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1 A INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS I I 1 Heloísa Orlandini Jordão* Tais Akemi Dellai Oshita ** RESUMO: Em países da América Latina, bem como o Brasil a esperança de vida vem aumentando gradualmente, em decorrência da progressiva industrialização, urbanização e melhoria dos serviços de saúde, com conseqüente modificação no perfil das doenças da população. Observa-se uma redução da morbimortalidade por doenças infecto-parasitárias e um aumento da morbimortalidade por doenças não transmissíveis, dentre essas o diabetes mellitus (DM). Evidências epidemiológicas favorecem esmagadoramente o conceito de que a atividade física regular exerce um efeito benéfico sobre os fatores de risco cardiovascular. O exercício físico tem sido recomendado como uma abordagem não farmacológica, bem como um útil coadjuvante à terapia farmacológica, no controle da hipertensão leve e do DM. Apesar de permanecerem algumas controvérsias, vários estudos demonstram que a atividade física pode reduzir a Pressão Arterial (PA) em indivíduos hipertensos. Assim, o diagnóstico e o controle da hipertensão têm sido, na última década, os grandes objetivos dos programas de saúde pública. Os portadores de DM atingem em todo o mundo grande número de pessoas de qualquer condição social. Essa enfermidade representa um problema pessoal e de saúde pública. Apresenta uma epidemia de DM do tipo 2, pois nos últimos anos ocorreu um grande crescimento. No Município de Recife mostram que Resultados preliminares do "Estudo multicêntrico sobre a prevalência do diabetes mellitus no Brasil" (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1989, p.1) mostram uma prevalência de 5,4%, sendo de 5,7% no sexo masculino e de 5,2% no sexo feminino. Da população masculina residente nesse Município, 43,7% dos indivíduos desconheciam serem portadores da doença, enquanto apenas 20,3% das mulheres desconheciam serem diabéticas. Cerca de 3% da população mundial, ou seja, 100 milhões de pessoas apresentam diabetes, sendo assim uma doença não contagiosa mais muito comum. A Hiperglicemia pode surgir secundariamente a partir de qualquer doença que possa provocar destruição das ilhotas pancreáticas, por pancreatite, tumores e fármacos. E como alteração primária ocorre por distúrbios do sistema de sinalização das células das ilhotas-insulina. Diabetes é um termo comum para vários distúrbios metabólicos crônicos do metabolismo de vários nutrientes tais como Carboidratos, Lipídios e Proteínas; a designação do latim para esta doença, quer dizer aquilo que corre de sabor mel. Este nome deve-se ao fato da diabetes mellitus causa a excreção de grandes quantidades de açúcar através da urina. É uma característica desta doença a resposta secretaria defeituosa ou deficiente da insulina, que se manifesta na utilização inadequada dos carboidratos, ou seja, a Glicose, sendo uma Hiperglicemia. A diabetes não insulino-dependente (DMNID) é um termo usado para várias doenças com diferentes causas e graus de gravidade. Em algumas pessoas, a capacidade de produzir insulina é reduzida, em outras é a sensibilidade das células à insulina que diminui nos músculos e tecidos. Muitas pessoas resolvem esta situação fazendo simplesmente, uma dieta 1 Trabalho originalmente apresentado e publicado nos anais do I Congresso Internacional de Saúde e V Seminário Científico do CCS, UEM. ISSN: 1808-706X. * Fisioterapeuta, Graduada em Fisioterapia pela Faculdade Ingá -UNINGÁ,E-mail: lolaisalolaisa@yahoo.com.br, FONE: 99116194. ** Graduada em Educação Física Universidade Estadual de Maringá (UEM), Especialista em Treinamento Desportivo UEM, aluna especial do mestrado: Promoção da Saúde do Homem CCS-UEM. 2 saudável, em indivíduos com excesso de peso, a DMNID não pode melhorar se houver uma perda de peso. Outros indivíduos precisam tomar medicação oral, que estimula o pâncreas a produzir maior quantidade de insulina, ou a aumentar a sensibilidade das células à insulina, é muito mais freqüente que a diabetes insulino-dependente; também é conhecida como diabetes Tipo 2, diabetes do adulto. Cerca de 80 a 90% dos pacientes restantes apresentam esse tipo de diabetes. O DM do tipo 2 sabidamente associam-se a vários fatores de risco cardiovasculares, incluindo hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, obesidade, resistência à insulina, microalbuminúria e anormalidades nos lipídios e lipoproteínas plasmáticas, caracteristicamente elevação de triglicerídeos e redução de colesterol contido na lipoproteína de alta densidade (colesterol HDL), juntamente com essas alterações recebe-se o nome de Síndrome metabólica. A homeostasia normal da glicose é regulada pela produção de glicose no fígado, captação e utilização da glicose pelos tecidos periféricos e secreção de insulina, o gene da insulina vem das células Betas das ilhotas pancréaticas e a pré-proinsulina é sintetizada no retículo endoplasmático rugoso a partir do RNAm da insulina e liberada no aparelho de Golgi, após varias etapas da clivagem convertem para pró-hormonio dando origem a insulina adulta. O estimulo mais importante que degrada a síntese e liberação de insulina é a glicose. A glicose em excesso no sangue faz com que se formem agregados deste açúcar que são tóxicos para as células e faz com que as proteínas se liguem também a esses açúcares prejudicando o seu funcionamento normal, assim vão existir várias complicações em nível de vários órgãos, nomeadamente nos vasos e nos nervos. O diabético tem alterações vasculares no rim que podem levar à insuficiência renal, nos olhos lesiona a retina levando a cegueira, apresenta tendência aumentada para a arteriosclerose que pode levar as alterações em outros órgãos, desde Infartos no Coração até o cérebro com um Acidente Vascular Encefálico Isquêmico. O diabético apresenta também alterações nas inervações, deixando assim de sentir a maior parte das dores, como por exemplo, pode não perceber que teve um enfarte do miocárdio, a complicação mais freqüente desta alteração nervosa é o “pé-diabético” , o portador da doença não sente os traumatismos no pé, e podem andar com feridas enormes sem dar por isso, as feridas infectam e têm dificuldade em cicatrizar e muita vez é necessário proceder a amputações para que a infecção não chegue ao sangue, surgindo assim uma septicemia, podendo levar a morte por choque séptico. Complicações do DM do tipo 2, entre as quais as cardiovasculares, que é responsável por até 80% sendo como uma das maiores ameaças à saúde em todo o mundo, com muitos custos econômicos e sociais, assim notas mudanças do estilo de vida da população, como a presença de exercício físico regular e redução de peso, por estes motivos podem levar a diminuir a incidência de DM do tipo 2 em indivíduos com intolerância à glicose. O aumento da prevalência do diabetes em países em desenvolvimento vem sendo observado nas últimas décadas. Isto é decorrente em grande parte do acelerado processo de transição demográfica e epidemiológica em curso nesses países. Essa doença é de importância para população idosa pela elevada freqüência de ocorrência e pelo fato de acarretar complicações macro vasculares, ou seja, doenças cardiovasculares, cerebrovascular e de vasos periféricos; também as micro vasculares, que são as retinopatia, nefropatia e neuropatia; Essas complicações contribuem para a queda da qualidade de vida dos idosos. Objetivo: promover a melhora da qualidade de Vida das participantes do grupo proporcionando uma redução da glicose no sangue através da atividade física. Metodologia: o projeto foi realizado na Academia Espartacos, com pessoas portadoras de Diabetes Mellitus tipo II, encaminhadas pelos seus respectivos Médicos Endocrinologistas. O trabalho foi realizado com 12 senhoras, a maioria donas de casa entre 40 e 65 anos, foram realizado atividades três vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 20:15hs às 21:15hs, em um períodode 24 semanas; onde todas realizaram o teste de glicemia em jejum sob receita médica na primeira semana de atividade e a 3 cada quatro semanas respectivamente eram realizados novamente o teste, as atividades foram exclusivamente elaboradas e organizadas pelas profissionais de Educação Física e Fisioterapia. A sessão iniciava-se com aquecimento, juntamente exercícios metabólicos e respiratórios, seguido de alongamento global de tronco, membros superiores e inferiores, exercícios de fortalecimento muscular, atividade lúdica, caminhada e alongamento final. Ao termino de cada sessão eram realizadas palestras sobre diferentes patologias. Resultados: levando em conta o parâmetro utilizado pelos laboratórios na cidade de Maringá, onde os valores referenciais são de 60 a 110 mg/dl, chegamos aos seguintes resultados: Iniciamos com 0% de pacientes normoglicemicos e 100% hiperglicemicos, ou seja, todos do grupo apresentavam Glicose maior que 110; na 4º semana 25 % apresentavam-se Normogilicemicos e 75% Hiperglicemicos; na 8º semana 25% apresentavam-se Normogilicemicos e 75% Hiperglicemicos, ou seja manteve o mesmo índice das semanas anteriores, mas com redução da glicose do grupo todo; na 12º semana 33,3% apresentavam-se Normogilicemicos e 66,6% Hiperglicemicos; na 16º semana 58,3% apresentavam-se Normogilicemicos e 41,6% Hiperglicemicos; na 20º semana 58,3% apresentavam-se Normogilicemicos e 41,6% Hiperglicemicos, ou seja manteve o mesmo índice das semanas anteriores, mas com redução da glicose do grupo todo; na 24º semana 66,6% apresentavam-se Normogilicemicos e 33,3% Hiperglicemicos. Conclusão: as atividades realizadas semanalmente levaram a um bom resultado em relação aos níveis de Glicose das participantes do grupo, temos que levar não somente em conta os exercícios físicos, mas também as palestras e orientações passadas para as participantes e pelos profissionais envolvidos. Iniciamos com 0% de pacientes normoglicemicos e 100% hiperglicemicos, ou seja todos do grupo apresentavam Glicose maior que 110 e terminaram na 24º semana 66,6% apresentavam-se Normogilicemicos e 33,3% Hiperglicemicos. Assim conclui-se que as senhoras apresentaram quadro de melhora da própria patologia como também das atividades de vida diária, socialização, conhecimento sobre patologias e que acima de tudo as levaram a ganhar melhor qualidade de vida. Palavras-chaves: Diabetes Mellitus, Qualidade de Vida, Idosas.
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