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40 - Investigando a morte_ passo a passo de uma autópsia

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Investigando a morte: passo a passo de 
uma autópsia 
Tudo começa com o especialista revendo os dados do histórico médico do 
paciente, antes mesmo do começo do procedimento. A requisição da 
autópsia é um documento extremamente importante que transfere ao 
médico patologista a responsabilidade de executar o procedimento e 
emitir o atestado de óbito. Em casos de autópsias de SVO (Serviço de 
Verificação de Óbitos) é condição “sine qua non” a lavratura de um 
Boletim de Ocorrência de morte natural e solicitação por parte do 
Delegado. 
Com o respeito a essas normas, o patologista pode então começar seu 
trabalho minucioso, passando por etapas como: 
Inspeção externa: observação dos sinais de morte somática, que se 
dividem em dois grandes grupos: abióticos (ou avitais) e transformativos 
(estes de interesse médico-legal). Dentre os sinais abióticos estão o 
esfriamento e a rigidez do cadáver (algor e rigor mortis), manchas de 
hipóstase, desidratação com opacificação das córneas, parada da 
circulação e a coagulação do sangue. Todos esses sinais são pistas valiosas 
que ajudam na investigação das possíveis causas de morte. 
Nessa hora também podem ser realizadas coletas de materiais para 
análises laboratoriais. Alguns exemplos são sangue para estudo do tempo 
desde a morte e humor aquoso dos olhos para estudo metabólico. 
Finalizado o exame externo, é hora de abrir a cavidade torácica. Faça um 
corte grande em forma de "Y" com o bisturi. Comece pelos ombros, vá até 
o meio do peito e desça até o osso púbico. Puxe a pele até abrir e 
verifique se alguma costela está quebrada 
 
Tempo da medula espinhal: com o cadáver virado para baixo é feita uma 
incisão para abrir caminho pela pele, gordura e músculos até a medula. 
Então começa a o corte das lâminas vertebrais para a exposição da 
medula nervosa. Por ser um órgão extremamente frágil, ele é retirado 
dentro da dura-máter, uma membrana que o envolve. 
Tempo do crânio: com o cadáver virado para cima, realiza-se uma incisão 
na testa para que a pele seja retirada do caminho e permita a exposição 
do crânio. Com isso, passa-se à abertura da cavidade craniana e, após o 
exame da membrana que reveste o cérebro, remoção do encéfalo, que é 
colocado em uma solução para ser preservado até que o órgão seja 
analisado. 
 
Tempo do tórax: com uma incisão precisa, a caixa torácica é exposta para 
a investigação de possíveis rupturas das vias aéreas baixas ou da 
existência de ar fora dos pulmões. Com isso procede-se o corte das 
costelas e retirada do externo. Assim, o médico consegue investigar o 
estado dos pulmões e coração, buscando a presença de líquidos, 
sangramentos ou mesmo tumores. 
 
Tempo do abdome: aproveitando a abertura do tórax, as vísceras 
abdominais são expostas e investigadas, com o especialista buscando a 
presença de ar em cavidades, rupturas de vísceras, tumores, líquidos e 
sangramentos, assim como a disposição das vísceras. 
Exame dos diferentes órgãos: neste ponto existem técnicas diferentes, 
empregadas conforme a necessidade ou a escolha do patologista para a 
análise dos órgãos humanos. Eles podem ser abertos e analisados dentro 
do corpo, retirados todos de uma vez para dissecação posterior, ou 
retirados e analisados individualmente. 
Com exceção dos ossos e dos olhos, que se removidos causam 
deformações no cadáver, todos os outros órgãos podem ser retirados para 
análise. O especialista treinado consegue removê-los conforme a 
necessidade, buscando preservá-los de maneira que evidenciem 
alterações importantes para definir a causa do óbito. 
Medula espinhal: abre-se a dura-mater com o auxílio de uma tesoura 
delicada e a medula é examinada. Depois, ela é cortada a fim de ser 
estudada histologicamente, visualmente e no microscópio. 
Sistema nervoso central: existem diversas formas de estudo destes 
órgãos, todas relacionadas ao tipo de doença presente. De uma forma 
geral, após a separação do tronco encefálico, do bulbo, da ponte e do 
cerebelo, cada um destes deve ser representado no exame histológico. 
Secciona-se o mesencéfalo para retirada de material para análise 
histológica. Secciona-se o cérebro, preferencialmente em seções de um 
centímetro, e então são retiradas amostras das diferentes regiões para 
análise histológica. 
Após tais análises, pode-se passar ao exame microscópico dos diferentes 
órgãos e a avaliação dos exames laboratoriais que, porventura, foram 
solicitados. Juntando todas essas peças, o patologista pode redigir o laudo 
da autópsia e, caso convenha, pode acrescentar comentários de 
correlação anatomo-clínica, indicando como as alterações observadas 
podem ter levado o paciente à morte. 
Ao fim do exame necroscópico o patologista emite o atestado de óbito, 
com a identificação e as causas da morte. Com esse documento em mãos, 
a família consegue retirar a certidão de óbito em um cartório e sepultar 
seu ente.

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