibliografias complementares. Ressaltamos, ainda, que o intuito não é esgotar o assunto, mas trazer um conhecimento introdutório da disciplina. A disciplina está organizada em cinco unidades temáticas e contém duas atividades de percurso, além de avaliação regular, recuperação e exame final. Ela foi construída de forma que você estude e realize as atividades no seu tempo, respeitando, é claro, sua autonomia de estudos para a conclusão das atividades e o aprendizado, de acordo com o calendário acadêmico. Desejo a você um ótimo estudo! Professora Rwrsilany Silva UNIDADE I: ASPECTOS INICIAIS DA CONTABILIDADE Prezado (a) estudante, Nesta unidade temática, estudaremos os aspectos iniciais da contabilidade: evolução histórica da contabilidade, definição, pilares da contabilidade, normas e campo de aplicação, objetivo, finalidade, objeto de estudo da contabilidade; usuários das informações contábeis e as técnicas contábeis. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: Conhecer a história e os fundamentos da ciência contábil; Identificar os principais métodos utilizados pela contabilidade para gerar informações. Estamos frequentemente tomando decisões, como a que hora iremos nos levantar, em que escola matricularemos os nossos filhos, qual será o próximo destino da viagem de férias, que modelo de carro comprar, por qual rota de trânsito chegarei ao trabalho neste dia, em que supermercado farei as compras do mês, dentre tantas outras. Algumas vezes, trata-se de decisões importantíssimas, como o casamento, a carreira que escolhemos, a aquisição de casa própria ou a aplicação em poupança, fundos de renda fixa ou variável. Evidentemente que estas decisões mais importantes requerem maior cuidado e uma análise mais profunda sobre as informações disponíveis, sobre os critérios racionais, os impactos ocasionados pelas variáveis do mundo externo e até mesmo o aspecto emocional íntimo, pois uma decisão importante, mal tomada, pode prejudicar toda uma vida. Planejarmos antecipadamente nossas decisões nos ajuda a diminuir os riscos de cometermos erros, talvez irreparáveis. Assim como na vida pessoal, se pensarmos em relação às decisões tomadas no ambiente organizacional e nos relacionamentos internos e externos, a situação não é diferente. Frequentemente, os responsáveis pela administração devem tomar decisões, de menor ou maior impacto, todas elas importantes e vitais para o sucesso do negócio. Por isso, são necessários dados, informações corretas e subsídios que contribuam para uma boa tomada de decisão. Decisões como comprar ou alugar uma máquina; definir preço de venda do produto; no que investir e de que forma; fazer empréstimos e financiamentos, de longo ou curto prazo; quais itens do estoque comprar ou produzir mais, e quais eliminar; reduzir custos de produzir, ou terceirizar a produção, entre outras tantas, impactam a vida da empresa em sua missão de se perpetuar (IUDÍCIBUS; MARION, 2018). A contabilidade é o principal instrumento que subsidia os administradores e gestores a tomar decisões. Na verdade, por meio da contabilidade, registram-se os fatos econômicos ocorridos (passado) – por exemplo, a compra de mercadorias, matéria- prima, máquinas e equipamentos; o pagamento de fornecedores, empregados e impostos; a venda de mercadorias, produtos e serviços –, mensurando-os monetariamente, com a finalidade de transformá-los em informações demonstradas em relatórios financeiros utilizados para projetar situações e cenários futuros com dados preditivos, que norteiam os gestores para melhor decisão (IUDÍCIBUS; MARION, 2018). A contabilidade é uma ciência que se baseia em princípios aplicados a todos os tipos de negócios, de forma padronizada, de modo que as informações de ganhos financeiros, prejuízos e grau de endividamento sejam facilmente lidas e interpretadas em todo o mundo (IUDÍCIBUS; MARION, 2018). Neste contexto, agora que já sabe a importância da contabilidade na tomada de decisões, gostaria que você se questionasse: o que é contabilidade? Qual é a aplicação da contabilidade? Quem são seus usuários? Quais os pilares da contabilidade? Com base nestas questões, convido-o a navegar pelo conhecimento dos aspectos iniciais da contabilidade. Vamos iniciar nossa jornada do conhecimento seguindo os tópicos abaixo. 1.1 Resumo sobre a evolução histórica da contabilidade O surgimento da contabilidade certamente é antigo, tanto quanto a origem da civilização, por exemplo, e está relacionado à necessidade de controlar o patrimônio. Relatos históricos demonstram que a contabilidade empírica já existia entre povos antigos, com o objetivo de registrar as posses e riquezas oriundas da criação de animais e do cultivo agrícola. Com o natural crescimento do patrimônio, surgiu a necessidade de se manter um controle sobre as movimentações e a evolução das riquezas, ação permitida pela ciência contábil até os dias de hoje. Convido você, primeiramente, a assistir ao vídeo sobre a evolução histórica da contabilidade. Depois, daremos seguimento ao assunto. <https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg> Não é descabido afirmar que, de acordo com a noção intuitiva, a contabilidade talvez seja bastante antiga. Segundo alguns historiadores, os primeiros sinais objetivos da existência de contas remontam há aproximadamente 2.000 anos a. C. Mas ainda podemos pensar que antes disso, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos ou ao enumerar suas ânforas de bebidas, o homem primitivo já estava praticando uma forma rudimentar de contabilidade. Portanto, é possível localizar os primeiros exemplos completos de contabilização, seguramente, no terceiro milênio antes de Cristo, nas civilizações da Suméria e da Babilônia – naMesopotâmia (hoje Iraque) –, no Egito e na China. Mas é provável, como mencionado previamente, que algumas formas mais rudimentares de contagem de bens tenham sido realizadas bem antes disso, talvez por volta do quarto milênio antes de Cristo. É claro que a contabilidade teve evolução relativamente lenta até o momento histórico do aparecimento da moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes anotavam as obrigações, os direitos e os bens perante terceiros; porém, obviamente, tratava-se de um mero elenco de inventário físico, sem avaliação monetária (IUDÍCIBUS, 2015). https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg A origem da contabilidade está ligada à necessidade de registros do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram habitadas pelos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva deles, sendo exercida nas principais cidades da antiguidade. A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas já se fazia a cobrança de impostos na Babilônia por meio da escrita, embora ela ainda fosse rudimentar. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a. C. À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores patrimoniais, preocupava-o saber quanto esses valores poderiam render e qual a forma mais simples de continuar o rendimento de suas posses. Essas informações não eram fáceis de memorizar quando já em maior volume, requerendo registros. Foi o pensamento do “futuro” que levou o homem aos primeiros registros, a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção, dentre outros. Com o surgimento das primeiras administrações particulares, houve a necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar contas da coisa administrada. É importante lembrar que, naquele tempo, não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas eram feitas à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como provas de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios. À medida que as operações econômicas se tornaram complexas, seu controle se refinou. As escritas governamentais da República Romana (200 a. C.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela Igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo contabilitá. Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma: Contabilidade do mundo antigo - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai até o ano 1202 da era cristã, quando apareceu o Liber Abaci, de autoria de Leonardo Fibonaci, o Pisano. Contabilidade do mundo medieval - período que vai de 1202 da era cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. Contabilidade do mundo moderno - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche, de autoria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria; é uma obra marcante na história da contabilidade. Contabilidade do mundo científico - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. Frei Luca Pacioli Pacioli foi matemático, teólogo e contabilista, dentre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-se a Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá, impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre contabilidade e escrituração. Pacioli, apesar de ser considerado o “pai da contabilidade”, não foi o criador das partidas dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o século XIV. O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao “bom” comerciante. A seguir, conceituava “inventário” e como fazê-lo; discorria sobre livros mercantis – memorial, diário e razão –, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações – aquisições, permutas, sociedades, dentre outros –; sobre contas em geral, como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época eram “pro” e “dano”; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos. Sobre o método das partidas dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada: “Per”, mediante o qual se reconhece o devedor; “A”, pelo qual se reconhece o credor. Acrescentou que, primeiro, deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje. Portanto, a obra de Pacioli não só sistematizou a contabilidade, como também abriu precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. Na figura 1, são mostrados os principais fatos históricos da contabilidade. Figura 1. Fatos históricos da contabilidade Elaborado pela autora Esse resumo está disponível no Portal de Contabilidade: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm Faça também a leitura das páginas 16 a 33 do livro de Iudícibus (2015), disponível na biblioteca virtual no SUAP. http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm 1.2 Definição, pilares da contabilidade, normas e campo de aplicação. A contabilidade, de acordo com Marion (2018), é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. 1.2.1 Definição de contabilidade A contabilidade é uma ciência social que estuda o patrimônio de uma entidade econômico-administrativa, pessoa física ou jurídica, com o objetivo de obter registros classificados e sintetizados dos fenômenos que afetam a sua situação patrimonial e financeira (MONTOTO, 2018). Todavia, devemos saber o seguinte conceito, considerado como o oficial, extraído do 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade em 1924: “Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de uma administração econômica”. Veja a explicação do conceito na figura 2. Figura 2. Conceito de contabilidade Fonte: adaptado de Possati (2020). A ciência contábil possibilita a análise, o controle e o registro do patrimônio das aziendas, com o intuito de apurar o resultado e gerar informações favoráveis à tomada de decisões. As informações geradas pela aplicação das técnicas contábeis visam demonstrar a situação econômico-financeira das entidades. Atenção! A contabilidade é uma ciência social. Vale trazer aqui os conceitos de atos e fatos contábeis. Atos contábeis ou administrativos são aqueles que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no patrimônio e, por isso, não precisam ser contabilizados (ex. assinatura de contrato). Por conseguinte, os fatos contábeis são aqueles que provocam modificações no patrimônio, e podem ou não alterar o patrimônio líquido (situação líquida patrimonial), interferindo no aspecto qualitativo e/ou quantitativo (ex. como compra, venda ou pagamento) (MONTOTO, 2018). 1.2.2 Pilares da contabilidade Pilares da contabilidade são os pressupostos básicos da contabilidade que podemos chamar, genericamente,de princípios contábeis. Nesse sentido, a contabilidade repousa basicamente em dois pilares da teoria contábil: a entidade contábil e a continuidade da empresa. Em primeiro lugar, há necessidade da existência da entidade contábil, ou seja, uma pessoa para quem é mantida a contabilidade. Não havendo entidade contábil, não há, evidentemente, a contabilidade aplicada. Desse primeiro conceito, deduz-se que a contabilidade é mantida para a entidade como pessoa distinta dos sócios. A contabilidade é realizada para a entidade, devendo o contador fazer um esforço para não misturar as movimentações da entidade com as dos proprietários. Pessoas físicas e jurídicas não devem ser confundidas, e sócios não devem ser confundidos com empresas. O segundo pilar é baseado no pressuposto de que a empresa é algo em andamento, em continuidade, que funcionará por prazo indeterminado. Uma empresa em processo de extinção (descontinuidade) ou liquidação será contabilizada por outras regras que não são estudadas neste livro. Assista ao vídeo caso queira aprender os demais princípios contábeis: https://www.youtube.com/watch?v=C0yWhslqid4&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC 5&index=6 1.2.3 Normas da contabilidade Você deve saber que a contabilidade também possui uma base legal para estudo. Esse alicerce, hoje, se encontra na Lei 6.404/1976 (também chamada de Lei das Sociedades por Ações). É extremamente importante que você saiba os artigos 175 a 204 desta legislação. Aqui no Brasil, devido às convergências internacionais da contabilidade, as Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 trouxeram avanços gigantes para esse processo, alterando a Lei 6.404/1976 e permitindo a adoção de diversas normas internacionais pelas empresas brasileiras. Lei 6.404/1976 - Lei das Sociedades por Ações, artigos 175 a 204; Lei 11.638/2007 e 11.941/2009 - as principais alterações promovidas por essas leis na Lei 6.404/1976; Pronunciamentos contábeis - hoje, temos vigentes os pronunciamentos contábeis 00 até o CPC 49; Lei 12.873/2014 - trata dos efeitos tributários da convergência às normas internacionais. Alguns aspectos pontuais serão tratados no curso. Código Civil - também apresenta aspectos importantes sobre adoção obrigatória de sistemas de contabilidade pelas empresas brasileiras. O professor Luciano Rosa esquematizou a Lei 6.404/1976 e a disponibilizou em sua plataforma. Acesse o link para baixá-la e fazer uma leitura detalhada da lei. https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada- para-concursos/ https://www.youtube.com/watch?v=C0yWhslqid4&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=6 https://www.youtube.com/watch?v=C0yWhslqid4&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=6 https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada-para-concursos/ https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada-para-concursos/ 1.2.4 Campo de aplicação da contabilidade O campo de aplicação da contabilidade, segundo a doutrina, são as aziendas. Azienda é o conjunto de bens, direitos e obrigações que constituem o patrimônio e que estejam sob a supervisão do homem. Todas as entidades, mesmo que não visem ao lucro, são consideradas aziendas, afinal, utilizam a ciência contábil para controlar a evolução de seu patrimônio (BACINELLO, 2014). São exemplos de aziendas: empresas, governo, pessoas físicas, entidades de assistência social, enfim, qualquer entidade que tenha a necessidade de controlar um patrimônio, mesmo que não seja obrigada legalmente à escrituração, como no caso de pessoas físicas. Assim, a azienda surge quando temos um patrimônio gerido de maneira organizada. Veja a figura 3. Figura 3. Campos de aplicação da contabilidade Fonte: baseado em Possati (2020). Azienda é uma entidade com ou sem fim lucrativo, com objetivo social ou econômico, de ordem econômico-administrativa, isto é, que possui patrimônio a controlar. Por outra lado, a estrutura conceitual (CPC 00 R2), nos traz outro termo, atualizado, para azienda, é o de entidade que reporta. A entidade que reporta é a entidade que é obrigada a, ou decide, elaborar demonstrações contábeis. A entidade que reporta pode ser uma única entidade ou parte da entidade ou pode compreender mais de uma entidade. Uma entidade que reporta não é necessariamente uma entidade legal. https:/ /www.youtube.com/watch?v=tgKwW00QcVY 1.3 Objeto, funções, finalidade e usuários da contabilidade; técnicas contábeis Toda ciência tem um objeto, sendo o da contabilidade, que é uma ciência social, o patrimônio da entidade. A contabilidade possui duas funções práticas básicas: administrativa e econômica. O objetivo final da contabilidade é o fornecimento de informações de natureza econômica, financeira e patrimonial para o controle das operações e para o planejamento. 1.3.1 Objeto da contabilidade O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência. Como vimos, na contabilidade, o objeto é o PATRIMÔNIO de uma entidade, definido como um conjunto de bens e direitos e de obrigações com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto de pessoas ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode ou não incluir o lucro. A contabilidade estuda o patrimônio nos seus aspectos quantitativos e qualitativos. Ela busca assimilar suas modificações, tendo uma visão ao longe de possíveis variações. A análise quantitativa expressa os itens patrimoniais em valores, o que exige da contabilidade uma definição de “valor”. Por aspecto qualitativo do patrimônio, entende-se a natureza dos elementos que o compõem, como: dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias (MONTOTO, 2018). O objeto da contabilidade é o PATRIMÔNIO e ela estuda seus aspectos QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS. https://www.youtube.com/watch?v=tgKwW00QcVY 1.3.2 Funções da contabilidade Segundo a doutrina, a contabilidade possui duas funções: a função administrativa e a função econômica. Vejamos objetivamente cada uma delas. A contabilidade tem por função administrativa o controle do patrimônio da entidade mediante registro dos fatos contábeis em livros apropriados. Os principais livros são o diário e o razão. A contabilidade tem por função econômica a apuração do resultado líquido (crédito), o qual pode ser positivo (lucro líquido) ou negativo (prejuízo líquido). Na figura 4, constam as funções da contabilidade. Figura 4. Funções da contabilidade Fonte: adaptado de Araújo (2020). No âmbito empresarial, a contabilidade, por meio de seus dois principais relatórios contábeis – o balanço patrimonial (BP) e o demonstrativo de resultado (DRE) –, resume o controle do patrimônio e a apuração do resultado. 1.3.3 Finalidade da contabilidade Basicamente, a contabilidade possui a finalidade de controlar o patrimônio administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar seus fins. Assim, a contabilidade, por meio do controle do patrimônio, fornece informações úteis para a tomada de decisão (POSSATI, 2020). O objetivo final da contabilidade é o de fornecer informações quantitativas e qualitativas aos seus usuários para tomada de decisões nos processos de controle e planejamento da entidade. Leia também o tópico de introdução do livro Contabilidade geral e avançada (MONTOTO, 2018): https://docero.com.br/doc/5c5xn 1.3.4 Usuário da informação contábil A doutrina costuma classificar os usuários da informação contábil em dois grandes grupos: internos e externos. Os usuários internos estão ligados aos objetivose às atividades da entidade. Como a própria classificação indica, são internos à entidade. Basicamente, são os administradores e acionistas/sócios controladores. Eles influenciam na gestão administrativa da entidade (funções de planejamento e aspectos gerenciais, como políticas de preços, gestão de pessoal, dentre outros). Os usuários externos, por sua vez, não compõem como regra a estrutura da entidade. Estão interessados em diversas informações, de acordo com o seu objetivo. Basicamente, englobam os acionistas/sócios não controladores (investidores), bancos, fornecedores, governo, entre outros. Marion (2018) conceitua os usuários, conforme suas necessidades, da seguinte forma: Investidores: é por meio dos relatórios contábeis que se identifica a situação econômico- financeira da empresa; dessa forma, o investidor tem em mãos os elementos necessários para decidir sobre as melhores alternativas de investimentos. Os relatórios evidenciam a capacidade da empresa de gerar lucros e outras informações; Fornecedores de bens e serviços a crédito: usam os relatórios para analisar a capacidade de pagamento da empresa compradora; Clientes: os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da https://docero.com.br/doc/5c5xn entidade, especialmente quando têm um relacionamento de longo prazo com ela, ou dela dependem, como fornecedora importante; Bancos: utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limites de crédito etc.; Governo: não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadar impostos, como também para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE, por exemplo); Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator preponderante para reajuste de salários; Outros interessados: funcionário (quer saber se a empresa tem condições de pagar seu salário ou não), órgãos de classes, pessoas e diversos institutos, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Conselho Regional de Contabilidade (CRC), concorrentes etc. Assista ao vídeo para melhor assimilação do conteúdo. https://www.youtube.com/watch?v=nJBGpFWjdUo&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvg BEFDPX3Wci9AlC5&index=4 1.3.5 Técnicas contábeis Técnicas contábeis são os procedimentos práticos utilizados para a coleta de dados (captação), para o registro de forma acumulada desses dados nos livros contábeis e para a elaboração dos relatórios (demonstrações financeiras), bem como suas análises e checagens. Nesse sentido, as técnicas são apresentadas na figura 5. Figura 5. Técnicas de contabilidade https://www.youtube.com/watch?v=nJBGpFWjdUo&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvg https://www.youtube.com/watch?v=nJBGpFWjdUo&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=4 Fonte: elaborado pela autora. 1.3.5.1 Escrituração A escrituração necessita de uma boa definição do que queremos controlar, isto é, que contas precisamos registrar para podermos elaborar relatórios úteis aos usuários das informações. Nos livros contábeis e fiscais, registramos todos os fatos contábeis que ocorreram em determinado período, de acordo com o que determina a Lei n. 6.404/1976, em seu art. 177: “Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, (...).” 1.3.5.2 Demonstrações contábeis As demonstrações são os relatórios resumidos de tudo o que ocorreu no universo contábil. São os resumos de todos os fatos contábeis. É o art. 176 da Lei n. 6.404/1976 que regulamenta as demonstrações exigidas pela legislação comercial (societária): Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I balanço patrimonial; II demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III demonstração do resultado do exercício; IV demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei n. 11.638, de 2007) se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei n. 11.638, de 2007) (...) § 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa (Redação dada pela Lei n. 11.638, de 2007). (BRASIL, 1976). Enfim, é uma técnica que possui, basicamente, o objetivo de evidenciar os fatos contábeis escriturados. 1.3.5.3 Análise das demonstrações contábeis A análise dos relatórios contábeis e a auditoria são ramos da contabilidade e consistem em verificações, comparações, cálculos e estatísticas a partir de demonstrações de, pelo menos, dois exercícios. A análise das demonstrações irá permitir verificar, por exemplo, se a empresa tem mais disponibilidade (dinheiro) que no ano anterior; se tem mais estoques; se o grau de investimento em imobilizados (por exemplo, edifícios, veículos, máquinas) é compatível com o negócio e com o setor em que a empresa atua; se o retorno sobre o investimento foi adequado (quando comparado às expectativas e ao mercado), entre outras análises. Enfim, são cálculos matemáticos e estatísticos que nos possibilitam analisar como evoluíram o patrimônio e o resultado e planejar o futuro da entidade. 1.3.5.4 Auditoria A auditoria consiste na análise detalhada, na qual um contador-auditor fará uma revisão de todo o trabalho realizado pela contabilidade da entidade, criticando, de forma analítica, os registros contábeis, para verificar se existe alguma impropriedade, inadequação de procedimento ou até mesmo erro ou fraude. Ao final do seu trabalho, o contador-auditor deverá emitir um parecer com as opiniões técnicas e fundamentadas sobre seu trabalho e o de sua equipe. Para compreender melhor, assista ao vídeo. https://www.youtube.com/watch?v=ZRA82KRKhOA&t=2s Referências BACINELLO, Edilson; BOM FIM, Jaqueline P. Contabilidade Geral. Cuiabá: UFMT, 2014. BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 15 mar. 2021. http://www.youtube.com/watch?v=ZRA82KRKhOA&t=2s http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. Estrutura conceitual. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acesso em: 15 mar. 2021. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Legislações. Disponível em: https://cfc.org.br/legislacao/. Acesso em: 18 mar. 2021. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522496242/. Acesso em: 14 mar. 2021. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores: para as áreas de administração, economia, direito e engenharia. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932. Acesso em: 14 mar. 2021. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. Acesso em: 14 mar. 2021. MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. PORTAL DE CONTABILIDADE. História da contabilidade. Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm. Acesso em: 14 mar. 2021. POSSATI, Gilmar. Contabilidade geral. São Paulo: Estratégia Concursos, 2020. VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. Disponívelem: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso em: 18 mar. 2021. http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932 http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm UNIDADE II: PATRIMÔNIO E SUA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA Prezado(a) estudante, Nesta unidade, estudaremos o patrimônio e os seus elementos: bens, direitos, obrigações. Além disso, identificaremos a representação gráfica do patrimônio, incluindo a: composição, equação e situação líquida do patrimônio. E, por fim, veremos a função econômica da contabilidade somada a alguns conceitos importantes. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: Conhecer os elementos do patrimônio; Entender o que é patrimônio e sua representação gráfica na contabilidade; Reconhecer como a composição do patrimônio afeta suas situações líquidas. Bons estudos! 2.1 O Patrimônio O termo patrimônio significa, a princípio, o conjunto de bens pertencente a uma pessoa ou a uma empresa. Compõe-se também de valores a receber (ou dinheiro a receber). Por isso, em contabilidade, esses valores a receber são denominados direitos a receber ou, simplesmente, direitos. Relacionando-se, todavia, apenas bens e direitos, não se pode identificar a verdadeira situação de uma pessoa ou empresa. É necessário evidenciar as obrigações (dívidas) referentes aos bens ou direitos. Por exemplo, se você disser que tem um apartamento como patrimônio e não fizer referência à dívida com o banco financiador (em caso de ter sido adquirido através desse sistema de crédito), sua informação será incompleta e pouco esclarecedora (MARION, 2018). Para compreender melhor, assista ao vídeo. https://www.youtube.com/watch?v=ltyDuc5zRxI&list=PLEe0nmKgw0CVAB hRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=7 2.1.1 Bens Entendem-se por bens as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas. Se eles têm forma física, são palpáveis, denominam-se bens tangíveis: veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios (móveis de escritório), ferramentas, entre outros (MARION, 2018). Montoto (2018) complementa indicando que bens são a parte da riqueza de uma entidade (empresa) que a ela pertence e que está em seu poder; logo, estão disponíveis para sua utilização imediata. Os bens incorpóreos, isto é, não palpáveis, não constituídos de matéria, denominam-se bens intangíveis. Normalmente, as marcas que constituem um bem significativo para as empresas (Nike, Coca-Cola) e as patentes de invenção (documento pelo qual o Estado garante a uma pessoa ou empresa o direito exclusivo de explorar uma invenção) são exemplos de bens intangíveis (MARION, 2018). Porém, há muitos outros exemplos. Os bens, além de tangíveis e intangíveis, podem ser divididos em: Bens imóveis: são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem destruição ou danos: edifícios, construções, árvores, dentre outros; Bens móveis: são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas: animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias, dentre outros. Suponha que a Cia. Caxumbita tenha os bens que constam no quadro 1. https://www.youtube.com/watch?v=ltyDuc5zRxI&list=PLEe0nmKgw0CVAB https://www.youtube.com/watch?v=ltyDuc5zRxI&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=7 Quadro 1. Cia Caxumbita BENS VALORES R$ Edifício 150 Móveis e utensílios 95 Veículos 105 Máquinas 350 Terrenos 1050 Marcas e patentes 140 Total Fonte: adaptado de Marion (2018). Esses bens podem ser classificados como consta no quadro 2 Quadro 2. Classificação dos bens Fonte:adaptado de Marion (2018). Vamos admitir que você tivesse de avaliar seu lar, sua casa. Seria fácil somar os eletrodomésticos, os utensílios, os móveis... Os bens tangíveis. Todavia, algo muito precioso, talvez o mais importante, você não pode avaliar monetariamente: o amor, a comunhão entre os membros de sua família. Estes são exemplos de bens intangíveis. 2.1.2 Direitos Em contabilidade, entende-se por direito ou direito a receber o poder de exigir alguma BENS TANGÍVEIS INTANGÍVEIS MÓVEIS IMÓVEIS Edifício 150 -------- -------- 150 Móveis e utensílios 95 -------- 95 -------- Veículos 105 -------- 105 -------- Máquinas 350 -------- 350 -------- Terrenos 1050 -------- -------- 1050 Marcas e Patentes -------- 140 140 -------- Total 1750 140 690 1200 1890 1890 coisa. São valores a receber, títulos a receber, contas a receber, entre outros (MARION, 2018). Segundo Montoto (2018), os direitos são a parte da riqueza da entidade (empresa) que a ela pertence, mas que está em poder de terceiros; logo, não está disponível para utilização imediata. Como exemplos de outros direitos, podem ser citados: aluguéis a receber, promissórias a receber, ações a receber. A relação de direitos da Cia. Caxumbita consta no quadro 3. Quadro 3. A relação de direitos da Cia. Caxumbita ITENS VALORES R$ Bancos conta movimento (depósito) 2000 Duplicatas a receber 350 Títulos a receber (notas promissórias) 105 Aluguéis a receber 500 Total 2.955 Fonte: adaptado de Marion (2018). 2.1.3 Obrigações São dívidas com outras pessoas. Em contabilidade, tais dívidas são denominadas obrigações exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos; pagamento na data do vencimento. Uma obrigação exigível bastante comum nas empresas é a compra de mercadorias a prazo (exatamente o contrário de duplicatas a receber): ao comprar a prazo, a empresa fica devendo para o fornecedor da mercadoria; por essa razão, tal dívida é conhecida como fornecedores, embora também possa ser denominada duplicatas a pagar (MARION, 2018). Outras obrigações exigíveis são: com os funcionários – salários a pagar –; com o governo – impostos a pagar –; com as financeiras – financiamentos –; com a Previdência Social e FGTS – encargos sociais a pagar –; com o locador do prédio – aluguéis a pagar –; diversas contas de luz, água, gás etc. – contas a pagar – etc. As obrigações exigíveis da Cia. Caxumbita constam no quadro 4. Quadro 4. As obrigações exigíveis da Cia. Caxumbita ITENS VALORES R$ Fornecedores (dívidas com fornecedores de 550 mercadorias) Empréstimos bancários (a pagar) 100 Salários a pagar 150 Encargos sociais a pagar (FGTS, INSS) 350 Impostos a pagar (ou a recolher) 50 Financiamentos (empréstimos a pagar a longo 300 prazo) Contas a pagar (diversos) 120 Total 1620 Fonte: adaptado de Marion (2018). Vejamos, no quadro 5, a relação de bens, direitos e obrigações. Quadro 5. Bens, direitos e obrigações BENS+DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS Bens Obrigações Dinheiro Empréstimos a pagar Mercadoria em estoques Salários a pagar Veículos imóveis Fornecedores (duplicatas a pagar) Máquinas Financiamentos Ferramentas Impostos a pagar Móveis e utensílios Encargos sociais a pagar Marcas e patentes Aluguéis a pagar Direitos Títulos a pagar Depósitos em bancos Promissórias a pagar Duplicatas a receber Contas a pagar Títulos a receber Aluguéis a receber Ações Fonte: adaptado de Marion (2018). Nessa representação (quadro 5), coloca-se do lado esquerdo bens e direitos e, do lado direito, obrigações exigíveis. Isso ocorre, porém, por mera convenção. Psicologicamente, parece interessante colocar primeiro aquilo que é positivo (bens + direitos) para em seguida apresentar aquilo que é negativo (obrigações exigíveis). Podemos encontrar países, todavia, em que se colocam primeiramente as obrigações e depois os bens e direitos. Veja o patrimônio da Cia Caxumbita no quadro 6. Quadro 6. Patrimônioda Cia Caxumbita BENS+DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS Bens 1890 Direitos 2955 Obrigações (passivo exigível) 1620 Fonte: adaptado de Marion (2018). Vamos entender um pouco mais sobre o patrimônio? https://www.youtube.com/watch?v=KBuwXxbSQxE&list=PLEe0nmKgw0CVABh RvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=8 2.2 Representação gráfica patrimonial 2.2.1 Elementos do patrimônio Os elementos que compõem o patrimônio são três: ativo, passivo e patrimônio líquido. Com base na junção destes três elementos, é possível realizar a mensuração do patrimônio de uma entidade econômico-administrativa. 2.2.1.1 Ativo Trata-se da parte positiva do patrimônio. É composto pelos bens e direitos, representados monetariamente. O ativo (recursos) representa o resultado de ações adotadas pela entidade e utilizadas para obtenção de resultados futuros. As contas componentes do ativo encontram-se relacionadas do lado esquerdo do balanço patrimonial (BACINELLO, 2014). Segundo o CPC 00 (R2), ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos passados. Destaca-se que o recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos. 2.2.1.2 Passivo Trata-se da parte negativa do patrimônio. É composto pelas obrigações (dívidas com https://www.youtube.com/watch?v=KBuwXxbSQxE&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=8 https://www.youtube.com/watch?v=KBuwXxbSQxE&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=8 terceiros). O passivo é oriundo de eventos ocorridos. Espera-se que as saídas de recursos destinadas ao pagamento de tais obrigações gerem benefícios à entidade (BACINELLO, 2014). Segundo o CPC 00 (R2), passivo é uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados. 2.2.1.3 Patrimônio líquido O patrimônio líquido (PL) é a diferença entre o Ativo e o Passivo da entidade. É representado pelo resultado da equação: bens + direitos – obrigações. Também recebe o nome de Situação Líquida Patrimonial. O PL é a representação dos resultados líquidos da entidade. Serve para medir as condições econômicas e financeiras das instituições. Encontra-se do lado passivo do Balanço Patrimonial visando manter o equilíbrio. Mesmo estando expresso no lado direito do Balanço Patrimonial, não é um Passivo Exigível, mas sim um Passivo Não Exigível, uma vez que representa obrigações da entidade com os sócios (BACINELLO, 2014). Nesse sentido, o Patrimônio Líquido da entidade pode ser proveniente de investimentos) dos sócios (em troca de ações, quotas ou participações de outra natureza) ou de lucros acumulados pela atividade da empresa e ainda não distribuídos. Portanto, o PL é a medida eficiente da verdadeira riqueza. Por fim, observe-se que há situações em que o patrimônio é grande, mas as obrigações superam os bens e direitos; nesse caso, o patrimônio líquido é negativo, isto é, não há riqueza, a situação da empresa é péssima (MARION, 2018). Como exemplo, admitamos que a Cia. Tirulipa possua o seguinte patrimônio: Bens R$ 650 Direitos R$ 250 Obrigações R$ 880 Sua riqueza líquida, todavia, é muito pequena: PL = B + D – O PL = 650 + 250 – 880 PL = R$ 20 Calculemos também o patrimônio líquido da Cia. Caxumbita: PL = B + D – O PL = 1890 + 2.955 – 1620 PL = R$ 3.225 Assista ao vídeo para aprofundamento do assunto. https://www.youtube.com/watch?v=5dYY5lW52V0&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7 TEcojkxxWQU_WuE&index=2 2.2.1.3.1 Diferença entre capital e patrimônio De forma bem objetiva, devemos saber o seguinte: Capital é o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar suas atividades. Exemplo: a Comercial “JJ Simpson AS” subscreve em dinheiro um capital no valor de R$ 5.000,00 e o valor de R$ 3.000,00 em móveis. Logo, o valor de R$ 8.000,00 constituirá o valor do capital inicial da empresa. Destaca-se que o capital inicial pode ser composto por dinheiro, bens móveis e imóveis, direitos a receber (duplicatas, por exemplo), etc. Por outro lado, patrimônio compreende o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma entidade. Conforme Marion (2018), também há diferença entre o capital próprio e o capital de terceiros. Capital próprio são os recursos originários dos sócios ou acionistas da entidade ou decorrentes de suas operações sociais (é um sinônimo utilizado para descrever o patrimônio https://www.youtube.com/watch?v=5dYY5lW52V0&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7 https://www.youtube.com/watch?v=5dYY5lW52V0&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=2 líquido – PL). Por conseguinte, o capital de terceiros são os recursos originários de terceiros utilizados para a aquisição de ativos sob controle da entidade (é um sinônimo utilizado para descrever o passivo exigível – PE). De maneira geral, o termo capital significa recursos. Capital próprio, portanto, denota recursos (financeiros ou materiais) dos proprietários (sócios ou acionistas) aplicados na empresa. Capital de terceiros, por seu lado, significa recursos de outras pessoas (físicas ou jurídicas) aplicados na empresa (MARION, 2018). A importância que os proprietários investem inicialmente na empresa, contabilmente, é denominada capital ou capital nominal. O valor inicial do capital nominal será modificado, normalmente aumentado com o passar do tempo. Em caso de os sócios (ou acionistas) se comprometerem a investir na empresa certa quantia, esse capital será denominado capital subscrito (assinado, comprometido). Este compromisso surge no papel, no contrato social assinado pelos sócios. Ao cumprirem o contrato firmado, fornecendo dinheiro ou outros bens à empresa, os proprietários integralizam capital (realização do capital). Capital a integralizar é, portanto, a parte do capital comprometido (subscrito) ainda não realizada (MARION, 2018). 2.2.1.3.2 Origem x aplicação Todos os recursos que entram numa empresa passam pelo passivo e patrimônio líquido. Os recursos (financeiros ou materiais) são originados dos proprietários (PL), fornecedores, governo, bancos, financeiras, entre outros, e representam origens de recursos. Através do passivo e do patrimônio líquido, portanto, identificam-se as origens de recursos. O ativo, por sua vez, evidencia todas as aplicações de recursos: aplicação no caixa, em estoque, em máquinas, em imóveis etc. Assista ao vídeo para entender os termos capital, origem e aplicação de recursos. https://www.youtube.com/watch?v=tvcLFD6HMSI https://www.youtube.com/watch?v=tvcLFD6HMSI 2.2.2 Equação patrimônial A equação patrimonial demonstra que o total do ativo é igual ao total do passivo. Como já sabemos, o patrimônio = bens + direitos (elementos positivos do patrimônio) + obrigações (elementos negativos do patrimônio). O patrimônio líquido é a diferença entre os elementos positivos do patrimônio e os elementos negativos do patrimônio. Veja representação da equação patrimonial na figura 6. Figura 6. Equação patrimonial Fonte: elaborado pela autora. PL = elementos positivos do patrimônio – elementos negativos do patrimônio PL = bens + direitos – obrigações Assim, chegamos à equação patrimonial: A = P + PL, em que: A = ativo (bens + direitos) P = passivo exigível (obrigações) PL = patrimônio líquido O balanço patrimonial pode ser assim representado: Quadro 7. Representação do balanço patrimonial ATIVO PASSIVO Bens Direitos Obrigações (passivo exigível) Patrimônio líquido (passivo não exigível) Total = bens + direitos Total = obrigações + PL Fonte: Marion (2018). Conclusões que podemos extrair da equação patrimonial: 1ª) Passivo total = passivo exigível + passivo não exigível 2ª) Capital total à disposição da empresa = capital de terceiros + capital próprio Como o total do ativo(capital aplicado) é igual ao total do passivo (capital total à disposição da empresa), temos: capital aplicado = capital total à disposição da empresa 3ª) Origem dos recursos = recursos de terceiros + recursos próprios Como o total do ativo (aplicações dos recursos) é igual ao total do passivo (origem dos recursos), temos: aplicações dos recursos = origem dos recursos (POSSATI, 2020). 2.2.3 Situações líquidas patrimoniais Os elementos componentes do patrimônio poderão assumir valores diferentes. O ativo poderá ser maior ou igual a zero; o passivo poderá ser maior ou igual a zero; e o patrimônio líquido poderá ser maior, menor ou igual a zero. Salienta-se que ativo e passivo não poderão ser negativos. Ao analisarmos os possíveis resultados da equação patrimonial, poderemos observar as seguintes situações patrimoniais: 1º caso: situação líquida positiva; situação líquida ativa; situação líquida superavitária (SL > 0). Ocorre quando o total da soma dos ativos (bens + direitos) excede as obrigações com terceiros. Neste caso, diz-se que a empresa possui riqueza própria. Apresenta-se um exemplo no quadro 8. A > P à A – P > 0 à SL > 0 Quadro 8: Situação líquida positiva Situação líquida positiva Ativo Passivo e patrimônio líquido Passivo Bens Direitos 2.000,00 6.000,00 Obrigações 2.100,00 Patrimônio líquido 5.900,00 Total 8.000,00 Total 8.000,00 Fonte: Bacinello (2014) Observe que a situação líquida é positiva quando o ativo é maior que o passivo exigível. 2º caso: situação líquida nula; situação líquida compensada (SL = 0). Ocorre quando o total da soma das obrigações com terceiros é igual à soma dos ativos (bens + direitos). Neste caso, diz-se que a riqueza própria da empresa é inexistente. Apresenta- se um exemplo no quadro 9. A = P à A – P = 0 à SL = 0 Quadro 9. Situação líquida nula Situação líquida nula Ativo Passivo e patrimônio líquido Passivo Bens Direitos 2.000,00 6.000,00 Obrigações 8.000,00 Patrimônio líquido 0,00 Total 8.000,00 Total 8.000,00 Fonte: Bacinello (2014) 3º caso: situação líquida negativa; situação líquida passiva; situação líquida deficitária; passivo a descoberto (SL < 0). Ocorre quando as obrigações com terceiros são nulas. Neste caso, a soma dos ativos (bens + direitos) é igual ao patrimônio líquido da empresa. Quando o valor do passivo é maior que o do ativo, ocorre a situação de passivo a descoberto. Veja o exemplo apresentado no quadro 10. A < P à A – P < 0 à SL < 0 Quadro 10. Situação líquida negativa Situação líquida negativa Ativo Passivo e patrimônio líquido Passivo Bens Direitos 2.000,00 6.000,00 Obrigações 10.000,00 Patrimônio líquido (2.000,00) Total 8.000,00 Total 8.000,00 Fonte: Bacinello (2014). 4º caso: situação líquida plena ou propriedade total de ativos. Ocorre quando as obrigações com terceiros são nulas. Neste caso, a soma dos ativos (bens + direitos) é igual ao patrimônio líquido da empresa. Observe exemplo no quadro 11. Quadro 11. Situação líquida plena Situação líquida plena Ativo Passivo e patrimônio líquido Passivo Bens Direitos 2.000,00 6.000,00 Obrigações 0,00 Patrimônio líquido 8.000,00 Total 8.000,00 Total 8.000,00 Bacinello (2014) Conclusão: a seguinte relação é aplicável a todas as entidades: A ≥ 0, P ≥ 0 e SL > 0 ou SL < 0 ou SL = 0 a) O valor registrado no patrimônio líquido de uma companhia nunca pode ser superior ao valor total de seus ativos. b) Tanto o ativo como o passivo podem ser maiores ou iguais a zero. No entanto, jamais poderão ser negativos. c) O patrimônio líquido pode ser positivo, negativo ou nulo. (POSSATI, 2020). Dica de ouro! No quadro 12, são apresentados os sinônimos para os componentes patrimoniais, bem como as principais características de cada elemento do balanço patrimonial. Quadro 12. Sinônimos dos elementos patrimoniais ATIVO (AT) PASSIVO (PA) Sinônimos para o ativo Capital aplicado Capital investido Patrimônio bruto Investimentos Características do ativo - Bens + direitos - Trata-se da parte positiva do patrimônio - Representa o resultado de ações adotadas pela entidade e utilizadas para obtenção de resultados futuros - Lado esquerdo do balanço patrimonial; - Aplicação de recursos (onde foi investido o dinheiro) Sinônimos para o passivo Passivo exigível Capital de terceiros Capital alheio Recursos de terceiros Características do passivo - Obrigações - Trata-se da parte negativa do patrimônio - Representa as dívidas com terceiros (obrigações) - Lado direito do balanço patrimonial - Origem ou fonte de recursos (onde conseguiu o dinheiro) PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) Sinônimos para o patrimônio líquido Passivo não exigível Situação líquida Riqueza própria (líquida) Recursos próprios Capital próprio Representa obrigações da entidade com os sócios PL= A-P PL=B+D-O TOTAL DO ATIVO Capital aplicado = capital total à disposição da empresa TOTAL DO PASSIVO Passivo total = passivo exigível + passivo não exigível Fonte: elaborado pela autora. 2.3 Função econômica da contabilidade: apurar o resultado (rédito) Segundo Viceconti e Neves (2017), o resultado é a diferença entre o valor das receitas e o valor das despesas. Pode ser: a) Positivo ou lucro – ocorre quando o valor das receitas é superior ao valor das despesas; b) Negativo ou prejuízo – ocorre quando o valor das receitas é inferior ao valor das despesas; c) Nulo – ocorre quando o valor das receitas é igual ao valor das despesas. 2.3.1 Receitas A receita é definida no pronunciamento conceitual básico (CPC 00) como aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos (vendas, perdão de dívida), exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio (subscrição de capital) que resultam em aumentos do patrimônio líquido da entidade. Veja esquema da receita no quadro 13. Quadro 13. Receita ESQUEMA RECEITAS + Ativo + Bens e/ou + Direitos + PL S/SL Fonte: adaptado de Viceconti e Neves (2017). . A receita corresponde, em geral, a vendas de mercadorias ou prestações de serviços. Ela é refletida no balanço através da entrada de dinheiro no caixa (receita à vista) ou entrada em forma de direitos a receber (receita a prazo) – duplicatas a receber. Outros exemplos: alugueis, rendimentos de uma aplicação financeira, juros ativos e entre outros. Uma RECEITA recebida antecipadamente não é considerada uma RECEITA, mas, sim, uma DÍVIDA, porque não foi ganha. Dizemos que é uma receita a apropriar (a ganhar). Ganhar significa fechar um negócio e concluir uma transação comercial, o que ocorre quando entregamos a mercadoria, produto ou serviço. 2.3.2 Despesas A despesa é definida no pronunciamento conceitual básico (CPC 00) como reduções nos ativos ou aumentos nos passivos (despesas administrativas, impostos a pagar), exceto aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre o patrimônio (dividendos) que resultam em reduções no patrimônio líquido Nesse sentido, podem diminuir o ativo e/ou aumentar o passivo, mas sempre provocam diminuições na situação líquida ou patrimônio líquido da entidade (VICECONTI; NEVES, 2017). Veja esquema da despesa no quadro 14. Quadro 14. Despesa ESQUEMA DESPESA (-) Ativo + Passivo (-) PL /SL Fonte: adaptado de Viceconti e Neves (2017). Por fim, a despesa é todo sacrifício, todo esforço da empresa para obter receita. Ou seja, todo consumo de bens ou serviços com o objetivo de obter receita é um sacrifício, um esforço para a empresa. Exemplos: contas de água, luz e internet; aluguel do prédio; materiais de escritório; gastos com estrutura e saláriode funcionários, entre outros. Agora, vamos conhecer alguns conceitos importantes para a contabilidade. Uma DESPESA paga antecipadamente não é uma DESPESA do período, é um DIREITO que deve ser registrado no ATIVO. 2.3.3 Conceitos importantes Abordaremos alguns conceitos importantes que facilitarão seu entendimento acerca dos conteúdos a seguir. Rédito O termo rédito é mais amplo que resultado; nas entidades sem fins lucrativos, representa o superávit ou o déficit de suas atividades sociais. É o resultado da atividade econômica das entidades com fins lucrativos e provoca variação patrimonial, aumentativa ou diminutiva. Regime de caixa Na apuração dos resultados (rédito) do exercício, o regime de caixa ocorre quando são considerados apenas os pagamentos e recebimentos efetuados no período contábil. Regime de competência O regime de competência acontece quando, na apuração dos resultados (rédito) do exercício, são consideradas as receitas e despesas nas datas a que se referirem, independentemente de seus recebimentos ou pagamentos. A legislação comercial, por meio da Lei 6.404/1976, art. 177, torna o regime de competência de aplicação obrigatória pelas sociedades anônimas, e a legislação do imposto de renda (Decreto-lei 1.598/1977, art. 7º) também obriga sua adoção pelas empresas que declararem renda pelo lucro real. Assista aos vídeos abaixo para aprofundar o seu conhecimento sobre os regimes contábeis. https://www.youtube.com/watch?v=F3GCrYlGUs&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci 9AlC5&index=17 Exercício social ou período contábil O exercício social ou período contábil é o espaço de tempo (12 meses) findo no qual as pessoas jurídicas apuram os seus resultados. Ele pode coincidir, ou não, com o ano- calendário, de acordo com o que dispuser o estatuto ou o contrato social. Perante a legislação do IR, é chamado de período de apuração da base de cálculo do imposto devido e, nesse caso, pode ser trimestral ou anual. Período de apuração O período de apuração é o espaço de tempo utilizado pela legislação tributária para determinar a base de cálculo do tributo a ser apurado. Referências BACINELLO, Edilson; BOM FIM, Jaqueline P. Contabilidade Geral. Cuiabá: UFMT, 2014. BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 15 mar. 2021. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. Estrutura conceitual. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acesso em: 15 mar. 2021. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Legislações. Disponível em: https://cfc.org.br/legislacao/. Acesso em: 18 mar. 2021. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522496242/. Acesso em: 14 mar. 2021. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores: para as áreas de administração, economia, direito e engenharia. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932. Acesso em: 14 mar. 2021. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. Acesso em: 14 mar. 2021. MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. PORTAL DE CONTABILIDADE. História da contabilidade. Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm. Acesso em: 14 mar. 2021. POSSATI, Gilmar. Contabilidade geral. São Paulo: Estratégia Concursos, 2020. VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso em: 18 mar. 2021. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932 http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm UNIDADE III: CONTAS CONTÁBEIS Prezado (a) estudante, Nesta unidade, estudaremos as contas contábeis: teoria, função, subcontas. Débito, crédito e saldos. Classificação das contas: contas patrimoniais e de resultado. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: Conceituar conta e plano de contas; Distinguir contas patrimoniais de contas de resultado; Reconhecer o significado dos termos débito e crédito em contabilidade. Bons estudos! 3.1 Das contas As contas contábeis são utilizadas para registrar elementos semelhantes do patrimônio, possibilitando o controle e o acompanhamento necessários ao fornecimento de informações para a tomada de decisão e para o controle do patrimônio. Sendo assim, a conta “caixa”, por exemplo, é uma conta do ativo que registra as variações ocorridas com o numerário que a empresa guarda fora do banco. Nessa esteira, contas são nomes que qualificam os elementos patrimoniais e quantificam-nos por meio de saldos devedores e credores. Diante disso, vamos estudar as características dessas contas 3.1.1 Teoria das contas Na literatura, várias escolas ao longo dos séculos foram criadas devido à necessidade de mudanças na sociedade; dentre elas, podemos destacar: barroco, classicismo, romantismo, parnasianismo, simbolismo e modernismo. Na contabilidade, não foi diferente. Ao longo dos anos, houve várias escolas que se especializaram nos estudos contábeis, notadamente na teoria das contas, entre as quais podemos destacar três: Personalista; Materialista; Patrimonialista. 3.1.1.1 Teoria personalista Na teoria personalista, cada conta assume a configuração de uma pessoa no seu relacionamento com a empresa ou entidade. Assim, caixa, bancos, duplicatas a receber, fornecedores, capital, receitas e despesas representam pessoas com as quais a entidade mantém relacionamento de débito e crédito (VICECONTI; NEVES, 2017). Segundo esta teoria, as contas se classificam em: Contas dos agentes consignatários – representam os bens da empresa; Contas dos agentes correspondentes – representam os direitos e as obrigações da entidade perante terceiros; Contas dos proprietários – são as contas do patrimônio líquido e suas variações, inclusive as receitas e despesas. 3.1.1.2 Teoria materialista Na teoria materialista, as contas representam relações materiais e se classificam em dois grandes grupos: Contas integrais – representam bens, direitos e PE; Contas diferenciais – representam as contas do patrimônio líquido (PL) e suas variações, inclusive as receitas e despesas. O patrimônio é constituído pelas contas materiais ou integrais, ou seja, as representativas dos bens, dos direitos e das obrigações. As contas de PL representam a diferença entre os bens, os direitos e as obrigações, sendo, portanto, contas diferenciais. 3.1.1.3 Teoria patrimonialista Na teoria patrimonialista, entende-se que o patrimônio é o objeto a ser administrado. Dessa forma, esta teoria separa as contas que representam a situação estática (patrimônio ou A = PE + PL) das contas que representam a dinâmica da situação (receitas e despesas): Contas patrimoniais – representam a situação estática, ou seja, o patrimônio: bens, direitos, PE e PL; Contas de resultado – representam a situação dinâmica, ou seja, as contas que alteram o patrimônio líquido: receitas e despesas. Essa é a teoria adotada no Brasil. 3.1.2 Função e estrutura das contas A função das contas é representar os itens patrimoniais e de resultado. Assim,as contas exercem um importante papel no processo contábil, pois controlam e movimentam todos os componentes patrimoniais. A utilização das contas permite à contabilidade atingir a sua principal finalidade: fornecer informações aos seus usuários acerca do patrimônio e de suas variações. As contas contábeis possuem uma estruturação, composta por elementos essenciais, necessários para a identificação e a mensuração dos fatos contábeis. A estrutura padrão de uma conta está ilustrada no quadro 15 e sua explicação, na figura 7, abordando os elementos mínimos da conta completa: nome (título) da conta; data da operação; histórico da operação; débito (valor); crédito (valor); saldo (valor). Quadro 15. Nome de conta Nome da conta Data Histórico Débito Crédito Saldo Fonte: Viceconti e Neves (2017). Figura 7. Elementos mínimos de uma conta Fonte: Elaborado pela autora. Essa estrutura é encontrada no livro razão. No entanto, para fins de controle da movimentação das contas, existe uma estrutura simplificada das contas contábeis, o que a doutrina chama de “conta em T” ou “razonete”. 3.1.3 Contas e subcontas As contas contábeis podem ser subdivididas em subcontas de maneira a individualizar o registro, melhorando o controle contábil. Por exemplo: Quadro 16. Contas e subcontas Código Descrição Saldo 1.1.2 Bancos 120.000,00 1.1.2.1 Banco do Brasil 50.000,00 1.1.2.2 Caixa Econômica Federal 70.000,00 Fonte: Possati (2020). Perceba que a conta “bancos” foi subdividida nas contas “Banco do Brasil” e “Caixa Econômica Federal”, melhorando o controle contábil. Destaca-se que, quando da publicação das demonstrações, a entidade poderá publicar apenas o saldo consolidado, nesse caso, os R$ 120.000,00. A partir desse entendimento, podemos classificar as contas da seguinte forma: Contas sintéticas: contas que consolidam os saldos de contas a ela vinculadas. Perceba que a conta “bancos”, no nosso exemplo, “sintetiza” (resume) o estado patrimonial dos elementos aos quais se refere; Contas analíticas: são as contas utilizadas para controle e acompanhamento específicos. No nosso exemplo, as contas “Banco do Brasil” e “Caixa Econômica Federal” representam contas analíticas. Para revisar o que foi estudado até o momento sobre as contas, assista ao vídeo abaixo. https://www.youtube.com/watch?v=Q-9yGUwxQAg 3.2 Classificação das contas De acordo com os ensinamentos contábeis, as contas são classificadas em dois grupos: contas patrimoniais e contas de resultado. 3.2.1 Contas Patrimoniais As contas patrimoniais são aquelas que representam a situação estática, o patrimônio: bens, direitos, obrigações e o patrimônio líquido. Podem ser ativas quando representarem bens e direitos, ou passivas, quando representarem obrigações (BACINELLO, 2014). As contas patrimoniais ativas terão sempre saldo devedor e serão dispostas no lado esquerdo do Balanço Patrimonial e as contas patrimoniais passivas possuirão sempre saldo credor e estarão representadas no lado direito do Balanço Patrimonial São exemplos de contas patrimoniais: caixa, veículos, bancos, duplicatas pagar etc. 3.2.2 Contas de Resultado Contas de resultado são aquelas que representam a situação dinâmica possibilitada pelas contas de receitas e despesas, ou seja, aquelas que alteram o patrimônio líquido da entidade. As contas de receitas e despesas surgem durante o exercício social e encerram-se no fim do exercício, não aparecem expressas no Balanço Patrimonial, porém é através delas que se visualiza se a entidade auferiu lucro ou teve prejuízo (BACINELLO, 2014). As contas de despesas apresentarão sempre saldo devedor e as contas de receitas apresentarão sempre saldo credor. São exemplos de contas de resultado: despesas de salários, receitas de vendas, receitas de aluguéis etc. Assista ao vídeo para saber mais sobre as contas patrimoniais e de resultado. https://www.youtube.com/watch?v=Y2lmIeSSYF0 3.3 Plano de contas O plano de contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplina as tarefas do setor de contabilidade. Nessa esteira, seu objetivo é uniformizar os registros contábeis de uma entidade. Para tanto, o plano de contas relaciona todas as contas a serem utilizadas no registro das variações patrimoniais. Nesse ponto, vale destacar que o plano de contas deve ser flexível, permitindo a exclusão ou inclusão de contas, acompanhando a dinâmica das operações da entidade. Além disso, destaca-se que, em geral, cada entidade elabora o seu plano de contas de acordo com suas peculiaridades (POSSATI, 2020). Segundo a doutrina, um plano de contas deve conter no mínimo as seguintes partes: elenco de contas, manual de contas e modelos de demonstrações padronizadas. Como forma de apresentação e organização, os planos de contas apresentam uma codificação, ou seja, cada conta contábil apresentará um código. A seguir, no quadro 17, temos um exemplo básico dessa codificação: Quadro 17. Codificação das contas Código da conta Descrição da conta 1. Ativo 1.1 Ativo circulante https://www.youtube.com/watch?v=Y2lmIeSSYF0 1.1.1 Disponível 1.1.1.1 Caixa 1.2 Ativo não circulante Fonte: Possati (2020). O elenco de contas (ou rol de contas) nada mais é do que a relação de contas (intitulação) e respectivos códigos utilizados pela entidade. Já o manual de contas objetiva apresentar informações detalhadas de cada conta, ou seja, é um guia para o contabilista registrar uniformemente todos os eventos envolvidos na gestão do patrimônio da entidade. A seguir, na figura 08, Marion (2018) indica um miniplano de contas, relativo a uma indústria, com o objetivo adicional de auxiliar o estudante a memorizar ainda mais o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício. O plano de contas proposto foi codificado da seguinte maneira: Inicia-se com a unidade 1 para todas as contas do ativo; com a unidade 2 para todas as contas do passivo; com a unidade 3 para todas as contas do patrimônio líquido; 4 para todas as contas receita e deduções das receitas; e com 5 para as contas dedutivas no resultado (custo, despesas, participações, entre outros); Em seguida, adiciona-se um segundo número que representa o grupo de contas do ativo, do passivo e assim por diante. Desse modo, observando o código 1.1, encontra-se o ativo circulante (o primeiro 1 é ativo, o segundo 1 é circulante), 1.2 não circulante, 2.1 passivo circulante, 2.2 passivo não circulante, entre outros. A ITG 1000 estabelece critérios e procedimentos simplificados a serem observados pelas entidades. É apresentado nessa norma um modelo de plano de contas para ser seguido. A seguir, abra o link para baixar a ITG 1000 e veja seu modelo de plano de contas. https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1418.pdf Para aprofundar o assunto sobre o plano de contas, assista ao vídeo https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1418.pdf abaixo. https://www.youtube.com/watch?v=dvRJGi8qfpY Observe, na Figura 08, o exemplo de um plano de contas indicado por Marion (2018). Figura 08. Plano de contas https://www.youtube.com/watch?v=dvRJGi8qfpY Fonte: Marion (2018). 3.4 Partidas dobradas A essência deste método, universalmente aceito, conforme Viceconti e Neves (2017), é que o registro de qualquer operação implica que um débito em uma ou mais contas deve corresponder a um crédito equivalente, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados, ou, simplificando: Não há débito sem crédito correspondente A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos. Um ou mais débitos em uma ou mais contas deve corresponder a um ou mais créditos de valor equivalente em uma ou mais contas. 3.4.1 Débito, créditoe saldo Viceconti e Neves (2017) abordam o conceito de débito, crédito e saldo. O débito representa a situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que representam bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor. O crédito representa a situação de direito de haver da conta. As contas que representam obrigações (P), PL e receitas têm saldo credor. O saldo de uma conta representa a diferença entre o valor do débito e do crédito. Os saldos podem ser devedor, credor ou nulo. a) Devedor – quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C). b) Credor – quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C). c) Nulo – quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C). Embora pareça paradoxal, é simples e fácil justificar as definições dos saldos quando as comparamos com os conceitos apresentados na teoria personalista e com o estudo do patrimônio, abordado na Unidade 2. Para tanto, voltaremos nossos estudos àqueles conceitos. Quadro 18. Balanço patrimonial ATIVO PASSIVO Bens 800,00 (D) Direitos 1.200,00 (D) Obrigações (passivo exigível) Fornecedores 400,00 (C) Patrimônio líquido + Receitas (C) 1.600,00 (C) (–) Despesas (D) Total = 2.000,00 (D) Total = PL 2000 (C) Fonte: Viceconti e Neves (2017). Em que: (D) – saldo devedor (C) – saldo credor Observando atentamente o patrimônio acima, chegamos às seguintes conclusões: 1) Os fornecedores (credores da empresa) têm R$ 400,00 a receber, portanto, seu saldo é credor. 2) Os sócios ou acionistas (credores da empresa) têm R$ 1.600,00 a receber (valor do PL), portanto, seu saldo é credor. 3) Os recursos necessários aos pagamentos dos valores acima estão no ativo, que, nesta hipótese, deve R$ 2.000,00, ou seja, R$ 400,00 para as obrigações com terceiros (P) e R$ 1.600,00 para os sócios ou acionistas (PL). Portanto: a) As contas de ativo têm saldo devedor. b) As contas de passivo têm saldo credor. c) As contas de patrimônio líquido têm saldo credor. Relativamente às receitas e despesas, poderíamos comentar que: 4) As receitas provocam aumento no valor do PL que, normalmente, possui saldo credor. Logo, as receitas somente podem ter saldo credor. 5) As despesas, por sua vez, diminuem o valor do PL, que, normalmente, possui saldo credor. Logo, as despesas somente podem ter saldo devedor. Você ainda se sente confuso quanto ao conceito de débito e crédito? Assista ao vídeo abaixo para aprofundar o seu entendimento sobre o assunto. https://www.youtube.com/watch?v=FLYBWM8bPa0 Exercício de fixação A Floricultura Flores do Sol Ltda. iniciou suas atividades em 2 de janeiro de 20X1: 02- 01/01 – Integralização do capital social, em dinheiro: R$ 150,00. 05-01 – Compra de flores e sementes de Flores Lindas Ltda.: R$ 48,00 à vista. 13-01 – Compra de flores naturais de Flores Lindas Ltda.: duplicata de R$ 42,00, a prazo. 15-01 – Venda de dois pacotes de sementes que custaram R$ 24,00: R$ 36,00 à vista. 23-01 – Pagamento de Bento Santos por despesas de entrega: R$ 6,00. Assim: a) Demonstre o patrimônio da empresa, após cada uma das operações. b) Identifique a equação patrimonial. c) Identifique a situação patrimonial. 02/01 a) https://www.youtube.com/watch?v=FLYBWM8bPa0 Quadro 19. BP 02.01.X1 PATRIMÔNIO DE 02.01.20X1 Ativo Passivo e patrimônio líquido Caixa 150,00 Passivo Obrigações -0- Patrimônio líquido Capital social 150,00 Total 150,00 Total 150,00 Fonte: Viceconti e Neves (2017). b) Equação: A = PL 150,00 = 150,00 P = 0 c) Situação plena. 05/01 a) Quadro 20. BP 05.01.X1 PATRIMÔNIO DE 05.01.20X1 Ativo Passivo e patrimônio líquido Caixa 102,00 Passivo Mercadoria em estoque 48,00 Obrigações -0- Patrimônio líquido Capital social 150,00 Total 150,00 Total 150,00 Fonte: Viceconti e Neves (2017). b) Equação: A = PL 150,00 = 150,00 P = 0 c) Situação plena. 13/01 a) Quadro 21. BP 13.01.X1 PATRIMÔNIO DE 13.01.20X1 Ativo Passivo e patrimônio líquido Caixa 84,00 Passivo Mercadoria em estoque 108,00 Duplicatas a pagar 42,00 Patrimônio líquido Capital social 150,00 Total 192,00 Total 192,00 Fonte: Viceconti e Neves (2017). b) Equação: A = P + PL 192,00 = 42,00 + 150,00 P = 0 c) Situação favorável: A > P = 192,00 > 42,00 15/01 a) Quadro 22. BP 15.01.X1 PATRIMÔNIO DE 15.01.20X1 Ativo Passivo e Patrimonio Líquido Caixa 120,00 Mercadoria em estoque 84,00 Passivo Duplicatas a pagar 42,00 Patrimônio Líquido Capital social 150,00 Lucro* 12.00 PL 162,00 Total 204,00 Total 204,00 Fonte: Viceconti e Neves (2017). b) Equação: A = P + PL 204,00 = 42,00 + 162,00 c) Situação favorável: A > P = 204,00 > 42,00 23/01 a) Quadro 23: BP 23.01.X1 PATRIMÔNIO DE 23.01.20X1 Ativo Passivo e patrimônio líquido Caixa 114,00 Passivo Mercadoria em estoque 84,00 Duplicatas a pagar 42,00 Patrimônio líquido Capital social 150,00 Lucro* 6.00 PL 156,00 Total 198,00 Total 198,00 Fonte: Viceconti e Neves (2017). (*) Receitas: ................................................................. R$ 36,00 Despesas: ...................................................................... R$ (30,00) ⇒ (R$ 24,00 + R$ 6,00) (=2) Lucro: ........................................................................ R$ 6,00 b) Equação: A = P + PL 198,00 = 42,00 + 156,00 c) Situação favorável: A > P = 198,00 > 42,00 Referências COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. Estrutura conceitual. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acesso em: 15 mar. 2021. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Legislações. Disponível em: https://cfc.org.br/legislacao/. Acesso em: 18 mar. 2021. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores: para as áreas de administração, economia, direito e engenharia. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932. Acesso em: 14 mar. 2021. MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. Acesso em: 14 mar. 2021. MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. PORTAL DE CONTABILIDADE. História da Contabilidade. Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm. Acesso em 14 mar. 2021. VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso em: 18 mar. 2021 http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932 http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm UNIDADE IV: ESCRITURAÇÃO