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Lucas Gustavo Novaes Gonçalves ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE - AAS Lucas Gustavo Novaes Gonçalves AAS – Problema 1 (intermediária) Discorrer sobre as normas operacionais NOB e NOAS Explanar o pacto pela vida Explicar os determinantes sociais de saúde Discorrer sobre as normas operacionais NOB e NOAS O Processo de implantação do SUS tem sido orientado por instrumentos chamados Normas Operacionais, instituídas por meio de portarias ministeriais. Estas normas definem as competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que Estados e Municípios possam assumir as responsabilidades dentro do Sistema. Entre os objetivos das Normas Operacionais temos: • Induzir e estimular mudanças; • Aprofundar e reorientar a implementação do SUS; • Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes, e movimentos tático-operacionais; • Regular as relações entre seus gestores; • Normatizar o SUS. Desde o início do processo de implantação do SUS foram publicadas três Normas Operacionais Básicas e em 2001 foi publicada a primeira Norma Operacional da Assistência à Saúde (NOAS/SUS/01/01). NOB 01/91 Constituem as bases de implantação e operacionalização do Sistema Único de Saúde, mas o enfoque desta Norma está basicamente direcionado à normalização de mecanismos de financiamento do SUS - repasse, acompanhamento, controle e avaliação dos recursos financeiros do INAMPS para os municípios e/ou estados. INAMPS, instituto que foi o mantenedor de um modelo de saúde médico- assistencial- hospitalar, modelo histórico desde quando a saúde estava também vinculada à previdência social, continuava a manter o poder para editar uma norma orientadora para o Sistema Nacional de Saúde. Não é casual, portanto, que tal Norma privilegiasse o financiamento, e mais especificamente da Assistência Hospitalar e Ambulatorial. Para as atividades hospitalares, o pagamento é feito diretamente do INAMPS ao estabelecimento provedor do serviço. Também é o nível central que define os critérios - demográficos, epidemiológicos e de estrutura física - que orientarão o repasse de AIH aos municípios e aos Estado. Para as atividades ambulatoriais, mais uma vez é o INAMPS que estabelece os valores das Unidades de Cobertura Ambulatorial (UCA) para cada estado, que segundo aquele órgão, baseiam-se nos critérios: população, capacidade instalada, qualidade e desempenho técnico, econômico e financeiro da rede em períodos anteriores. Uma parcela de 10,0% dos recursos para atividades ambulatoriais é mantido no nível estadual, enquanto os 90,0% restantes são destinados (proporcionalmente a sua população) aos municípios. A NOB 01/91 também propõe recursos para investimento na rede, através das Unidades de Capacitação da Rede (URC) numa tentativa de diminuir as desigualdades regionais (principalmente na estrutura de provisão de serviços), que as rubricas anteriores (assistência hospitalar e ambulatorial) reproduzem. Assim, os estados cuja UCA tem o maior valor, receberiam um incentivo correspondente a 1,0% deste valor para "reposição, e modernização tecnológica dos equipamentos da rede pública estadual e municipal", enquanto aqueles cuja UCA tem o menor valor, receberiam, Lucas Gustavo Novaes Gonçalves a título de URC, incentivos correspondentes a 5,0% daquele valor. São propostos estímulos à municipalização do SUS e às ações de saúde coletiva, através do Fator de Estímulo à Municipalização (FEM), que corresponde a 5,0% do valor da UCA. De todos os recursos financeiros definidos nesta NOB, estes são os únicos, que embora insuficientes, dão aos municípios certa autonomia ficando a critério dos municípios o emprego destes recursos. O financiamento das atividades hospitalares, através das AlHs, permitem apenas às Secretarias Estaduais de Saúde, com muita limitação, efetuar algumas correções, através de um fundo de compensação de AIH. O financiamento de atividades ambulatoriais são baseados nas UCAs, com critérios que, se adequados do ponto de vista técnico administrativo, não contemplam, com justiça, as desigualdades regionais e estaduais. A NOB 01/91 teve seu papel histórico no processo de construção do SUS e destacou-se como o primeiro instrumento a regulamentar os inúmeros "espaços abertos" deixados pelas Leis Orgânicas da Saúde. Sua grande limitação é derivada de sua orientação pelos princípios do INAMPS e de seu enfoque dirigido fundamentalmente ao financiamento, com valorização das atividades hospitalares e ambulatoriais, perpetuando a lógica de privilegiar da assistência médica. NOB 01/92 foi editada pela Secretaria Nacional de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde (SNAS/MS). Ela inova em relação à sua predecessora por alguns aspectos. Pois é produto de um consenso entre SNAS/MS, INAMPS, CONASS e CONASEMS, cenários onde atuam distintos atores, representando interesses e expectativas diversos e não raro antagônicos; Recupera elementos constitutivos da descentralização tais como autonomia e democracia; No entanto, quando essa NOB trata do financiamento, praticamente mantém o que a NOB anterior regulamentava. É priorizado o financiamento da assistência médica curativa (atividades hospitalares e ambulatoriais) com repasses baseados em dados populacionais (para as AlHs) e além desses, em estrutura física e desempenho financeiro prévio (para as UCA). A NOB ainda estabelece alguns critérios para a distribuição das AIH alocadas nas Secretarias de Estado de Saúde (AIH dos municípios não habilitados + Fundo de Compensação), sugerindo que o planejamento integrado tenha precedência sobre o critério populacional, mas como a maioria dos municípios, entre os quais os mais carentes, continuam sem condições de se habilitar, e portanto inserir-se ativamente no planejamento integrado, continuam a valer os critérios populacionais e políticos, reprodutores de desigualdades. Novamente nessa NOB, tanto o investimento na rede como o estímulo à municipalização e às ações de saúde coletiva são contemplados com parcelas que no máximo podem atingir a 5,0% do valor da UCA, mantendo assim, a priorização das ações curativas e não permitindo interferências substantivas no quadro de desigualdades regionais e municipais. Em que pesem as limitações destas duas NOB, observou-se, desde 1991, um gradual aumento no número de municípios brasileiros que se organizaram para o cumprimento dos critérios definidos lei N° 8142. Estes municípios habilitados passam - ainda que de forma bastante limitada - a ter algum poder (ou pelo menos algum controle) sobre os seus sistemas locais de saúde. Em 1993, a descentralização da saúde implementava- se em mais de 1/5 dos municípios brasileiros, o que em termos populacionais tinha expressão muito maior, haja vista que dentro deste milhar de municípios Lucas Gustavo Novaes Gonçalves incluíam-se a maioria das capitais e grandes municípios. NOB 01/93 É originária do trabalho do Grupo Especial de Descentralização (GED), o qual elaborou uma proposta de operacionalização dos preceitos legais que fundamentam o SUS, proposta esta aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), é editada pelo próprio Ministro da Saúde e busca regulamentar não apenas o financiamento, mas o processo de descentralização da gestão dos serviços e ações no âmbito do SUS O fato desta Norma ter sido editada como portaria ministerial é evidência e resultado de um outro contexto político, no qual atores do movimento sanitário favoráveis à descentralização constituem grupo técnico no Ministério da Saúde e ocupam espaços políticos estratégicos como o CONASS e CONASEMS. Formalizou os princípios aprovados na 9º Conferência Nacional de Saúde (1992) com o tema central:“a municipalização é o caminho”. Encontram-se presentes na Introdução da NOB 01/93 os elementos que caracterizam a descentralização: redistribuição de poder; reorganização institucional envolvendo dimensões políticas, sociais e culturais, diálogos e negociação (democracia); redefinição de papéis e estabelecimento de novas relações entre as três esferas de governo; autonomia proporcional à capacidade de gestão. A NOB 01/93 é a primeira a definir o gerenciamento do processo de descentralização nos três níveis de governo, através da Comissão Intergestores Tripartite, das Comissões Intergestores Bipartites e dos Conselhos Municipais, bem como as condições de gestão para municípios (Incipiente, Parcial e Semiplena) e estados (Parcial e Semiplena), que buscam exatamente contemplar os diferentes estágios em que se encontram estados e municípios, em relação à descentralização. Quanto ao financiamento, mantém-se nessa NOB muito do que vigorava nas NOB anteriores. O financiamento das atividades ambulatoriais é baseado nas UCA e o financiamento das atividades hospitalares nas AIH, desaparecendo a figura do convênio como reguladora das transferências de recursos financeiros. Criam-se o Fator de Apoio ao Estado (5,0% da UCA) e o Fator de Apoio ao Município (também 5,0% da UCA), para estados e municípios que se encontram em algumas formas de gestão previstas pela NOB 01/93. A grande diferença da NOB 01/93 para as anteriores, em relação ao financiamento, está no fato de a forma mais avançada de gestão - semiplena - permitir maior autonomia sobre o pagamento dos prestadores ambulatoriais e hospitalares, públicos e privados, o que torna possível aos municípios sob tal forma de gestão, ainda que com limitações, a utilização desses recursos de forma mais adequada às realidades e necessidade de distintos estados e municípios. O processo de adesão a essa Norma, embora tenha se iniciado somente em junho de 1994 e tenha sofrido interferências diversas, pode ser considerado positivo, uma vez que, em novembro de 1995, 2750 municípios estavam habilitados nas formas de gestão da NOB-93, sendo 52 municípios na condição de gestão semiplena. No início de 1996 os municípios em gestão semiplena já somavam 92, representando 13,0% da população brasileira. Este percentual, no entanto, não é homogêneo para todo o país e respeita a heterogeneidade de porte, organização e complexidade de municípios e sistemas e serviços de saúde, ou seja, enquanto nas regiões Sudeste e Sul por volta de 70,0% dos municípios são habilitados, nas regiões Centro-Oeste e Nordeste este percentual está próximo a 50,0% e na região Norte não atinge 10,0%. NOB 01/96, editada pelo Ministro da Saúde, em 06/11/96, pretende dar Lucas Gustavo Novaes Gonçalves continuidade ao processo de consolidação do SUS, colocando como finalidade primordial "promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes, com consequente redefinição das responsabilidades dos Estados, do DF e da união. Para tal, propõe, modifica e implementa importantes aspectos, tais como: -O reordenamento do modelo de atenção à saúde, de modo que cada nível de governo possa melhor desenvolver as ações no campo da assistência (no âmbito ambulatorial, hospitalar e domiciliar), das intervenções ambientais (vigilâncias e saneamento) e das políticas externas ao setor saúde (emprego, habitação, educação, lazer, etc). Este reordenamento pressupõe a incorporação do modelo epidemiológico ao modelo clínico vigente; -Institui a Programação Pactuada e Integrada (PPI) como "o instrumento essencial de reorganização do modelo de atenção e da gestão do SUS, de alocação dos recursos e da explicitação do pacto estabelecido entre as três esferas de governo". As PPI elaboradas por cada município, ou pactuada entre um conjunto de municípios, são harmonizadas e compatibilizadas pelas CIB, que a elas incorporam as ações de responsabilidade do estado, submetendo-as à apreciação dos Conselhos Estaduais de Saúde. A União procede a integração de todas as PPI estaduais, incorporando as ações sob sua responsabilidade e alocando os recursos disponíveis e negociados na CIT; Define, finalmente, as condições de gestão para os municípios (Plena da Atenção Básica e Plena do Sistema) e estados (Avançada do Sistema e Plena do Sistema), relacionando responsabilidades, requisitos e prerrogativas. Essa NOB divide a assistência à saúde em três grandes "compartimentos": Assistência Hospitalar e Ambulatorial, Vigilância Sanitária e Epidemiologia e Controle de Doenças, dentro dos quais foram definidos pisos, tetos, fatores de incentivo e índices de valorização, que definem os valores a serem repassados, diretamente ou via fundo estadual, conforme a condição de gestão do município. NOAS foi criado considerando a necessidade de dar continuidade ao processo de descentralização e organização SUS, fortalecido com a implementação da Norma NOB 01/96. Diante das contribuições do Conselho de Secretários Estaduais de Saúde – CONASS e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – CONASEMS, seguidas da aprovação da Comissão Intergestores Tripartite –CIT – e Conselho Nacional de Saúde – CNS, em 15 de dezembro de 2000, resolve aprovar, na forma de Portaria, a Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS–SUS 01/2001 que amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica; define o processo de regionalização da assistência; cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos critérios de habilitação de estados e municípios. Estabelece o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior equidade. Institui o Plano Diretor de Regionalização (PDR) como instrumento de ordenamento do processo de regionalização da assistência em cada estado e no Distrito Federal, baseado nos objetivos de definição de prioridades de intervenção coerentes com a necessidade da população e garantia de acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção à saúde. Cabe às secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal a elaboração do PDR, em consonância como Plano Lucas Gustavo Novaes Gonçalves Estadual de Saúde, devendo o mesmo ser aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite e pelo Conselho Estadual de Saúde. O PDR deve ser elaborado na perspectiva de garantir o acesso aos cidadãos, o mais próximo possível de sua residência, a um conjunto de ações e serviços vinculados a: -assistência pré-natal, parto e puerpério; -acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil; -cobertura universal do esquema preconizado pelo PNI para todas as faixas etárias; -ações de promoção da saúde e prevenção de doenças; -tratamento de intercorrências mais comuns na infância; -atendimento de afecções agudas de maior incidência; -acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta prevalência; -tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas urgências ambulatoriais; -tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais frequentes; -controle de doenças bucais mais comuns; -suprimento e dispensação dos medicamentos da farmácia básica. No que diz respeito à ampliação do acesso e da qualidade da atenção básica, a NOAS/SUS 01/01 instituiu a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada (GPABA). E define como áreas de atuação estratégicas mínimas para a habilitação nesta condição o controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o controle da hipertensão arterial, o controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da mulher e a saúde bucal. A NOAS/SUS definiu um conjunto mínimo de procedimentos de média complexidade como primeironível de referência intermunicipal, com acesso garantido a toda a população no âmbito microrregional, ofertados em um ou mais módulos assistenciais. Esse conjunto mínimo de serviços de média complexidade compreende as atividades ambulatoriais, de apoio diagnóstico e terapêutico e de internação hospitalar. O financiamento federal das ações ambulatoriais é feito com base em um valor per capita nacional. As UF deverão encaminhar ao Ministério da Saúde uma versão consolidada da Programação Pactuada e Integrada (PPI). Cabe às SES a coordenação da programação pactuada e integrada no âmbito do Estado. A PPI aprovada pela Comissão Intergestores Bipartite deverá nortear a alocação de recursos federais da assistência entre municípios pelo gestor estadual, resultando na definição de limites financeiros claros para todos os municípios do Estado, sendo que o limite financeiro de cada município será composto por duas parcelas separadas: recursos destinados ao atendimento da população própria e recursos destinados ao atendimento da população referenciada, de acordo com as negociações expressas na PPI. Nos casos em que os serviços de referência estiverem em municípios localizados habilitados em Gestão Plena de Sistema Municipal, os mesmos devem se comprometer com o atendimento da população referenciada, subscrevendo com o Estado um Termo de Compromisso para Garantia de Acesso. Esse termo tem como base o processo de programação e contém as metas físicas e orçamentárias das ações definidas na PPI Lucas Gustavo Novaes Gonçalves Explanar o pacto pela vida O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. A definição de prioridades deve ser estabelecida por meio de metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais. Prioridades estaduais ou regionais podem ser agregadas às prioridades nacionais, conforme pactuação local. Os estados/regiões/municípios devem pactuar as ações necessárias para o alcance das metas e dos objetivos propostos. São seis as prioridades pactuadas: -Saúde do Idoso; -Controle do câncer do colo do útero e da mama; -Redução da mortalidade infantil e materna; -Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; -Promoção da Saúde; -Fortalecimento da Atenção Básica. Saúde do Idoso: Para efeitos deste Pacto será considerada idosa a pessoa com 60 anos ou mais. O trabalho nesta área deve seguir as seguintes diretrizes: -Promoção do envelhecimento ativo e saudável; -Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; -Estímulo às ações intersetoriais, visando a integralidade da atenção; -A implantação de serviços de atenção domiciliar; -O acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitado o critério de risco; -Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; -Fortalecimento da participação social; -Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; -Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; -Promoção da cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa; -Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. Ações estratégicas: -Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - instrumento de cidadania com informações relevantes sobre a saúde da pessoa idosa, possibilitando um melhor acompanhamento por parte dos profissionais de saúde. -Manual de Atenção Básica à Saúde da Pessoa Idosa - para indução de ações de saúde, tendo por referência as diretrizes contidas na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. -Programa de Educação Permanente à Distância – implementar programa de educação permanente na área do envelhecimento e saúde do idoso, voltado para profissionais que trabalham na rede de atenção básica à saúde, contemplando os conteúdos específicos das repercussões do processo de envelhecimento populacional para a saúde individual e para a gestão dos serviços de saúde. -Acolhimento - reorganizar o processo de acolhimento à pessoa idosa nas unidades de saúde, como uma das estratégias de enfrentamento das dificuldades atuais de acesso. -Assistência Farmacêutica - desenvolver ações que visem qualificar a dispensação e o acesso da população idosa. -Atenção Diferenciada na Internação - instituir avaliação geriátrica global realizada por equipe multidisciplinar, a Lucas Gustavo Novaes Gonçalves toda pessoa idosa internada em hospital que tenha aderido ao Programa de Atenção Domiciliar. -Atenção domiciliar – instituir esta modalidade de prestação de serviços ao idoso, valorizando o efeito favorável do ambiente familiar no processo de recuperação de pacientes e os benefícios adicionais para o cidadão e o sistema de saúde. Controle do Câncer do Colo do Útero e da Mama: Objetivos e metas para o Controle do Câncer do Colo do Útero: -Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer do colo do útero, conforme protocolo, em 2006. -Incentivo para a realização da cirurgia de alta frequência, técnica que utiliza um instrumental especial para a retirada de lesões ou parte do colo uterino comprometido (com lesões intra-epiteliais de alto grau) com menor dano possível, que pode ser realizada em ambulatório, com pagamento diferenciado, em 2006. Metas para o Controle do Câncer da mama: -Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, conforme protocolo. - Realizar a punção em 100% dos casos necessários, conforme protocolo. Redução da mortalidade infantil e materna Objetivos e metas para a redução da mortalidade infantil -Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em 2006. -Reduzir em 50% os óbitos por doença diarreica e 20% por pneumonia, em 2006. -Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para a qualificação da atenção às doenças prevalentes. -Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos municípios com população acima de 80.000 habitantes, em 2006. Objetivos e metas para a redução da mortalidade materna - Reduzir em 5% a razão da mortalidade materna, em 2006. -Garantir insumos e medicamentos para tratamento das síndromes hipertensivas no parto. -Qualificar os pontos de distribuição de sangue para que atendam às necessidades das maternidades e outros locais de parto. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza Objetivos e metas para o controle da dengue: -Plano de Contingência para atenção aos pacientes, elaborado e implantado nos municípios prioritários, em 2006; -Reduzir para menos de 1% a infestação predial por Aedes aegypti em 30% dos municípios prioritários até 2006. Meta para a eliminação da hanseníase: -Atingir o patamar de eliminação como problema de saúde pública, ou seja, menos de 1 caso por 10.000 habitantes em todos os municípios prioritários, em 2006. Metas para o controle da tuberculose: -Atingir pelo menos 85% de cura de casos novos de tuberculose bacilífera diagnosticados a cada ano. Meta para o controle da malária -Reduzir em 15% a Incidência Parasitária Anual, na região da Amazônia Legal, em 2006. Objetivo para o controle da Influenza -Implantar Plano de Contingência, unidades sentinelas e o sistema de informação - SIVEP-GRIPE, em 2006. Promoção da saúde, com ênfase na atividade física regular e alimentação saudável Objetivos: -Elaborar e implementar uma Política de Promoção da Saúde, de responsabilidade dos três gestores; -Enfatizar a mudança de comportamento da população brasileira de forma a internalizar a responsabilidadeindividual da prática de atividade física regular, Lucas Gustavo Novaes Gonçalves alimentação adequada e saudável e combate ao tabagismo; -Articular e promover os diversos programas de promoção de atividade física já existentes e apoiar a criação de outros; -Promover medidas concretas pelo hábito da alimentação saudável; -Elaborar e pactuar a Política Nacional de Promoção da Saúde que contemple as especificidades próprias dos estados e municípios devendo iniciar sua implementação em 2006. Fortalecimento da Atenção Básica Objetivos: -Assumir a estratégia de Saúde da Família como estratégia prioritária para o fortalecimento da atenção básica, devendo seu desenvolvimento considerar as diferenças loco-regionais; -Desenvolver ações de qualificação dos profissionais da atenção básica por meio de estratégias de educação permanente e de oferta de cursos de especialização e residência multiprofissional e em medicina da família; -Consolidar e qualificar a estratégia de Saúde da Família nos pequenos e médios municípios; -Ampliar e qualificar a estratégia de Saúde da Família nos grandes centros urbanos; e. Garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações propostas para estes serviços; -Garantir o financiamento da Atenção Básica como responsabilidade das três esferas de gestão do SUS; -Aprimorar a inserção dos profissionais da Atenção Básica nas redes locais de saúde, por meio de vínculos de trabalho que favoreçam o provimento e fixação dos profissionais; -Implantar o processo de monitoramento e avaliação da Atenção Básica nas três esferas de governo, com vistas à qualificação da gestão descentralizada; -Apoiar diferentes modos de organização e fortalecimento da Atenção Básica que considere os princípios da estratégia de Saúde da Família, respeitando as especificidades loco-regionais. Lucas Gustavo Novaes Gonçalves Explicar os determinantes sociais de saúde Em 13 de março de 2006, através de Decreto Presidencial, foi criada no Brasil a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). As atividades da CNDSS têm como referência o conceito de saúde, tal como a concebe a OMS - “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade” Três compromissos vêm orientando a atuação da Comissão: -Compromisso com a ação: implica apresentar recomendações concretas de políticas, programas e intervenções para o combate às iniquidades de saúde geradas pelos DSS. -Compromisso com a equidade: a promoção da equidade em saúde é fundamentalmente um compromisso ético e uma posição política que orienta as ações da CNDSS para assegurar o direito universal à saúde. -Compromisso com a evidência: as recomendações da Comissão devem estar solidamente fundamentadas em evidências científicas, que permitam, por um lado, entender como operam os determinantes sociais na geração das iniquidades em saúde e, por outro, como e onde devem incidir as intervenções para combatê-las e que resultados podem ser esperados em termos de efetividade e eficiência. Os principais objetivos da CNDSS são: -Produzir conhecimentos e informações sobre os DSS no Brasil; -Apoiar o desenvolvimento de políticas e programas para a promoção da equidade em saúde; -Promover atividades de mobilização da sociedade civil para tomada de consciência e atuação sobre os DSS. Os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. Existem diversos modelos sobre DDS, a CNDSS resolveu adotar o modelo de Dahlgren e Whitehead (1991), que serve de base para orientar a organização de suas atividades e os conteúdos. Esse modelo inclui os DSS dispostos em diferentes camadas, segundo seu nível de abrangência, desde uma camada mais próxima aos determinantes individuais até uma camada distal onde se situam os macro determinantes. Indivíduos estão na base do modelo, com suas características individuais de idade, sexo e fatores genéticos que, evidentemente, exercem influência sobre seu potencial e suas condições de saúde. Na camada imediatamente externa, aparecem o comportamento e os estilos de vida individuais. Esta camada está situada no limiar entre os fatores individuais e os DSS, já que os comportamentos dependem não apenas de opções feitas pelo livre arbítrio das pessoas, mas também de DSS, como acesso a informações, propaganda, pressão de pares, possibilidades de acesso a alimentos saudáveis e espaços de lazer, entre outros. A camada seguinte destaca a influência das redes comunitárias e de apoio, cuja maior ou menor riqueza expressa o nível de coesão social que, é de fundamental importância para a saúde da sociedade como um todo. No próximo nível, estão representados os fatores relacionados a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação, indicando que as pessoas em desvantagem social apresentam diferenciais de exposição e de vulnerabilidade aos riscos à saúde, como consequência de condições habitacionais inadequadas, exposição a condições mais perigosas ou estressantes de trabalho e acesso menor aos serviços. Finalmente, no último nível, estão situados os macro determinantes que possuem grande influência sobre as demais camadas e Lucas Gustavo Novaes Gonçalves estão relacionados às condições econômicas, culturais e ambientais da sociedade, incluindo também determinantes supranacionais como o processo de globalização. A distribuição da saúde e da doença em uma sociedade não é aleatória, estando associada à posição social, que por sua vez define as condições de vida e trabalho dos indivíduos e grupos. Renda e escolaridade estão fortemente associados a resultados de saúde. Por exemplo, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) foi visto a proporção (%) de mulheres de 25 anos ou mais de idade que realizaram alguma vez exame preventivo para câncer de colo uterino, por anos de estudo. Foi visto que cerca de apenas 55% das mulheres sem instrução teria realizado esse exame, 81% das mulheres com cerca de 7 anos de estudos realizaram esse exame, enquanto cerca de 93% das mulheres com mais de 15 anos de estudos fizeram esse exame preventivo.
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