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GRUPO NIP Capítulo 02 A Necropsia e a Ética Origens e História de Necrópsia No Brasil Durante o século XVIII, os que exerciam a "arte de curar" (cirurgiões, barbeiros e boticários) aprendiam seu ofício na prática, tendo como mestre um cirurgião já habilitado. Para garantirem o direito de exercer apenas a cirurgia prestavam exames diante das autoridades sanitárias competentes, quando obtinham a "carta de examinação". Esse aprendizado para obter licença na colônia geralmente se dava nos hospitais da Santa Casa da Misericórdia ou nos hospitais militares, ou ainda nas residências dos mestres das principais cidades e vilas. Com relação ao Hospital Militar de Vila Rica, foram encontrados registros referentes ao final do século XVIII, contendo informações de que nas suas dependências eram ministradas aulas de anatomia e cirurgia pelo Cirurgião-mor Antônio José Vieira de Carvalho. Este, pela Carta Régia de 17/06/1801, teria sido oficialmente provido na cadeira de "cirurgia, anatomia e arte obstétrica" (SALLES, 1971; SANTOS FILHO, 1991). O Brasil iniciou seus estudos no campo da Medicina Legal tardiamente em relação à Europa. Apesar da influência portuguesa no meio intelectual e cultural, Portugal não influenciou o país no campo da Medicina Legal, uma vez que, em tal país, àquela época, os estudos médico- legais não eram satisfatoriamente desenvolvidos. No fim da era colonial aparecem os primeiros documentos médico-legais no país, frutos de estudos influenciados pela França e, um tanto mais sutilmente, pela Itália e pela Alemanha. A primeira publicação de documento médico-legal brasileiro, da G O M E S , Hélio. "É o conjunto de conhecimentos médicos e para-médicos, destinados a servir ao direito e cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais no seu campo de ação de medicina aplicada.” (Hélio Gomes). Bruna Fernandes Coelho Fase nacionalista da consolidação de tal ciência no país, data de 1814. Neste documento, Gonçalves Gomide médico e senador do Império, contesta parecer exarado por dois outros médicos. Neste período histórico, os juízes não eram obrigados a consultar médicos antes de proferir sentenças. Esta obrigação surgiu com o advento do Código Penal do Império, datado de 16 de dezembro de 1830. No ano de 1832, o ramo do Processo Penal 31 é estruturado no país, trazendo à lume normas acerca dos exames de corpo de delito, instituindo oficialmente a perícia médica criminal. Muitas destas determinações primordiais ainda se encontram em vigor no texto moderno da norma procedimental penal. Neste mesmo ano, tornam-se faculdades oficiais de Medicina as da Bahia e do Rio de Janeiro, fazendo parte da grade curricular do curso, em ambas as instituições de ensino superior, a disciplina de Medicina Legal. Estudos nessa área afloraram por conta da exigência da defesa de tese para a obtenção do título de doutor em Medicina. GRUPO NIP A primeira publicação versando sobre exame tanatológico no Brasil data de 21 de setembro de 1835 e relata a necropsia, realizada no Regente João Bráulio Moniz que havia morrido 22 horas antes da realização do exame), executada pelo cirurgião da família Imperial, Hércules Otávio Muzzi. Em 1854, o mais antigo catedrático de Medicina Legal da Faculdade Médica do Rio de Janeiro, o conselheiro José Martins da Cruz Jobim, foi imbuído, pelo Ministro da Justiça, da missão de coordenar comissão para uniformizar a prática dos exames médico-legais, organizando u m a tabela prognostica das lesões corporais. Em 1877, Agostinho José de Souza Lima, em conjunto com seu assistente, Borges da Costa, é nomeado consultor da polícia e, e m 1879, é autorizado a ministrar um curso prático de tanatologia forense no necrotério oficial. A partir de 1891, a disciplina de Medicina Legal passa a configurar como obrigatória nos cursos de Direito do país. A inclusão foi proposta por Rui Barbosa perante a Câmara dos Deputados e, felizmente, conseguiu a aprovação. Para os estudantes de Direito, este é u m marco na História do curso jurídico, tendo e m vista que é de fundamental importância que o bacharel possua, ao menos, noções acerca da Ciência médico-legal. Um documento histórico inédito, publicado nas próximas páginas, traz a versão da morte de D. Pedro I por meio do relato de seu médico particular, Dr. João Fernandes Tavares (1795-1874), que assinou o atestado de óbito e realizou a autópsia do ex-Imperador do Brasil. Até agora se conheciam apenas as informações que D. Amélia de Leuchtenberg, viúva de D. Pedro, relatara em uma carta para sua enteada Januária. O resultado da autópsia, impresso avulso em 1834, foi localizado em uma coleção particular no Brasil e seu proprietário gentilmente concordou em divulgá-lo. Com isso, temos finalmente acesso ao relato completo da morte de D. Pedro e das semanas que a antecederam, além de um histórico de sua saúde. Nas entrelinhas, percebe-se que o médico João Fernandes Tavares foi bastante explícito e detalhista ao narrar as causas da morte. Procurava, com isso, justificar sua conduta e afastar as suspeitas que recaíam sobre ele. Na noite de 27 de maio, por exemplo, compareceu ao Teatro São Carlos em Lisboa, onde se deparou com vaias e xingamentos da plateia, indignada com a anistia concedida aos absolutistas. Furioso, D. Pedro teve um ataque de tosse e seu lenço ficou nitidamente manchado de sangue, silenciando o público presente. No final de julho, fez questão de retornar ao Porto para agradecer à população o apoio incondicional que recebera durante as batalhas. Apesar do clima festivo, ele próprio mencionou sua limitação de saúde na Proclamação aos Portuenses: “apesar de não estar ainda completamente restabelecido da doença, da qual tantas fadigas e trabalhos, por vós presenciados, foram a principal causa, eu não quis por mais tempo demorar a minha vinda a esta mui nobre e leal cidade”. Bastante debilitado pela viagem, no final de agosto empreendeu uma visita à estância hidromineral de Caldas da Rainha, onde procurava a cura ou pelo menos alívio para seus males. Não tendo alcançado nem um nem outro objetivo, voltou ainda pior. Começaram ali os rumores de que seu médico teria aproveitado a ocasião para envenená-lo. Havia quem pensasse que o Dr. Tavares poderia estar agindo a mando dos miguelistas. Estes se defendiam alegando que era a maçonaria que teria interesse em envenenar D. Pedro, em GRUPO NIP retaliação aos poucos cargos obtidos no novo governo, após todo o apoio prestado à causa liberal. De qualquer forma, sobre o Dr. Tavares pesava a sombra de ter sido o tradutor para a língua portuguesa do Tratado dos venenos e seus antídotos, obra escrita por seu antigo professor em Paris, Mateus Orfila. No dia 20 de setembro, em seu primeiro ato como rainha, D. Maria da Glória concedeu ao pai a Grã-Cruz da Torre e Espada. A condecoração foi encontrada junto aos restos mortais de D. Pedro durante a exumação. No dia seguinte o ex-imperador recebeu o viático, sacramento cristão só concedido a quem está prestes a morrer. Ainda agonizaria por mais três dias, até finalmente falecer na Sala Dom Quixote, mesmo quarto em que nascera. Segundo a famosa carta de D. Amélia para sua enteada, D. Pedro “expirou em meus braços no Palácio de Queluz a vinte e quatro de setembro pelas duas horas e meia da tarde, depois de longos e cruéis sofrimentos, que suportou com resignação e piedade, não se iludindo nunca a respeito de seu estado. Morreu como um santo mártir e filósofo cristão e jamais houve morte tão tranquila”. A autópsia constatou falência de diversos órgãos. Na mesma carta da ex-imperatriz, ela explica: “a enfermidade de teu infeliz pai data do Porto; pela autópsia do corpo viu-se que o pulmão direito estava cheio de água, que continha mais de dois litros e o esquerdo não existia. O coração estava dilatado”. Provavelmenteo comprometimento dos pulmões e do fígado sobrecarregou o coração, que por isso encontrava-se hipertrofiado. Já a diferença entre os dois pulmões, possivelmente pode ser explicada pelo fato de que as costelas quebradas prejudicaram o funcionamento do pulmão esquerdo, favorecendo a instalação da tuberculose no direito, mais oxigenado. O coração de D. Pedro foi retirado de seu corpo durante a autópsia, embalsamado e enviado alguns meses depois para a cidade do Porto. Conforme seu último desejo, encontra-se até hoje guardado dentro de uma urna na Igreja da Lapa. Os funerais foram realizados no Panteão de São Vicente de Fora, mausoléu da família Bragança. Seus restos mortais repousariam em Lisboa até 1972, quando, em comemoração ao sesquicentenário da Independência, foram trasladados para o Monumento do Ipiranga, junto ao Museu Paulista, na cidade de São Paulo. Ao médico acusado de assassinar D. Pedro, D. Maria II concedeu a nomeação de cavaleiro de Nossa Senhora de Vila Viçosa dois meses após a morte do pai, “em testemunho de gratidão pelos assíduos cuidados e reconhecido interesse com que se esforçou para prolongar a vida de dom Pedro”. Foi a forma encontrada de isentá-lo das suspeitas de envenenamento. Mesmo assim, o Dr. Tavares preferiu voltar para o Brasil, onde só tornou a se manifestar publicamente sobre o assunto quase 20 anos depois. No dia 7 de abril de 1853, aniversário da abdicação de D. Pedro, ele publicou no Jornal do Commercio uma carta se defendendo das acusações que sofrera em Portugal: “Há quase dezenove anos que sobre mim pesa uma calúnia horrorosa e até hoje deferi em justificar-me, convencido que vivi sempre de que o bom senso universal refutaria tão atroz e absurda suspeita julgando impossível a existência de um tal crime”. Uma das provas de sua inocência, alegava, era a proteção que sempre recebera da imperatriz-viúva D. Amélia. Novamente tocou neste assunto ao escrever para o jornal Correio da Europa em 28 de novembro de 1867: “enfermou Sua Majestade Imperial, e o mundo teve o pesar, e Portugal a desgraça de perdê-lo. Foi seu corpo por mim embalsamado, seu magnânimo coração preparado para ter longa duração, e tanto a teve que a comissão médica que foi ao Porto vinte GRUPO NIP e quatro anos depois para examinar lhe a conservação achou no mais perfeito estado esta relíquia sagrada”. Trabalhando no Brasil como médico, professor e escritor, ficou conhecido como “Doutor Canudo” por ter trazido para o país o até então desconhecido estetoscópio, instrumento originalmente concebido para que os médicos pudessem auscultar suas pacientes sem precisarem encostar em seus seios. Esses primeiros estetoscópios eram cilindros de madeira com um palmo e meio de comprimento, realmente parecidos com canudos. Percebendo a necessidade de melhor organizar o corpo médico do Rio de Janeiro e de Niterói, até então com pouca expressividade política, o Dr. Tavares tornou-se o primeiro presidente do Imperial Instituto Médico Fluminense, criado em 1867 com o objetivo de promover o debate de questões médicas entre os profissionais e auxiliar o governo em relação ao problema das epidemias que grassavam na época. Ele também foi, em 1838, um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Apesar de ter passado o restante de sua vida no Brasil, a pedido de D. Amélia, o Dr. Tavares tornou-se Visconde de Ponte Ferreira em Portugal, em 1872, durante o reinado de D. Luis (1838-1889), neto de D. Pedro. Novos estudos sobre as causas da morte do ex-imperador devem ser realizados nos próximos anos. Tendo agora em mãos o resultado da autópsia, poderemos confrontar o documento com as descobertas científicas do século XXI. Não é sempre que a medicina do século XIX pode ser tão explicitamente contrastada com a de nossos dias. IML O Regulamento de dezembro de 1933, intitulado “Regulamento do Serviço Médico Legal do Estado de São Paulo” determinava que o Serviço Médico Legal seria organizado com um diretor, nomeado em comissão pelo Chefe de Polícia; onze médicos legistas; doze médicos legistas regionais, sendo que dois deles estariam lotados obrigatoriamente em Santos; um médico legista anatomopatologista e microscopista; um médico radiologista; um médico legista toxicologista; um perito toxicologista; um servente auxiliar de laboratório; dez escriturários, sendo um deles o chefe; dois serventes; e um auxiliar de necroscopia. Quando a violência no Brasil cresceu, o instituto de criminalística ficou regulamentado e as necropsias forenses passaram a ter auxiliares nível básico, para ajudar os legistas. SVOC Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC) da Universidade de São Paulo regulamentado, inicialmente, pelo decreto nº 4.967, de 13 de abril de 1931, passou a ser vinculado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) pelo decreto nº 10.139, a partir do dia 18 de abril de 1939. O SVOC foi reorganizado, primeiramente, pela Lei Estadual nº 10.095, de 03 de maio de 1968 e, finalmente, pela Lei Estadual nº 5.452, de 22 de dezembro de 1986, em vigor, que manteve o SVOC vinculado ao Departamento de Patologia da FMUSP. GRUPO NIP Nos SVOs haviam os estudantes de medicina para fazer as necropsias de morte natural, mas com a grande demanda, criou se o cargo de técnico de necropsia em instituições como o SVO da Capital de SP. Médico Legista do IML- Instituto Médico Legal João Alfredo Curado Fleury, combatente da Revolução de 1.932. Em 1929, assume a direção do Laboratório o perito Octávio Eduardo de Brito Alvarenga, um dos maiores nomes da Criminalística no Brasil. Alvarenga aposentou-se em 1955, e hoje empresta seu nome ao Instituto de Criminalística. O Laboratório de Polícia Técnica foi transformado em Instituto de Polícia Técnica em 1951 e passou a ter seções especializadas. Em 1961, as cidades de Araçatuba, Araraquara, Assis, Barretos, Bauru, Botucatu, Campinas, Casa Branca, Guaratinguetá, Itapetininga, Jaú, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Sorocaba e Taubaté passaram a ter os Postos de Polícia Técnica. Um ano depois, os postos foram instalados em Guarulhos, Santo André, São Caetano e São Bernardo do Campo. Nesta época foi ficando diminuído o numero de auxiliares de necropsia nos postos de cidades fora da capital. Alunos durante aula de criminalística, na antiga Escola de Polícia (atual ACADEPOL), na rua São Joaquim, em 1.951. (acervo do Investigador Aristides Zacarelli). Imoral e Amoral Imoral e amoral são termos que se referem à moral, no entanto a relação que elas expressam são diferentes. Ultimamente, “imoral” e “amoral” têm sido aplicados para designar um mesmo significado: aquele que não tem moral, ética. É verdade, os dois termos referem-se à questão moral, no entanto, têm relações diferentes com ela. Certa vez, Oscar Wilde disse “a arte não é moral nem imoral, mas amoral”! O que isso quer dizer? Primeiramente, o que é moral? É o que está “de acordo com os bons costumes e regras de conduta; conjunto de regras de conduta proposto por uma determinada doutrina ou inerente a uma determinada condição.” No mesmo dicionário, moral também é classificada como o “conjunto dos princípios da honestidade e do pudor”. Daí este termo ser tão utilizado em âmbito social, principalmente no político! Imoral é tudo aquilo que contraria o que foi exposto acima a respeito da moral. Quando há falta de pudor, quando algo induz ao pecado, à indecência, há falta de moral, ou seja, há imoralidade. GRUPO NIP Amoral é a pessoa que não tem senso do que seja moral, ética. A questão moral para este indivíduo é desconhecida, estranha e, portanto, “não leva em consideração preceitos morais”. É o caso, por exemplo, dos índios no tempo do descobrimento ou de uma sociedade, como a chinesa, que não vê o fato de matar meninas, a fim decontrolar a natalidade, como algo mórbido e triste. Assim, o que Oscar Wilde quis dizer é que a arte não tem senso do que seja moral, por isso, para alguns, tudo o que é visto não causa assombro, está dentro dos costumes. Já para outros, dependendo do que se vê, é ultrajante, indecente. O que é Ética Parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo esp. a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. "é. profissional" O que é Bioética Estudo dos problemas e implicações morais despertados pelas pesquisas científicas em biologia e medicina [A bioética abrange questões como a utilização de seres vivos em experimentos, a legitimidade moral do aborto ou da eutanásia, as implicações profundas da pesquisa e da prática no campo da genética etc.. Ética, Bioética e Biossegurança Trata das regras e condutas para a utilização, Contenção, transporte e eliminação de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). Visa a prevenção do escape de organismos Patogênicos, de substâncias nocivas e de OGMs; Visa e prevenção à saúde do trabalhador e ao meio ambiente Os OGMs são organismos cujo material genético (ADN) não foi modificado por multiplicação e/ou recombinação natural, mas pela introdução de um gene modificado ou de um gene pertencente a uma outra variedade ou espécie. Risco Biológico: efeitos presente em agentes de origem biológica, capazes de produzir nocivos em humanos e animais: • Microorganismos (vírus, bactérias, fungos, protozoários) • Toxinas e alérgenos derivados de microorganismos, parasitas, Insetos, animais e plantas • Plantas, animais, bactérias, leveduras, fungos, protozoários, metazoários, etc. OGMs cavitários), • Amostras biológicas (Sangue, secreções, derrames e lavados Peças cirúrgicas, biópsias GRUPO NIP A Biossegurança é o conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhadores desenvolvidos (TEIXEIRA & VALLE, 1996). As medidas de biossegurança devem ser adotadas por laboratórios e associada a um plano de educação, com base nas normas nacionais e internacionais de transporte, conservação e manipulação de micro-organismos patogênicos, garantindo assim a segurança e integridade vital dos funcionários. A biossegurança tem o papel fundamental na promoção à saúde, uma vez que aborda medidas de controle de infecção para proteção dos funcionários que atuam na rede laboratorial, além de colaborar para a preservação do meio ambiente, no que se refere ao descarte de resíduos proveniente desse ambiente, contribuindo para a redução de riscos à saúde. Regulamentada a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, sobre as normas de biossegurança, pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CNTBio, o Brasil mostrou uma preocupação voltada aos laboratórios e sua segurança, pois além da grande exposição a agente químicos que recebemos no dia a dia contido na água, no ar e nos alimentos que são tratados com inseticidas e herbicidas, o trabalhador laboratorial recebe uma carga maior de agentes devido a exposição diária numa jornada de trabalho de 6 a 8 horas diárias. A biossegurança pode ser entendida como métodos de união de ações no que diz respeito a prevenção e a segurança da vida, na qual inclui-se procedimentos de armazenamento, esterilização, proteção individual e coletiva, normas para evitar acidentes. Os métodos de segurança que são utilizados durante a manipulação de materiais infecciosos dentro de laboratório, é descrito como “contenção”, tendo como objetivo principal a redução ou minimização de exposição a riscos dos profissionais que atuam no ambiente quanto aos que trabalham próximos, seja na bancada ou com o que faz a limpeza do local. Para isso, torna-se necessária uma análise dos riscos e das atividades a serem desenvolvidas no espaço, isto é, os agentes químicos e biológicos a serem manipulados. A Norma Regulamentadora (NR-9) no item 9.1.5 considera os riscos ambientais, os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Outro fator importante no que se refere aos profissionais de laboratórios são os riscos de se contaminar durante as atividades exercidas no âmbito de trabalho, isso inclui o modo de transmissão de agentes biológicos e vias de penetração, que pode ocorrer por via área, esta relacionada à pipetagem, flambagem de alça de platina e abertura de recipientes em geral, via oral, ocorre principalmente com procedimentos errôneos tipo a pipetagem com a boca, consumir alimentos dentro no laboratório e inserção de utensílios na boca tipo, caneta ou lápis e projeção de gotículas na boca, via cutânea, que pode ocorrer por vidraria quebrada contaminada, arranhões ou picadas de insetos e ocular por deposição de gotículas e aerossóis. GRUPO NIP A Norma Regulamentadora (NR-9) considera os riscos ambientais, os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Outro fator importante no que se refere aos profissionais de laboratórios são os riscos de se contaminar durante as atividades exercidas no âmbito de trabalho, isso inclui o modo de transmissão de agentes biológicos e vias de penetração, que pode ocorrer por via área, esta relacionada à pipetagem, flambagem de alça de platina e abertura de recipientes em geral, via oral, ocorre principalmente com procedimentos errôneos tipo a pipetagem com a boca, consumir alimentos dentro no laboratório e inserção de utensílios na boca tipo, caneta ou lápis e projeção de gotículas na boca, via cutânea, que pode ocorrer por vidraria quebrada contaminada, arranhões ou picadas de insetos e ocular por deposição de gotículas e aerossóis. O manuseio de equipamentos e materiais em laboratórios sempre apresenta risco. Um laboratório é um ambiente interessante pelas inúmeras possibilidades de conhecimentos e descobertas que oferece. Para realizar essas possibilidades, porém, obstáculos devem ser transpostos, como o perigo de acidentes causados por falha humana ou pela falha técnica de materiais e equipamentos. Os acidentes ocorrem porque esse é, também, um ambiente perigoso: equipamentos que atingem altas temperaturas, pressões ou rotações também oferecem risco se mal utilizados; substâncias que são encontradas em concentrações baixíssimas na natureza estão aqui em concentrações que podem ser letais; reagentes “inofensivos” isoladamente podem resultar produtos perigosos quando misturados, entre outros. Assim sendo, estando em um laboratório, por mais seguro que pareça, existe sempre alguma possibilidade de risco. Entretanto, quando se trabalha com cuidado e responsabilidade, esses riscos podem ser minimizados e, alguns, até mesmo eliminados. Segundo Teixeira e Valle (1996), Biossegurança pode ser definida como um conjunto de medidas ou ações voltadas para a prevenção, controle, minimização ou eliminação dos riscos presentes nas atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e/ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Dentro deste contexto,a Biossegurança, que constitui uma área de conhecimento relativamente nova, é um campo que cresce em importância e abrangência, sendo as suas normas e recomendações cada vez mais difundidas internacionalmente. Os dispositivos legais de Biossegurança no Brasil, são hoje norteados pela Lei Nacional de Biossegurança, a Lei 11.105 de 24 de março de 2005, apresentada na íntegra no Anexo 02, que regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências. GRUPO NIP • Aerossóis: solução coloidal em forma de gotas que se dispersam no ar; Amostras biológicas: são materiais de origem humana ou animal (como excrementos, secreções, sangue e derivados, tecidos e líquidos orgânicos) com fins experimentais ou diagnóstico; • Anti-séptico: agente químico ou físico utilizado para desinfecção de tecido vivo, capaz de destruir ou inibir o crescimento de microorganismos na área aplicada; • Descontaminação: destruição ou remoção (total ou parcial) de microorganismos dos artigos e superfícies; • Desinfecção: destruição ou inibição do crescimento de microorganismos patógenos não esporulados ou em estado vegetativo, de superfícies; A Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho, aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. A NR-9, atualizada pela Portaria Nº 25 de 29/12/1994, estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. De acordo com as Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico, elaborado em 2004 pela Comissão de Biossegurança em Saúde - CBS do Ministério da Saúde, os tipos de agentes podem ser classificados com base no seu risco biológico em 5 Classes: • 1) Classe de Risco I: escasso risco individual e comunitário – quando o microorganismo tem pouca probabilidade de provocar enfermidades humanas ou veterinárias. Ex.: Lactobacillus. • 2) Classe de Risco II: risco individual moderado; risco comunitário limitado – a exposição pode provocar infecções, porém, se dispõe de medidas profiláticas e terapêuticas eficazes, sendo o risco de propagação limitada. Ex.: Schistosoma mansoni (causador da esquistossomose). • 3) Classe de Risco III: risco individual elevado; risco comunitário limitado – pode causar infecções graves em humanos e animais; se propagar de uma pessoa para outra, mas existe profilaxia/tratamento eficazes. Ex.: Bacillus anthracis (causador de carbúnculo ou antrax). • 4) Classe de Risco IV: elevado risco individual e comunitário – agentes biológicos de fácil propagação e altamente patogênicos para o homem, animais e meio ambiente, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas eficientes. Ex.: Vírus Ebola (causa febre hemorrágica). • 5) Classe de Risco V: elevado risco de contaminação em animais e do meio ambiente – agentes patogênicos não existentes no país, podendo ou não oferecer risco direto ao homem, mas causando graves perdas econômicas e na produção de alimentos. Ex.: Achantina fulica (caramujo- gigante-africano trazido para o Brasil para produção e comercialização de escargot). Fazer evisceração de cadáver visando o estudo anátomo-patológico; conservar cadáveres e peças anatômicas, ajudando o professor nos cortes e formolizações; preparar peças com lesões anátomopatológicas para exposição em aulas práticas; preparar soluções químicas usadas na conservação de vísceras; realizar limpeza da mesa de necropsia e zelar pela manutenção da sala de necropsia; zelar pela conservação de equipamentos, mantendo-os em condições de uso; executar outras tarefas de mesma natureza e nível de dificuldade; obedecer as normas técnicas de biossegurança na execução de suas atribuições. GRUPO NIP É direito do médico: • I - Exercer a Medicina sem ser discriminado por questões de religião, etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza. • II - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada a legislação vigente. • III - Apontar falhas em normas, contratos e práticas internas das instituições em que trabalhe quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes e, obrigatoriamente, à comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição. • IV - Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais. Nesse caso, comunicará imediatamente sua decisão à comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina. • V - Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições adequadas para o exercício profissional ou não o remunerar digna e justamente, ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho Regional de Medicina. • VI - Internar e assistir seus pacientes em hospitais privados e públicos com caráter filantrópico ou não, ainda que não faça parte do seu corpo clínico, respeitadas as normas técnicas aprovadas pelo Conselho Regional de Medicina da pertinente jurisdição. • VII - Requerer desagravo público ao Conselho Regional de Medicina quando atingido no exercício de sua profissão. • VIII - Decidir, em qualquer circunstância, levando em consideração sua experiência e capacidade profissional, o tempo a ser dedicado ao paciente, evitando que o acúmulo de encargos ou de consultas venha a prejudicá-lo. • IX - Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência. • X– Estabelecer seus honorários de forma justa e digna. O material biológico (lâminas, blocos histológicos) de exames anteriores a 10 de janeiro de 1993 devem ser arquivados por vinte anos, a partir da data do laudo anatomopatológico correspondente. Sim Os arquivos médicos gerados antes de 10 de janeiro de 1993 devem ser mantidos em arquivos no laboratório de Patologia, durante vinte anos (prescrição vintenária), contados a partir da data dos laudos correspondentes. É o que estabelece o art. 2028 do Código Civil Brasileiro (CCB/2002) : “serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código e, se na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada”. Os laudos anatomopatológicos ou citopatológicos arquivados nos laboratórios de Patologia são parte integrante do prontuário médico e, portanto, obrigados à arquivamento por período mínimo de vinte anos. Não. O Parecer CREMERJ nº 159, de 14 de dezembro de 2005 entende que “a empresa prestadora de serviçosde exames médicos complementares cumpre com sua obrigação no momento que entrega o resultado do exame ao cliente, não havendo necessidade, por ser redundante, de elaboração de prontuário para cada cliente examinado, já que não se está realizando um tratamento médico, e sim prestando um serviço” GRUPO NIP É obrigatória a guarda de secreções e líquidos enviados aos laboratórios para exame citopatológico após a liberação dos respectivos laudos citopatológicos. Não é obrigatória a guarda das sobras de líquidos e secreções, após a confecção das respectivas lâminas e elaboração dos laudos citopatológicos correspondentes ao material enviado. De acordo com o Parecer CFM nº 27/94, as lâminas citopatológicas devem ser mantidas em arquivo no mínimo durante 5 (cinco) anos. O patologista solicitado para exame peroperatório, com biópsia de congelação, pode optar por realizar apenas imprints e fazer diagnóstico com base no exame citopatológico, dispensando os cortes com micrótomo de congelação? Sim. Quando solicitado para realizar diagnóstico peroperatório, o patologista pode utilizar métodos histopatológicos (biópsia de congelação) ou citopatológicos (imprints). A escolha da técnica é do patologista, que pode optar por uma delas ou utilizá-las de forma concomitante e complementar. Os laboratórios de Patologia devem cumprir as normas de segurança, higiene e saúde, estabelecidas na legislação sanitária brasileira? Sim. Os laboratórios devem cumprir normas de biossegurança, possibilitando-lhes obtenção do alvará sanitário, renovado anualmente. Leia mais: Costa, M.A.F. Qualidade em Biossegurança. p. 26, Editora Qualitymark, 2000: “O laboratório é um ambiente extremamente hostil. Convivem no mesmo espaço equipamentos, reagentes, soluções, microrganismos, pessoas, papéis, livros, amostras, entre outros. Essa salada de agentes de riscos necessita de uma organização para que não ocorram acidentes e para que os resultados produzidos sejam confiáveis. Além disso, um ambiente laboratorial organizado e disciplinado favorece a credibilidade da instituição e de todos que lá trabalham ” Atribuições do Profissional Auxiliar de Necrópsia Auxiliar de necrópsia ou necropsista é o profissional que presta serviço de nível mediano na cooperação em uma necrópsia ou autópsia contribuindo na investigação da causa mortis de uma pessoa, sendo também muito encontrado em hospitais e funerárias. O Auxiliar de Necropsia tem as atribuições adiante listadas, entre outras tarefas análogas que possam ser determinadas: - Identificação de cadáver; - Manuseio de cadáver para possibilitar a observação de lesões externas; Higiene dos corpos; - Execução e acompanhamento de exumações; -Observação de lesões internas no cadáver; - Colheitas de amostras viscerais para exames de laboratório; - Limpeza de instrumentos utilizados nas necrópsias; - Recolhimento de ossadas, restos putrefatos e cadáveres inteiros para atender exigências legais; - Limpeza de ossos; limpeza e higiene dos instrumentos e equipamentos e da sala de exame após cada exame de necropsia realizado;- zelar pela guarda, conservação e limpeza dos materiais e instrumentais utilizados em seu local de trabalho. O auxiliar de necrópsia deverá estar preparado psicologicamente e fisicamente, pois, além de trabalhar com corpos sem vidas o estado destes corpos poderá estar já em estado de decomposição e o odor fétido é outro fator que esse profissional terá que adquirir habilidades GRUPO NIP para gerenciar e superar esse obstáculo. Entretanto o uso dos EPIs é de suma importância na labuta do dia-a-dia deste profissional. (máscara cirúrgica ou com filtro, óculos de proteção, gorro descartável, avental de manga longa, macacão, luvas de borracha, botas de borracha de preferência cor branca). A técnica empregada para realização de uma necropsia não é a mesma para todas as espécies. Existem várias maneiras de se abrir um cadáver, o importante é padronizar aquela forma que melhor lhe dará segurança na obtenção das informações que busca durante a sua realização. Retira-se os órgãos para analise e por fim, os órgãos são novamente introduzidos no interior do corpo para que o cadáver fique no melhor estado possível para ser entregue à família (caso haja esta possibilidade). Ética na Sala de Exames de Necrópsia. A sala de necropsia, além de ser um local de trabalho especializado, o tipo de material manuseado é o material humano, um motivo bastante importante para que seja respeitado. Nunca sabemos quem irá cruzar a porta da sala em uma maca, hoje pode ser um desconhecido, mas, sempre devemos ter em mente que é um ser humano. Portanto informações, elucidações, comentários feitos dentro da sala de necrópsia não devem sair da sala. Não é admissível divertir- se com as peças cadavéricas, sendo possível de punição legal. O ato de vilipendiar cadáveres ou suas cinzas configura crime contemplado no Código Penal Brasileiro: Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Art. 212- Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: pode ser punido entre um a três anos de reclusão e pagamento de multa. Vilipendiar é um verbo transitivo direito na língua portuguesa e significa o ato de desprezar ou menosprezar algo, alguém ou alguma coisa. O vilipêndio é a ação de vilipendiar, ou seja, fazer com que alguém se sinta humilhado, menosprezado e ofendido, através de palavras, gestos ou ações. Vilipendiar alguém é considerado um desrespeito, pois parte da premissa de que esse indivíduo é indigno, vil, insignificante ou miserável. Vilipendiar cadáveres neste caso tutela-se no crime em estudo o sentimento de respeito pelos mortos, repudiando, assim, condutas “desonrosas” para com o de cujus. Muito importante salientar que o vilipêndio pode ser praticado por diversos modos como, por exemplo: proferir palavrões contra o morto, atirar excrementos no cadáver, desdenhar da situação em que o corpo se encontra, causar danos ao corpo do por falta de zelo, praticar atos sexuais com o falecido entre outros. Entre os crimes mais comuns de vilipêndio do corpo humano morto está a chamada NECROFILIA, ou seja, quando alguém mantém relações sexuais com o cadáver. Deve-se manter respeito ao corpo do cadáver bem como manter a sua privacidade assegurada em Lei O artigo 5º da Constituição Federal que prevê a inviolabilidade do direito à intimidade, à proteção da vida privada e à honra, bem como à imagem das pessoas. A costura após a necropsia, o profissional do setor de corte, deposita os órgãos retirados ao longo do exame no corpo e costura o cadáver. Os órgãos retirados são reorganizados no corpo de acordo com a região onde fora extraído. Assim o cérebro é depositado na cabeça dentro da calota craniana. GRUPO NIP Em outras palavras o “Vilipêndio é o ultraje, o ludíbrio aviltante, o desdém injurioso. É o ato de aviltar, de ultrajar. Tanto pode consistir em atos, como em palavras e escritos. Constituirão vilipêndio, entre outros fatos, os seguintes: tirar as vestes do cadáver e escarrar sobre ele, cortar algum membro com o fim de escárnio, derramar líquidos imundos sobre as cinzas, ou dispersá-la acintosamente.” Tudo isso configura crime. Os objetivos da autópsia médico-legal têm como objetivos principais estabelecer: a identificação do cadáver; o mecanismo da morte; a causa da morte e as circunstâncias. Há quatro quesitos a serem respondidos num relatório de necropsia: 1. Houve morte? 2. Qual a causa da morte? 3. Qual instrumento produziu a morte? 4. A morte foi produzida por veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou meio qualquer outro meio insidioso ou cruel? Autópsias médico-legais, tendo como objetivo esclarecer a causa da morte e as circunstâncias em que esta ocorreu. Exame Pode compreende duas fases: exame externo e exame interno. Exame externo o médico legista analisa vestígios através de inspeção e exame com posterior descrição daslesões encontradas. Exame interno compreende a abertura da caixa craniana, da caixa torácica, da cavidade abdominal e a exploração de qualquer outro segmento corporal que seja importante para o esclarecimento dos objetivos periciais. Estes procedimentos têm em vista a observação direta dos órgãos e sistemas para que se possam registrar as suas alterações morfológicas, patológicas ou traumáticas, sendo estes muitas vezes retirados para serem vistos individualmente e depois analisados em laboratório. Pode ser necessário a recolha de fluidos corporais ou vísceras e seus conteúdos para exames complementares. GAPSKI (2012). A morte deve ser encarada pelos profissionais de saúde como inerente à natureza humana, somo seres finitos, embora as vezes passamos a agir como seres imortais, sabemos muito pouco ou quase nada sobre a morte, talvez isto se deva a fato de darmos tão pouca importância para ela, pois a sociedade a qual vivemos prega veemente a longevidade e ignora a existência e essência da morte. As tarefas atribuídas ao profissional Auxiliar de Necropsia são diversas, tornando-o uma peça fundamental no processo de identificação de cadáveres com o auxilio da realização dos exames de necropsias. É de responsabilidade do auxiliar de necrópsia a guarda de materiais, instrumentos e equipamentos relacionados às suas atividades de trabalho, bem como manter a ética na sala de necropsia, respeitando os corpos cadavéricos em sua plenitude. As atividades de execução relativas ao trabalho auxiliar, sob supervisão imediata dos médicos, na realização de necropsias e/ou exames anatomopatológicos. Ou atividade padronizada da polícia cientifica. Atividades do auxiliar de necropsia, são inerentes a sua função As principais atribuições típicas são: 1 – identificação dos corpos; 2 - abertura, evisceração e fechamento dos corpos; 3 – identificação dos órgãos; projeteis e traumas. 4 – fixação de peças anatômicas para posterior exame, a devida identificação, guarda, organização e arquivamento temporário do material em estudo e de reserva, tanto do material de necropsia quanto das peças cirúrgicas; GRUPO NIP 5 – preparo das várias soluções fixadoras; 6 – manutenção dos aparelhos e instrumental; 7 – arrumação e limpeza da mesa de necropsia e instrumental; 8 – afiação do instrumental cortante; 9 – embalsamento de cadáveres. Estas atividades são executadas tanto pelo profissional da polícia cientifica – os APC – quanto pelo técnico pertencente ao serviço de verificação de óbitos, sempre sob a supervisão e orientação do médico. A capacitação de cada um se dá por vias diferentes, sendo o APC através de concurso e curso de aprendizado e o técnico do SVO através de curso de aprendizado. (Parecer Crm/Ms N° 20/2011). O que faz deste profissional um profissional diferente dos demais é justamente a sua capacidade e facilidade de lidar com a morte, cuidar dos corpos já sem vida, dando-lhes dignidade e a oportunidade de elucidação dos fatos pós-mortes com os exames necroscópicos realizados. Possibilitando um sepultamento digno onde a alma/ espírito do individuo possa repousar em paz é a capacidade deste profissional em oferecer conforto sempre que possível às famílias dos pacientes, sempre respeitando a dor da perda e do luto. Medicina Legal Introdução A medicina tradicional, objetiva o tratamento e a cura, é a "Arte de curar", como definida por Hipócrates. Desmembrou-se com o correr dos tempos e o envolver da ciência, na Higiene que é a "Arte de Prevenir". Em 1575 surgiu, então, novo esplêndido ramo, Medicina Legal a "Arte de relatar em juízo" no conceito simplista de Ambróase Paré. Definição A ampla abrangência do seu campo de ação e íntimo relacionamento entre o pensamento biológico e o pensamento jurídico explicam por que até o momento não se definiu, com precisão, a Medicina Legal. Assim os autores têm, ao longo dos anos, intentado inúmeras definições dentre as quais se destacam: "É a arte de fazer relatórios em juízo". (Ambrósio Paré) "É a aplicação de conhecimentos médicos aos problemas judiciais". (Nério Rojas) "É a ciência do médico aplicada aos fins da ciência do Direito". (Buchner) "É a arte de pôr os conceitos médicos ao serviço da administração da justiça". (Lacassagne) "É o estudo do homem são ou doente, vivo ou morto, somente naquilo que possa formar assunto de questões forense". (De Crecchio) "É a disciplina que utiliza a totalidade das ciências médicas para dar respostas às questões jurídicas". (Bonnet) "É a aplicação dos conhecimentos médico - biológicos na elaboração e execução das leis que deles carecem". (F. Favero) "É a medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais". (Genival V. de França) "É o conjunto de conhecimentos médicos e para médicos destinados a servir ao direito, cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais, no seu campo de ação de medicina aplicada". (Hélio Gomes) GRUPO NIP Sinonímia São muitas as designações para se fazer referência à Medicina Legal, o que demonstra que ainda não se encontrou uma expressão que defina essa ciência e arte a serviço dos interesses jurídicos e sociais, satisfatoriamente. - MEDICINA LEGAL - MEDICINA LEGAL FORENSE (A. PARÉ) - QUESTÕES MÉDICO-LEGAIS (P. ZACCHIAS) - MEDICINA JUDICIÁRIA (LACASSAGNE) - MEDICINA JUDICIÁRIA OU DOS TRIBUNAIS (PRUNELLE) - MEDICINA POLÍTICA (MARC) - JURISPRUDÊNCIA MÉDICA (ALBERTI) - ANTROPOLOGIA FORENSE (HEBENSTREIT) Importância Como salientou M. Tourdes: A importância da medicina legal resulta da própria gravidade dos interesses que lhe são conferidos; não é exagero dizer que a honra e a liberdade e até a vida dos cidadãos pode depender de suas decisões. Diz o professor GENIVAL VELOSO, ela não se preocupa apenas com o indivíduo enquanto vivo. Alcança-o ainda quando ovo e pode vasculhá-lo na escuridão da sepultura. Sua eficiência está bem caracterizada na sua definição; contribuir do ponto de vista médico para a elaboração, interpretação e aplicação das leis. O estudo da Medicina Legal é de real importância tanto para os operadores do direito quanto para os médicos. Os primeiros devem ter conhecimento da matéria para principalmente, saberem pedir, formular os quesitos duvidosos e, muito mais, saberem interpretar os laudos periciais, isto é, aquilo que o médico respondeu. Para os médicos bastam conhecimentos mínimos básicos, doutrinários, não necessitam saber técnicas e métodos complicados que só interessam aos peritos, analistas, toxicólogos, sexologistas, etc. A Medicina Legal é uma especialidade pluralista, por que aplica o conhecimento de diversos ramos da medicina as necessidades do direito. Mas é ciência e arte ao mesmo tempo. É ciência por que coordena e sistematiza verdades gerais em um conjunto ordenado e doutrinário; é arte porque aplica técnicas, métodos e táticas, que resultam na missão prática requerida, isto é, esclarecer a verdade. Relação com as demais Ciências e Jurídicas Medicina Legal tem íntima relação com as demais ciências ou conhecimentos, dentro ou fora da medicina, de que se subsidia para agir. Na área médica destacam-se: Ginecologia, Obstetrícia, Anatomia, Anátomo-patologia, Infectologia, Análises Clínicas, Cirurgia, Pediatria, Traumatologia, Psiquiatria, Pneumologia, Radiologia, Urologia, Clínica Geral etc. Na área jurídica temos: Direito Civil: paternidade, impedimentos matrimoniais, erro essencial, limitadores e modificadores da capacidade civil, prenhez, personalidade civil e direitos do nascituro, comoriência etc. Direito Penal: Lesões corporais, sexualidade criminosa, aborto legal e ilícito, infanticídio, homicídio, emoção e paixão, embriaguez etc. Direito Constitucional: Dissolubilidade do matrimônio, a proteção à infância e a maternidade etc. Direito Processual Civil e Penal: Psicologia da testemunha, da confissão, da acareaçãodo acusado e da vítima, das perícias etc. Direito Penitenciário: Psicologia do detento no que tange a concessão de livramento condicional e a psicossexualidade das prisões etc. Direito do Trabalho: Infortunística, Insalubridade, Higiene, as doenças e a prevenção de acidentes profissionais etc. Lei das Contravenções Penais : Anúncios de técnicas GRUPO NIP anticoncepcionais, da embriaguez e das toxicomanias etc. A Medicina Legal relaciona-se ainda, intimamente, com vários outros ramos do direito, a saber: Direito dos Desportos: Análise as formas de lesões culposas ou dolosas nas disputas desportivas e no aspecto do "doping". Direito Internacional Privado: Ao decidir as questões civis relacionadas ao estrangeiro no Brasil. Direito Comercial: Ao periciar os bens de consumo e ao atribuir as condições de maternidade para plena capacidade civil dos economicamente independentes. Direito Canônico: No que se refere entre outras coisas, à anulação de casamento. Relaciona- se também com a Física, Química, Biologia, Matemática, Toxicologia, Balística, Datiloscopia, Economia, Sociologia e com a História Natural. Documentos Médico-Legais Definição "Documento: Qualquer base do conhecimento fixada materialmente e disposta de maneira que se possa utilizar para consulta, de estudo, prova etc.". (A. B. de Holanda) "Título ou diploma ou declaração escrita que serve de prova".(da Cunha) "Documentos médico-judiciários: São instrumentos escritos, ou simples exposições verbais mediante os quais o médico fornece esclarecimentos a justiça" Espécies • Notificações • Atestado • Relatório • Consulta • Parecer • Depoimento Oral Notificações • Definição: “São comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes de um fato profissional, por necessidade social ou sanitária, como acidente do trabalho, doenças infecto-contagiosas, uso habitual de substâncias entorpecentes ou crime de ação pública que tiverem conhecimento e não exponham o cliente a procedimento criminal”. (G.V.França) • Legislação: Art. 269 CP: “Deixar o médico de denunciar a autoridade pública, doença de notificação compulsória”. Pena - detenção de 6 meses a 2 anos e multa. Art. 154 CP: “Revelar alguém, sem justa causa, segredo de que tem ciência em razão de função de ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem”. Pena - detenção de 3 meses a 1 ano ou multa. Lei 6259 de 30/10/75: “Constituem objeto de notificação compulsória as doenças seguintes relacionadas”: I - Em todo território nacional: cólera, coqueluche, difteria, doença meningocócica e outras meningites, febre amarela, febre tifóide, hanseníase, leishmaniose, oncocercose, peste, poliomielite, raiva humana, sarampo, tétano, tuberculose, varíola; II - Em área específica: esquistossomose, filariose e malária. GRUPO NIP Atestados Definição É a afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas conseqüências”. (Souza Lima) Classificação • Quanto a procedência ou destino: Oficioso - É aquele fornecido por um médico na atividade privada com destino a uma pessoa física ou privada. Justifica situações menos formais. Administrativo - É aquele fornecido por um médico servidor público ou um particular mas que vai desempenhar seu papel junto a uma repartição pública, ou seja, servem aos interesses dos serviços públicos. Judicial - É aquele expedido por solicitação do Juiz ou que integra os autos judiciários. Atende a administração da justiça. • Quanto ao “Modus faciendi” ou conteúdo Idôneo - É aquele expedido pelo profissional habilitado e o seu conteúdo expressa a veracidade do ato. Gracioso - É aquele fornecido sem a prática do ato profissional que o justifique, não importando se gratuitamente ou pago “caridade, humanidade, amizade, político”. É sempre antiético e pode se transformar em imprudente ou falso. Imprudente - É aquele fornecido por um médico particular para fins administrativos, sabendo-se que a empresa ou repartição tem serviço médico próprio. Falso - É o que na sua expressão falta com a verdade, dolosamente. É crime previsto no Código Penal como falsidade ideológica. • Tipos - De vacina - De sanidade física ou mental - De óbito - De insanidade física ou mental Legislação CP Art. 302 -“Dar o médico no exercício de sua profissão, atestado falso”. Pena: detenção de 1 mês a 1 ano. Código de Ética Médica: Art. 110 - “ Fornecer atestado sem ter praticado ato profissional que o justifique, ou que não corresponda à verdade”. Relatórios • Definição: É a descrição minuciosa de um fato médico e de suas conseqüências, requisitadas por autoridade competente. (Tourder) • Tipos: O relatório recebe o nome de AUTO quando é ditado pelo perito ao escrivão, durante ou logo após, e denominado de LAUDO quando é redigido pelo(s) próprio(s) perito(s), posteriormente ao exame. • Partes: a) Preâmbulo: É a parte onde os peritos declaram suas identificações, títulos, residências, qualificam a autoridade que requereu e a autoridade que autorizou a perícia, e o examinado; hora e data em que a perícia é realizada e a sua finalidade. b) Quesitos: São as perguntas formuladas pela autoridade judiciária ou policial, pela promotoria ou pelos advogados das partes. c) Histórico: Consiste no registro dos fatos mais significativos que motivam o pedido da perícia ou que possam esclarecer e orientar a ação do legisperito. d) Descrição: Contém o “visum et repertum” É a descrição minuciosa, clara, metódica e singular de todos os fatos apurados diretamente pelo perito. Constitui a parte essencial do relatório. e) Discussão: É a análise cuidadosa dos fatos fornecidos pelo exame e registrado na descrição, compará-los com os informes disponíveis relatados no histórico, encaminhando naturalmente o raciocínio do leitor para o entendimento da conclusão. f) Conclusão: É o sumário de todos os elementos objetivos observados e discutidos pelo perito, constituindo a dedução sintética natural da discussão elaborada. g) Resposta aos Quesitos: As respostas aos quesitos formulados devem ser precisas e concisas. GRUPO NIP Consulta Médico-Legal É a solicitação na qual o(s) interessado(s) ouvem a opinião de um ou mais especialistas a respeito do valor científico de determinado relatório médico-legal, quando o mesmo deixa dúvidas a respeito de seu conteúdo. Parecer Médico-Legal É a resposta escrita de autoridade médica, de comissão de profissionais ou de sociedade científica, a consulta formulada com o intuito de esclarecer questões de interesse jurídico (Preâmbulo, Exposição, Discussão, Conclusão). Depoimento Oral São os esclarecimentos dados pelo perito, acerca do relatório apresentado, perante o júri ou em audiência de instrução e julgamento. Consideramos ainda o prontuário médico, o boletim, e até mesmo a receita médica como documentos de importância médica e jurídica. Consideramos ainda o prontuário médico, o boletim médico, e até mesmo a receita médica como documentos de importância médica e jurídica. Prontuário Médico • Definição: É o registro feito pelo médico dos comemorativos do paciente. O médico incorre em falta ética grave se deixar de elaborá-lo. (Art. 69 do CEM). • Itens / Roteiro: a) Identificação; b) Queixa e Duração; c) Anamnese; d) Exame Físico Geral;e) Exame Físico Especial; f) Exames Complementares; g) Diagnóstico h) Conduta; i) Prognóstico • Outros Elementos Integrativos: a)Ficha de Serviço Social b)Ficha de Serviço de Enfermagem c)Ficha do Serviço de Nutrição d)Controle Metabólico e)Controle Anestesistas f)Descrição da Cirurgi g)Opiniões de Especialistas h)Exames Específicos i)Ficha Radioterapia e/ou Quimioterapia j)Prontuário do RN + Declaração de Nascido Vivo l)Resumo de Alta m)Relatório Necropsia / AO • Importância: a) Interesse Médico: Pesquisas, Acompanhamentos etc. b) InteresseJurídico: - Questões Civis, Penais, Trabalhistas etc. Considerações Preliminares sobre o Atestado de Óbito A organização de saúde da Liga das Nações constituiu no início desse século uma comissão para o estudo e criação de um modelo único de Atestado de óbito. Até então todo país possuía um modelo próprio. Este foi publicado em 1925 posteriormente adotado pela Inglaterra (1927) e Estados Unidos (1939). Em 1948 na Sexta Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças na Conferência Internacional da Revisão da Classificação foi adotado o “Modelo Internacional de Atestado de Óbito” usado até hoje, cuja finalidade é uniformizar as informações, compatibilizar os dados e permitir sua comparabilidade. Definição É um documento simples, escrito e fornecido exclusivamente por um médico, que tem como finalidade confirmar a morte, determinar a causa morte e satisfazer alguns interesses de ordem civil, estatístico-demográfico e político sanitário. Importância O Atestado de óbito é o mais importante dos documentos assinados pelo médico, porque com ele é feito o registro do óbito e por conseguinte cessada juridicamente a vida de uma pessoa, GRUPO NIP (Art. 10 do C.C.B.). 2- JURÍDICA: Efeito Jurídico da morte (Ver capítulo de Tanatologia). 3- MÉDICA: (Ver capítulo de Tanatologia) Eventos em Caso de Morte • A Morte por moléstia e “causas mortis” bem definidas: SEM AUTÓPSIA / MÉDICO ASSISTENTE. • Morte por moléstia bem definida e “causas mortis” indeterminada: S.V.O. / ANÁTOMO PATOLOGISTA. • Morte por moléstia e “causa mortis” indeterminada: S.V.O. / ANÁTOMO PATOLOGISTA. • Morte por moléstia bem definida e “causa mortis” violenta. I.M.L./ MÉDICO LEGISTA. Legislação Lei 6.015/73 - Decreto-lei nº 20.931/32; - Lei 4.436/84 Estado de São Paulo - Resolução 1.290/89 C.F.M.; - Lei 9.434/97; - C.P. Art. 302 Aspectos Éticos Princípios basilares fundamentais • Sinceridade no diagnóstico de morte; • Ter verificado pessoalmente o óbito; • Ter assistido o paciente ou ter delegação para isto; • Atestar o óbito é um ato obrigatório; • O atestado é gratuito; 6. Confirmar as informações da Declaração de Óbito Precauções para o Médico • Não assinar Atestado de Óbito em branco. • Não deixar Atestado de Óbito previamente assinado. •Verificar, antes de assinar a D.O., todos os itens do formulário. • Não assinar Atestado de Óbito do enfermo que não prestar assistência. • Não assinar Atestado de Óbito a pedido de outro colega. PERÍCIAS Definições Provas É a soma dos fatos produtores da convicção dentro do processo. Fatos que independem de prova: • fatos axiomáticos; • fatos notórios; • presunções legais Provas inadmissíveis • ilícitas: contrariam as normas de Direito Material GRUPO NIP • ilegítimas: afrontam as normas de Direito Processual Sistemas de apreciação • convicção íntima; • verdade legal ou formal; • livre convencimento Princípios da prova • audiência contraditória; • aquisição ou comunhão; • publicidade Espécies de Provas •Material ou Pericia; • Interrogatório do acusado; • Confissional; • Testemunhal; a) impedimentos (art. 206 CPP); b) proibição (art. 207 CPP); c) compromisso (art. 203 CPP); d) não compromissados (art. 207 CPP). Reconhecimento de pessoas e coisas Acareação Documentos Indícios Perícia-Médica É todo procedimento médico, promovido por um profissional de medicina visando prestar esclarecimento à justiça. Importância "O poder judiciário não pode apreciar todos os fatos ou negócios jurídicos sem a colaboração de técnicos ou de pessoas doutoras em determinados assuntos, razão pela qual torna-se necessária a perícia". Classificação • Quanto à natureza da matéria: - trânsito - contábil - agrária - odontológica - médica etc. • Quanto à capitulação em medicina legal: - sexologia - tanatologia - traumatologia etc. • Quanto à relação entre o profissional e o exame: - exame direto (relatório) - exame indireto (pareceres, consultas) • Quanto ao foro que atende: Foro Penal: corpo de delito, insanidade mental, necropsia etc. Foro Civil: ações anulatórias de casamento, investigação da paternidade, capacidade civil etc. GRUPO NIP Foro Trabalhista; acidente do trabalho, doença profissional, condições de insalubridade e/ou periculosidade etc. Foro Administrativo: securitária, estatutária e previdenciária. Objeto da Perícia Médico-Legal • Sobre pessoas vivas (idade, diagnóstico, verificação) • Sobre pessoas mortas (cadáveres, esqueletos) • Sobre semoventes (domésticos, pegadas, unhadas) • Sobre objetos ou instrumentos (balística, dactiloscópico, manchas) Conteúdo no Foro Penal a) Conteúdo Médico-Legal: • Exame Clínico (158, 159, 168 C.P.P.) • Necropsia (162 C.P.P.) • Laboratório (170 C.P.P.). • Exumação (163 C.P.P.) b) Conteúdo Criminalístico: • Perinecroscopia (164,165 CPP) • Laboratório (170, CPP) • Locais (171 CPC e 155 § 4º, I a IV do CP) Espécie • Percipiendi (Direta) Art. 158 C.P.P.: Retratação técnica da impressão pessoal colhida pelo (s) perito (s). • Deduciendi (Indireta) Art. 158 e 172 C.P.P. :Interpretação científica de documentos e outras perícias. • Complementares: Art. 168 § 1ºe 2ºdo C.P.P. : Subseqüentes a primeira. • Contraditória: Art.180, 182 C.P.P. / 436,437 C.C : Conclusões divergentes • Prospectivas: Art. 775 II C.C. : Cessação de periculosidade • Retrospectivas: Fatos pretéritos. Ex.: Perfil psiquiátrico. Credibilidade da Perícia ”O Juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo no todo ou em parte". (182 CPP / 258 CPC). Divergência / Laudos Incompletos Art. 180 C.P.P. Art. 181 C.P.P. Legislação CPP: Art. 158 à 184 CBDM (CFM): Art. 118 à 121 CLT: Art. 827 CPC: Art. 145 à 147 / 420-439 DPT: Lei 5584/70 LEG. SEG. AC. TRAB. Lei nº 6367/76. Falsa Perícia Art. 147 C.P.C. : “ O perito que por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras GRUPO NIP perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer”. Art. 342 C.P. : “Fazer afirmação falsa ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor ou intérprete em processo judicial, policial ou administrativo ou em juízo arbitral". Aceitação da Perícia É obrigatória no foro criminal (Art. 277 C.P.P.). É optativa no foro civil (Art. 146 C.P.C.). Peritos Origem da Palavra do latim: peritus - verbo perior = que significa experimentar, saber por experiência. Definição Todo técnico que designado pela justiça, recebe o encargo de mediante exames específicos, prestar esclarecimentos necessários e indispensáveis a solução de uma demanda processual. Modalidades • Oficiais: (médico-legistas e peritos criminais) art. 159 CPP,Lei 8862/94. a) Formação Universitária b) Dentro das Normas do Concurso c) Conhecimento Especializado • Louvados, Nomeados, Designados, Não Oficiais, "AD HO”: (Art. 159 § 1º e 2º do CPP, 145 § 1º, 2º e 3º e 421 do CPC e art 3º da Lei 5584/70). a) Formação Universitária b) Inscrição no Órgão de Classe c) Comprovação da Especialidade d) Indicação por Livre Escolha do Juiz • Assistentes Técnicos: Peritos indicados pelas partes nos juízos civil e trabalhista. Não participam no foro criminal. (Art. 131, I; 421, I e 422 do C.P.C. Art. 3º da LT nº 5584/70.) Impedimentos Legais a) Por indignidade: Art. 279, I, do CPP. : • Inidoneidade ou incompetência ou interdição temporária de direitos. • Interdição de direitos CP Art. 69, I e IV; • Opinado anteriormente sobre a matéria • Analfabetos b) Por incompatibilidade: Art. 279, II do CPP. : Prestado depoimento, já tenha opinado ou incompetente emrazão da matéria. c) Por incapacidade: Art. 279, III do CPP. : Analfabetos e menores de 21 anos. d) Por Suspeição: Art. 280 c/c Art. 254 C.P.P. Clínico Perito • Acreditar no paciente •Questionar a validade e sinceridade • Tratamento (cura) • Visum et Repetum (descrição) • Preso ao sigilo • ”Preso à Justiça” (verdade) GRUPO NIP Obervação: O médico clínico não pode ser perito em processo em que esteja envolvido seu paciente, devendo declarar-se suspeito ao juiz que o nomear perito do juízo. Qualidade dos Peritos • Ciência • Técnica • Consciência Intervenção • Inquérito • Sumário • Julgamento • Após lavrado a sentença Honorários dos Peritos • Peritos Oficiais: são pagos pelo Estado. • Peritos Não Oficiais: são arbitrados pelo Juiz. • Perícia Civil: -Podem ser reivindicados judicialmente. -Prescrevem em 1ano. • O valor a ser cobrado pelo perito é baseado: • No costume do lugar • Na reputação profissional do perito • Nas possibilidades econômicas dos envolvidos • Tempo despendido • Na importância e dificuldade médico-judicária da ação. Fiscalização • Para evitar abusos ou parcialidades • Para controlar a qualidade. • Conselho de Super Árbitros: em desuso pelo crescente aumento do número de processos. • Sistematização Legal: Art. 88 do Decreto-Lei 7.036/44. • Sistematização Científica • Conselhos de Medicina: LEI 3.268/57. Decálogo dos Peritos • O perito deve atuar com a ciência do médico a veracidade do testemunho e a equanimidade do juiz. • É necessário abrir os olhos e fechar os ouvidos. • A exceção pode ter tanto valor quanto a regra. • Desconfiar dos sinais patognomônicos. • Deve-se seguir o método cartesiano. • Não confiar na memória. • Uma autópsia não se pode refazer. • Pensar com claridade para escrever com precisão. • A arte das conclusões consiste na medida. GRUPO NIP • A vantagem da medicina legal está em não formar uma inteligência exclusiva e estritamente especializada. Corpo de Delito As infrações penais podem deixar vestígios (delicta facti permanentis), como o homicídio, a lesão corporal, e não deixar vestígios (delicta facti transeuntis), como as injúrias verbais, o desacato. O corpo de delito vem a ser o conjunto de vestígios deixados pelo fato criminoso. São os elementos materiais, perceptíveis pelos nossos sentidos, resultantes de infração penal. Instituto Médico-Legal Órgão Técnico científico subordinado, hierárquica e administrativamente, no Estado de Alagoas, a Secretaria de Segurança Pública e ao qual incumbe a prática de perícias médico- legais requisitadas por autoridades policiais, judiciais e administrativas bem como a realização de pesquisas científicas relacionadas com à Medicina Legal. Serviços de Verificação de Óbitos Serviço criado pela legislação, de diversos estados, com a finalidade precípua de se verificar ou esclarecer, mediante exame necroscópico, a causa real da morte, nos casos em que esta tenha ocorrido de forma não violenta sem assistência médica, ou com assistência médica quando houver necessidade e apurar a exatidão do diagnóstico. Antropologia Forense Considerações Gerais A questão da identificação vem preocupando os seres humanos há muito tempo. Nas sociedades primitivas, antes da descoberta da impressão digital o reconhecimento era feito de pessoa para pessoa. Com o evoluir das sociedades tornaram-se maior as exigências no que diz respeito a identidade individual no indivíduo vivo e principalmente nos cadáveres decompostos, carbonizados, esqueletos etc. A identidade é o fim de todas as classificações, pertence a todos os seres e interessa particularmente ao homem. Legislação C.P. Art. 307: “Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem”. Pena: Detenção de três meses a um ano. CP. Art. 308: Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro. LCP. Art. 68: Recusar a autoridade, quando por esta justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado profissão, domicílio ou residência GRUPO NIP C.P.P. Art. 5º LVIII: “O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”. C.P.P. Art. 166 : Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e identidade, no qual se descreverá com todos os sinais e indicações. C. C. Art. 219: Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I – o que diz respeito a identidade do outro cônjuge... Conceitos e Definições Antropologia É o estudo do homem ou ciência do homem. Antropologia Forense É a aplicação prática desses conhecimentos, dos métodos nos casos em que a lei deles necessita para a sua execução. Reconhecer ("recognocere") Conhecer de novo, afirmar, admitir como certo, certificar-se de. Reconhecimento Ato ou efeito de reconhecer. Identidade ("dentidate") Conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa. "Qualidade de ser a mesma cousa e não diversa". (Moraes) Identificar Determinar a identidade. Identificação "Processo pelo qual se determina a identidade ou não. É a descrição de uma pessoa que se quer conhecer". (Litre) Identificação • Subjetiva: É a noção que cada indivíduo tem de si próprio, no tempo e no espaço. É a sua maneira de ser, sua natureza, sua essência. • Objetiva: É aquela fornecida pelos seguintes caracteres: Físicos: Normais ou patológicos. Funcionais: Normais ou patológicos. Psicológicos: Normais ou anormais. Identificação • Objetivo: Questões de fórum cível - Questões de fórum criminal • Material de Estudo: No vivo - No morto - Em restos ou outros materiais • Meios de Identificação: Registro dos caracteres - Verificação Comparação – Arquivamento GRUPO NIP • Requisitos Técnicos: Unicidade (ser único) Imutabilidade (não mudar) Praticabilidade (qualidade de ser prático, fácil) Classificabilidade (ser possível classificar) Perenidade (desde a vida embrionária à putrefação) • Divisão: a) Médico-Legal ou Pericial - Física - Funcional - Psíquica b) Policial ou Judiciária Identificação Médico-Legal Física • Espécie Animal: ossos, dentes, pêlos, sangue etc. • Raça: forma do crânio, índice cefálico, ângulo facial, dimensões da face, cor da pele, cabelos etc. • Idade: elementos morfológicos = aparência, pele, estatura, pêlos, peso, olhos, dentes, órgãos genitais e raio x = dentes e ossos. • Sexo: Vivo: Inspeção das genitálias. Morto e Esqueleto (ossos em geral, ossos do crânio, ossos do tórax e ossos da bacia, órgãos internos etc.). • Estatura: Vivos, mortos, esqueleto. • Peso. • Malformações: lábio leporino, pé torto, desvios da coluna, doenças cutâneas etc. • Cicatrizes: Naturais, cirúrgicas, traumáticas etc. • Tatuagens: bélicas, religiosas, amorosas, eróticas, sociais, profissionais, históricas, patrióticas, iniciais do nome etc. • Sinais Profissionais: espessura e coloração da pele, alterações musculares, estigma em movimento etc. • Sinais Individuais: prótese, nariz, orelhas, mamas etc. • Biótipo: síntese das qualidades vitais do indivíduo (morfológica, funcional, intelectual, moral) Brevelíneo • Normolíneo • Longelíneo Identificação Médico-Legal Funcional - Atitude - Mímica - Gestos - Andar - Funções sensoriais Identificação Médico-Legal Psíquica Identificação JudiciáriaProcessos Antigos Arcada Dentária Assinalamento Sucinto sobre Posição de Imagem Bertinolagem Estudo da Voz Fotografia D.N.A. Finger Prints GRUPO NIP Retrato Falado Dactiloscopia Tanatologia Forense Definição A palavra tanatologia origina-se do grego thanatus que quer dizer morte e do sufixo logia que significa estudo. É o ramo da medicina legal que se ocupa do estudo da morte e dos fenômenos com ela relacionados. Morte 1.1.- Critério do C.F.M. P/ Definição (Resolução1346/91) “O Conselho Federal de Medicina, no uso de suas atribuições que lhe confere a Lei nº 3.268/57, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e considerando que a parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, conforme já estabelecido pela comunidade científica mundial; considerando o ônus psicológico e material causado pelo prolongamento do uso de recursos extraordinários para o suporte das funções vegetativas em pacientes com parada total e irreversível da atividade encefálica; considerando a necessidade de judiciosa indicação e interrupção do emprego desses recursos; considerando a necessidade de se adotar critérios para constatar, de modo indiscutível, a ocorrência de morte; considerando que ainda há consenso sobre a aplicabilidade desses critérios em crianças menores de 2 anos; Critérios Os critérios, no presente momento, para a caracterização da parada total e irreversível das funções encefálicas em pessoas com mais de 2 anos são, em seu conjunto: • Clínicos: coma aperceptivo com arreatividade inespecífica, dolorosa e vegetativa, de causa definida. Ausência de reflexos corneano, oculoencefálico, oculovestibular e do vômito. Positividade do teste de apnéia. Excluem-se dos critérios acima, os casos de intoxicações metabólicas, intoxicações por drogas ou hipotermia. • Complementares: ausência das atividades bioelétrica ou metabólica cerebrais ou da perfusão encefálica; O período de observação desse estado clínico deverá ser de, no mínimo, 6 horas. A parada total e irreversível das funções encefálicas será constatada através da observação desses critérios registrados em protocolo devidamente aprovado pela Comissão de Ética da Instituição Hospitalar. Constatada a parada total e irreversível das funções encefálicas do paciente, o médico, imediatamente, deverá comunicar tal fato aos seus responsáveis legais, antes de adotar qualquer medida adicional. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. Brasília - DF, 08 de agosto de 1991. Tipos de Mortes • Natural: É a que resulta da alteração orgânica ou perturbação funcional provocada por agentes naturais, inclusive os patogênicos sem a interviniência de fatores mecânicos em sua produção. GRUPO NIP • Súbita: Morte imprevista, que sobrevém instantaneamente e sem causa manifesta, atingindo pessoas em aparente estado de boa saúde. • Violenta: É aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e intensa, ou continuada e persistente de um agente mecânico, físico ou químico sobre o organismo. Ex.: Homicídio, suicídio ou acidente. • Fetal: Morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe independente da duração da gravidez. • Materna: Morte de uma mulher durante uma gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez. • Catastrófica: É toda morte violenta de origem natural ou de ação dolosa do homem em que por um mesmo motivo, ocorre um grande número de vítimas fatais. • Presumida: É a morte que se verifica pela ausência ou desaparecimento de uma pessoa, depois de transcorrido um prazo determinado pela Lei. C.C. Art. 10, 481 e 483. - C.P.P. Art. 1.161 e 1.163 -Lei nº 6.015/73 Conteúdo • Tanatosemiologia (Morte+Sinal+Estudo) Parte da Tanatologia que estuda os sinais (fenômenos) cadavéricos. • Tanatodiagnóstico (Morte+Diagnose) Estuda o conjunto de sinais biológicos e propedêuticos que permitem afirmar o estado de morte real. • Cronotanatognose (Tempo+Morte+Conhecimento) Estuda os meios de determinação do tempo decorrido entre a morte e o exame cadavérico. • Tanatoscopia = Tanatopsia = Necrópsia (Morte + Ver = Observar) É o exame do cadáver para verificação da realidade e da causa da morte. • Tanatoconservação (Morte+Conservação) É o conjunto de técnicas empregadas para conservação do cadáver com suas características gerais. • Tanatolegislação (Morte+Legislação) É o conjunto de dispositivos legais concernentes à morte e ao cadáver. Aspectos Legais da Morte A palavra morte vem do grego tanatus e do latim mors = extinção da vida = cessação definitiva de todas as funções de um organismo vivo. • Noções Preliminares - "A Morte não se agrega ao ser humano no fim". - "Assim que o indivíduo começa a viver, tem a idade suficiente para morrer". - "Não constitui uma ocorrência instantânea e sim um processo gradativo de velocidade variável". - "O ser humano é o único ser vivo que é consciente de sua morte e finitude". - "O nosso tempo caracteriza-se por uma cultura que problematiza a morte" (castigo, pecado). - "Todos nós de uma forma ou de outra tememos a morte". - "O nosso apego ao Direito, a Medicina, a Religião, a Economia etc., indicam meios para a salvação de nosso ser". - "Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo dessa morte". (São Paulo Epístola 7,24) - "Meu pai, afasta de mim esse cálice". (Jesus / Mateus 26,39) • Importância Médica - É um fenômeno comum na vida do médico. - Envolve aspectos éticos em relação a doações de órgãos e transplantes, pesquisa médica, eutanásia etc. - Maioria das vezes é de fácil diagnóstico, mas exige critérios técnicos rigorosos. - Os critérios para o GRUPO NIP diagnóstico devem ser avaliados juntamente com as excludentes de erro como: Intoxicação metabólica ou por drogas, hipotermia, crianças e choque. • Importância Jurídica - É um fenômeno intimamente ligado ao direito. - Cessa a personalidade civil adquirida com o nascimento e advém as conseqüências jurídicas. - Põe a termo a capacidade jurídica. - Termina a aptidão de ser titular de direitos. - Seus bens se transmitem desde logo para seus herdeiros. - Com a morte do réu extingue-se a punibilidade. - Extingue-se o pátrio poder etc. • Interesses • Indivíduo • Médico • Social • Religioso • Família • Jurídico • Sanitário • Filosófico Definições Diante da necessidade e impossibilidade de definir a vida, torna-se impossível a definição de morte. Hipócrates 460 a.C.: testa enrugada e árida, olhos, cavas, nariz saliente cercado de coloração escura, têmporas endurecida, epiderme seca e lívida, pêlos das narinas e cílios encoberto por uma espécie de poeira, de um branco fosco (córnea) pálpebras semi-cerradas e fisionomia nitidamente irreconhecível". Constituiu-se por muito tempo como a "cessação total e permanente de todas as funções vitais" destacando-se a Respiração e Circulação. OMS: Cessação dos sinais vitais a qualquer tempo após o nascimento sem possibilidade de ressuscitação. Com o surgimento dos modernos processos de transplantes de órgãos e os avanços da Medicina, por exemplo: respiração artificial, medidas eficientes de ressuscitação e as máquinas de circulação extra corpórea tornou-se controvertido a determinação do exato momento da morte de um indivíduo. f) Conceito Atual - Hoje o critério é o cérebro, ou seja, pela condição mórbida orgânica caracterizada pela abolição total e definitiva das funções da vida em relação (vida x utilidade). Genival Veloso • Coma irreversível com E.E.G. plano por 30 min., com intervalo de 24 h. Não deve prevalecer para crianças, hipotermia, uso de drogas. Depressoras do S.N.C. e distúrbios metabólicos ou endócrinos; • Abolição dos reflexos cefálicos (Hipotonia,
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