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Roteiro_noções de contabilidade_aluno_versão

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Prezado (a) estudante, 
 
Esta disciplina tem o propósito de apresentar os principais métodos utilizados pela 
ciência contábil para produzir informações, bem como identificar a estrutura das 
demonstrações financeiras, particularmente o balanço patrimonial e a demonstração de 
resultado do exercício. Assim, vamos estudar os seguintes conteúdos: 
Unidade I – Aspectos iniciais da contabilidade: Evolução da contabilidade. Definição, 
pilares da contabilidade e campo de aplicação. Objeto, funções e finalidade da contabilidade. 
Usuário da contabilidade. Técnicas contábeis: escrituração, demonstrações contábeis, 
auditoria e análise das demonstrações financeiras. 
Unidade II – Patrimônio e representação gráfica do patrimônio: Patrimônio: bens, 
direitos, obrigações. Representação gráfica do patrimônio: composição patrimonial, equação 
patrimonial e situação líquida do patrimônio. Função econômica da contabilidade. 
Unidade III – Contas contábeis- Conceito, teoria, função, estrutura, débito, crédito e saldos. 
Classificação das contas: contas patrimoniais e de resultado. Plano de contas. 
Unidade IV – Métodos de escrituração e variação patrimonial: Livro diário, livro razão e 
razonetes. Lançamentos contábeis. Apuração do resultado do exercício. Balancete de 
verificação. 
Unidade V – Introdução às demonstrações contábeis: Introdução às demonstrações 
financeiras. Introdução ao balanço patrimonial e as demonstração do resultado do exercício. 
.
 
 
 
Não se esqueça de observar a bibliografia recomendada no plano de ensino da 
disciplina. Procure estar sempre atualizado acerca da disciplina, pois a contabilidade ainda 
está em processo de convergência internacional e em constante transformação. Outra dica não 
menos importante é a leitura da legislação indicada. Isso é fundamental! 
Enfatizamos que esse roteiro se trata de um RESUMO das referências básicas 
indicadas no projeto pedagógico do curso, bem como de legislações específicas da 
contabilidade e de bibliografias complementares. Ressaltamos, ainda, que o intuito não é 
esgotar o assunto, mas trazer um conhecimento introdutório da disciplina. 
A disciplina está organizada em cinco unidades temáticas e contém duas atividades de 
percurso, além de avaliação regular, recuperação e exame final. Ela foi construída de forma 
que você estude e realize as atividades no seu tempo, respeitando, é claro, sua autonomia de 
estudos para a conclusão das atividades e o aprendizado, de acordo com o calendário 
acadêmico. 
 
 
Desejo a você um ótimo estudo! 
 
 
Professora Rwrsilany Silva 
 
 
 
 
UNIDADE I: ASPECTOS INICIAIS DA CONTABILIDADE 
 
Prezado (a) estudante, 
 
Nesta unidade temática, estudaremos os aspectos iniciais da contabilidade: evolução 
histórica da contabilidade, definição, pilares da contabilidade, normas e campo de aplicação, 
objetivo, finalidade, objeto de estudo da contabilidade; usuários das informações contábeis e 
as técnicas contábeis. 
 O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 Conhecer a história e os fundamentos da ciência contábil; 
 Identificar os principais métodos utilizados pela contabilidade para gerar 
informações. 
 
Estamos frequentemente tomando decisões, como a que hora iremos nos levantar, em 
que escola matricularemos os nossos filhos, qual será o próximo destino da viagem de férias, 
que modelo de carro comprar, por qual rota de trânsito chegarei ao trabalho neste dia, em que 
supermercado farei as compras do mês, dentre tantas outras. 
Algumas vezes, trata-se de decisões importantíssimas, como o casamento, a carreira 
que escolhemos, a aquisição de casa própria ou a aplicação em poupança, fundos de renda 
fixa ou variável. Evidentemente que estas decisões mais importantes requerem maior cuidado 
e uma análise mais profunda sobre as informações disponíveis, sobre os critérios racionais, os 
impactos ocasionados pelas variáveis do mundo externo e até mesmo o aspecto emocional 
íntimo, pois uma decisão importante, mal tomada, pode prejudicar toda uma vida. 
Planejarmos antecipadamente nossas decisões nos ajuda a diminuir os riscos de cometermos 
erros, talvez irreparáveis. 
Assim como na vida pessoal, se pensarmos em relação às decisões tomadas no 
ambiente organizacional e nos relacionamentos internos e externos, a situação não é diferente. 
Frequentemente, os responsáveis pela administração devem tomar decisões, de menor ou 
maior impacto, todas elas importantes e vitais para o sucesso do negócio. Por isso, são 
 
 
necessários dados, informações corretas e subsídios que contribuam para uma boa tomada de 
decisão. 
Decisões como comprar ou alugar uma máquina; definir preço de venda do produto; 
no que investir e de que forma; fazer empréstimos e financiamentos, de longo ou curto prazo; 
quais itens do estoque comprar ou produzir mais, e quais eliminar; reduzir custos de produzir, 
ou terceirizar a produção, entre outras tantas, impactam a vida da empresa em sua missão de 
se perpetuar (IUDÍCIBUS; MARION, 2018). 
A contabilidade é o principal instrumento que subsidia os administradores e gestores a 
tomar decisões. Na verdade, por meio da contabilidade, registram-se os fatos econômicos 
ocorridos (passado) – por exemplo, a compra de mercadorias, matéria- prima, máquinas e 
equipamentos; o pagamento de fornecedores, empregados e impostos; a venda de 
mercadorias, produtos e serviços –, mensurando-os monetariamente, com a finalidade de 
transformá-los em informações demonstradas em relatórios financeiros utilizados para 
projetar situações e cenários futuros com dados preditivos, que norteiam os gestores para 
melhor decisão (IUDÍCIBUS; MARION, 2018). 
A contabilidade é uma ciência que se baseia em princípios aplicados a todos os tipos 
de negócios, de forma padronizada, de modo que as informações de ganhos financeiros, 
prejuízos e grau de endividamento sejam facilmente lidas e interpretadas em todo o mundo 
(IUDÍCIBUS; MARION, 2018). 
Neste contexto, agora que já sabe a importância da contabilidade na tomada de 
decisões, gostaria que você se questionasse: o que é contabilidade? Qual é a aplicação da 
contabilidade? Quem são seus usuários? Quais os pilares da contabilidade? Com base 
nestas questões, convido-o a navegar pelo conhecimento dos aspectos iniciais da 
contabilidade. 
 
Vamos iniciar nossa jornada do conhecimento seguindo os tópicos abaixo. 
 
 
 
 
 
 
1.1 Resumo sobre a evolução histórica da contabilidade 
 
O surgimento da contabilidade certamente é antigo, tanto quanto a origem da 
civilização, por exemplo, e está relacionado à necessidade de controlar o patrimônio. Relatos 
históricos demonstram que a contabilidade empírica já existia entre povos antigos, com o 
objetivo de registrar as posses e riquezas oriundas da criação de animais e do cultivo agrícola. 
Com o natural crescimento do patrimônio, surgiu a necessidade de se manter um controle 
sobre as movimentações e a evolução das riquezas, ação permitida pela ciência contábil até os 
dias de hoje. 
 
Convido você, primeiramente, a assistir ao vídeo sobre a evolução 
histórica da contabilidade. Depois, daremos seguimento ao assunto. 
 
<https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg> 
 
 
Não é descabido afirmar que, de acordo com a noção intuitiva, a contabilidade talvez 
seja bastante antiga. Segundo alguns historiadores, os primeiros sinais objetivos da existência 
de contas remontam há aproximadamente 2.000 anos a. C. Mas ainda podemos pensar que 
antes disso, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar 
seus rebanhos ou ao enumerar suas ânforas de bebidas, o homem primitivo já estava 
praticando uma forma rudimentar de contabilidade. 
Portanto, é possível localizar os primeiros exemplos completos de contabilização, 
seguramente, no terceiro milênio antes de Cristo, nas civilizações da Suméria e da Babilônia 
– naMesopotâmia (hoje Iraque) –, no Egito e na China. Mas é provável, como mencionado 
previamente, que algumas formas mais rudimentares de contagem de bens tenham sido 
realizadas bem antes disso, talvez por volta do quarto milênio antes de Cristo. É claro que a 
contabilidade teve evolução relativamente lenta até o momento histórico do aparecimento da 
moeda. Na época da troca pura e simples de mercadorias, os negociantes anotavam as 
obrigações, os direitos e os bens perante terceiros; porém, obviamente, tratava-se de um mero 
elenco de inventário físico, sem avaliação monetária (IUDÍCIBUS, 2015). 
https://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg
 
 
A origem da contabilidade está ligada à necessidade de registros do comércio. Há 
indícios de que as primeiras cidades comerciais eram habitadas pelos fenícios. A prática do 
comércio não era exclusiva deles, sendo exercida nas principais cidades da antiguidade. 
A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento 
das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços 
eram seguidas de simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas já se fazia a cobrança de 
impostos na Babilônia por meio da escrita, embora ela ainda fosse rudimentar. Um escriba 
egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a. C. 
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores patrimoniais, 
preocupava-o saber quanto esses valores poderiam render e qual a forma mais simples de 
continuar o rendimento de suas posses. Essas informações não eram fáceis de memorizar 
quando já em maior volume, requerendo registros. Foi o pensamento do “futuro” que levou o 
homem aos primeiros registros, a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de 
uso, de consumo, de produção, dentre outros. 
Com o surgimento das primeiras administrações particulares, houve a necessidade de 
controle, que não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar 
contas da coisa administrada. 
É importante lembrar que, naquele tempo, não havia o crédito, ou seja, as compras, 
vendas e trocas eram feitas à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore 
assinalados como provas de dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do 
cálamo (pena de escrever) no Egito antigo facilitou extraordinariamente o registro de 
informações sobre negócios. 
À medida que as operações econômicas se tornaram complexas, seu controle se 
refinou. As escritas governamentais da República Romana (200 a. C.) já traziam receitas de 
caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas 
e diversões. 
No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por 
governos locais e pela Igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo contabilitá. 
 
 
Podemos resumir a evolução da ciência contábil da seguinte forma: 
 Contabilidade do mundo antigo - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai 
até o ano 1202 da era cristã, quando apareceu o Liber Abaci, de autoria de Leonardo 
Fibonaci, o Pisano. 
 Contabilidade do mundo medieval - período que vai de 1202 da era cristã até 1494, quando 
apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei 
Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que a teoria contábil do débito e do crédito 
corresponde à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a 
contabilidade entre os ramos do conhecimento humano. 
 Contabilidade do mundo moderno - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento 
da Obra La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche, de autoria de 
Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria; é uma obra marcante na história da 
contabilidade. 
 Contabilidade do mundo científico - período que se inicia em 1840 e continua até os dias de 
hoje. 
 
Frei Luca Pacioli 
 
Pacioli foi matemático, teólogo e contabilista, dentre outras profissões. Deixou muitas 
obras, destacando-se a Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá, 
impressa em Veneza, na qual está inserido o seu tratado sobre contabilidade e escrituração. 
Pacioli, apesar de ser considerado o “pai da contabilidade”, não foi o criador das 
partidas dobradas. O método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o 
século XIV. 
O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao “bom” comerciante. A seguir, 
conceituava “inventário” e como fazê-lo; discorria sobre livros mercantis – memorial, diário e 
razão –, e sobre a autenticação deles; sobre registros de operações – aquisições, permutas, 
sociedades, dentre outros –; sobre contas em geral, como abrir e como encerrar; contas de 
armazenamento; lucros e perdas, que na época eram “pro” e “dano”; sobre correções de erros; 
 
 
sobre arquivamento de contas e documentos. 
Sobre o método das partidas dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia 
adaptada: 
“Per”, mediante o qual se reconhece o devedor; 
“A”, pelo qual se reconhece o credor. 
Acrescentou que, primeiro, deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa 
até hoje. Portanto, a obra de Pacioli não só sistematizou a contabilidade, como também 
abriu precedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. 
 Na figura 1, são mostrados os principais fatos históricos da contabilidade. 
 
 
Figura 1. Fatos históricos da contabilidade 
 
Elaborado pela autora 
 
Esse resumo está disponível no Portal de Contabilidade: 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm 
 
Faça também a leitura das páginas 16 a 33 do livro de Iudícibus (2015), 
disponível na biblioteca virtual no SUAP. 
 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm
 
 
1.2 Definição, pilares da contabilidade, normas e campo de aplicação. 
 
A contabilidade, de acordo com Marion (2018), é o instrumento que fornece o máximo 
de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e 
sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. 
 
1.2.1 Definição de contabilidade 
A contabilidade é uma ciência social que estuda o patrimônio de uma entidade 
econômico-administrativa, pessoa física ou jurídica, com o objetivo de obter registros 
classificados e sintetizados dos fenômenos que afetam a sua situação patrimonial e financeira 
(MONTOTO, 2018). Todavia, devemos saber o seguinte conceito, considerado como o 
oficial, extraído do 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade em 1924: “Contabilidade é a 
ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e 
fatos de uma administração econômica”. 
Veja a explicação do conceito na figura 2. 
Figura 2. Conceito de contabilidade 
 
Fonte: adaptado de Possati (2020). 
 
A ciência contábil possibilita a análise, o controle e o registro do patrimônio das 
aziendas, com o intuito de apurar o resultado e gerar informações favoráveis à tomada de 
decisões. As informações geradas pela aplicação das técnicas contábeis visam demonstrar a 
 
 
situação econômico-financeira das entidades. 
 Atenção! A contabilidade é uma ciência social. 
 
Vale trazer aqui os conceitos de atos e fatos contábeis. Atos contábeis ou 
administrativos são aqueles que ocorrem na empresa e que não provocam alterações 
no patrimônio e, por isso, não precisam ser contabilizados (ex. assinatura de contrato). Por 
conseguinte, os fatos contábeis são aqueles que provocam modificações no patrimônio, e 
podem ou não alterar o patrimônio líquido (situação líquida patrimonial), interferindo no 
aspecto qualitativo e/ou quantitativo (ex. como compra, venda ou pagamento) (MONTOTO, 
2018). 
 
1.2.2 Pilares da contabilidade 
Pilares da contabilidade são os pressupostos básicos da contabilidade que podemos 
chamar, genericamente,de princípios contábeis. Nesse sentido, a contabilidade repousa 
basicamente em dois pilares da teoria contábil: a entidade contábil e a continuidade da 
empresa. 
Em primeiro lugar, há necessidade da existência da entidade contábil, ou seja, uma 
pessoa para quem é mantida a contabilidade. Não havendo entidade contábil, não há, 
evidentemente, a contabilidade aplicada. 
Desse primeiro conceito, deduz-se que a contabilidade é mantida para a entidade como 
pessoa distinta dos sócios. A contabilidade é realizada para a entidade, devendo o contador 
fazer um esforço para não misturar as movimentações da entidade com as dos proprietários. 
Pessoas físicas e jurídicas não devem ser confundidas, e sócios não devem ser confundidos 
com empresas. 
O segundo pilar é baseado no pressuposto de que a empresa é algo em andamento, em 
continuidade, que funcionará por prazo indeterminado. Uma empresa em processo de 
extinção (descontinuidade) ou liquidação será contabilizada por outras regras que não são 
estudadas neste livro. 
 
 
 Assista ao vídeo caso queira aprender os demais princípios contábeis: 
https://www.youtube.com/watch?v=C0yWhslqid4&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC 
5&index=6 
 
1.2.3 Normas da contabilidade 
Você deve saber que a contabilidade também possui uma base legal para estudo. Esse 
alicerce, hoje, se encontra na Lei 6.404/1976 (também chamada de Lei das Sociedades por 
Ações). É extremamente importante que você saiba os artigos 175 a 204 desta legislação. 
Aqui no Brasil, devido às convergências internacionais da contabilidade, as Leis 
11.638/2007 e 11.941/2009 trouxeram avanços gigantes para esse processo, alterando a Lei 
6.404/1976 e permitindo a adoção de diversas normas internacionais pelas empresas 
brasileiras. 
 Lei 6.404/1976 - Lei das Sociedades por Ações, artigos 175 a 204; 
 Lei 11.638/2007 e 11.941/2009 - as principais alterações promovidas por essas leis 
na Lei 6.404/1976; 
 Pronunciamentos contábeis - hoje, temos vigentes os pronunciamentos contábeis 
00 até o CPC 49; 
 Lei 12.873/2014 - trata dos efeitos tributários da convergência às normas 
internacionais. Alguns aspectos pontuais serão tratados no curso. 
 Código Civil - também apresenta aspectos importantes sobre adoção obrigatória de 
sistemas de contabilidade pelas empresas brasileiras. 
 
O professor Luciano Rosa esquematizou a Lei 6.404/1976 e a disponibilizou em sua 
plataforma. Acesse o link para baixá-la e fazer uma leitura detalhada da lei. 
 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada- para-concursos/ 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=C0yWhslqid4&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=6
https://www.youtube.com/watch?v=C0yWhslqid4&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=6
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada-para-concursos/
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-6404-esquematizada-e-atualizada-para-concursos/
 
 
 
1.2.4 Campo de aplicação da contabilidade 
 
O campo de aplicação da contabilidade, segundo a doutrina, são as aziendas. 
Azienda é o conjunto de bens, direitos e obrigações que constituem o patrimônio e que estejam 
sob a supervisão do homem. Todas as entidades, mesmo que não visem ao lucro, são consideradas 
aziendas, afinal, utilizam a ciência contábil para controlar a evolução de seu patrimônio 
(BACINELLO, 2014). 
São exemplos de aziendas: empresas, governo, pessoas físicas, entidades de 
assistência social, enfim, qualquer entidade que tenha a necessidade de controlar um 
patrimônio, mesmo que não seja obrigada legalmente à escrituração, como no caso de pessoas 
físicas. 
Assim, a azienda surge quando temos um patrimônio gerido de maneira organizada. 
Veja a figura 3. 
 
Figura 3. Campos de aplicação da contabilidade 
 
Fonte: baseado em Possati (2020). 
 
 
Azienda é uma entidade com ou sem fim lucrativo, com objetivo social ou 
econômico, de ordem econômico-administrativa, isto é, que possui patrimônio a 
controlar. 
 
 
Por outra lado, a estrutura conceitual (CPC 00 R2), nos traz outro termo, atualizado, 
para azienda, é o de entidade que reporta. 
A entidade que reporta é a entidade que é obrigada a, ou decide, elaborar demonstrações 
contábeis. A entidade que reporta pode ser uma única entidade ou parte da entidade ou pode 
compreender mais de uma entidade. Uma entidade que reporta não é necessariamente uma 
 
 
entidade legal. 
 
https:/ /www.youtube.com/watch?v=tgKwW00QcVY 
 
 
1.3 Objeto, funções, finalidade e usuários da contabilidade; técnicas contábeis 
 
Toda ciência tem um objeto, sendo o da contabilidade, que é uma ciência social, o 
patrimônio da entidade. A contabilidade possui duas funções práticas básicas: administrativa 
e econômica. O objetivo final da contabilidade é o fornecimento de informações de natureza 
econômica, financeira e patrimonial para o controle das operações e para o planejamento. 
 
1.3.1 Objeto da contabilidade 
O objeto delimita o campo de abrangência de uma ciência. Como vimos, na 
contabilidade, o objeto é o PATRIMÔNIO de uma entidade, definido como um conjunto de 
bens e direitos e de obrigações com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a um conjunto 
de pessoas ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, independentemente da 
sua finalidade, que pode ou não incluir o lucro. 
A contabilidade estuda o patrimônio nos seus aspectos quantitativos e qualitativos. 
Ela busca assimilar suas modificações, tendo uma visão ao longe de possíveis variações. 
A análise quantitativa expressa os itens patrimoniais em valores, o que exige da 
contabilidade uma definição de “valor”. Por aspecto qualitativo do patrimônio, entende-se a 
natureza dos elementos que o compõem, como: dinheiro, valores a receber ou a pagar 
expressos em moeda, máquinas, estoques de materiais ou de mercadorias (MONTOTO, 
2018). 
 
O objeto da contabilidade é o PATRIMÔNIO e ela estuda seus aspectos 
QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS. 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=tgKwW00QcVY
 
 
1.3.2 Funções da contabilidade 
 
Segundo a doutrina, a contabilidade possui duas funções: a função administrativa e a 
função econômica. Vejamos objetivamente cada uma delas. 
A contabilidade tem por função administrativa o controle do patrimônio da 
entidade mediante registro dos fatos contábeis em livros apropriados. Os principais livros são 
o diário e o razão. A contabilidade tem por função econômica a apuração do resultado 
líquido (crédito), o qual pode ser positivo (lucro líquido) ou negativo (prejuízo líquido). Na 
figura 4, constam as funções da contabilidade. 
 
Figura 4. Funções da contabilidade 
 
Fonte: adaptado de Araújo (2020). 
 
No âmbito empresarial, a contabilidade, por meio de seus dois principais relatórios 
contábeis – o balanço patrimonial (BP) e o demonstrativo de resultado (DRE) –, resume o 
controle do patrimônio e a apuração do resultado. 
 
 
1.3.3 Finalidade da contabilidade 
Basicamente, a contabilidade possui a finalidade de controlar o patrimônio 
administrado e fornecer informações sobre a composição e as variações patrimoniais, bem 
como sobre o resultado das atividades econômicas desenvolvidas pela entidade para alcançar 
seus fins. Assim, a contabilidade, por meio do controle do patrimônio, fornece informações 
úteis para a tomada de decisão (POSSATI, 2020). 
 
 
 
O objetivo final da contabilidade é o de fornecer informações quantitativas e 
qualitativas aos seus usuários para tomada de decisões nos processos de controle e 
planejamento da entidade. 
 
Leia também o tópico de introdução do livro Contabilidade geral e avançada 
(MONTOTO, 2018): https://docero.com.br/doc/5c5xn 
 
 
 
1.3.4 Usuário da informação contábil 
A doutrina costuma classificar os usuários da informação contábil em dois grandes 
grupos: internos e externos. 
Os usuários internos estão ligados aos objetivose às atividades da entidade. Como a 
própria classificação indica, são internos à entidade. Basicamente, são os administradores e 
acionistas/sócios controladores. Eles influenciam na gestão administrativa da entidade 
(funções de planejamento e aspectos gerenciais, como políticas de preços, gestão de pessoal, 
dentre outros). 
Os usuários externos, por sua vez, não compõem como regra a estrutura da 
entidade. Estão interessados em diversas informações, de acordo com o seu objetivo. 
Basicamente, englobam os acionistas/sócios não controladores (investidores), bancos, 
fornecedores, governo, entre outros. 
 Marion (2018) conceitua os usuários, conforme suas necessidades, da seguinte 
forma: 
 
Investidores: é por meio dos relatórios contábeis que se identifica a situação econômico-
financeira da empresa; dessa forma, o investidor tem em mãos os elementos necessários para 
decidir sobre as melhores alternativas de investimentos. Os relatórios evidenciam a 
capacidade da empresa de gerar lucros e outras informações; 
Fornecedores de bens e serviços a crédito: usam os relatórios para analisar a capacidade de 
pagamento da empresa compradora; 
Clientes: os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da 
https://docero.com.br/doc/5c5xn
 
 
entidade, especialmente quando têm um relacionamento de longo prazo com ela, ou dela 
dependem, como fornecedora importante; 
Bancos: utilizam os relatórios para aprovar empréstimos, limites de crédito etc.; 
Governo: não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadar impostos, como também para 
dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE, por exemplo); 
Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade do setor, fator 
preponderante para reajuste de salários; 
Outros interessados: funcionário (quer saber se a empresa tem condições de pagar seu salário 
ou não), órgãos de classes, pessoas e diversos institutos, como a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), o Conselho Regional de Contabilidade (CRC), concorrentes etc. 
 Assista ao vídeo para melhor assimilação do conteúdo. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=nJBGpFWjdUo&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvg 
BEFDPX3Wci9AlC5&index=4 
 
 
1.3.5 Técnicas contábeis 
Técnicas contábeis são os procedimentos práticos utilizados para a coleta de dados 
(captação), para o registro de forma acumulada desses dados nos livros contábeis e para a 
elaboração dos relatórios (demonstrações financeiras), bem como suas análises e checagens. 
Nesse sentido, as técnicas são apresentadas na figura 5. 
 
Figura 5. Técnicas de contabilidade 
https://www.youtube.com/watch?v=nJBGpFWjdUo&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvg
https://www.youtube.com/watch?v=nJBGpFWjdUo&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=4
 
 
Fonte: elaborado pela autora. 
 
 
1.3.5.1 Escrituração 
A escrituração necessita de uma boa definição do que queremos controlar, isto é, que 
contas precisamos registrar para podermos elaborar relatórios úteis aos usuários das 
informações. Nos livros contábeis e fiscais, registramos todos os fatos contábeis que 
ocorreram em determinado período, de acordo com o que determina a Lei n. 6.404/1976, em 
seu art. 177: “Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, 
com obediência aos preceitos da legislação comercial desta Lei e aos princípios de 
contabilidade geralmente aceitos, (...).” 
 
1.3.5.2 Demonstrações contábeis 
As demonstrações são os relatórios resumidos de tudo o que ocorreu no universo 
contábil. São os resumos de todos os fatos contábeis. É o art. 176 da Lei n. 6.404/1976 que 
regulamenta as demonstrações exigidas pela legislação comercial (societária): 
 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na 
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que 
deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações 
ocorridas no exercício: 
I balanço patrimonial; 
II demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III demonstração do resultado do exercício; 
IV demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei n. 11.638, de 2007) 
se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei n. 11.638, 
de 2007) (...) 
§ 6º A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do balanço, inferior a R$ 
2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à elaboração e publicação 
da demonstração dos fluxos de caixa (Redação dada pela Lei n. 11.638, de 2007). 
(BRASIL, 1976). 
 
Enfim, é uma técnica que possui, basicamente, o objetivo de evidenciar os fatos 
contábeis escriturados. 
 
1.3.5.3 Análise das demonstrações contábeis 
A análise dos relatórios contábeis e a auditoria são ramos da contabilidade e consistem 
 
 
em verificações, comparações, cálculos e estatísticas a partir de demonstrações de, pelo 
menos, dois exercícios. 
A análise das demonstrações irá permitir verificar, por exemplo, se a empresa tem 
mais disponibilidade (dinheiro) que no ano anterior; se tem mais estoques; se o grau de 
investimento em imobilizados (por exemplo, edifícios, veículos, máquinas) é compatível com 
o negócio e com o setor em que a empresa atua; se o retorno sobre o investimento foi 
adequado (quando comparado às expectativas e ao mercado), entre outras análises. 
Enfim, são cálculos matemáticos e estatísticos que nos possibilitam analisar como 
evoluíram o patrimônio e o resultado e planejar o futuro da entidade. 
 
1.3.5.4 Auditoria 
A auditoria consiste na análise detalhada, na qual um contador-auditor fará uma 
revisão de todo o trabalho realizado pela contabilidade da entidade, criticando, de forma 
analítica, os registros contábeis, para verificar se existe alguma impropriedade, inadequação 
de procedimento ou até mesmo erro ou fraude. Ao final do seu trabalho, o contador-auditor 
deverá emitir um parecer com as opiniões técnicas e fundamentadas sobre seu trabalho e o de 
sua equipe. 
 
 Para compreender melhor, assista ao vídeo. 
https://www.youtube.com/watch?v=ZRA82KRKhOA&t=2s 
 
 Referências 
 
BACINELLO, Edilson; BOM FIM, Jaqueline P. Contabilidade Geral. Cuiabá: UFMT, 2014. 
 
BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. 
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 15 
mar. 2021. 
 
http://www.youtube.com/watch?v=ZRA82KRKhOA&t=2s
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm
 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. Estrutura conceitual. 
Disponível em: 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acesso em: 15 
mar. 2021. 
 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Legislações. Disponível em: 
https://cfc.org.br/legislacao/. Acesso em: 18 mar. 2021. 
 
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Disponível 
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522496242/. Acesso em: 14 mar. 
2021. 
 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não 
contadores: para as áreas de administração, economia, direito e engenharia. 8. ed. São Paulo: 
Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932. 
Acesso em: 14 mar. 2021. 
 
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível 
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. Acesso em: 14 mar. 
2021. 
 
MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: 
Saraiva Educação, 2018. 
 
PORTAL DE CONTABILIDADE. História da contabilidade. Disponível em: 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm. Acesso em: 14 mar. 2021. 
 
POSSATI, Gilmar. Contabilidade geral. São Paulo: Estratégia Concursos, 2020. 
 
VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2017. Disponívelem: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso em: 18 mar. 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm
 
 
UNIDADE II: PATRIMÔNIO E SUA REPRESENTAÇÃO 
GRÁFICA 
 
Prezado(a) estudante, 
Nesta unidade, estudaremos o patrimônio e os seus elementos: bens, direitos, 
obrigações. Além disso, identificaremos a representação gráfica do patrimônio, incluindo a: 
composição, equação e situação líquida do patrimônio. E, por fim, veremos a função 
econômica da contabilidade somada a alguns conceitos importantes. 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 Conhecer os elementos do patrimônio; 
 Entender o que é patrimônio e sua representação gráfica na contabilidade; 
 Reconhecer como a composição do patrimônio afeta suas situações líquidas. 
 
Bons estudos! 
 
 
2.1 O Patrimônio 
 
O termo patrimônio significa, a princípio, o conjunto de bens pertencente a uma 
pessoa ou a uma empresa. Compõe-se também de valores a receber (ou dinheiro a receber). 
Por isso, em contabilidade, esses valores a receber são denominados direitos a receber ou, 
simplesmente, direitos. 
Relacionando-se, todavia, apenas bens e direitos, não se pode identificar a verdadeira 
situação de uma pessoa ou empresa. É necessário evidenciar as obrigações (dívidas) referentes aos 
bens ou direitos. Por exemplo, se você disser que tem um apartamento como patrimônio e não fizer 
referência à dívida com o banco financiador (em caso de ter sido adquirido através desse sistema de 
crédito), sua informação será incompleta e pouco esclarecedora (MARION, 2018). 
 Para compreender melhor, assista ao vídeo. 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=ltyDuc5zRxI&list=PLEe0nmKgw0CVAB 
hRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=7 
 
 
2.1.1 Bens 
Entendem-se por bens as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das 
pessoas e das empresas. Se eles têm forma física, são palpáveis, denominam-se bens 
tangíveis: veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e utensílios (móveis 
de escritório), ferramentas, entre outros (MARION, 2018). Montoto (2018) complementa 
indicando que bens são a parte da riqueza de uma entidade (empresa) que a ela pertence e que 
está em seu poder; logo, estão disponíveis para sua utilização imediata. 
Os bens incorpóreos, isto é, não palpáveis, não constituídos de matéria, denominam-se 
bens intangíveis. Normalmente, as marcas que constituem um bem significativo para as 
empresas (Nike, Coca-Cola) e as patentes de invenção (documento pelo qual o Estado garante 
a uma pessoa ou empresa o direito exclusivo de explorar uma invenção) são exemplos de 
bens intangíveis (MARION, 2018). Porém, há muitos outros exemplos. 
Os bens, além de tangíveis e intangíveis, podem ser divididos em: 
 Bens imóveis: são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem 
destruição ou danos: edifícios, construções, árvores, dentre outros; 
 Bens móveis: são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras 
pessoas: animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias, dentre outros. 
 
Suponha que a Cia. Caxumbita tenha os bens que constam no quadro 1. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=ltyDuc5zRxI&list=PLEe0nmKgw0CVAB
https://www.youtube.com/watch?v=ltyDuc5zRxI&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=7
 
 
 
Quadro 1. Cia Caxumbita 
 
BENS VALORES R$ 
Edifício 150 
Móveis e utensílios 95 
Veículos 105 
Máquinas 350 
Terrenos 1050 
Marcas e patentes 140 
Total 
Fonte: adaptado de Marion (2018). 
 
 
Esses bens podem ser classificados como consta no quadro 2 
 
 
Quadro 2. Classificação dos bens 
 Fonte:adaptado de Marion (2018). 
 
 
 
 
 
Vamos admitir que você tivesse de avaliar seu lar, sua casa. Seria fácil somar os 
eletrodomésticos, os utensílios, os móveis... Os bens tangíveis. Todavia, algo muito 
precioso, talvez o mais importante, você não pode avaliar monetariamente: o amor, a 
comunhão entre os membros de sua família. Estes são exemplos de bens intangíveis. 
 
 
2.1.2 Direitos 
Em contabilidade, entende-se por direito ou direito a receber o poder de exigir alguma 
BENS TANGÍVEIS INTANGÍVEIS MÓVEIS IMÓVEIS 
Edifício 150 -------- -------- 150 
Móveis e 
utensílios 
95 -------- 95 -------- 
Veículos 105 -------- 105 -------- 
Máquinas 350 -------- 350 -------- 
Terrenos 1050 -------- -------- 1050 
Marcas e Patentes -------- 140 140 -------- 
Total 1750 140 690 1200 
1890 1890 
 
 
coisa. São valores a receber, títulos a receber, contas a receber, entre outros (MARION, 
2018). 
Segundo Montoto (2018), os direitos são a parte da riqueza da entidade (empresa) que 
a ela pertence, mas que está em poder de terceiros; logo, não está disponível para utilização 
imediata. Como exemplos de outros direitos, podem ser citados: aluguéis a receber, 
promissórias a receber, ações a receber. 
A relação de direitos da Cia. Caxumbita consta no quadro 3. 
 
Quadro 3. A relação de direitos da Cia. Caxumbita 
 
ITENS VALORES R$ 
Bancos conta movimento (depósito) 2000 
Duplicatas a receber 350 
Títulos a receber (notas promissórias) 105 
Aluguéis a receber 500 
Total 2.955 
Fonte: adaptado de Marion (2018). 
 
 
2.1.3 Obrigações 
São dívidas com outras pessoas. Em contabilidade, tais dívidas são denominadas 
obrigações exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos; pagamento na 
data do vencimento. 
Uma obrigação exigível bastante comum nas empresas é a compra de mercadorias a 
prazo (exatamente o contrário de duplicatas a receber): ao comprar a prazo, a empresa fica devendo 
para o fornecedor da mercadoria; por essa razão, tal dívida é conhecida como fornecedores, 
embora também possa ser denominada duplicatas a pagar (MARION, 2018). 
Outras obrigações exigíveis são: com os funcionários – salários a pagar –; com o 
governo – impostos a pagar –; com as financeiras – financiamentos –; com a Previdência 
Social e FGTS – encargos sociais a pagar –; com o locador do prédio – aluguéis a pagar –; 
diversas contas de luz, água, gás etc. – contas a pagar – etc. 
 
 
 As obrigações exigíveis da Cia. Caxumbita constam no quadro 4. 
 
 
Quadro 4. As obrigações exigíveis da Cia. Caxumbita 
 
ITENS VALORES R$ 
Fornecedores (dívidas com fornecedores de 550 
mercadorias) 
Empréstimos bancários (a pagar) 100 
Salários a pagar 150 
Encargos sociais a pagar (FGTS, INSS) 350 
Impostos a pagar (ou a recolher) 50 
Financiamentos (empréstimos a pagar a longo 300 
prazo) 
Contas a pagar (diversos) 120 
Total 1620 
Fonte: adaptado de Marion (2018). 
 
 
 Vejamos, no quadro 5, a relação de bens, direitos e obrigações. 
 
Quadro 5. Bens, direitos e obrigações 
 
BENS+DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS 
Bens Obrigações 
Dinheiro Empréstimos a pagar 
Mercadoria em estoques Salários a pagar 
Veículos imóveis Fornecedores (duplicatas a pagar) 
Máquinas Financiamentos 
Ferramentas Impostos a pagar 
Móveis e utensílios Encargos sociais a pagar 
Marcas e patentes Aluguéis a pagar 
Direitos Títulos a pagar 
Depósitos em bancos Promissórias a pagar 
Duplicatas a receber Contas a pagar 
Títulos a receber 
Aluguéis a receber 
Ações 
Fonte: adaptado de Marion (2018). 
 
 
Nessa representação (quadro 5), coloca-se do lado esquerdo bens e direitos e, do lado 
direito, obrigações exigíveis. Isso ocorre, porém, por mera convenção. Psicologicamente, 
parece interessante colocar primeiro aquilo que é positivo (bens + direitos) para em seguida 
apresentar aquilo que é negativo (obrigações exigíveis). Podemos encontrar países, todavia, 
 
 
em que se colocam primeiramente as obrigações e depois os bens e direitos. 
 Veja o patrimônio da Cia Caxumbita no quadro 6. 
Quadro 6. Patrimônioda Cia Caxumbita 
 
BENS+DIREITOS OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS 
Bens 1890 
 
Direitos 2955 
Obrigações (passivo exigível) 1620 
Fonte: adaptado de Marion (2018). 
 
 
Vamos entender um pouco mais sobre o patrimônio? 
https://www.youtube.com/watch?v=KBuwXxbSQxE&list=PLEe0nmKgw0CVABh 
RvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=8 
 
2.2 Representação gráfica patrimonial 
 
2.2.1 Elementos do patrimônio 
Os elementos que compõem o patrimônio são três: ativo, passivo e patrimônio líquido. 
Com base na junção destes três elementos, é possível realizar a mensuração do patrimônio de 
uma entidade econômico-administrativa. 
 
2.2.1.1 Ativo 
Trata-se da parte positiva do patrimônio. É composto pelos bens e direitos, 
representados monetariamente. O ativo (recursos) representa o resultado de ações adotadas 
pela entidade e utilizadas para obtenção de resultados futuros. As contas componentes do ativo 
encontram-se relacionadas do lado esquerdo do balanço patrimonial (BACINELLO, 2014). 
Segundo o CPC 00 (R2), ativo é um recurso econômico presente controlado pela 
entidade como resultado de eventos passados. Destaca-se que o recurso econômico é um 
direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos. 
 
2.2.1.2 Passivo 
Trata-se da parte negativa do patrimônio. É composto pelas obrigações (dívidas com 
https://www.youtube.com/watch?v=KBuwXxbSQxE&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=8
https://www.youtube.com/watch?v=KBuwXxbSQxE&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci9AlC5&index=8
 
 
terceiros). O passivo é oriundo de eventos ocorridos. Espera-se que as saídas de recursos 
destinadas ao pagamento de tais obrigações gerem benefícios à entidade (BACINELLO, 
2014). 
Segundo o CPC 00 (R2), passivo é uma obrigação presente da entidade de 
transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados. 
 
2.2.1.3 Patrimônio líquido 
 O patrimônio líquido (PL) é a diferença entre o Ativo e o Passivo da entidade. É 
representado pelo resultado da equação: bens + direitos – obrigações. Também recebe o nome 
de Situação Líquida Patrimonial. 
 O PL é a representação dos resultados líquidos da entidade. Serve para medir as 
condições econômicas e financeiras das instituições. Encontra-se do lado passivo do Balanço 
Patrimonial visando manter o equilíbrio. Mesmo estando expresso no lado direito do Balanço 
Patrimonial, não é um Passivo Exigível, mas sim um Passivo Não Exigível, uma vez que 
representa obrigações da entidade com os sócios (BACINELLO, 2014). 
 Nesse sentido, o Patrimônio Líquido da entidade pode ser proveniente de investimentos) 
dos sócios (em troca de ações, quotas ou participações de outra natureza) ou de lucros 
acumulados pela atividade da empresa e ainda não distribuídos. Portanto, o PL é a medida 
eficiente da verdadeira riqueza. 
 Por fim, observe-se que há situações em que o patrimônio é grande, mas as obrigações 
superam os bens e direitos; nesse caso, o patrimônio líquido é negativo, isto é, não há riqueza, 
a situação da empresa é péssima (MARION, 2018). Como exemplo, admitamos que a Cia. 
Tirulipa possua o seguinte patrimônio: 
 
 
Bens R$ 650 
Direitos R$ 250 
Obrigações R$ 880 
 
Sua riqueza líquida, todavia, é muito pequena: 
 
 
 
 
PL = B + D – O 
PL = 650 + 250 – 880 
 PL = R$ 20 
 
 Calculemos também o patrimônio líquido da Cia. Caxumbita: 
 
 
PL = B + D – O 
PL = 1890 + 2.955 – 1620 
 PL = R$ 3.225 
 
Assista ao vídeo para aprofundamento do assunto. 
https://www.youtube.com/watch?v=5dYY5lW52V0&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7 
TEcojkxxWQU_WuE&index=2 
 
2.2.1.3.1 Diferença entre capital e patrimônio 
 De forma bem objetiva, devemos saber o seguinte: 
Capital é o conjunto de elementos que o proprietário da empresa possui para iniciar 
suas atividades. Exemplo: a Comercial “JJ Simpson AS” subscreve em dinheiro um capital no 
valor de R$ 5.000,00 e o valor de R$ 3.000,00 em móveis. Logo, o valor de R$ 8.000,00 
constituirá o valor do capital inicial da empresa. Destaca-se que o capital inicial pode ser 
composto por dinheiro, bens móveis e imóveis, direitos a receber (duplicatas, por exemplo), 
etc. 
Por outro lado, patrimônio compreende o conjunto de bens, direitos e obrigações 
pertencentes a uma entidade. 
Conforme Marion (2018), também há diferença entre o capital próprio e o capital de 
terceiros. Capital próprio são os recursos originários dos sócios ou acionistas da entidade ou 
decorrentes de suas operações sociais (é um sinônimo utilizado para descrever o patrimônio 
https://www.youtube.com/watch?v=5dYY5lW52V0&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7
https://www.youtube.com/watch?v=5dYY5lW52V0&list=PLo4LG32QSFX8CsKTt7TEcojkxxWQU_WuE&index=2
 
 
líquido – PL). Por conseguinte, o capital de terceiros são os recursos originários de terceiros 
utilizados para a aquisição de ativos sob controle da entidade (é um sinônimo utilizado para 
descrever o passivo exigível – PE). 
De maneira geral, o termo capital significa recursos. Capital próprio, portanto, denota 
recursos (financeiros ou materiais) dos proprietários (sócios ou acionistas) aplicados na 
empresa. Capital de terceiros, por seu lado, significa recursos de outras pessoas (físicas ou 
jurídicas) aplicados na empresa (MARION, 2018). 
A importância que os proprietários investem inicialmente na empresa, contabilmente, 
é denominada capital ou capital nominal. O valor inicial do capital nominal será modificado, 
normalmente aumentado com o passar do tempo. 
Em caso de os sócios (ou acionistas) se comprometerem a investir na empresa certa 
quantia, esse capital será denominado capital subscrito (assinado, comprometido). Este 
compromisso surge no papel, no contrato social assinado pelos sócios. 
Ao cumprirem o contrato firmado, fornecendo dinheiro ou outros bens à empresa, os 
proprietários integralizam capital (realização do capital). Capital a integralizar é, portanto, a 
parte do capital comprometido (subscrito) ainda não realizada (MARION, 2018). 
 
2.2.1.3.2 Origem x aplicação 
Todos os recursos que entram numa empresa passam pelo passivo e patrimônio 
líquido. Os recursos (financeiros ou materiais) são originados dos proprietários (PL), 
fornecedores, governo, bancos, financeiras, entre outros, e representam origens de recursos. 
Através do passivo e do patrimônio líquido, portanto, identificam-se as origens de recursos. 
O ativo, por sua vez, evidencia todas as aplicações de recursos: aplicação no caixa, em 
estoque, em máquinas, em imóveis etc. 
 
Assista ao vídeo para entender os termos capital, origem e aplicação de 
recursos. 
https://www.youtube.com/watch?v=tvcLFD6HMSI 
 
https://www.youtube.com/watch?v=tvcLFD6HMSI
 
 
 
 
 
 
 
2.2.2 Equação patrimônial 
A equação patrimonial demonstra que o total do ativo é igual ao total do passivo. 
Como já sabemos, o patrimônio = bens + direitos (elementos positivos do patrimônio) + 
obrigações (elementos negativos do patrimônio). O patrimônio líquido é a diferença entre 
os elementos positivos do patrimônio e os elementos negativos do patrimônio. Veja 
representação da equação patrimonial na figura 6. 
 
Figura 6. Equação patrimonial 
 
Fonte: elaborado pela autora. 
 
 
PL = elementos positivos do patrimônio – elementos negativos do patrimônio PL = bens + 
direitos – obrigações 
 
Assim, chegamos à equação patrimonial: A = P + PL, em que: 
A = ativo (bens + direitos) 
P = passivo exigível (obrigações) PL = patrimônio líquido 
O balanço patrimonial pode ser assim representado: 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 7. Representação do balanço patrimonial 
 
ATIVO PASSIVO 
Bens Direitos Obrigações (passivo exigível) Patrimônio líquido 
(passivo não exigível) 
Total = bens + direitos Total = obrigações + PL 
Fonte: Marion (2018). 
 
Conclusões que podemos extrair da equação patrimonial: 
 
1ª) Passivo total = passivo exigível + passivo não exigível 
2ª) Capital total à disposição da empresa = capital de terceiros + capital 
próprio 
Como o total do ativo(capital aplicado) é igual ao total do passivo 
(capital total à disposição da empresa), temos: capital aplicado = capital 
total à disposição da empresa 
3ª) Origem dos recursos = recursos de terceiros + recursos próprios 
Como o total do ativo (aplicações dos recursos) é igual ao total do 
passivo (origem dos recursos), temos: aplicações dos recursos = origem 
dos recursos (POSSATI, 2020). 
 
2.2.3 Situações líquidas patrimoniais 
Os elementos componentes do patrimônio poderão assumir valores diferentes. O ativo 
poderá ser maior ou igual a zero; o passivo poderá ser maior ou igual a zero; e o patrimônio 
líquido poderá ser maior, menor ou igual a zero. Salienta-se que ativo e passivo não poderão 
ser negativos. Ao analisarmos os possíveis resultados da equação patrimonial, poderemos 
observar as seguintes situações patrimoniais: 
 
1º caso: situação líquida positiva; situação líquida ativa; situação líquida superavitária 
(SL > 0). Ocorre quando o total da soma dos ativos (bens + direitos) excede as obrigações 
com terceiros. Neste caso, diz-se que a empresa possui riqueza própria. Apresenta-se um 
exemplo no quadro 8. 
A > P à A – P > 0 à SL > 0 
 
 
 
 
Quadro 8: Situação líquida positiva 
 
Situação líquida positiva 
Ativo Passivo e patrimônio líquido 
 Passivo 
Bens Direitos 2.000,00 
6.000,00 
Obrigações 2.100,00 
 Patrimônio líquido 5.900,00 
Total 8.000,00 Total 8.000,00 
Fonte: Bacinello (2014) 
 
Observe que a situação líquida é positiva quando o ativo é maior que o passivo 
exigível. 
2º caso: situação líquida nula; situação líquida compensada (SL = 0). Ocorre quando o 
total da soma das obrigações com terceiros é igual à soma dos ativos (bens + direitos). Neste 
caso, diz-se que a riqueza própria da empresa é inexistente. Apresenta- se um exemplo no 
quadro 9. 
A = P à A – P = 0 à SL = 0 
 
 
Quadro 9. Situação líquida nula 
 
Situação líquida nula 
Ativo Passivo e patrimônio líquido 
 Passivo 
Bens Direitos 2.000,00 
6.000,00 
Obrigações 8.000,00 
 Patrimônio líquido 0,00 
Total 8.000,00 Total 8.000,00 
Fonte: Bacinello (2014) 
 
3º caso: situação líquida negativa; situação líquida passiva; situação líquida deficitária; 
passivo a descoberto (SL < 0). Ocorre quando as obrigações com terceiros são nulas. Neste 
caso, a soma dos ativos (bens + direitos) é igual ao patrimônio líquido da empresa. Quando o 
valor do passivo é maior que o do ativo, ocorre a situação de passivo a descoberto. Veja o 
exemplo apresentado no quadro 10. 
 
 
A < P à A – P < 0 à SL < 0 
 
Quadro 10. Situação líquida negativa 
 
Situação líquida negativa 
Ativo Passivo e patrimônio líquido 
 Passivo 
Bens Direitos 2.000,00 
6.000,00 
Obrigações 10.000,00 
 Patrimônio líquido (2.000,00) 
Total 8.000,00 Total 8.000,00 
Fonte: Bacinello (2014). 
 
4º caso: situação líquida plena ou propriedade total de ativos. Ocorre quando as 
obrigações com terceiros são nulas. Neste caso, a soma dos ativos (bens + direitos) é igual ao 
patrimônio líquido da empresa. Observe exemplo no quadro 11. 
 
Quadro 11. Situação líquida plena 
 
Situação líquida plena 
Ativo Passivo e patrimônio líquido 
 Passivo 
Bens Direitos 2.000,00 
6.000,00 
Obrigações 0,00 
 Patrimônio líquido 8.000,00 
Total 8.000,00 Total 8.000,00 
Bacinello (2014) 
 
 
 Conclusão: a seguinte relação é aplicável a todas as entidades: 
 
 
A ≥ 0, P ≥ 0 e SL > 0 ou SL < 0 ou SL = 0 
 
 
a) O valor registrado no patrimônio líquido de uma companhia 
nunca pode ser superior ao valor total de seus ativos. 
b) Tanto o ativo como o passivo podem ser maiores ou iguais a 
zero. No entanto, jamais poderão ser negativos. 
 
 
c) O patrimônio líquido pode ser positivo, negativo ou nulo. (POSSATI, 
2020). 
 
 
Dica de ouro! 
 
 
No quadro 12, são apresentados os sinônimos para os componentes patrimoniais, bem 
como as principais características de cada elemento do balanço patrimonial. 
 
Quadro 12. Sinônimos dos elementos patrimoniais 
 
ATIVO (AT) PASSIVO (PA) 
Sinônimos para o ativo 
Capital aplicado 
Capital investido 
Patrimônio bruto Investimentos 
 
Características do ativo 
 
- Bens + direitos 
- Trata-se da parte positiva do patrimônio 
- Representa o resultado de ações adotadas pela 
entidade e utilizadas para obtenção de resultados 
futuros 
- Lado esquerdo do balanço patrimonial; 
- Aplicação de recursos (onde foi investido o 
dinheiro) 
Sinônimos para o passivo 
Passivo exigível 
Capital de terceiros 
Capital alheio 
 Recursos de terceiros 
 
Características do passivo 
 
- Obrigações 
- Trata-se da parte negativa do patrimônio 
- Representa as dívidas com terceiros 
(obrigações) 
- Lado direito do balanço patrimonial 
- Origem ou fonte de recursos (onde conseguiu o 
dinheiro) 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) 
Sinônimos para o patrimônio líquido 
Passivo não exigível 
Situação líquida 
Riqueza própria (líquida) Recursos próprios 
Capital próprio 
Representa obrigações da entidade com os sócios 
PL= A-P 
PL=B+D-O 
TOTAL DO ATIVO 
Capital aplicado = capital total à disposição da 
empresa 
 
TOTAL DO PASSIVO 
Passivo total = passivo exigível + passivo não 
exigível 
 
 
Fonte: elaborado pela autora. 
 
 
 
 
 
2.3 Função econômica da contabilidade: apurar o resultado (rédito) 
 
Segundo Viceconti e Neves (2017), o resultado é a diferença entre o valor das 
receitas e o valor das despesas. Pode ser: 
a) Positivo ou lucro – ocorre quando o valor das receitas é superior ao valor das despesas; 
b) Negativo ou prejuízo – ocorre quando o valor das receitas é inferior ao valor das 
despesas; 
c) Nulo – ocorre quando o valor das receitas é igual ao valor das despesas. 
 
 
2.3.1 Receitas 
A receita é definida no pronunciamento conceitual básico (CPC 00) como aumentos 
nos ativos, ou reduções nos passivos (vendas, perdão de dívida), exceto aqueles referentes a 
contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio (subscrição de capital) que 
resultam em aumentos do patrimônio líquido da entidade. 
Veja esquema da receita no quadro 13. 
 
Quadro 13. Receita 
 
ESQUEMA 
 
RECEITAS 
+ Ativo + Bens e/ou 
+ Direitos 
+ PL S/SL 
Fonte: adaptado de Viceconti e Neves (2017). 
 
. 
A receita corresponde, em geral, a vendas de mercadorias ou prestações de serviços. 
Ela é refletida no balanço através da entrada de dinheiro no caixa (receita à vista) ou entrada 
em forma de direitos a receber (receita a prazo) – duplicatas a receber. Outros exemplos: 
alugueis, rendimentos de uma aplicação financeira, juros ativos e entre outros. 
 
 
 
Uma RECEITA recebida antecipadamente não é considerada uma RECEITA, 
mas, sim, uma DÍVIDA, porque não foi ganha. Dizemos que é uma receita a 
apropriar (a ganhar). Ganhar significa fechar um negócio e concluir uma 
transação comercial, o que ocorre quando entregamos a mercadoria, produto ou 
serviço. 
 
 
2.3.2 Despesas 
A despesa é definida no pronunciamento conceitual básico (CPC 00) como reduções 
nos ativos ou aumentos nos passivos (despesas administrativas, impostos a pagar), exceto 
aqueles referentes a distribuições aos detentores de direitos sobre o patrimônio (dividendos) 
que resultam em reduções no patrimônio líquido 
Nesse sentido, podem diminuir o ativo e/ou aumentar o passivo, mas sempre 
provocam diminuições na situação líquida ou patrimônio líquido da entidade (VICECONTI; 
NEVES, 2017). Veja esquema da despesa no quadro 14. 
 
Quadro 14. Despesa 
 
ESQUEMA 
 
DESPESA 
(-) Ativo 
+ Passivo 
(-) PL /SL 
Fonte: adaptado de Viceconti e Neves (2017). 
 
 
Por fim, a despesa é todo sacrifício, todo esforço da empresa para obter receita. Ou 
seja, todo consumo de bens ou serviços com o objetivo de obter receita é um sacrifício, um 
esforço para a empresa. Exemplos: contas de água, luz e internet; aluguel do prédio; 
materiais de escritório; gastos com estrutura e saláriode funcionários, entre outros. 
 
Agora, vamos conhecer alguns conceitos importantes para a contabilidade. 
 
 
 
 
 
Uma DESPESA paga antecipadamente não é uma DESPESA do período, é um 
DIREITO que deve ser registrado no ATIVO. 
 
 
 
2.3.3 Conceitos importantes 
 Abordaremos alguns conceitos importantes que facilitarão seu entendimento acerca 
dos conteúdos a seguir. 
 
Rédito 
O termo rédito é mais amplo que resultado; nas entidades sem fins lucrativos, 
representa o superávit ou o déficit de suas atividades sociais. É o resultado da atividade 
econômica das entidades com fins lucrativos e provoca variação patrimonial, aumentativa ou 
diminutiva. 
 
Regime de caixa 
Na apuração dos resultados (rédito) do exercício, o regime de caixa ocorre quando são 
considerados apenas os pagamentos e recebimentos efetuados no período contábil. 
 
Regime de competência 
O regime de competência acontece quando, na apuração dos resultados (rédito) do 
exercício, são consideradas as receitas e despesas nas datas a que se referirem, 
independentemente de seus recebimentos ou pagamentos. 
 
A legislação comercial, por meio da Lei 6.404/1976, art. 177, torna o regime de 
competência de aplicação obrigatória pelas sociedades anônimas, e a legislação 
do imposto de renda (Decreto-lei 1.598/1977, art. 7º) também obriga sua 
adoção pelas empresas que declararem 
renda pelo lucro real. 
 
Assista aos vídeos abaixo para aprofundar o seu conhecimento sobre os regimes 
contábeis. 
https://www.youtube.com/watch?v=F3GCrYlGUs&list=PLEe0nmKgw0CVABhRvgBEFDPX3Wci
 
 
9AlC5&index=17 
 
Exercício social ou período contábil 
O exercício social ou período contábil é o espaço de tempo (12 meses) findo no qual 
as pessoas jurídicas apuram os seus resultados. Ele pode coincidir, ou não, com o ano-
calendário, de acordo com o que dispuser o estatuto ou o contrato social. Perante a legislação 
do IR, é chamado de período de apuração da base de cálculo do imposto devido e, nesse caso, 
pode ser trimestral ou anual. 
 
Período de apuração 
O período de apuração é o espaço de tempo utilizado pela legislação tributária para 
determinar a base de cálculo do tributo a ser apurado. 
 
 
 Referências 
 
BACINELLO, Edilson; BOM FIM, Jaqueline P. Contabilidade Geral. Cuiabá: UFMT, 2014. 
 
BRASIL. Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. 
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 15 
mar. 2021. 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. Estrutura conceitual. 
Disponível em: 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acesso em: 15 
mar. 2021. 
 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Legislações. Disponível em: 
https://cfc.org.br/legislacao/. Acesso em: 18 mar. 2021. 
 
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015. Disponível 
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522496242/. Acesso em: 14 mar. 
2021. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf
 
 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não 
contadores: para as áreas de administração, economia, direito e engenharia. 8. ed. São Paulo: 
Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932. 
Acesso em: 14 mar. 2021. 
 
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível 
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. Acesso em: 14 mar. 
2021. 
 
MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: 
Saraiva Educação, 2018. 
 
PORTAL DE CONTABILIDADE. História da contabilidade. Disponível em: 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm. Acesso em: 14 mar. 2021. 
 
POSSATI, Gilmar. Contabilidade geral. São Paulo: Estratégia Concursos, 2020. 
 
VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2017. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso em: 18 mar. 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm
 
 
UNIDADE III: CONTAS CONTÁBEIS 
 
Prezado (a) estudante, 
Nesta unidade, estudaremos as contas contábeis: teoria, função, subcontas. Débito, 
crédito e saldos. Classificação das contas: contas patrimoniais e de resultado. 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 Conceituar conta e plano de contas; 
 Distinguir contas patrimoniais de contas de resultado; 
 Reconhecer o significado dos termos débito e crédito em contabilidade. 
Bons estudos! 
 
 
3.1 Das contas 
 
As contas contábeis são utilizadas para registrar elementos semelhantes do patrimônio, 
possibilitando o controle e o acompanhamento necessários ao fornecimento de informações 
para a tomada de decisão e para o controle do patrimônio. Sendo assim, a conta “caixa”, por 
exemplo, é uma conta do ativo que registra as variações ocorridas com o numerário que a 
empresa guarda fora do banco. 
Nessa esteira, contas são nomes que qualificam os elementos patrimoniais e 
quantificam-nos por meio de saldos devedores e credores. Diante disso, vamos estudar as 
características dessas contas 
 
3.1.1 Teoria das contas 
Na literatura, várias escolas ao longo dos séculos foram criadas devido à necessidade 
de mudanças na sociedade; dentre elas, podemos destacar: barroco, classicismo, romantismo, 
parnasianismo, simbolismo e modernismo. 
Na contabilidade, não foi diferente. Ao longo dos anos, houve várias escolas que se 
especializaram nos estudos contábeis, notadamente na teoria das contas, entre as quais 
 
 
podemos destacar três: 
 Personalista; 
 Materialista; 
 Patrimonialista. 
 
 
3.1.1.1 Teoria personalista 
Na teoria personalista, cada conta assume a configuração de uma pessoa no seu 
relacionamento com a empresa ou entidade. Assim, caixa, bancos, duplicatas a receber, 
fornecedores, capital, receitas e despesas representam pessoas com as quais a entidade 
mantém relacionamento de débito e crédito (VICECONTI; NEVES, 2017). 
 Segundo esta teoria, as contas se classificam em: 
 Contas dos agentes consignatários – representam os bens da empresa; 
 Contas dos agentes correspondentes – representam os direitos e as obrigações da 
entidade perante terceiros; 
 Contas dos proprietários – são as contas do patrimônio líquido e suas variações, 
inclusive as receitas e despesas. 
 
3.1.1.2 Teoria materialista 
Na teoria materialista, as contas representam relações materiais e se classificam em 
dois grandes grupos: 
 Contas integrais – representam bens, direitos e PE; 
 Contas diferenciais – representam as contas do patrimônio líquido (PL) e suas 
variações, inclusive as receitas e despesas. 
O patrimônio é constituído pelas contas materiais ou integrais, ou seja, as 
representativas dos bens, dos direitos e das obrigações. As contas de PL representam a 
diferença entre os bens, os direitos e as obrigações, sendo, portanto, contas diferenciais. 
 
3.1.1.3 Teoria patrimonialista 
 
 
Na teoria patrimonialista, entende-se que o patrimônio é o objeto a ser administrado. 
Dessa forma, esta teoria separa as contas que representam a situação estática (patrimônio ou 
A = PE + PL) das contas que representam a dinâmica da situação (receitas e despesas): 
 Contas patrimoniais – representam a situação estática, ou seja, o patrimônio: bens, 
direitos, PE e PL; 
 Contas de resultado – representam a situação dinâmica, ou seja, as contas que alteram 
o patrimônio líquido: receitas e despesas. 
 
Essa é a teoria adotada no Brasil. 
 
 
3.1.2 Função e estrutura das contas 
A função das contas é representar os itens patrimoniais e de resultado. Assim,as 
contas exercem um importante papel no processo contábil, pois controlam e movimentam 
todos os componentes patrimoniais. A utilização das contas permite à contabilidade atingir a 
sua principal finalidade: fornecer informações aos seus usuários acerca do patrimônio e de 
suas variações. 
As contas contábeis possuem uma estruturação, composta por elementos essenciais, 
necessários para a identificação e a mensuração dos fatos contábeis. A estrutura padrão de 
uma conta está ilustrada no quadro 15 e sua explicação, na figura 7, abordando os elementos 
mínimos da conta completa: nome (título) da conta; data da operação; histórico da operação; 
débito (valor); crédito (valor); saldo (valor). 
Quadro 15. Nome de conta 
 
 Nome da conta 
Data Histórico Débito Crédito Saldo 
 
Fonte: Viceconti e Neves (2017). 
 
Figura 7. Elementos mínimos de uma conta 
 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 
Essa estrutura é encontrada no livro razão. No entanto, para fins de controle da 
movimentação das contas, existe uma estrutura simplificada das contas contábeis, o que a 
doutrina chama de “conta em T” ou “razonete”. 
 
 
3.1.3 Contas e subcontas 
As contas contábeis podem ser subdivididas em subcontas de maneira a individualizar 
o registro, melhorando o controle contábil. Por exemplo: 
 
Quadro 16. Contas e subcontas 
Código Descrição Saldo 
1.1.2 Bancos 120.000,00 
1.1.2.1 Banco do Brasil 50.000,00 
1.1.2.2 Caixa Econômica Federal 70.000,00 
Fonte: Possati (2020). 
 
Perceba que a conta “bancos” foi subdividida nas contas “Banco do Brasil” e “Caixa 
Econômica Federal”, melhorando o controle contábil. Destaca-se que, quando da publicação 
das demonstrações, a entidade poderá publicar apenas o saldo consolidado, nesse caso, os R$ 
 
 
120.000,00. A partir desse entendimento, podemos classificar as contas da seguinte forma: 
 Contas sintéticas: contas que consolidam os saldos de contas a ela vinculadas. Perceba 
que a conta “bancos”, no nosso exemplo, “sintetiza” (resume) o estado patrimonial dos 
elementos aos quais se refere; 
 Contas analíticas: são as contas utilizadas para controle e acompanhamento 
específicos. No nosso exemplo, as contas “Banco do Brasil” e “Caixa Econômica Federal” 
representam contas analíticas. 
 
Para revisar o que foi estudado até o momento sobre as contas, assista ao 
vídeo abaixo. 
https://www.youtube.com/watch?v=Q-9yGUwxQAg 
 
 
3.2 Classificação das contas 
 
 De acordo com os ensinamentos contábeis, as contas são classificadas em dois grupos: 
contas patrimoniais e contas de resultado. 
 
3.2.1 Contas Patrimoniais 
 As contas patrimoniais são aquelas que representam a situação estática, o patrimônio: 
bens, direitos, obrigações e o patrimônio líquido. Podem ser ativas quando representarem 
bens e direitos, ou passivas, quando representarem obrigações (BACINELLO, 2014). 
 As contas patrimoniais ativas terão sempre saldo devedor e serão dispostas no lado 
esquerdo do Balanço Patrimonial e as contas patrimoniais passivas possuirão sempre saldo 
credor e estarão representadas no lado direito do Balanço Patrimonial São exemplos de contas 
patrimoniais: caixa, veículos, bancos, duplicatas pagar etc. 
 
3.2.2 Contas de Resultado 
Contas de resultado são aquelas que representam a situação dinâmica possibilitada pelas 
contas de receitas e despesas, ou seja, aquelas que alteram o patrimônio líquido da entidade. 
 
 
As contas de receitas e despesas surgem durante o exercício social e encerram-se no fim do 
exercício, não aparecem expressas no Balanço Patrimonial, porém é através delas que se 
visualiza se a entidade auferiu lucro ou teve prejuízo (BACINELLO, 2014). 
 As contas de despesas apresentarão sempre saldo devedor e as contas de receitas 
apresentarão sempre saldo credor. São exemplos de contas de resultado: despesas de salários, 
receitas de vendas, receitas de aluguéis etc. 
 Assista ao vídeo para saber mais sobre as contas patrimoniais e de resultado. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Y2lmIeSSYF0 
 
 
3.3 Plano de contas 
 
O plano de contas é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplina as 
tarefas do setor de contabilidade. Nessa esteira, seu objetivo é uniformizar os registros 
contábeis de uma entidade. Para tanto, o plano de contas relaciona todas as contas a serem 
utilizadas no registro das variações patrimoniais. 
Nesse ponto, vale destacar que o plano de contas deve ser flexível, permitindo a 
exclusão ou inclusão de contas, acompanhando a dinâmica das operações da entidade. Além 
disso, destaca-se que, em geral, cada entidade elabora o seu plano de contas de acordo com 
suas peculiaridades (POSSATI, 2020). 
Segundo a doutrina, um plano de contas deve conter no mínimo as seguintes partes: 
elenco de contas, manual de contas e modelos de demonstrações padronizadas. 
Como forma de apresentação e organização, os planos de contas apresentam uma 
codificação, ou seja, cada conta contábil apresentará um código. A seguir, no quadro 17, 
temos um exemplo básico dessa codificação: 
Quadro 17. Codificação das contas 
 
Código da conta Descrição da conta 
1. Ativo 
1.1 Ativo circulante 
https://www.youtube.com/watch?v=Y2lmIeSSYF0
 
 
1.1.1 Disponível 
1.1.1.1 Caixa 
1.2 Ativo não circulante 
Fonte: Possati (2020). 
 
O elenco de contas (ou rol de contas) nada mais é do que a relação de contas 
(intitulação) e respectivos códigos utilizados pela entidade. Já o manual de contas objetiva 
apresentar informações detalhadas de cada conta, ou seja, é um guia para o contabilista 
registrar uniformemente todos os eventos envolvidos na gestão do patrimônio da entidade. 
A seguir, na figura 08, Marion (2018) indica um miniplano de contas, relativo a uma 
indústria, com o objetivo adicional de auxiliar o estudante a memorizar ainda mais o balanço 
patrimonial e a demonstração do resultado do exercício. 
O plano de contas proposto foi codificado da seguinte maneira: 
 Inicia-se com a unidade 1 para todas as contas do ativo; com a unidade 2 para todas as 
contas do passivo; com a unidade 3 para todas as contas do patrimônio líquido; 4 para todas 
as contas receita e deduções das receitas; e com 5 para as contas dedutivas no resultado 
(custo, despesas, participações, entre outros); 
 Em seguida, adiciona-se um segundo número que representa o grupo de contas do 
ativo, do passivo e assim por diante. Desse modo, observando o código 1.1, encontra-se o 
ativo circulante (o primeiro 1 é ativo, o segundo 1 é circulante), 1.2 não circulante, 2.1 
passivo circulante, 2.2 passivo não circulante, entre outros. 
A ITG 1000 estabelece critérios e procedimentos simplificados a serem observados 
pelas entidades. É apresentado nessa norma um modelo de plano de contas para ser seguido. 
A seguir, abra o link para baixar a ITG 1000 e veja seu modelo de plano de contas. 
 
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1418.pdf 
 
 
Para aprofundar o assunto sobre o plano de contas, assista ao vídeo 
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/Res_1418.pdf
 
 
abaixo. https://www.youtube.com/watch?v=dvRJGi8qfpY 
Observe, na Figura 08, o exemplo de um plano de contas indicado por Marion (2018). 
Figura 08. Plano de contas 
 
https://www.youtube.com/watch?v=dvRJGi8qfpY
 
 
Fonte: Marion (2018). 
 
 
3.4 Partidas dobradas 
A essência deste método, universalmente aceito, conforme Viceconti e Neves (2017), 
é que o registro de qualquer operação implica que um débito em uma ou mais contas deve 
corresponder a um crédito equivalente, em uma ou mais contas, de forma que a soma dos 
valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados, ou, simplificando: 
 
Não há débito sem crédito correspondente 
A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos. 
Um ou mais débitos em uma ou mais contas deve corresponder a 
um ou mais créditos de valor equivalente em uma ou mais contas. 
 
 
3.4.1 Débito, créditoe saldo 
 Viceconti e Neves (2017) abordam o conceito de débito, crédito e saldo. 
O débito representa a situação de dívida de responsabilidade da conta. As contas que 
representam bens, direitos, despesas e custos têm saldo devedor. O crédito representa a 
situação de direito de haver da conta. As contas que representam obrigações (P), PL e 
receitas têm saldo credor. O saldo de uma conta representa a diferença entre o valor do débito 
e do crédito. Os saldos podem ser devedor, credor ou nulo. 
 
a) Devedor – quando o valor do débito for superior ao do crédito (D > C). 
b) Credor – quando o valor do crédito for superior ao do débito (D < C). 
c) Nulo – quando o valor do débito for igual ao do crédito (D = C). 
 
 
Embora pareça paradoxal, é simples e fácil justificar as definições dos saldos quando 
as comparamos com os conceitos apresentados na teoria personalista e com o estudo do 
patrimônio, abordado na Unidade 2. Para tanto, voltaremos nossos estudos àqueles conceitos. 
 
 
 
 
Quadro 18. Balanço patrimonial 
 
ATIVO PASSIVO 
Bens 800,00 (D) 
Direitos 1.200,00 (D) 
Obrigações (passivo exigível) 
Fornecedores 400,00 (C) 
 
Patrimônio líquido 
+ Receitas (C) 1.600,00 (C) 
(–) Despesas (D) 
Total = 2.000,00 (D) Total = PL 2000 (C) 
Fonte: Viceconti e Neves (2017). 
 
 
Em que: 
(D) – saldo devedor 
(C) – saldo credor 
 
 Observando atentamente o patrimônio acima, chegamos às seguintes conclusões: 
1) Os fornecedores (credores da empresa) têm R$ 400,00 a receber, portanto, seu saldo é 
credor. 
2) Os sócios ou acionistas (credores da empresa) têm R$ 1.600,00 a receber (valor do 
PL), portanto, seu saldo é credor. 
3) Os recursos necessários aos pagamentos dos valores acima estão no ativo, que, nesta 
hipótese, deve R$ 2.000,00, ou seja, R$ 400,00 para as obrigações com terceiros (P) e R$ 
1.600,00 para os sócios ou acionistas (PL). 
 
Portanto: 
a) As contas de ativo têm saldo devedor. 
b) As contas de passivo têm saldo credor. 
c) As contas de patrimônio líquido têm saldo credor. 
 
 
Relativamente às receitas e despesas, poderíamos comentar que: 
 
 
4) As receitas provocam aumento no valor do PL que, normalmente, possui saldo 
credor. Logo, as receitas somente podem ter saldo credor. 
5) As despesas, por sua vez, diminuem o valor do PL, que, normalmente, possui saldo 
credor. Logo, as despesas somente podem ter saldo devedor. 
 
Você ainda se sente confuso quanto ao conceito de débito e crédito? Assista ao vídeo 
abaixo para aprofundar o seu entendimento sobre o assunto. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=FLYBWM8bPa0 
 
 
 
 
Exercício de fixação 
 
 A Floricultura Flores do Sol Ltda. iniciou suas atividades em 2 de janeiro de 20X1: 02-
01/01 – Integralização do capital social, em dinheiro: R$ 150,00. 
05-01 – Compra de flores e sementes de Flores Lindas Ltda.: R$ 48,00 à vista. 
13-01 – Compra de flores naturais de Flores Lindas Ltda.: duplicata de R$ 42,00, a prazo. 
15-01 – Venda de dois pacotes de sementes que custaram R$ 24,00: R$ 36,00 à vista. 
23-01 – Pagamento de Bento Santos por despesas de entrega: R$ 6,00. 
 
Assim: 
a) Demonstre o patrimônio da empresa, após cada uma das operações. 
b) Identifique a equação patrimonial. 
c) Identifique a situação patrimonial. 
 
02/01 
a) 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=FLYBWM8bPa0
 
 
 
Quadro 19. BP 02.01.X1 
 
PATRIMÔNIO DE 02.01.20X1 
Ativo Passivo e patrimônio líquido 
Caixa 150,00 Passivo 
Obrigações 
 
-0- 
Patrimônio líquido 
Capital social 
 
 150,00 
Total 150,00 Total 150,00 
Fonte: Viceconti e Neves (2017). 
b) Equação: A = PL 
150,00 = 150,00 
P = 0 
c) Situação plena. 
 
05/01 
a) 
 
Quadro 20. BP 05.01.X1 
 
PATRIMÔNIO DE 05.01.20X1 
Ativo Passivo e patrimônio líquido 
Caixa 102,00 Passivo 
Mercadoria em 
estoque 
 48,00 Obrigações -0- 
 Patrimônio líquido 
 Capital social 150,00 
Total 150,00 Total 150,00 
Fonte: Viceconti e Neves (2017). 
 
b) Equação: A = PL 
150,00 = 150,00 
P = 0 
c) Situação plena. 
 
 
 
 
13/01 
a) 
Quadro 21. BP 13.01.X1 
 
PATRIMÔNIO DE 13.01.20X1 
Ativo Passivo e patrimônio líquido 
Caixa 84,00 Passivo 
Mercadoria em 
estoque 
 108,00 
Duplicatas a pagar 42,00 
 Patrimônio líquido 
 Capital social 150,00 
Total 192,00 Total 192,00 
 
Fonte: Viceconti e Neves (2017). 
 
b) Equação: A = P + PL 
192,00 = 42,00 + 150,00 
P = 0 
c) Situação favorável: A > P = 192,00 > 42,00 
 
15/01 
a) 
Quadro 22. BP 15.01.X1 
 
 PATRIMÔNIO DE 15.01.20X1 
Ativo Passivo e Patrimonio Líquido 
Caixa 
120,00 
Mercadoria em estoque 84,00 
 
 
Passivo 
Duplicatas a pagar 42,00 
Patrimônio Líquido 
Capital social 150,00 
Lucro* 12.00 
PL 162,00 
 
Total 204,00 Total 204,00 
 
Fonte: Viceconti e Neves (2017). 
 
 
 
 
b) Equação: A = P + PL 
204,00 = 42,00 + 162,00 
c) Situação favorável: A > P = 204,00 > 42,00 
 
 
23/01 
a) 
Quadro 23: BP 23.01.X1 
PATRIMÔNIO DE 23.01.20X1 
Ativo Passivo e patrimônio líquido 
Caixa 114,00 Passivo 
Mercadoria em 
estoque 
 84,00 Duplicatas a pagar 42,00 
 Patrimônio líquido 
 Capital social 150,00 
 Lucro* 6.00 
 PL 156,00 
Total 198,00 Total 198,00 
Fonte: Viceconti e Neves (2017). 
 
 
(*) Receitas: ................................................................. R$ 36,00 
Despesas: ...................................................................... R$ (30,00) ⇒ (R$ 24,00 + R$ 6,00) 
(=2) Lucro: ........................................................................ R$ 6,00 
b) Equação: A = P + PL 
198,00 = 42,00 + 156,00 
c) Situação favorável: A > P = 198,00 > 42,00 
 
 
 
 Referências 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. Estrutura conceitual. 
Disponível em: 
 
 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acesso em: 15 
mar. 2021. 
 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Legislações. Disponível em: 
https://cfc.org.br/legislacao/. Acesso em: 18 mar. 2021. 
 
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não 
contadores: para as áreas de administração, economia, direito e engenharia. 8. ed. São Paulo: 
Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932. 
Acesso em: 14 mar. 2021. 
 
MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível 
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018103/. Acesso em: 14 mar. 
2021. 
 
MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: 
Saraiva Educação, 2018. 
 
PORTAL DE CONTABILIDADE. História da Contabilidade. Disponível em: 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm. Acesso em 14 mar. 2021. 
 
VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade básica. 18. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2017. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547220921/. Acesso em: 18 mar. 2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788597016932
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm
 
 
UNIDADE IV: ESCRITURAÇÃO