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Capitulo 02 A Necropsia e Ética 6 MESES

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GRUPO NIP 
Capítulo 02 
A Necropsia e a Ética 
 
Origens e História de Necrópsia 
 
No Brasil 
 
Durante o século XVIII, os que exerciam a "arte de curar" (cirurgiões, barbeiros e boticários) 
aprendiam seu ofício na prática, tendo como mestre um cirurgião já habilitado. Para garantirem 
o direito de exercer apenas a cirurgia prestavam exames diante das autoridades sanitárias 
competentes, quando obtinham a "carta de examinação". Esse aprendizado para obter licença 
na colônia geralmente se dava nos hospitais da Santa Casa da Misericórdia ou nos hospitais 
militares, ou ainda nas residências dos mestres das principais cidades e vilas. Com relação ao 
Hospital Militar de Vila Rica, foram encontrados registros referentes ao final do século XVIII, 
contendo informações de que nas suas dependências eram ministradas aulas de anatomia e 
cirurgia pelo Cirurgião-mor Antônio José Vieira de Carvalho. Este, pela Carta Régia de 
17/06/1801, teria sido oficialmente provido na cadeira de "cirurgia, anatomia e arte obstétrica" 
(SALLES, 1971; SANTOS FILHO, 1991). 
 
O Brasil iniciou seus estudos no campo da Medicina Legal tardiamente em relação à Europa. 
Apesar da influência portuguesa no meio intelectual e cultural, Portugal não influenciou o país 
no campo da Medicina Legal, uma vez que, em tal país, àquela época, os estudos médico-
legais não eram satisfatoriamente desenvolvidos. 
No fim da era colonial aparecem os primeiros documentos médico-legais no país, frutos de 
estudos influenciados pela França e, um tanto mais sutilmente, pela Itália e pela Alemanha. 
 
A primeira publicação de documento médico-legal brasileiro, da G O M E S , Hélio. 
 "É o conjunto de conhecimentos médicos e para-médicos, destinados a servir ao direito e 
cooperando na elaboração, auxiliando na interpretação e colaborando na execução dos 
dispositivos legais no seu campo de ação de medicina aplicada.” (Hélio Gomes). 
 
Bruna Fernandes Coelho 
Fase nacionalista da consolidação de tal ciência no país, data de 1814. Neste documento, 
Gonçalves Gomide médico e senador do Império, contesta parecer exarado por dois outros 
médicos. 
 
Neste período histórico, os juízes não eram obrigados a consultar médicos antes de proferir 
sentenças. Esta obrigação surgiu com o advento do Código Penal do Império, datado de 16 de 
dezembro de 1830. 
 
No ano de 1832, o ramo do Processo Penal 31 é estruturado no país, trazendo à lume normas 
acerca dos exames de corpo de delito, instituindo oficialmente a perícia médica criminal. Muitas 
destas determinações primordiais ainda se encontram em vigor no texto moderno da norma 
procedimental penal. Neste mesmo ano, tornam-se faculdades oficiais de Medicina as da Bahia 
e do Rio de Janeiro, fazendo parte da grade curricular do curso, em ambas as instituições de 
ensino superior, a disciplina de Medicina Legal. Estudos nessa área afloraram por conta da 
exigência da defesa de tese para a obtenção do título de doutor em Medicina. 
 
 
GRUPO NIP 
 
A primeira publicação versando sobre exame tanatológico no Brasil data de 21 de setembro de 
1835 e relata a necropsia, realizada no Regente João Bráulio Moniz que havia morrido 22 
horas antes da realização do exame), executada pelo cirurgião da família Imperial, Hércules 
Otávio Muzzi. 
 
Em 1854, o mais antigo catedrático de Medicina Legal da Faculdade Médica do Rio de Janeiro, 
o conselheiro José Martins da Cruz Jobim, foi imbuído, pelo Ministro da Justiça, da missão de 
coordenar comissão para uniformizar a prática dos exames médico-legais, organizando u m a 
tabela prognostica das lesões corporais. 
 
Em 1877, Agostinho José de Souza Lima, em conjunto com seu assistente, Borges da Costa, é 
nomeado consultor da polícia e, e m 1879, é autorizado a ministrar um curso prático de 
tanatologia forense no necrotério oficial. 
 
A partir de 1891, a disciplina de Medicina Legal passa a configurar como obrigatória nos cursos 
de Direito do país. A inclusão foi proposta por Rui Barbosa perante a Câmara dos Deputados e, 
felizmente, conseguiu a aprovação. Para os estudantes de Direito, este é u m marco na 
História do curso jurídico, tendo e m vista que é de fundamental importância que o bacharel 
possua, ao menos, noções acerca da Ciência médico-legal. 
 
Um documento histórico inédito, publicado nas próximas páginas, traz a versão da morte de D. 
Pedro I por meio do relato de seu médico particular, Dr. João Fernandes Tavares (1795-1874), 
que assinou o atestado de óbito e realizou a autópsia do ex-Imperador do Brasil. 
 
Até agora se conheciam apenas as informações que D. Amélia de Leuchtenberg, viúva de D. 
Pedro, relatara em uma carta para sua enteada Januária. O resultado da autópsia, impresso 
avulso em 1834, foi localizado em uma coleção particular no Brasil e seu proprietário 
gentilmente concordou em divulgá-lo. Com isso, temos finalmente acesso ao relato completo 
da morte de D. Pedro e das semanas que a antecederam, além de um histórico de sua saúde. 
Nas entrelinhas, percebe-se que o médico João Fernandes Tavares foi bastante explícito e 
detalhista ao narrar as causas da morte. Procurava, com isso, justificar sua conduta e afastar 
as suspeitas que recaíam sobre ele. 
 
Na noite de 27 de maio, por exemplo, compareceu ao Teatro São Carlos em Lisboa, onde se 
deparou com vaias e xingamentos da plateia, indignada com a anistia concedida aos 
absolutistas. Furioso, D. Pedro teve um ataque de tosse e seu lenço ficou nitidamente 
manchado de sangue, silenciando o público presente. 
No final de julho, fez questão de retornar ao Porto para agradecer à população o apoio 
incondicional que recebera durante as batalhas. Apesar do clima festivo, ele próprio mencionou 
sua limitação de saúde na Proclamação aos Portuenses: “apesar de não estar ainda 
completamente restabelecido da doença, da qual tantas fadigas e trabalhos, por vós 
presenciados, foram a principal causa, eu não quis por mais tempo demorar a minha vinda a 
esta mui nobre e leal cidade”. Bastante debilitado pela viagem, no final de agosto empreendeu 
uma visita à estância hidromineral de Caldas da Rainha, onde procurava a cura ou pelo menos 
alívio para seus males. Não tendo alcançado nem um nem outro objetivo, voltou ainda pior. 
Começaram ali os rumores de que seu médico teria aproveitado a ocasião para envenená-lo. 
 
Havia quem pensasse que o Dr. Tavares poderia estar agindo a mando dos miguelistas. Estes 
se defendiam alegando que era a maçonaria que teria interesse em envenenar D. Pedro, em 
 
 
GRUPO NIP 
retaliação aos poucos cargos obtidos no novo governo, após todo o apoio prestado à causa 
liberal. De qualquer forma, sobre o Dr. Tavares pesava a sombra de ter sido o tradutor para a 
língua portuguesa do Tratado dos venenos e seus antídotos, obra escrita por seu antigo 
professor em Paris, Mateus Orfila. 
 
No dia 20 de setembro, em seu primeiro ato como rainha, D. Maria da Glória concedeu ao pai a 
Grã-Cruz da Torre e Espada. A condecoração foi encontrada junto aos restos mortais de D. 
Pedro durante a exumação. No dia seguinte o ex-imperador recebeu o viático, sacramento 
cristão só concedido a quem está prestes a morrer. Ainda agonizaria por mais três dias, até 
finalmente falecer na Sala Dom Quixote, mesmo quarto em que nascera. 
Segundo a famosa carta de D. Amélia para sua enteada, D. Pedro “expirou em meus braços no 
Palácio de Queluz a vinte e quatro de setembro pelas duas horas e meia da tarde, depois de 
longos e cruéis sofrimentos, que suportou com resignação e piedade, não se iludindo nunca a 
respeito de seu estado. Morreu como um santo mártir e filósofo cristão e jamais houve morte 
tão tranquila”. 
 
A autópsia constatou falência de diversos órgãos. Na mesma carta da ex-imperatriz, ela 
explica: “a enfermidade de teu infeliz pai data do Porto; pela autópsia do corpo viu-se que o 
pulmão direito estava cheio de água, que continha mais de dois litros e o esquerdo não existia. 
O coração estava dilatado”. Provavelmenteo comprometimento dos pulmões e do fígado 
sobrecarregou o coração, que por isso encontrava-se hipertrofiado. Já a diferença entre os dois 
pulmões, possivelmente pode ser explicada pelo fato de que as costelas quebradas 
prejudicaram o funcionamento do pulmão esquerdo, favorecendo a instalação da tuberculose 
no direito, mais oxigenado. 
 
O coração de D. Pedro foi retirado de seu corpo durante a autópsia, embalsamado e enviado 
alguns meses depois para a cidade do Porto. 
 
Conforme seu último desejo, encontra-se até hoje guardado dentro de uma urna na Igreja da 
Lapa. Os funerais foram realizados no Panteão de São Vicente de Fora, mausoléu da família 
Bragança. Seus restos mortais repousariam em Lisboa até 1972, quando, em comemoração ao 
sesquicentenário da Independência, foram trasladados para o Monumento do Ipiranga, junto ao 
Museu Paulista, na cidade de São Paulo. 
 
Ao médico acusado de assassinar D. Pedro, D. Maria II concedeu a nomeação de cavaleiro de 
Nossa Senhora de Vila Viçosa dois meses após a morte do pai, “em testemunho de gratidão 
pelos assíduos cuidados e reconhecido interesse com que se esforçou para prolongar a vida 
de dom Pedro”. Foi a forma encontrada de isentá-lo das suspeitas de envenenamento. Mesmo 
assim, o Dr. Tavares preferiu voltar para o Brasil, onde só tornou a se manifestar publicamente 
sobre o assunto quase 20 anos depois. No dia 7 de abril de 1853, aniversário da abdicação de 
D. Pedro, ele publicou no Jornal do Commercio uma carta se defendendo das acusações que 
sofrera em Portugal: “Há quase dezenove anos que sobre mim pesa uma calúnia horrorosa e 
até hoje deferi em justificar-me, convencido que vivi sempre de que o bom senso universal 
refutaria tão atroz e absurda suspeita julgando impossível a existência de um tal crime”. Uma 
das provas de sua inocência, alegava, era a proteção que sempre recebera da imperatriz-viúva 
D. Amélia. 
 
Novamente tocou neste assunto ao escrever para o jornal Correio da Europa em 28 de 
novembro de 1867: “enfermou Sua Majestade Imperial, e o mundo teve o pesar, e Portugal a 
desgraça de perdê-lo. Foi seu corpo por mim embalsamado, seu magnânimo coração 
preparado para ter longa duração, e tanto a teve que a comissão médica que foi ao Porto vinte 
 
 
GRUPO NIP 
e quatro anos depois para examinar lhe a conservação achou no mais perfeito estado esta 
relíquia sagrada”. 
 
Trabalhando no Brasil como médico, professor e escritor, ficou conhecido como “Doutor 
Canudo” por ter trazido para o país o até então desconhecido estetoscópio, instrumento 
originalmente concebido para que os médicos pudessem auscultar suas pacientes sem 
precisarem encostar em seus seios. Esses primeiros estetoscópios eram cilindros de madeira 
com um palmo e meio de comprimento, realmente parecidos com canudos. 
 
Percebendo a necessidade de melhor organizar o corpo médico do Rio de Janeiro e de Niterói, 
até então com pouca expressividade política, o Dr. Tavares tornou-se o primeiro presidente do 
Imperial Instituto Médico Fluminense, criado em 1867 com o objetivo de promover o debate de 
questões médicas entre os profissionais e auxiliar o governo em relação ao problema das 
epidemias que grassavam na época. Ele também foi, em 1838, um dos fundadores do Instituto 
Histórico e Geográfico Brasileiro. 
Apesar de ter passado o restante de sua vida no Brasil, a pedido de D. Amélia, o Dr. Tavares 
tornou-se Visconde de Ponte Ferreira em Portugal, em 1872, durante o reinado de D. Luis 
(1838-1889), neto de D. Pedro. 
 
Novos estudos sobre as causas da morte do ex-imperador devem ser realizados nos próximos 
anos. Tendo agora em mãos o resultado da autópsia, poderemos confrontar o documento com 
as descobertas científicas do século XXI. Não é sempre que a medicina do século XIX pode ser 
tão explicitamente contrastada com a de nossos dias. 
 
IML 
O Regulamento de dezembro de 1933, intitulado “Regulamento do Serviço Médico Legal do 
Estado de São Paulo” determinava que o Serviço Médico Legal seria organizado com um 
diretor, nomeado em comissão pelo Chefe de Polícia; onze médicos legistas; doze médicos 
legistas regionais, sendo que dois deles estariam lotados obrigatoriamente em Santos; um 
médico legista anatomopatologista e microscopista; um médico radiologista; um médico legista 
toxicologista; um perito toxicologista; um servente auxiliar de laboratório; dez escriturários, 
sendo um deles o chefe; dois serventes; e um auxiliar de necroscopia. 
 
Quando a violência no Brasil cresceu, o instituto de criminalística ficou regulamentado e as 
necropsias forenses passaram a ter auxiliares nível básico, para ajudar os legistas. 
 
 
SVOC 
Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC) da Universidade de São Paulo 
regulamentado, inicialmente, pelo decreto nº 4.967, de 13 de abril de 1931, passou a ser 
vinculado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) pelo decreto nº 
10.139, a partir do dia 18 de abril de 1939. 
 
O SVOC foi reorganizado, primeiramente, pela Lei Estadual nº 10.095, de 03 de maio de 1968 
e, finalmente, pela Lei Estadual nº 5.452, de 22 de dezembro de 1986, em vigor, que manteve 
o SVOC vinculado ao Departamento de Patologia da FMUSP. 
 
 
 
GRUPO NIP 
Nos SVOs haviam os estudantes de medicina para fazer as necropsias de morte natural, mas 
com a grande demanda, criou se o cargo de técnico de necropsia em instituições como o SVO 
da Capital de SP. 
 
Médico Legista do IML- Instituto Médico Legal João Alfredo Curado Fleury, combatente da 
Revolução de 1.932. 
 
Em 1929, assume a direção do Laboratório o perito Octávio Eduardo de Brito Alvarenga, um 
dos maiores nomes da Criminalística no Brasil. Alvarenga aposentou-se em 1955, e hoje 
empresta seu nome ao Instituto de Criminalística. 
 
O Laboratório de Polícia Técnica foi transformado em Instituto de Polícia Técnica em 1951 e 
passou a ter seções especializadas. Em 1961, as cidades de Araçatuba, Araraquara, Assis, 
Barretos, Bauru, Botucatu, Campinas, Casa Branca, Guaratinguetá, Itapetininga, Jaú, Marília, 
Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Sorocaba e Taubaté 
passaram a ter os Postos de Polícia Técnica. Um ano depois, os postos foram instalados em 
Guarulhos, Santo André, São Caetano e São Bernardo do Campo. 
 
Nesta época foi ficando diminuído o numero de auxiliares de necropsia nos postos de cidades 
fora da capital. 
 
Alunos durante aula de criminalística, na antiga Escola de Polícia (atual ACADEPOL), na rua 
São Joaquim, em 1.951. (acervo do Investigador Aristides Zacarelli). 
 
 
Imoral e Amoral 
Imoral e amoral são termos que se referem à moral, no entanto a relação que elas expressam 
são diferentes. 
 
Ultimamente, “imoral” e “amoral” têm sido aplicados para designar um mesmo significado: 
aquele que não tem moral, ética. 
 
É verdade, os dois termos referem-se à questão moral, no entanto, têm relações diferentes 
com ela. 
 
Certa vez, Oscar Wilde disse “a arte não é moral nem imoral, mas amoral”! O que isso quer 
dizer? 
 
Primeiramente, o que é moral? É o que está “de acordo com os bons costumes e regras de 
conduta; conjunto de regras de conduta proposto por uma determinada doutrina ou inerente a 
uma determinada condição.” 
 
No mesmo dicionário, moral também é classificada como o “conjunto dos princípios da 
honestidade e do pudor”. Daí este termo ser tão utilizado em âmbito social, principalmente no 
político! 
 
Imoral é tudo aquilo que contraria o que foi exposto acima a respeito da moral. Quando há falta 
de pudor, quando algo induz ao pecado, à indecência, há falta de moral, ou seja, há 
imoralidade. 
 
 
 
GRUPO NIP 
Amoral é a pessoa que não tem senso do que seja moral, ética. A questão moral para este 
indivíduo é desconhecida, estranha e, portanto, “não leva em consideração preceitos morais”. 
É o caso, por exemplo, dos índios no tempo do descobrimento ou de uma sociedade, como a 
chinesa, que não vê o fato de matar meninas, a fim decontrolar a natalidade, como algo 
mórbido e triste. 
 
Assim, o que Oscar Wilde quis dizer é que a arte não tem senso do que seja moral, por isso, 
para alguns, tudo o que é visto não causa assombro, está dentro dos costumes. Já para outros, 
dependendo do que se vê, é ultrajante, indecente. 
 
 
O que é Ética 
Parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, 
disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo esp. a respeito da essência das 
normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social. 
 
Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo 
social ou de uma sociedade. "é. profissional" 
 
O que é Bioética 
Estudo dos problemas e implicações morais despertados pelas pesquisas científicas em 
biologia e medicina [A bioética abrange questões como a utilização de seres vivos em 
experimentos, a legitimidade moral do aborto ou da eutanásia, as implicações profundas da 
pesquisa e da prática no campo da genética etc.. 
 
 
Ética, Bioética e Biossegurança 
Trata das regras e condutas para a utilização, Contenção, transporte e eliminação de 
Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). 
 
Visa a prevenção do escape de organismos Patogênicos, de substâncias nocivas e de OGMs; 
Visa e prevenção à saúde do trabalhador e ao meio ambiente 
Os OGMs são organismos cujo material genético (ADN) não foi modificado por multiplicação 
e/ou recombinação natural, mas pela introdução de um gene modificado ou de um gene 
pertencente a uma outra variedade ou espécie. 
 
Risco Biológico: efeitos presente em agentes de origem biológica, capazes de produzir nocivos 
em humanos e animais: 
• Microorganismos (vírus, bactérias, fungos, protozoários) 
 
• Toxinas e alérgenos derivados de microorganismos, parasitas, Insetos, animais e plantas 
• Plantas, animais, bactérias, leveduras, fungos, protozoários, metazoários, etc. OGMs 
cavitários), 
• Amostras biológicas (Sangue, secreções, derrames e lavados Peças cirúrgicas, biópsias 
 
 
 
GRUPO NIP 
A Biossegurança é o conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos 
e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes às atividades de pesquisa, 
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem 
comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos 
trabalhadores desenvolvidos (TEIXEIRA & VALLE, 1996). 
 
As medidas de biossegurança devem ser adotadas por laboratórios e associada a um plano de 
educação, com base nas normas nacionais e internacionais de transporte, conservação e 
manipulação de micro-organismos patogênicos, garantindo assim a segurança e integridade 
vital dos funcionários. 
 
A biossegurança tem o papel fundamental na promoção à saúde, uma vez que aborda medidas 
de controle de infecção para proteção dos funcionários que atuam na rede laboratorial, além de 
colaborar para a preservação do meio ambiente, no que se refere ao descarte de resíduos 
proveniente desse ambiente, contribuindo para a redução de riscos à saúde. 
 
Regulamentada a Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, sobre as normas de biossegurança, 
pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CNTBio, o Brasil mostrou uma 
preocupação voltada aos laboratórios e sua segurança, pois além da grande exposição a 
agente químicos que recebemos no dia a dia contido na água, no ar e nos alimentos que são 
tratados com inseticidas e herbicidas, o trabalhador laboratorial recebe uma carga maior de 
agentes devido a exposição diária numa jornada de trabalho de 6 a 8 horas diárias. 
 
A biossegurança pode ser entendida como métodos de união de ações no que diz respeito a 
prevenção e a segurança da vida, na qual inclui-se procedimentos de armazenamento, 
esterilização, proteção individual e coletiva, normas para evitar acidentes. 
 
Os métodos de segurança que são utilizados durante a manipulação de materiais infecciosos 
dentro de laboratório, é descrito como “contenção”, tendo como objetivo principal a redução ou 
minimização de exposição a riscos dos profissionais que atuam no ambiente quanto aos que 
trabalham próximos, seja na bancada ou com o que faz a limpeza do local. 
 
Para isso, torna-se necessária uma análise dos riscos e das atividades a serem desenvolvidas 
no espaço, isto é, os agentes químicos e biológicos a serem manipulados. 
 
A Norma Regulamentadora (NR-9) no item 9.1.5 considera os riscos ambientais, os agentes 
físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua 
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à 
saúde do trabalhador. 
 
Outro fator importante no que se refere aos profissionais de laboratórios são os riscos de se 
contaminar durante as atividades exercidas no âmbito de trabalho, isso inclui o modo de 
transmissão de agentes biológicos e vias de penetração, que pode ocorrer por via área, esta 
relacionada à pipetagem, flambagem de alça de platina e abertura de recipientes em geral, via 
oral, ocorre principalmente com procedimentos errôneos tipo a pipetagem com a boca, 
consumir alimentos dentro no laboratório e inserção de utensílios na boca tipo, caneta ou lápis 
e projeção de gotículas na boca, via cutânea, que pode ocorrer por vidraria quebrada 
contaminada, arranhões ou picadas de insetos e ocular por deposição de gotículas e aerossóis. 
 
 
 
GRUPO NIP 
A Norma Regulamentadora (NR-9) considera os riscos ambientais, os agentes físicos, químicos 
e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, 
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do 
trabalhador. 
 
Outro fator importante no que se refere aos profissionais de laboratórios são os riscos de se 
contaminar durante as atividades exercidas no âmbito de trabalho, isso inclui o modo de 
transmissão de agentes biológicos e vias de penetração, que pode ocorrer por via área, esta 
relacionada à pipetagem, flambagem de alça de platina e abertura de recipientes em geral, via 
oral, ocorre principalmente com procedimentos errôneos tipo a pipetagem com a boca, 
consumir alimentos dentro no laboratório e inserção de utensílios na boca tipo, caneta ou lápis 
e projeção de gotículas na boca, via cutânea, que pode ocorrer por vidraria quebrada 
contaminada, arranhões ou picadas de insetos e ocular por deposição de gotículas e aerossóis. 
 
O manuseio de equipamentos e materiais em laboratórios sempre apresenta risco. Um 
laboratório é um ambiente interessante pelas inúmeras possibilidades de conhecimentos e 
descobertas que oferece. Para realizar essas possibilidades, porém, obstáculos devem ser 
transpostos, como o perigo de acidentes causados por falha humana ou pela falha técnica de 
materiais e equipamentos. 
 
Os acidentes ocorrem porque esse é, também, um ambiente perigoso: equipamentos que 
atingem altas temperaturas, pressões ou rotações também oferecem risco se mal utilizados; 
substâncias que são encontradas em concentrações baixíssimas na natureza estão aqui em 
concentrações que podem ser letais; reagentes “inofensivos” isoladamente podem resultar 
produtos perigosos quando misturados, entre outros. 
 
Assim sendo, estando em um laboratório, por mais seguro que pareça, existe sempre alguma 
possibilidade de risco. 
 
Entretanto, quando se trabalha com cuidado e responsabilidade, esses riscos podem ser 
minimizados e, alguns, até mesmo eliminados. Segundo Teixeira e Valle (1996), 
Biossegurança pode ser definida como um conjunto de medidas ou ações voltadas para a 
prevenção, controle, minimização ou eliminação dos riscos presentes nas atividades de 
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que podem 
comprometer a saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e/ou a 
qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
 
Dentro deste contexto,a Biossegurança, que constitui uma área de conhecimento 
relativamente nova, é um campo que cresce em importância e abrangência, sendo as suas 
normas e recomendações cada vez mais difundidas internacionalmente. 
 
Os dispositivos legais de Biossegurança no Brasil, são hoje norteados pela Lei Nacional de 
Biossegurança, a Lei 11.105 de 24 de março de 2005, apresentada na íntegra no Anexo 02, 
que regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelece 
normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos 
geneticamente modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de 
Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – 
CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei nº 8.974, de 5 
de janeiro de 1995, e a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5º, 
6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 16 da Lei nº 10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências. 
 
 
GRUPO NIP 
 
• Aerossóis: solução coloidal em forma de gotas que se dispersam no ar; Amostras biológicas: 
são materiais de origem humana ou animal (como excrementos, secreções, sangue e 
derivados, tecidos e líquidos orgânicos) com fins experimentais ou diagnóstico; 
• Anti-séptico: agente químico ou físico utilizado para desinfecção de tecido vivo, capaz de 
destruir ou inibir o crescimento de microorganismos na área aplicada; 
• Descontaminação: destruição ou remoção (total ou parcial) de microorganismos dos artigos e 
superfícies; 
• Desinfecção: destruição ou inibição do crescimento de microorganismos patógenos não 
esporulados ou em estado vegetativo, de superfícies; A Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 
1978 do Ministério do Trabalho, aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, 
Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. 
 
A NR-9, atualizada pela Portaria Nº 25 de 29/12/1994, estabelece a obrigatoriedade da 
elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam 
trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, 
visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, 
reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais 
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção 
do meio ambiente e dos recursos naturais. 
 
De acordo com as Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico, 
elaborado em 2004 pela Comissão de Biossegurança em Saúde - CBS do Ministério da Saúde, 
os tipos de agentes podem ser classificados com base no seu risco biológico em 5 Classes: 
 
• 1) Classe de Risco I: escasso risco individual e comunitário – quando o microorganismo tem 
pouca probabilidade de provocar enfermidades humanas ou veterinárias. Ex.: Lactobacillus. 
• 2) Classe de Risco II: risco individual moderado; risco comunitário limitado – a exposição 
pode provocar infecções, porém, se dispõe de medidas profiláticas e terapêuticas eficazes, 
sendo o risco de propagação limitada. Ex.: Schistosoma mansoni (causador da 
esquistossomose). 
• 3) Classe de Risco III: risco individual elevado; risco comunitário limitado – pode causar 
infecções graves em humanos e animais; se propagar de uma pessoa para outra, mas existe 
profilaxia/tratamento eficazes. Ex.: Bacillus anthracis (causador de carbúnculo ou antrax). 
• 4) Classe de Risco IV: elevado risco individual e comunitário – agentes biológicos de fácil 
propagação e altamente patogênicos para o homem, animais e meio ambiente, não existindo 
medidas profiláticas ou terapêuticas eficientes. Ex.: Vírus Ebola (causa febre hemorrágica). 
• 5) Classe de Risco V: elevado risco de contaminação em animais e do meio ambiente – 
agentes patogênicos não existentes no país, podendo ou não oferecer risco direto ao homem, 
mas causando graves perdas econômicas e na produção de alimentos. Ex.: Achantina fulica 
(caramujo- gigante-africano trazido para o Brasil para produção e comercialização de 
escargot). 
 
Fazer evisceração de cadáver visando o estudo anátomo-patológico; conservar cadáveres e 
peças anatômicas, ajudando o professor nos cortes e formolizações; preparar peças com 
lesões anátomopatológicas para exposição em aulas práticas; preparar soluções químicas 
usadas na conservação de vísceras; realizar limpeza da mesa de necropsia e zelar pela 
manutenção da sala de necropsia; zelar pela conservação de equipamentos, mantendo-os em 
condições de uso; executar outras tarefas de mesma natureza e nível de dificuldade; obedecer 
as normas técnicas de biossegurança na execução de suas atribuições. 
 
 
GRUPO NIP 
 
É direito do médico: 
 
• I - Exercer a Medicina sem ser discriminado por questões de religião, etnia, sexo, 
nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião política ou de qualquer 
outra natureza. 
• II - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente 
reconhecidas e respeitada a legislação vigente. 
• III - Apontar falhas em normas, contratos e práticas internas das instituições em que trabalhe 
quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou 
a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes e, obrigatoriamente, à 
comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição. 
• IV - Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições 
de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem 
como a dos demais profissionais. Nesse caso, comunicará imediatamente sua decisão à 
comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina. 
• V - Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituição pública 
ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições adequadas para o exercício profissional 
ou não o remunerar digna e justamente, ressalvadas as situações de urgência e emergência, 
devendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho Regional de Medicina. 
• VI - Internar e assistir seus pacientes em hospitais privados e públicos com caráter filantrópico 
ou não, ainda que não faça parte do seu corpo clínico, respeitadas as normas técnicas 
aprovadas pelo Conselho Regional de Medicina da pertinente jurisdição. 
• VII - Requerer desagravo público ao Conselho Regional de Medicina quando atingido no 
exercício de sua profissão. 
• VIII - Decidir, em qualquer circunstância, levando em consideração sua experiência e 
capacidade profissional, o tempo a ser dedicado ao paciente, evitando que o acúmulo de 
encargos ou de consultas venha a prejudicá-lo. 
• IX - Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos 
ditames de sua consciência. 
• X– Estabelecer seus honorários de forma justa e digna. 
 
O material biológico (lâminas, blocos histológicos) de exames anteriores a 10 de janeiro de 
1993 devem ser arquivados por vinte anos, a partir da data do laudo anatomopatológico 
correspondente. Sim 
 
Os arquivos médicos gerados antes de 10 de janeiro de 1993 devem ser mantidos em arquivos 
no laboratório de Patologia, durante vinte anos (prescrição vintenária), contados a partir da 
data dos laudos correspondentes. É o que estabelece o art. 2028 do Código Civil Brasileiro 
(CCB/2002) : “serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código e, se na 
data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na 
lei revogada”. Os laudos anatomopatológicos ou citopatológicos arquivados nos laboratórios de 
Patologia são parte integrante do prontuário médico e, portanto, obrigados à arquivamento por 
período mínimo de vinte anos. Não. 
 
O Parecer CREMERJ nº 159, de 14 de dezembro de 2005 entende que “a empresa prestadora 
de serviçosde exames médicos complementares cumpre com sua obrigação no momento que 
entrega o resultado do exame ao cliente, não havendo necessidade, por ser redundante, de 
elaboração de prontuário para cada cliente examinado, já que não se está realizando um 
tratamento médico, e sim prestando um serviço” 
 
 
GRUPO NIP 
 
É obrigatória a guarda de secreções e líquidos enviados aos laboratórios para exame 
citopatológico após a liberação dos respectivos laudos citopatológicos. 
 
Não é obrigatória a guarda das sobras de líquidos e secreções, após a confecção das 
respectivas lâminas e elaboração dos laudos citopatológicos correspondentes ao material 
enviado. De acordo com o Parecer CFM nº 27/94, as lâminas citopatológicas devem ser 
mantidas em arquivo no mínimo durante 5 (cinco) anos. 
 
O patologista solicitado para exame peroperatório, com biópsia de congelação, pode optar por 
realizar apenas imprints e fazer diagnóstico com base no exame citopatológico, dispensando 
os cortes com micrótomo de congelação? Sim. 
 
Quando solicitado para realizar diagnóstico peroperatório, o patologista pode utilizar métodos 
histopatológicos (biópsia de congelação) ou citopatológicos (imprints). A escolha da técnica é 
do patologista, que pode optar por uma delas ou utilizá-las de forma concomitante e 
complementar. 
 
Os laboratórios de Patologia devem cumprir as normas de segurança, higiene e saúde, 
estabelecidas na legislação sanitária brasileira? Sim. 
 
Os laboratórios devem cumprir normas de biossegurança, possibilitando-lhes obtenção do 
alvará sanitário, renovado anualmente. Leia mais: Costa, M.A.F. Qualidade em Biossegurança. 
p. 26, Editora Qualitymark, 2000: “O laboratório é um ambiente extremamente hostil. Convivem 
no mesmo espaço equipamentos, reagentes, soluções, microrganismos, pessoas, papéis, 
livros, amostras, entre outros. Essa salada de agentes de riscos necessita de uma organização 
para que não ocorram acidentes e para que os resultados produzidos sejam confiáveis. Além 
disso, um ambiente laboratorial organizado e disciplinado favorece a credibilidade da instituição 
e de todos que lá trabalham ” 
 
 
Atribuições do Profissional Auxiliar de Necrópsia 
Auxiliar de necrópsia ou necropsista é o profissional que presta serviço de nível mediano na 
cooperação em uma necrópsia ou autópsia contribuindo na investigação da causa mortis de uma 
pessoa, sendo também muito encontrado em hospitais e funerárias. 
 
O Auxiliar de Necropsia tem as atribuições adiante listadas, entre outras tarefas análogas que 
possam ser determinadas: - Identificação de cadáver; - Manuseio de cadáver para possibilitar a 
observação de lesões externas; Higiene dos corpos; - Execução e acompanhamento de 
exumações; -Observação de lesões internas no cadáver; - Colheitas de amostras viscerais para 
exames de laboratório; - Limpeza de instrumentos utilizados nas necrópsias; - Recolhimento de 
ossadas, restos putrefatos e cadáveres inteiros para atender exigências legais; - Limpeza de 
ossos; limpeza e higiene dos instrumentos e equipamentos e da sala de exame após cada 
exame de necropsia realizado;- zelar pela guarda, conservação e limpeza dos materiais e 
instrumentais utilizados em seu local de trabalho. 
 
O auxiliar de necrópsia deverá estar preparado psicologicamente e fisicamente, pois, além de 
trabalhar com corpos sem vidas o estado destes corpos poderá estar já em estado de 
decomposição e o odor fétido é outro fator que esse profissional terá que adquirir habilidades 
 
 
GRUPO NIP 
para gerenciar e superar esse obstáculo. Entretanto o uso dos EPIs é de suma importância na 
labuta do dia-a-dia deste profissional. (máscara cirúrgica ou com filtro, óculos de proteção, gorro 
descartável, avental de manga longa, macacão, luvas de borracha, botas de borracha de 
preferência cor branca). 
 
A técnica empregada para realização de uma necropsia não é a mesma para todas as espécies. 
Existem várias maneiras de se abrir um cadáver, o importante é padronizar aquela forma que 
melhor lhe dará segurança na obtenção das informações que busca durante a sua realização. 
Retira-se os órgãos para analise e por fim, os órgãos são novamente introduzidos no interior do 
corpo para que o cadáver fique no melhor estado possível para ser entregue à família (caso haja 
esta possibilidade). 
 
 
Ética na Sala de Exames de Necrópsia. 
 
A sala de necropsia, além de ser um local de trabalho especializado, o tipo de material 
manuseado é o material humano, um motivo bastante importante para que seja respeitado. 
Nunca sabemos quem irá cruzar a porta da sala em uma maca, hoje pode ser um desconhecido, 
mas, sempre devemos ter em mente que é um ser humano. Portanto informações, elucidações, 
comentários feitos dentro da sala de necrópsia não devem sair da sala. Não é admissível divertir-
se com as peças cadavéricas, sendo possível de punição legal. 
 
O ato de vilipendiar cadáveres ou suas cinzas configura crime contemplado no Código Penal 
Brasileiro: Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940. Art. 212- Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: 
pode ser punido entre um a três anos de reclusão e pagamento de multa. 
 
Vilipendiar é um verbo transitivo direito na língua portuguesa e significa o ato de desprezar ou 
menosprezar algo, alguém ou alguma coisa. O vilipêndio é a ação de vilipendiar, ou seja, fazer 
com que alguém se sinta humilhado, menosprezado e ofendido, através de palavras, gestos ou 
ações. Vilipendiar alguém é considerado um desrespeito, pois parte da premissa de que esse 
indivíduo é indigno, vil, insignificante ou miserável. Vilipendiar cadáveres neste caso tutela-se no 
crime em estudo o sentimento de respeito pelos mortos, repudiando, assim, condutas 
“desonrosas” para com o de cujus. 
 
Muito importante salientar que o vilipêndio pode ser praticado por diversos modos como, por 
exemplo: proferir palavrões contra o morto, atirar excrementos no cadáver, desdenhar da 
situação em que o corpo se encontra, causar danos ao corpo do por falta de zelo, praticar atos 
sexuais com o falecido entre outros. 
 
Entre os crimes mais comuns de vilipêndio do corpo humano morto está a chamada 
NECROFILIA, ou seja, quando alguém mantém relações sexuais com o cadáver. Deve-se 
manter respeito ao corpo do cadáver bem como manter a sua privacidade assegurada em Lei O 
artigo 5º da Constituição Federal que prevê a inviolabilidade do direito à intimidade, à proteção da 
vida privada e à honra, bem como à imagem das pessoas. 
 
A costura após a necropsia, o profissional do setor de corte, deposita os órgãos retirados ao 
longo do exame no corpo e costura o cadáver. Os órgãos retirados são reorganizados no corpo 
de acordo com a região onde fora extraído. Assim o cérebro é depositado na cabeça dentro da 
calota craniana. 
 
 
GRUPO NIP 
 
Em outras palavras o “Vilipêndio é o ultraje, o ludíbrio aviltante, o desdém injurioso. É o ato de 
aviltar, de ultrajar. Tanto pode consistir em atos, como em palavras e escritos. Constituirão 
vilipêndio, entre outros fatos, os seguintes: tirar as vestes do cadáver e escarrar sobre ele, cortar 
algum membro com o fim de escárnio, derramar líquidos imundos sobre as cinzas, ou dispersá-la 
acintosamente.” Tudo isso configura crime. 
 
Os objetivos da autópsia médico-legal têm como objetivos principais estabelecer: a identificação 
do cadáver; o mecanismo da morte; a causa da morte e as circunstâncias. Há quatro quesitos a 
serem respondidos num relatório de necropsia: 1. Houve morte? 2. Qual a causa da morte? 3. 
Qual instrumento produziu a morte? 4. A morte foi produzida por veneno, fogo, explosivo, asfixia, 
tortura ou meio qualquer outro meio insidioso ou cruel? 
 
Autópsias médico-legais, tendo como objetivo esclarecer a causa da morte e as circunstâncias 
em que esta ocorreu. Exame Pode compreende duas fases: exame externo e exame interno. 
Exame externo o médico legista analisa vestígios através de inspeção e exame com posterior 
descrição daslesões encontradas. 
 
Exame interno compreende a abertura da caixa craniana, da caixa torácica, da cavidade 
abdominal e a exploração de qualquer outro segmento corporal que seja importante para o 
esclarecimento dos objetivos periciais. Estes procedimentos têm em vista a observação direta 
dos órgãos e sistemas para que se possam registrar as suas alterações morfológicas, 
patológicas ou traumáticas, sendo estes muitas vezes retirados para serem vistos 
individualmente e depois analisados em laboratório. Pode ser necessário a recolha de fluidos 
corporais ou vísceras e seus conteúdos para exames complementares. GAPSKI (2012). 
 
A morte deve ser encarada pelos profissionais de saúde como inerente à natureza humana, 
somo seres finitos, embora as vezes passamos a agir como seres imortais, sabemos muito 
pouco ou quase nada sobre a morte, talvez isto se deva a fato de darmos tão pouca importância 
para ela, pois a sociedade a qual vivemos prega veemente a longevidade e ignora a existência e 
essência da morte. 
 
As tarefas atribuídas ao profissional Auxiliar de Necropsia são diversas, tornando-o uma peça 
fundamental no processo de identificação de cadáveres com o auxilio da realização dos exames 
de necropsias. É de responsabilidade do auxiliar de necrópsia a guarda de materiais, 
instrumentos e equipamentos relacionados às suas atividades de trabalho, bem como manter a 
ética na sala de necropsia, respeitando os corpos cadavéricos em sua plenitude. As atividades 
de execução relativas ao trabalho auxiliar, sob supervisão imediata dos médicos, na realização 
de necropsias e/ou exames anatomopatológicos. Ou atividade padronizada da polícia cientifica. 
 
Atividades do auxiliar de necropsia, são inerentes a sua função 
 
As principais atribuições típicas são: 
1 – identificação dos corpos; 
2 - abertura, evisceração e fechamento dos corpos; 
3 – identificação dos órgãos; projeteis e traumas. 
4 – fixação de peças anatômicas para posterior exame, a devida identificação, guarda, 
organização e arquivamento temporário do material em estudo e de reserva, tanto do material de 
necropsia quanto das peças cirúrgicas; 
 
 
GRUPO NIP 
5 – preparo das várias soluções fixadoras; 
6 – manutenção dos aparelhos e instrumental; 
7 – arrumação e limpeza da mesa de necropsia e instrumental; 
8 – afiação do instrumental cortante; 
9 – embalsamento de cadáveres. 
 
Estas atividades são executadas tanto pelo profissional da polícia cientifica – os APC – quanto 
pelo técnico pertencente ao serviço de verificação de óbitos, sempre sob a supervisão e 
orientação do médico. A capacitação de cada um se dá por vias diferentes, sendo o APC através 
de concurso e curso de aprendizado e o técnico do SVO através de curso de aprendizado. 
(Parecer Crm/Ms N° 20/2011). 
 
O que faz deste profissional um profissional diferente dos demais é justamente a sua capacidade 
e facilidade de lidar com a morte, cuidar dos corpos já sem vida, dando-lhes dignidade e a 
oportunidade de elucidação dos fatos pós-mortes com os exames necroscópicos realizados. 
Possibilitando um sepultamento digno onde a alma/ espírito do individuo possa repousar em paz 
é a capacidade deste profissional em oferecer conforto sempre que possível às famílias dos 
pacientes, sempre respeitando a dor da perda e do luto. 
 
 
Medicina Legal 
 
Introdução 
A medicina tradicional, objetiva o tratamento e a cura, é a "Arte de curar", como definida por 
Hipócrates. Desmembrou-se com o correr dos tempos e o envolver da ciência, na Higiene que 
é a "Arte de Prevenir". Em 1575 surgiu, então, novo esplêndido ramo, Medicina Legal a "Arte 
de relatar em juízo" no conceito simplista de Ambróase Paré. 
 
 
Definição 
A ampla abrangência do seu campo de ação e íntimo relacionamento entre o pensamento 
biológico e o pensamento jurídico explicam por que até o momento não se definiu, com 
precisão, a Medicina Legal. Assim os autores têm, ao longo dos anos, intentado inúmeras 
definições dentre as quais se destacam: "É a arte de fazer relatórios em juízo". (Ambrósio Paré) 
"É a aplicação de conhecimentos médicos aos problemas judiciais". (Nério Rojas) "É a ciência 
do médico aplicada aos fins da ciência do Direito". (Buchner) "É a arte de pôr os conceitos 
médicos ao serviço da administração da justiça". (Lacassagne) "É o estudo do homem são ou 
doente, vivo ou morto, somente naquilo que possa formar assunto de questões forense". (De 
Crecchio) "É a disciplina que utiliza a totalidade das ciências médicas para dar respostas às 
questões jurídicas". (Bonnet) "É a aplicação dos conhecimentos médico - biológicos na 
elaboração e execução das leis que deles carecem". (F. Favero) "É a medicina a serviço das 
ciências jurídicas e sociais". (Genival V. de França) "É o conjunto de conhecimentos médicos e 
para médicos destinados a servir ao direito, cooperando na elaboração, auxiliando na 
interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais, no seu campo de ação de 
medicina aplicada". (Hélio Gomes) 
 
 
 
 
 
GRUPO NIP 
Sinonímia 
São muitas as designações para se fazer referência à Medicina Legal, o que demonstra que 
ainda não se encontrou uma expressão que defina essa ciência e arte a serviço dos interesses 
jurídicos e sociais, satisfatoriamente. - MEDICINA LEGAL - MEDICINA LEGAL FORENSE (A. 
PARÉ) - QUESTÕES MÉDICO-LEGAIS (P. ZACCHIAS) - MEDICINA JUDICIÁRIA 
(LACASSAGNE) - MEDICINA JUDICIÁRIA OU DOS TRIBUNAIS (PRUNELLE) - MEDICINA 
POLÍTICA (MARC) - JURISPRUDÊNCIA MÉDICA (ALBERTI) - ANTROPOLOGIA FORENSE 
(HEBENSTREIT) 
 
 
Importância 
Como salientou M. Tourdes: A importância da medicina legal resulta da própria gravidade dos 
interesses que lhe são conferidos; não é exagero dizer que a honra e a liberdade e até a vida 
dos cidadãos pode depender de suas decisões. Diz o professor GENIVAL VELOSO, ela não se 
preocupa apenas com o indivíduo enquanto vivo. Alcança-o ainda quando ovo e pode 
vasculhá-lo na escuridão da sepultura. Sua eficiência está bem caracterizada na sua definição; 
contribuir do ponto de vista médico para a elaboração, interpretação e aplicação das leis. O 
estudo da Medicina Legal é de real importância tanto para os operadores do direito quanto para 
os médicos. Os primeiros devem ter conhecimento da matéria para principalmente, saberem 
pedir, formular os quesitos duvidosos e, muito mais, saberem interpretar os laudos periciais, 
isto é, aquilo que o médico respondeu. Para os médicos bastam conhecimentos mínimos 
básicos, doutrinários, não necessitam saber técnicas e métodos complicados que só 
interessam aos peritos, analistas, toxicólogos, sexologistas, etc. A Medicina Legal é uma 
especialidade pluralista, por que aplica o conhecimento de diversos ramos da medicina as 
necessidades do direito. Mas é ciência e arte ao mesmo tempo. É ciência por que coordena e 
sistematiza verdades gerais em um conjunto ordenado e doutrinário; é arte porque aplica 
técnicas, métodos e táticas, que resultam na missão prática requerida, isto é, esclarecer a 
verdade. 
 
 
Relação com as demais Ciências e Jurídicas 
Medicina Legal tem íntima relação com as demais ciências ou conhecimentos, dentro ou fora 
da medicina, de que se subsidia para agir. Na área médica destacam-se: Ginecologia, 
Obstetrícia, Anatomia, Anátomo-patologia, Infectologia, Análises Clínicas, Cirurgia, Pediatria, 
Traumatologia, Psiquiatria, Pneumologia, Radiologia, Urologia, Clínica Geral etc. 
 
Na área jurídica temos: 
Direito Civil: paternidade, impedimentos matrimoniais, erro essencial, limitadores e 
modificadores da capacidade civil, prenhez, personalidade civil e direitos do nascituro, 
comoriência etc. 
Direito Penal: Lesões corporais, sexualidade criminosa, aborto legal e ilícito, infanticídio, 
homicídio, emoção e paixão, embriaguez etc. 
Direito Constitucional: Dissolubilidade do matrimônio, a proteção à infância e a maternidade 
etc. Direito Processual Civil e Penal: Psicologia da testemunha, da confissão, da acareaçãodo 
acusado e da vítima, das perícias etc. 
Direito Penitenciário: Psicologia do detento no que tange a concessão de livramento 
condicional e a psicossexualidade das prisões etc. 
Direito do Trabalho: Infortunística, Insalubridade, Higiene, as doenças e a prevenção de 
acidentes profissionais etc. Lei das Contravenções Penais : Anúncios de técnicas 
 
 
GRUPO NIP 
anticoncepcionais, da embriaguez e das toxicomanias etc. A Medicina Legal relaciona-se 
ainda, intimamente, com vários outros ramos do direito, a saber: 
Direito dos Desportos: Análise as formas de lesões culposas ou dolosas nas disputas 
desportivas e no aspecto do "doping". 
Direito Internacional Privado: Ao decidir as questões civis relacionadas ao estrangeiro no 
Brasil. 
Direito Comercial: Ao periciar os bens de consumo e ao atribuir as condições de maternidade 
para plena capacidade civil dos economicamente independentes. 
Direito Canônico: No que se refere entre outras coisas, à anulação de casamento. Relaciona-
se também com a Física, Química, Biologia, Matemática, Toxicologia, Balística, Datiloscopia, 
Economia, Sociologia e com a História Natural. 
 
Documentos Médico-Legais 
 
Definição 
"Documento: Qualquer base do conhecimento fixada materialmente e disposta de maneira que 
se possa utilizar para consulta, de estudo, prova etc.". (A. B. de Holanda) "Título ou diploma ou 
declaração escrita que serve de prova".(da Cunha) "Documentos médico-judiciários: São 
instrumentos escritos, ou simples exposições verbais mediante os quais o médico fornece 
esclarecimentos a justiça" 
 
Espécies 
• Notificações 
• Atestado 
• Relatório 
• Consulta 
• Parecer 
• Depoimento Oral 
 
Notificações 
• Definição: “São comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes 
de um fato profissional, por necessidade social ou sanitária, como acidente do trabalho, 
doenças infecto-contagiosas, uso habitual de substâncias entorpecentes ou crime de ação 
pública que tiverem conhecimento e não exponham o cliente a procedimento criminal”. 
(G.V.França) 
• Legislação: Art. 269 CP: “Deixar o médico de denunciar a autoridade pública, doença de 
notificação compulsória”. Pena - detenção de 6 meses a 2 anos e multa. Art. 154 CP: “Revelar 
alguém, sem justa causa, segredo de que tem ciência em razão de função de ministério, ofício 
ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem”. Pena - detenção de 3 meses a 1 
ano ou multa. Lei 6259 de 30/10/75: “Constituem objeto de notificação compulsória as doenças 
seguintes relacionadas”: I - Em todo território nacional: cólera, coqueluche, difteria, doença 
meningocócica e outras meningites, febre amarela, febre tifóide, hanseníase, leishmaniose, 
oncocercose, peste, poliomielite, raiva humana, sarampo, tétano, tuberculose, varíola; II - Em 
área específica: esquistossomose, filariose e malária. 
 
 
 
 
 
GRUPO NIP 
Atestados 
 
Definição 
É a afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas conseqüências”. (Souza Lima) 
 
Classificação 
• Quanto a procedência ou destino: Oficioso - É aquele fornecido por um médico na atividade 
privada com destino a uma pessoa física ou privada. Justifica situações menos formais. 
Administrativo - É aquele fornecido por um médico servidor público ou um particular mas que 
vai desempenhar seu papel junto a uma repartição pública, ou seja, servem aos interesses dos 
serviços públicos. Judicial - É aquele expedido por solicitação do Juiz ou que integra os autos 
judiciários. Atende a administração da justiça. 
• Quanto ao “Modus faciendi” ou conteúdo Idôneo - É aquele expedido pelo profissional 
habilitado e o seu conteúdo expressa a veracidade do ato. Gracioso - É aquele fornecido sem a 
prática do ato profissional que o justifique, não importando se gratuitamente ou pago “caridade, 
humanidade, amizade, político”. É sempre antiético e pode se transformar em imprudente ou 
falso. Imprudente - É aquele fornecido por um médico particular para fins administrativos, 
sabendo-se que a empresa ou repartição tem serviço médico próprio. Falso - É o que na sua 
expressão falta com a verdade, dolosamente. É crime previsto no Código Penal como falsidade 
ideológica. 
• Tipos - De vacina - De sanidade física ou mental - De óbito - De insanidade física ou mental 
 
Legislação 
CP Art. 302 -“Dar o médico no exercício de sua profissão, atestado falso”. Pena: detenção de 1 
mês a 1 ano. Código de Ética Médica: Art. 110 - “ Fornecer atestado sem ter praticado ato 
profissional que o justifique, ou que não corresponda à verdade”. 
 
Relatórios 
• Definição: É a descrição minuciosa de um fato médico e de suas conseqüências, requisitadas 
por autoridade competente. (Tourder) 
• Tipos: O relatório recebe o nome de AUTO quando é ditado pelo perito ao escrivão, durante 
ou logo após, e denominado de LAUDO quando é redigido pelo(s) próprio(s) perito(s), 
posteriormente ao exame. 
• Partes: 
a) Preâmbulo: É a parte onde os peritos declaram suas identificações, títulos, residências, 
qualificam a autoridade que requereu e a autoridade que autorizou a perícia, e o examinado; 
hora e data em que a perícia é realizada e a sua finalidade. 
b) Quesitos: São as perguntas formuladas pela autoridade judiciária ou policial, pela promotoria 
ou pelos advogados das partes. 
c) Histórico: Consiste no registro dos fatos mais significativos que motivam o pedido da perícia 
ou que possam esclarecer e orientar a ação do legisperito. 
d) Descrição: Contém o “visum et repertum” É a descrição minuciosa, clara, metódica e singular 
de todos os fatos apurados diretamente pelo perito. Constitui a parte essencial do relatório. 
e) Discussão: É a análise cuidadosa dos fatos fornecidos pelo exame e registrado na 
descrição, compará-los com os informes disponíveis relatados no histórico, encaminhando 
naturalmente o raciocínio do leitor para o entendimento da conclusão. 
f) Conclusão: É o sumário de todos os elementos objetivos observados e discutidos pelo perito, 
constituindo a dedução sintética natural da discussão elaborada. g) Resposta aos Quesitos: As 
respostas aos quesitos formulados devem ser precisas e concisas. 
 
 
GRUPO NIP 
 
Consulta Médico-Legal 
É a solicitação na qual o(s) interessado(s) ouvem a opinião de um ou mais especialistas a 
respeito do valor científico de determinado relatório médico-legal, quando o mesmo deixa 
dúvidas a respeito de seu conteúdo. 
 
Parecer Médico-Legal 
É a resposta escrita de autoridade médica, de comissão de profissionais ou de sociedade 
científica, a consulta formulada com o intuito de esclarecer questões de interesse jurídico 
(Preâmbulo, Exposição, Discussão, Conclusão). 
 
Depoimento Oral 
São os esclarecimentos dados pelo perito, acerca do relatório apresentado, perante o júri ou 
em audiência de instrução e julgamento. Consideramos ainda o prontuário médico, o boletim, e 
até mesmo a receita médica como documentos de importância médica e jurídica. 
Consideramos ainda o prontuário médico, o boletim médico, e até mesmo a receita médica 
como documentos de importância médica e jurídica. 
 
Prontuário Médico 
• Definição: É o registro feito pelo médico dos comemorativos do paciente. O médico incorre 
em falta ética grave se deixar de elaborá-lo. (Art. 69 do CEM). 
• Itens / Roteiro: a) Identificação; b) Queixa e Duração; c) Anamnese; d) Exame Físico Geral;e) 
Exame Físico Especial; f) Exames Complementares; g) Diagnóstico h) Conduta; i) Prognóstico 
• Outros Elementos Integrativos: a)Ficha de Serviço Social b)Ficha de Serviço de Enfermagem 
c)Ficha do Serviço de Nutrição d)Controle Metabólico e)Controle Anestesistas f)Descrição da 
Cirurgi g)Opiniões de Especialistas h)Exames Específicos i)Ficha Radioterapia e/ou 
Quimioterapia j)Prontuário do RN + Declaração de Nascido Vivo l)Resumo de Alta m)Relatório 
Necropsia / AO 
• Importância: a) Interesse Médico: Pesquisas, Acompanhamentos etc. b) InteresseJurídico: -
Questões Civis, Penais, Trabalhistas etc. 
 
Considerações Preliminares sobre o Atestado de Óbito 
A organização de saúde da Liga das Nações constituiu no início desse século uma comissão 
para o estudo e criação de um modelo único de Atestado de óbito. Até então todo país possuía 
um modelo próprio. Este foi publicado em 1925 posteriormente adotado pela Inglaterra (1927) e 
Estados Unidos (1939). Em 1948 na Sexta Revisão da Classificação Estatística Internacional 
de Doenças na Conferência Internacional da Revisão da Classificação foi adotado o “Modelo 
Internacional de Atestado de Óbito” usado até hoje, cuja finalidade é uniformizar as 
informações, compatibilizar os dados e permitir sua comparabilidade. 
 
Definição 
É um documento simples, escrito e fornecido exclusivamente por um médico, que tem como 
finalidade confirmar a morte, determinar a causa morte e satisfazer alguns interesses de ordem 
civil, estatístico-demográfico e político sanitário. 
 
Importância 
O Atestado de óbito é o mais importante dos documentos assinados pelo médico, porque com 
ele é feito o registro do óbito e por conseguinte cessada juridicamente a vida de uma pessoa, 
 
 
GRUPO NIP 
(Art. 10 do C.C.B.). 2- JURÍDICA: Efeito Jurídico da morte (Ver capítulo de Tanatologia). 3- 
MÉDICA: (Ver capítulo de Tanatologia) 
 
Eventos em Caso de Morte 
• A Morte por moléstia e “causas mortis” bem definidas: SEM AUTÓPSIA / MÉDICO 
ASSISTENTE. 
• Morte por moléstia bem definida e “causas mortis” indeterminada: S.V.O. / ANÁTOMO 
PATOLOGISTA. 
• Morte por moléstia e “causa mortis” indeterminada: S.V.O. / ANÁTOMO PATOLOGISTA. 
• Morte por moléstia bem definida e “causa mortis” violenta. I.M.L./ MÉDICO LEGISTA. 
 
Legislação 
Lei 6.015/73 - Decreto-lei nº 20.931/32; - Lei 4.436/84 Estado de São Paulo - Resolução 
1.290/89 C.F.M.; - Lei 9.434/97; - C.P. Art. 302 
 
Aspectos Éticos 
Princípios basilares fundamentais 
• Sinceridade no diagnóstico de morte; 
• Ter verificado pessoalmente o óbito; 
• Ter assistido o paciente ou ter delegação para isto; 
• Atestar o óbito é um ato obrigatório; 
• O atestado é gratuito; 6. Confirmar as informações da Declaração de Óbito 
 
Precauções para o Médico 
• Não assinar Atestado de Óbito em branco. 
• Não deixar Atestado de Óbito previamente assinado. 
•Verificar, antes de assinar a D.O., todos os itens do formulário. 
• Não assinar Atestado de Óbito do enfermo que não prestar assistência. 
• Não assinar Atestado de Óbito a pedido de outro colega. 
 
 
PERÍCIAS 
 
Definições 
 
Provas 
É a soma dos fatos produtores da convicção dentro do processo. 
Fatos que independem de prova: 
• fatos axiomáticos; 
• fatos notórios; 
• presunções legais 
 
Provas inadmissíveis 
• ilícitas: contrariam as normas de Direito Material 
 
 
GRUPO NIP 
• ilegítimas: afrontam as normas de Direito Processual 
 
Sistemas de apreciação 
• convicção íntima; 
• verdade legal ou formal; 
• livre convencimento 
 
 
Princípios da prova 
• audiência contraditória; 
• aquisição ou comunhão; 
• publicidade 
 
Espécies de Provas 
•Material ou Pericia; 
• Interrogatório do acusado; 
• Confissional; 
• Testemunhal; 
a) impedimentos (art. 206 CPP); 
b) proibição (art. 207 CPP); 
c) compromisso (art. 203 CPP); 
d) não compromissados (art. 207 CPP). 
 
Reconhecimento de pessoas e coisas 
Acareação 
Documentos 
Indícios 
Perícia-Médica 
 
É todo procedimento médico, promovido por um profissional de medicina visando prestar 
esclarecimento à justiça. 
 
Importância 
"O poder judiciário não pode apreciar todos os fatos ou negócios jurídicos sem a colaboração 
de técnicos ou de pessoas doutoras em determinados assuntos, razão pela qual torna-se 
necessária a perícia". 
 
Classificação 
• Quanto à natureza da matéria: - trânsito - contábil - agrária - odontológica - médica etc. 
• Quanto à capitulação em medicina legal: - sexologia - tanatologia - traumatologia etc. 
• Quanto à relação entre o profissional e o exame: - exame direto (relatório) - exame indireto 
(pareceres, consultas) 
• Quanto ao foro que atende: Foro Penal: corpo de delito, insanidade mental, necropsia etc. 
Foro Civil: ações anulatórias de casamento, investigação da paternidade, capacidade civil etc. 
 
 
GRUPO NIP 
Foro Trabalhista; acidente do trabalho, doença profissional, condições de insalubridade e/ou 
periculosidade etc. Foro Administrativo: securitária, estatutária e previdenciária. 
 
Objeto da Perícia Médico-Legal 
• Sobre pessoas vivas (idade, diagnóstico, verificação) 
• Sobre pessoas mortas (cadáveres, esqueletos) 
• Sobre semoventes (domésticos, pegadas, unhadas) 
• Sobre objetos ou instrumentos (balística, dactiloscópico, manchas) 
 
Conteúdo no Foro Penal 
a) Conteúdo Médico-Legal: 
• Exame Clínico (158, 159, 168 C.P.P.) 
• Necropsia (162 C.P.P.) 
• Laboratório (170 C.P.P.). 
• Exumação (163 C.P.P.) 
 
b) Conteúdo Criminalístico: 
• Perinecroscopia (164,165 CPP) 
• Laboratório (170, CPP) 
• Locais (171 CPC e 155 § 4º, I a IV do CP) 
 
Espécie 
• Percipiendi (Direta) Art. 158 C.P.P.: Retratação técnica da impressão pessoal colhida pelo (s) 
perito (s). 
• Deduciendi (Indireta) Art. 158 e 172 C.P.P. :Interpretação científica de documentos e outras 
perícias. 
• Complementares: Art. 168 § 1ºe 2ºdo C.P.P. : Subseqüentes a primeira. 
• Contraditória: Art.180, 182 C.P.P. / 436,437 C.C : Conclusões divergentes 
• Prospectivas: Art. 775 II C.C. : Cessação de periculosidade 
• Retrospectivas: Fatos pretéritos. Ex.: Perfil psiquiátrico. 
 
Credibilidade da Perícia 
”O Juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo no todo ou em parte". (182 
CPP / 258 CPC). 
 
Divergência / Laudos Incompletos 
Art. 180 C.P.P. Art. 181 C.P.P. 
 
Legislação 
CPP: Art. 158 à 184 CBDM (CFM): Art. 118 à 121 CLT: Art. 827 CPC: Art. 145 à 147 / 420-439 
DPT: Lei 5584/70 LEG. SEG. AC. TRAB. Lei nº 6367/76. 
 
Falsa Perícia 
Art. 147 C.P.C. : “ O perito que por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá 
pelos prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado, por 2 (dois) anos, a funcionar em outras 
 
 
GRUPO NIP 
perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer”. Art. 342 C.P. : “Fazer afirmação 
falsa ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor ou intérprete em processo 
judicial, policial ou administrativo ou em juízo arbitral". 
 
Aceitação da Perícia 
É obrigatória no foro criminal (Art. 277 C.P.P.). 
É optativa no foro civil (Art. 146 C.P.C.). 
 
Peritos 
Origem da Palavra do latim: peritus - verbo perior = que significa experimentar, saber por 
experiência. 
 
Definição 
Todo técnico que designado pela justiça, recebe o encargo de mediante exames específicos, 
prestar esclarecimentos necessários e indispensáveis a solução de uma demanda processual. 
 
Modalidades 
• Oficiais: (médico-legistas e peritos criminais) art. 159 CPP,Lei 8862/94. a) Formação 
Universitária b) Dentro das Normas do Concurso c) Conhecimento Especializado 
• Louvados, Nomeados, Designados, Não Oficiais, "AD HO”: (Art. 159 § 1º e 2º do CPP, 145 § 
1º, 2º e 3º e 421 do CPC e art 3º da Lei 5584/70). 
a) Formação Universitária 
b) Inscrição no Órgão de Classe 
c) Comprovação da Especialidade 
d) Indicação por Livre Escolha do Juiz 
• Assistentes Técnicos: Peritos indicados pelas partes nos juízos civil e trabalhista. Não 
participam no foro criminal. (Art. 131, I; 421, I e 422 do C.P.C. Art. 3º da LT nº 5584/70.) 
 
Impedimentos Legais 
a) Por indignidade: Art. 279, I, do CPP. : 
• Inidoneidade ou incompetência ou interdição temporária de direitos. 
• Interdição de direitos CP Art. 69, I e IV; 
• Opinado anteriormente sobre a matéria 
• Analfabetos 
b) Por incompatibilidade: Art. 279, II do CPP. : Prestado depoimento, já tenha opinado ou 
incompetente emrazão da matéria. 
c) Por incapacidade: Art. 279, III do CPP. : Analfabetos e menores de 21 anos. 
d) Por Suspeição: Art. 280 c/c Art. 254 C.P.P. 
 
Clínico Perito 
• Acreditar no paciente •Questionar a validade e sinceridade 
• Tratamento (cura) 
• Visum et Repetum (descrição) 
• Preso ao sigilo 
• ”Preso à Justiça” (verdade) 
 
 
GRUPO NIP 
Obervação: O médico clínico não pode ser perito em processo em que esteja envolvido seu 
paciente, devendo declarar-se suspeito ao juiz que o nomear perito do juízo. 
 
Qualidade dos Peritos 
• Ciência 
• Técnica 
• Consciência 
 
Intervenção 
• Inquérito 
• Sumário 
• Julgamento 
• Após lavrado a sentença 
 
Honorários dos Peritos 
• Peritos Oficiais: são pagos pelo Estado. 
• Peritos Não Oficiais: são arbitrados pelo Juiz. 
• Perícia Civil: -Podem ser reivindicados judicialmente. -Prescrevem em 1ano. 
• O valor a ser cobrado pelo perito é baseado: 
• No costume do lugar 
• Na reputação profissional do perito 
• Nas possibilidades econômicas dos envolvidos 
• Tempo despendido 
• Na importância e dificuldade médico-judicária da ação. 
 
Fiscalização 
• Para evitar abusos ou parcialidades 
• Para controlar a qualidade. 
• Conselho de Super Árbitros: em desuso pelo crescente aumento do número de processos. 
• Sistematização Legal: Art. 88 do Decreto-Lei 7.036/44. 
• Sistematização Científica 
• Conselhos de Medicina: LEI 3.268/57. 
 
Decálogo dos Peritos 
• O perito deve atuar com a ciência do médico a veracidade do testemunho e a equanimidade 
do juiz. 
• É necessário abrir os olhos e fechar os ouvidos. 
• A exceção pode ter tanto valor quanto a regra. 
• Desconfiar dos sinais patognomônicos. 
• Deve-se seguir o método cartesiano. 
• Não confiar na memória. 
• Uma autópsia não se pode refazer. 
• Pensar com claridade para escrever com precisão. 
• A arte das conclusões consiste na medida. 
 
 
GRUPO NIP 
• A vantagem da medicina legal está em não formar uma inteligência exclusiva e estritamente 
especializada. 
 
Corpo de Delito 
As infrações penais podem deixar vestígios (delicta facti permanentis), como o homicídio, a 
lesão corporal, e não deixar vestígios (delicta facti transeuntis), como as injúrias verbais, o 
desacato. 
O corpo de delito vem a ser o conjunto de vestígios deixados pelo fato criminoso. São os 
elementos materiais, perceptíveis pelos nossos sentidos, resultantes de infração penal. 
 
Instituto Médico-Legal 
Órgão Técnico científico subordinado, hierárquica e administrativamente, no Estado de 
Alagoas, a Secretaria de Segurança Pública e ao qual incumbe a prática de perícias médico-
legais requisitadas por autoridades policiais, judiciais e administrativas bem como a realização 
de pesquisas científicas relacionadas com à Medicina Legal. 
 
Serviços de Verificação de Óbitos 
Serviço criado pela legislação, de diversos estados, com a finalidade precípua de se verificar 
ou esclarecer, mediante exame necroscópico, a causa real da morte, nos casos em que esta 
tenha ocorrido de forma não violenta sem assistência médica, ou com assistência médica 
quando houver necessidade e apurar a exatidão do diagnóstico. 
 
 
Antropologia Forense 
 
Considerações Gerais 
A questão da identificação vem preocupando os seres humanos há muito tempo. 
 
Nas sociedades primitivas, antes da descoberta da impressão digital o reconhecimento era 
feito de pessoa para pessoa. Com o evoluir das sociedades tornaram-se maior as exigências 
no que diz respeito a identidade individual no indivíduo vivo e principalmente nos cadáveres 
decompostos, carbonizados, esqueletos etc. 
 
A identidade é o fim de todas as classificações, pertence a todos os seres e interessa 
particularmente ao homem. 
 
Legislação 
C.P. Art. 307: “Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em 
proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem”. Pena: Detenção de três meses a um 
ano. 
CP. Art. 308: Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou 
qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, 
documento dessa natureza, próprio ou de terceiro. 
LCP. Art. 68: Recusar a autoridade, quando por esta justificadamente solicitados ou exigidos, 
dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado profissão, domicílio ou 
residência 
 
 
GRUPO NIP 
C.P.P. Art. 5º LVIII: “O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo 
nas hipóteses previstas em lei”. 
C.P.P. Art. 166 : Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao 
reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela 
inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e identidade, no qual se 
descreverá com todos os sinais e indicações. 
C. C. Art. 219: Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: I – o que diz 
respeito a identidade do outro cônjuge... 
 
Conceitos e Definições 
 
Antropologia 
É o estudo do homem ou ciência do homem. 
 
Antropologia Forense 
É a aplicação prática desses conhecimentos, dos métodos nos casos em que a lei deles 
necessita para a sua execução. 
 
Reconhecer ("recognocere") 
Conhecer de novo, afirmar, admitir como certo, certificar-se de. 
 
Reconhecimento 
Ato ou efeito de reconhecer. 
 
Identidade ("dentidate") 
Conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa. "Qualidade de ser a mesma 
cousa e não diversa". (Moraes) 
 
Identificar 
Determinar a identidade. 
 
Identificação 
"Processo pelo qual se determina a identidade ou não. É a descrição de uma pessoa que se 
quer conhecer". (Litre) 
 
Identificação 
• Subjetiva: É a noção que cada indivíduo tem de si próprio, no tempo e no espaço. É a sua 
maneira de ser, sua natureza, sua essência. 
• Objetiva: É aquela fornecida pelos seguintes caracteres: Físicos: Normais ou patológicos. 
Funcionais: Normais ou patológicos. Psicológicos: Normais ou anormais. 
 
Identificação 
• Objetivo: Questões de fórum cível - Questões de fórum criminal 
• Material de Estudo: No vivo - No morto - Em restos ou outros materiais 
• Meios de Identificação: Registro dos caracteres - Verificação Comparação – Arquivamento 
 
 
GRUPO NIP 
• Requisitos Técnicos: Unicidade (ser único) Imutabilidade (não mudar) Praticabilidade 
(qualidade de ser prático, fácil) Classificabilidade (ser possível classificar) Perenidade (desde a 
vida embrionária à putrefação) 
• Divisão: 
a) Médico-Legal ou Pericial - Física - Funcional - Psíquica 
b) Policial ou Judiciária 
 
Identificação Médico-Legal Física 
• Espécie Animal: ossos, dentes, pêlos, sangue etc. 
• Raça: forma do crânio, índice cefálico, ângulo facial, dimensões da face, cor da pele, cabelos 
etc. 
• Idade: elementos morfológicos = aparência, pele, estatura, pêlos, peso, olhos, dentes, órgãos 
genitais e raio x = dentes e ossos. 
• Sexo: Vivo: Inspeção das genitálias. Morto e Esqueleto (ossos em geral, ossos do crânio, 
ossos do tórax e ossos da bacia, órgãos internos etc.). 
• Estatura: Vivos, mortos, esqueleto. 
• Peso. 
• Malformações: lábio leporino, pé torto, desvios da coluna, doenças cutâneas etc. 
• Cicatrizes: Naturais, cirúrgicas, traumáticas etc. 
• Tatuagens: bélicas, religiosas, amorosas, eróticas, sociais, profissionais, históricas, 
patrióticas, iniciais do nome etc. 
• Sinais Profissionais: espessura e coloração da pele, alterações musculares, estigma em 
movimento etc. 
• Sinais Individuais: prótese, nariz, orelhas, mamas etc. 
• Biótipo: síntese das qualidades vitais do indivíduo (morfológica, funcional, intelectual, moral) 
Brevelíneo • Normolíneo • Longelíneo 
 
Identificação Médico-Legal Funcional 
- Atitude 
- Mímica 
- Gestos 
- Andar 
- Funções sensoriais 
 
Identificação Médico-Legal Psíquica 
 
Identificação JudiciáriaProcessos Antigos 
Arcada Dentária 
Assinalamento Sucinto sobre Posição de Imagem 
Bertinolagem 
Estudo da Voz 
Fotografia 
D.N.A. 
Finger Prints 
 
 
GRUPO NIP 
Retrato Falado 
Dactiloscopia 
 
 
Tanatologia Forense 
 
Definição 
A palavra tanatologia origina-se do grego thanatus que quer dizer morte e do sufixo logia que 
significa estudo. É o ramo da medicina legal que se ocupa do estudo da morte e dos 
fenômenos com ela relacionados. 
 
Morte 
1.1.- Critério do C.F.M. P/ Definição (Resolução1346/91) “O Conselho Federal de Medicina, no 
uso de suas atribuições que lhe confere a Lei nº 3.268/57, de 30 de setembro de 1957, 
regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e considerando que a parada 
total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, conforme já estabelecido pela 
comunidade científica mundial; considerando o ônus psicológico e material causado pelo 
prolongamento do uso de recursos extraordinários para o suporte das funções vegetativas em 
pacientes com parada total e irreversível da atividade encefálica; considerando a necessidade 
de judiciosa indicação e interrupção do emprego desses recursos; considerando a necessidade 
de se adotar critérios para constatar, de modo indiscutível, a ocorrência de morte; 
considerando que ainda há consenso sobre a aplicabilidade desses critérios em crianças 
menores de 2 anos; 
 
Critérios 
Os critérios, no presente momento, para a caracterização da parada total e irreversível das 
funções encefálicas em pessoas com mais de 2 anos são, em seu conjunto: 
 
• Clínicos: coma aperceptivo com arreatividade inespecífica, dolorosa e vegetativa, de causa 
definida. Ausência de reflexos corneano, oculoencefálico, oculovestibular e do vômito. 
Positividade do teste de apnéia. Excluem-se dos critérios acima, os casos de intoxicações 
metabólicas, intoxicações por drogas ou hipotermia. 
• Complementares: ausência das atividades bioelétrica ou metabólica cerebrais ou da perfusão 
encefálica; 
O período de observação desse estado clínico deverá ser de, no mínimo, 6 horas. 
A parada total e irreversível das funções encefálicas será constatada através da observação 
desses critérios registrados em protocolo devidamente aprovado pela Comissão de Ética da 
Instituição Hospitalar. 
Constatada a parada total e irreversível das funções encefálicas do paciente, o médico, 
imediatamente, deverá comunicar tal fato aos seus responsáveis legais, antes de adotar 
qualquer medida adicional. 
Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. Brasília - DF, 08 de agosto de 
1991. 
 
Tipos de Mortes 
• Natural: É a que resulta da alteração orgânica ou perturbação funcional provocada por 
agentes naturais, inclusive os patogênicos sem a interviniência de fatores mecânicos em sua 
produção. 
 
 
GRUPO NIP 
• Súbita: Morte imprevista, que sobrevém instantaneamente e sem causa manifesta, atingindo 
pessoas em aparente estado de boa saúde. 
• Violenta: É aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e intensa, ou 
continuada e persistente de um agente mecânico, físico ou químico sobre o organismo. Ex.: 
Homicídio, suicídio ou acidente. 
• Fetal: Morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do 
corpo da mãe independente da duração da gravidez. 
• Materna: Morte de uma mulher durante uma gestação ou dentro de um período de 42 dias 
após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez. 
• Catastrófica: É toda morte violenta de origem natural ou de ação dolosa do homem em que 
por um mesmo motivo, ocorre um grande número de vítimas fatais. 
• Presumida: É a morte que se verifica pela ausência ou desaparecimento de uma pessoa, 
depois de transcorrido um prazo determinado pela Lei. C.C. Art. 10, 481 e 483. - C.P.P. Art. 
1.161 e 1.163 -Lei nº 6.015/73 
 
Conteúdo 
• Tanatosemiologia (Morte+Sinal+Estudo) 
Parte da Tanatologia que estuda os sinais (fenômenos) cadavéricos. 
• Tanatodiagnóstico (Morte+Diagnose) 
Estuda o conjunto de sinais biológicos e propedêuticos que permitem afirmar o estado de morte 
real. 
• Cronotanatognose (Tempo+Morte+Conhecimento) 
Estuda os meios de determinação do tempo decorrido entre a morte e o exame cadavérico. 
• Tanatoscopia = Tanatopsia = Necrópsia (Morte + Ver = Observar) 
É o exame do cadáver para verificação da realidade e da causa da morte. 
• Tanatoconservação (Morte+Conservação) 
É o conjunto de técnicas empregadas para conservação do cadáver com suas características 
gerais. 
• Tanatolegislação (Morte+Legislação) 
É o conjunto de dispositivos legais concernentes à morte e ao cadáver. 
 
Aspectos Legais da Morte 
A palavra morte vem do grego tanatus e do latim mors = extinção da vida = cessação definitiva 
de todas as funções de um organismo vivo. 
 
• Noções Preliminares - "A Morte não se agrega ao ser humano no fim". - "Assim que o 
indivíduo começa a viver, tem a idade suficiente para morrer". 
- "Não constitui uma ocorrência instantânea e sim um processo gradativo de velocidade 
variável". - "O ser humano é o único ser vivo que é consciente de sua morte e finitude". - "O 
nosso tempo caracteriza-se por uma cultura que problematiza a morte" (castigo, pecado). - 
"Todos nós de uma forma ou de outra tememos a morte". - "O nosso apego ao Direito, a 
Medicina, a Religião, a Economia etc., indicam meios para a salvação de nosso ser". - 
"Miserável homem que sou, quem me livrará do corpo dessa morte". (São Paulo Epístola 7,24) 
- "Meu pai, afasta de mim esse cálice". (Jesus / Mateus 26,39) 
• Importância Médica - É um fenômeno comum na vida do médico. - Envolve aspectos éticos 
em relação a doações de órgãos e transplantes, pesquisa médica, eutanásia etc. - Maioria das 
vezes é de fácil diagnóstico, mas exige critérios técnicos rigorosos. - Os critérios para o 
 
 
GRUPO NIP 
diagnóstico devem ser avaliados juntamente com as excludentes de erro como: Intoxicação 
metabólica ou por drogas, hipotermia, crianças e choque. 
• Importância Jurídica - É um fenômeno intimamente ligado ao direito. - Cessa a personalidade 
civil adquirida com o nascimento e advém as conseqüências jurídicas. - Põe a termo a 
capacidade jurídica. - Termina a aptidão de ser titular de direitos. - Seus bens se transmitem 
desde logo para seus herdeiros. - Com a morte do réu extingue-se a punibilidade. - Extingue-se 
o pátrio poder etc. 
• Interesses 
• Indivíduo 
• Médico 
• Social 
• Religioso 
• Família 
• Jurídico 
• Sanitário 
• Filosófico 
 
Definições 
Diante da necessidade e impossibilidade de definir a vida, torna-se impossível a definição de 
morte. 
Hipócrates 460 a.C.: testa enrugada e árida, olhos, cavas, nariz saliente cercado de coloração 
escura, têmporas endurecida, epiderme seca e lívida, pêlos das narinas e cílios encoberto por 
uma espécie de poeira, de um branco fosco (córnea) pálpebras semi-cerradas e fisionomia 
nitidamente irreconhecível". Constituiu-se por muito tempo como a "cessação total e 
permanente de todas as funções vitais" destacando-se a Respiração e Circulação. 
OMS: Cessação dos sinais vitais a qualquer tempo após o nascimento sem possibilidade de 
ressuscitação. Com o surgimento dos modernos processos de transplantes de órgãos e os 
avanços da Medicina, por exemplo: respiração artificial, medidas eficientes de ressuscitação e 
as máquinas de circulação extra corpórea tornou-se controvertido a determinação do exato 
momento da morte de um indivíduo. 
f) Conceito Atual - Hoje o critério é o cérebro, ou seja, pela condição mórbida orgânica 
caracterizada pela abolição total e definitiva das funções da vida em relação (vida x utilidade). 
 
Genival Veloso 
• Coma irreversível com E.E.G. plano por 30 min., com intervalo de 24 h. Não deve prevalecer 
para crianças, hipotermia, uso de drogas. Depressoras do S.N.C. e distúrbios metabólicos ou 
endócrinos; 
• Abolição dos reflexos cefálicos (Hipotonia,

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