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@MEDENTERPRISING ♦ MÁRIO SALES Resumo AVC - Mapa 4 – MOD 1 (NEURO) 1. Diferenciar os tipos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e qual a fisiopatologia de cada modalidade. AVC isquêmico é classificado conforme a área afetada do cérebro e o mecanismo etiológico. Ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a: A trombose cerebral refere-se à formação ou desenvolvimento de um coágulo de sangue ou trombo no interior das artérias cerebrais, ou de seus ramos. Os trombos podem ser deslocados, “viajando” para outro local, sob a forma de um êmbolo. Os êmbolos cerebrais são pequenas porções de matéria como trombos, tecido, gordura, ar, bactérias, ou outros corpos estranhos, que são libertados na corrente sanguínea e que se deslocam até as artérias cerebrais, produzindo a oclusão e infarte. ainda ocorrer por um Ataque Isquêmico Transitório (AIT). Este, refere-se à temporária interrupção do suprimento sanguíneo ao cérebro • AVC isquêmico aterotrombótico: provocado por doença que causa formação de placas nos vasos sanguíneos maiores (aterosclerose), provocando a oclusão do vaso sanguíneo ou formação de êmbolos. • AVC isquêmico cardioembólico: ocorre quando o êmbolo causador do derrame parte do coração. • AVC isquêmico de outra etiologia: é mais comum em pessoas jovens e pode estar relacionado a distúrbios de coagulação no sangue. • AVC isquêmico criptogênico: ocorre quando a causa do AVC isquêmico não foi identificada, mesmo após investigação detalhada pela equipe médica. O AVC hemorrágico é classificado de como subaracnóideo (3%) ou intracerebral (10%). Ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. • Hematoma intracerebral. Neste tipo de AVC hemorrágico, o sangramento acontece dentro do tecido cerebral, levando a condições de maior pressão dentro do cérebro e edema / inchaço das estruturas locais. Estes mecanismos levam à lesão neurológica. A causa mais comum dos hematomas intracranianos é por picos de hipertensão arterial não-controlada. • Hemorragia subaracnóidea. Este tipo é mais comumente relacionado ao vazamento de sangue intracerebral devido a ruptura de um aneurisma intracraniano. O sintoma mais frequente é a cefaleia súbita muito intensa, que costuma dar mal-estar e bastante dor, às vezes com desmaios na hora da dor. A dor súbita deste tipo de AVC é exatamente a hora em que ocorre a ruptura do aneurisma. @MEDENTERPRISING ♦ MÁRIO SALES 2. Descrever as manifestações clínicas do AVC segundo o tipo e a topografia acometida. O AVC é uma doença tempo-dependente. Ou seja, quanto mais precoce ele for identificado e tratado, maior a chance de recuperação completa. Por isso, a clínica é de extrema importância. Os sinais e sintomas dependem da área do cérebro acometida e incluem, geralmente: • fraqueza ou formigamento em face, braços ou pernas; • alterações na visão (uni ou bilateral); • confusão, alterações na fala e/ou compreensão; • alteração do equilíbrio e/ou coordenação; • tontura; • alterações na marcha; • cefaleia súbita e intensa (mais relacionada com AVCh). Na maioria das vezes, o território mais acometido é o suprido pela Artéria Cerebral Média. Portanto, é interessante saber as principais manifestações associadas a um AVC nessa artéria. O quadro clássico da oclusão do tronco da ACM é caracterizado por fraqueza (déficit motor) e perda sensitiva, principalmente na face e no membro superior (déficits contralaterais à lesão – as fibras motoras e sensitivas se cruzam na decussação das pirâmides), hemianopsia do lado da fraqueza, rebaixamento da consciência e desvio do olhar para o lado da lesão. Além disso, em destros, a oclusão da ACM esquerda pode causar afasia global no paciente. Quando há acometimento da Artéria Cerebral Anterior, o paciente se manifesta com déficit sensitivo cortical (negligência) ou motor com predomínio crural (membros inferiores contralaterais), além de distúrbios de comportamento. Hemianopsia e amaurose são características de AVC de Artéria Cerebral Posterior e na lesão de artérias do sistema vértebro-basilar manifesta-se com disfunção cerebelar (ataxia, dismetria, disdiadococinesia), disfunção de nervos cranianos, alteração do nível da consciência, além de déficit motores e sensitivos. @MEDENTERPRISING ♦ MÁRIO SALES 3. Citar as medidas iniciais de atendimento ao AVC agudo. Chegada ao Serviço de Emergência Sinais de AVC: Início súbito de - Perda de força, sensibilidade, Dificuldade visual, Dificuldade de falar, Cefaleia intensa súbita e Desequilíbrio Médico emergencista - Confirmar tempo dos sintomas - Acionar equipe AVC - Solicitar TC crânio sem contraste, hemograma, plaquetas, TP, KTTP, glicemia, Na, K, creatinina -Aplicar escala de AVC do NIH Enfermeira - Acionar coleta de exames, Cabeceira reta, sinais vitais, HGT, ECG, hipoxemia e hipoglicemia ou hiperglicemia (≥ 160) Neurologista - Confirmar hipótese - Revisar início dos sintomas - Escala NIH 4. Descrever os exames complementares a serem solicitados em casos de AVC e quais os resultados esperados para cada tipo. • Tomografia computadorizada (TC): é o exame de escolha; identifica de 90-95% das hemorragias subaracnóideas e quase 100% das hemorragias intraparenquimatosas. Importante lembrar que a TC na fase aguda do AVC isquêmico, se apresenta sem alterações. • Ressonância magnética (RM) com difusão: mais sensível que a TC, pode identificar a área isquêmica muito precocemente; muito útil quando existem dúvidas quanto ao diagnóstico de AVC; alguns centros de AVC utilizam a RM com difusão para incluir pacientes com janela terapêutica indeterminada ou fora da janela terapêutica (definem a presença de zona de penumbra em cada paciente). • Hemograma com plaquetas: avalia a saúde de um modo geral, calculando a quantidade e forma dos três tipos de células básicas presentes no sangue. • Tempo de protrombina: é um exame de sangue que avalia a capacidade do sangue para coagular, isto é, o tempo necessário para estancar uma hemorragia • Tempo de tromboplastina parcial ativada: mede o tempo de coagulação a partir da ativação do fator XII até a formação do coágulo de fibrina, avaliando as vias intrínseca e comum da coagulação. • Creatinina: é usado para avaliar a função dos rins • Ureia: tem como objetivo verificar a quantidade de ureia no sangue para saber se os rins e fígado e estão funcionando corretamente • Eletrocardiograma: é um exame que verifica a existência de problemas cardíacos a partir da atividade elétrica do coração. • Glicemia: é importante, pois a hipoglicemia pode mimetizar um AVC. @MEDENTERPRISING ♦ MÁRIO SALES 5. Indicar as opções terapêuticas possíveis a serem consideradas em cada tipo de AVC O pilar principal de tratamento da maioria dos casos de AVC isquêmico é controlar bem os fatores de risco que podem ser controlados (baixar colesterol, diabetes, retirar o cigarro, excesso de álcool, reduzir obesidade) controlar muito bem a pressão arterial nos pacientes que tem pressão alta. Os medicamentos que afinam o sangue mais usados na prevenção dos AITs e AVCs isquêmicos são a aspirina ou AAS (doses baixas, de 80 a 325mg ao dia), clopidogrel, warfarina, rivaroxaban, apixaban e dabigatran. Usar um ou outro da lista acima irá depender da causa do problema, e da indicação de maior ou menor proteção em relação à formação de trombos e coágulos. No AVCh, as diretrizes mais novas recomendam que esta pressão arterial elevada seja pronta e urgentemente tratada, abaixada para níveis abaixo de 140-90 mmHg. Portanto, a terapia correta nas primeiras horase dias do AVCh é dar remédios na veia para baixar a pressão arterial, se a pressão estiver acima de 140/90mmHg. Se o sangramento ocorrido for muito grande, e o paciente estiver sonolento, piorando, ou já estiver em coma, poderá ser indicada uma neurocirurgia para a retirada ou esvaziamento do hematoma.
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