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RESUMO SEMIOLOGIA APARELHO RESPIRATÓRIO

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JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
 
 
 
DSDSDSD 
 
VIAS RESPIRATÓRIAS SUPERIORES: fossas nasais, nasofaringe, orofaringe e laringe. Estas vias, além de 
servirem como conduto aéreo, desempenham um papel de condicionador do ar inspirado, fazendo com que ele chegue 
aos locais das trocas gasosas numa temperatura de aproximadamente 37ºC. 
VIAS RESPIRATÓRIAS INFERIORES: compreendem a traqueia e a árvore brônquica ou ductos alveolares e 
alvéolos. A traqueia localiza-se anteriormente ao esôfago e se bifurca, em nível da 4a vértebra torácica (nível 
correspondente ao ângulo de Louis ou sínfise manúbrio esternal), dando origem aos dois brônquios principais, um direito 
(mas vertical, menor e mais calibroso) e um esquerdo (mais horizontal, maior e menos calibroso). O esporão, estrutura 
interna, formado por essa divisão é chamado de CARINA da traqueia. Cada brônquio principal se divide em brônquios 
secundários que correspondem a cada lobo do pulmão (3 lobos no direito e 2 no esquerdo). 
Os PULMÕES são dois órgãos aéreos de parênquima elástico localizados nas cavidades pulmonares, 
bilateralmente ao mediastino. O pulmão direito apresenta 3 lobos (superior, médio e inferior) e o esquerdo, 2 lobos 
(superior e inferior). Cada lobo é dividido em segmentos menores: os segmentos broncopulmonares, que apresentam 
forma piramidal, com a base voltada para a periferia e o vértice para o hilo. 
A PLEURA é uma estrutura única e contínua com dois folhetos. O folheto parietal reveste a face interna da 
parede torácica aderindo-se aos arcos costais, graças a um tecido músculo-ligamentoso (fáscia endotorácica). 
Chegando ao hilo, reflete-se sobre si mesma (pleura mediastínica) fixando-se ao pulmão, quando adquire, então, o nome 
de pleura ou folheto visceral. Este folheto insinua-se entre os lobos formando as cissuras. O espaço entre os dois 
folhetos pleurais é virtual e é banhado por uma serosidade num ambiente de pressão negativa. 
RESPIRAÇÃO 
A respiração compreende quatro processos, cuja finalidade é a transferência de O2 do exterior até o nível celular 
e a eliminação de CO2, transportado no sentido inverso: 
 VENTILAÇÃO PULMONAR: a ventilação pulmonar tem por objetivo levar o ar até os alvéolos, distribuindo-
o adequadamente. 
 TROCAS GASOSAS: por diferença de pressão parcial dos gases envolvidos (O2 e CO2), no alvéolo e no 
sangue, ocorre a passagem dos mesmos através da membrana alvéolo-capilar. 
 TRANSPORTE SANGUÍNEO DOS GASES: a circulação sistêmica promove a distribuição periférica do 
oxigênio e a extração do CO2, havendo a participação de múltiplos mecanismos, tais como captação de 
O2 pela hemoglobina, sistema tampões, além de outros. 
 RESPIRAÇÃO CELULAR: é a etapa terminal de todo o processo e sua finalidade maior. 
 
 
SEMIOLOGIA MÉDICA 
APARELHO RESPIRATÓRIO 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
VENTILAÇÃO 
É o processo pelo qual o ar chega até os alvéolos, distribuindo-se adequadamente, para que possa entrar em 
contato com os capilares pulmonares, onde se farão as trocas gasosas. A 
ventilação ocorre por ação da musculatura respiratória que, para isso, contraem 
de forma adequada e coordenada, de modo a aumentar ou reduzir o volume da 
cavidade torácica. 
A INSPIRAÇÃO é um processo ativo que depende fundamentalmente da 
contração do diafragma e de outros músculos denominados acessórios: 
intercostais externos, paraesternais, escalenos, esternocleidomastoideo, 
trapézios, peitorais e os músculos abdominais. 
A EXPIRAÇÃO é passiva, realizada pela força de retração elástica dos 
pulmões pelo relaxamento dos músculos inspiratórios. 
A ventilação normalmente é mantida sob o controle dos centros respiratórios no bulbo. Diferentes doenças podem 
afetar a ventilação à medida que: 
 Aumentem a carga de trabalho dos músculos respiratórios repentinamente (Ex: asma brônquica aguda); 
 Aumentem o trabalho da respiração pela obstrução ao fluxo de ar (Ex: doença pulmonar obstrutiva crônica); 
 Doenças neuromusculares em que as funções dos músculos respiratórios estivessem comprometidas (Ex: 
poliomielite; Guillain-Barré, miastenia grave). 
 
ANATOMIA CLÍNICA 
 
PROJEÇÃO DOS PULMÕES NA PAREDE TORÁCICA 
Os ápices pulmonares ultrapassam de 3 a 4 cm a borda superior das clavículas, alcançado assim, a raiz do 
pescoço. O volume do ápice direito é ligeiramente menor que o do esquerdo e está mais próximo da traqueia. Há alguns 
pontos de referência no tórax que merecem ser assinalados: 
 ÂNGULO DE LOUIS: constituído por uma saliência transversal que se nota na junção do manúbrio do 
esterno com o corpo do esterno, correspondente à articulação da 2ª costela. No dorso, o ângulo de Louis 
projeta-se na altura da 4ª vértebra torácica. 
A contagem das costelas e dos espaços intercostais faz-se de cima pra baixo, seguindo-se a linha 
paraesternal. Como o ângulo de Loius sempre corresponde à 2ª costela, logo abaixo dele está o 2º 
espaço intercostal. Além desta referência, como a primeira costela e o 1º espaço intercostal são 
encobertos pela clavícula, o 2º espaço intercostal situa- se logo abaixo da clavícula. 
 ÂNGULO DE CHARPY (ÂNGULO EPIGÁSTRICO): formado pelas duas rebordas costais, servindo para 
caracterizar o biótipo. Corresponde ao encontro das costelas inferiores com a porção inferior do corpo 
do osso esterno. 
 VÉRTEBRA PROEMINENTE: eminência cutânea na face inferior do dorso do pescoço produzida pelo 
processo espinhoso da 7ª vértebra cervical. Marca o local em que os ápices pulmonares se projetam na 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
parede torácica. 
 
 
LINHAS TORÁCIAS VERTICAIS 
Excetuando-se a linha médio-esternal e a linha médio-espinhal ou espondileia, todas as outras são duplas, 
havendo uma em cada hemitórax: 
 LINHA MÉDIO-ESTERNAL: traçada no plano mediano, no meio do esterno, dividindo os dois hemitórax; 
 LINHA ESTERNAL: direita e esquerda, que tangencia as bordas do osso esterno. 
 LINHA PARAESTERNAL: é equidistante entre a linha esternal e a hemiclavicular 
 LINHA HEMICLAVICULAR: também denominada linha mamilar, é a vertical traçada a partir do ponto médio da 
clavícula 
 LINHA AXILAR ANTERIOR: seu ponto mais alto localiza-se na prega anterior da axila, separando a região anterior 
do tórax das regiões laterais 
 LINHA AXILAR MÉDIA: vertical equidistante entre as linhas axilares anteriores e posteriores 
 LINHA AXILAR POSTERIOR: seu ponto mais alto localiza-se na prega posterior da axila. Separa as regiões 
laterais do tórax da região posterior. 
 LINHA ESCAPULAR: é a linha que acompanha a borda medial da escápula, estando o paciente com os membros 
superiores pendentes. 
 LINHA PARAVERTEBRAL: é a tangente à borda lateral das vértebras 
 LINHA ESPONDILEIA (LINHA VERTEBRAL OU MÉDIO ESPINHAL): passa pelos processos espinhosos das 
vértebras dorsais. 
 
LINHAS TORÁCIAS HORIZONTAIS 
 LINHAS CLAVICULARES SUPERIORES: correspondem às bordas superiores das clavículas 
 LINHAS CLAVICULARES INFERIORES: correspondem às bordas inferiores das clavículas 
 LINHAS DAS TERCEIRAS ARTICULAÇÕES CONDROESTERNAIS: linhas horizontais que passam pelas sextas 
articulações condroesternais, direita e esquerda. 
 LINHA ESCAPULAR SUPERIOR: tangencia a borda superior da escápula. 
 
REGIÕES DO TÓRAX 
 ANTERIOR: região supraclavicular; região clavicular; região infraclavicular; região mamaria; região 
INFRAMAMÁRIA; REGIÃO SUPRA-ESTERNAL; região esternal superior; região esternal inferior. 
 Lateral: região axilar; região infra-axilar 
 POSTERIOR: REGIÃO SUPRA-ESCAPULAR; região supra-espinhal; região infra-espinhal; região 
interescapulovertebral; região infra-escapular. 
 
QUEIXAS 
Ao tratar do aparelho respiratório, devemos fazer um interrogatório dirigido, indagando-se sobre sintomas e 
sinais mais frequentes. Nas doenças do aparelho respiratório, os principais aserem pesquisados são: tosse, chiado 
(sibilância), dispneia, dor torácica, expectoração, rouquidão, hemoptise e vômica. 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
TOSSE 
A tosse é o mais importante e o mais frequente sinal respiratório. A tosse define-se como um mecanismo que 
envolve uma inspiração rápida e profunda, seguida do fechamento da glote, contração dos músculos expiratórios, 
terminando com uma expiração forçada, após abertura súbita da glote. 
A tosse consiste em um mecanismo de reflexo de defesa das vias respiratórias, as quais reagem aos 
irritantes ou procuram eliminar secreções anormais, sempre com o objetivo de manter permeáveis. Contudo, pode 
tornar-se nociva ao sistema respiratório, em virtude do aumento da pressão na árvore brônquica, que culmina na 
distensão dos septos alveolares. 
A tosse resulta de estimulação dos receptores da mucosa das vias respiratórias. Tais estímulos podem ser de 
natureza inflamatória (hiperemia, edema, secreções e ulcerações), mecânica (poeira, corpo estranho, aumento ou 
diminuição da pressão pleural como ocorre nos derrames e nas atelectasias), químicas (gases irritantes) e térmica 
(frio ou calor excessivo). As principais patologias que causam tosse são: asma, refluxo gastroesofágico, bronquites, 
pneumonias, medicamentos (inibidores da ECA), adenoides, faringites, laringites, 
Semiologicamente, deve-se avaliar a tosse por meio dos seguintes parâmetros: 
 Frequência 
 Intensidade 
 Duração (aguda ou crônica) 
 Tonalidade 
 Presença ou não de expectoração (seca ou úmida) 
 Relações com o decúbito 
 Período do dia em que é maior sua intensidade (diurno, noturno ou diuturno) 
 Fenômenos que acompanham: vômito (por compressão gástrica e/ou excitação do centro bulbar do vômito), 
tonturas e síncopes (nas crises de tosse, por diminuição do fluxo sanguíneo cerebral). 
 
A tosse pode ser classificada por meio dos seguintes pontos: 
 Duração: 
 AGUDA: menor que 3 semanas. 
 CRÔNICA: maior que 3 semanas. 
 Produção de secreção: 
 SECA: quando não apresenta secreção. É inútil e maléfica, causando apenas irritação das vias 
respiratórias. Têm como causas mais frequentes as doenças pleurais, traqueítes, insuficiência cardíaca 
e asma brônquica. Pode ser provocada ainda por medicamentos inibidores da enzima conversora da 
angiotensina (ECA). 
 PRODUTIVA OU ÚMIDA: acompanhada de secreção, não devendo nesses casos ser combatida com 
medicamentos, por ter um papel de defesa. O catarro pode ser formado como resposta a qualquer 
agressão feita à mucosa brônquica por agente físico, químico ou infeccioso. Na análise da 
expectoração, é importante saber: quantidade, aspecto, cheiro, presença de vômica e/ou hemoptise. A 
toalete brônquica matinal é a eliminação frequente de grande quantidade de catarro pela manhã e pode 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
ocorrer, por exemplo, em bronquiectasias e bronquite crônica. 
 
OBS1: Outros tipos de tosse: 
 TOSSE-SÍNCOPE: após crise intensa de tosse, resulta na perda de consciência; 
 TOSSE BITONAL deve-se a paresia ou paralisia de alguma das pregas vocais, que pode significar 
comprometimento do nervo laríngeo recorrente. 
 TOSSE ROUCA é própria da laringite crônica, comum nos fumantes; 
 TOSSE REPRIMIDA é aquele que o paciente evita, em razão da dor torácica ou abdominal que ela provoca, como 
acontece no início das pleuropneumopatias. 
 
CHIADO OU SIBILÂNCIA 
Som musical semelhante a um “miado de gato”, também conhecido como sibilância, que é ouvido durante a 
respiração e ocorre nas obstruções de traqueia, nos broncoespasmos, nos edemas ou na obstrução de vias 
aéreas. É uma importante informação, que deve ser automaticamente interrogada quando o paciente referir dispneia, 
com ou sem tosse, ou situações de desconforto respiratório. É observado na ausculta. 
As principais causas de sibilância são asma, DPOC, bronquite aguda e crônica, congestão pulmonar. 
EXPECTORAÇÃO 
Na maioria das vezes, a expectoração costuma ser consequência da tosse classificada como produtiva. As 
características semiológicas da expectoração que devem ser avaliadas são: 
 Volume; 
 Cor (quando amarelarada, sugere infecção bacteriana; quando de aspecto mucoide, origem alérgica; 
quando serosa, sugere origem viral; com sangue, sugere fatores associados como tuberculose); 
 Odor (infecções por bactérias anaeróbias geram escarros com odor pútrido e coloração escura, por 
exemplo); Transparência; 
 Consistência. 
 
 
 
 
 
 
A expectoração na tuberculose pulmonar, na maioria das vezes, contém sangue desde o início da doença. 
Costuma ser francamente purulenta, com aspecto numular, inodora e aderindo às paredes do recipiente. 
No início das pneumonias bacterianas, não existe expectoração ou ela é discreta. Após algumas horas ou dias, 
surge uma secreção abundante, amarelo-esverdeada, pegajosa e densa. Nesta fase, pode aparecer escarro hemoptoico 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
vermelho-vivo ou cor de tijolo. Nas pneumonias por bacilos Gram-negativos, a expectoração adquire aspecto de geleia de 
chocolate. 
DOR TORÁCICA 
Pode ser ou não acompanhada de outras manifestações respiratórias. O parênquima pulmonar e a pleura 
visceral não transmitem sensações dolorosas para o cérebro, mas a pleura parietal, sim. 
A dor pode ser referida ou irradiada, proveniente de um órgão não-torácico. Quando o paciente é capaz de 
descrever bem uma dor, está contribuindo com uma preciosa informação diagnóstica. Os aspectos semiológicos a serem 
avaliados quanto à dor torácica são: 
 Localização; 
 Irradiação; 
 Qualidade; 
 Intensidade; 
 Duração; 
 Evolução; 
 Fatores desencadeantes, agravantes e de melhora; 
 Manifestações concomitantes. 
 
As causas mais frequentes de dor torácica são: 
 PAREDE TORÁCICA: muscular, óssea, nevrálgica (como na herpes zoster), etc.; 
 MEDIASTINAL: miocárdio, pericárdio, tumores, pneumomediastino, etc.; 
 PLEUROPULMONAR: pleuris, pneumotórax, tumores, pneumonias, etc.; 
 DIGESTIVAS: esofagite, úlceras, colecistite, pancreatite, doença do refluxo; 
 PSICOGÊNICAS. 
 
Nas doenças pleuropulmonares, a dor geralmente é desencadeada ou piora com a tosse e a inspiração, não é 
irradiada, nem sempre o decúbito sobre lado da dor traz alívio e, às vezes, é acompanhada de dispneia, tosse e febre nas 
infecções. 
As pleurites apicais referem dor no pescoço e nos ombros. Na pleurite diafragmática, o paciente não consegue 
definir com precisão o local da dor, se torácica ou abdominal. Em muitos casos de pleurite, quando a dor acontece, surge 
dispneia: é o derrame que se instalou. 
A dor no pneumotórax espontâneo benigno dos jovens é inconfundível: súbita, aguda e intensa. O paciente quase 
sempre a compara a uma punhalada. Acompanha-se de dispneia. 
DISPNEIA 
Dispneia é a dificuldade para respirar, de modo que a respiração é feita com esforço ou desconforto, 
podendo o paciente ter ou não consciência desse estado. A dispneia, para ser diagnosticada, deve apresentar sinais 
evidentes como as tiragens, em que o paciente faz tanto esforço para respirar que causa um abaulamento entre os 
músculos acessórios e entre as costelas. 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
A dispneia pode ser objetiva (quando há a presença de tiragens) ou subjetiva (quando apenas o paciente relata). 
Podemos classificá-la quanto: 
 Cronologia 
 AGUDA: asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) agudizada, pneumonia, pneumotórax, TEP, derrame 
pleural. 
 CRÔNICA (mais de 30 dias): uma história detalhada ajuda na investigação das causas: alergias (asma), ricos 
ocupacionais (silicose, asbestose, asma ocupacional), tabagismo (DPOC), drogas anoréticas (hipertensão 
pulmonar), contato com pássaros (pneumonia de hipersensibilidade), além de cardiopatias. 
 
 Decúbito e esforço 
 DISPNEIA AOS GRANDES ESFORÇOS, MÉDIOS ESFORÇOS E AOS PEQUENOSESFORÇOS 
 DISPNEIA DE REPOUSO: comum na asma 
 ORTOPNEIA: dispneia que impede o paciente o paciente de ficar deitado e o obriga a assentar-se ou ficar de 
pé para obter algum alívio. 
 TREPOPNEIA: é a dispneia que aparece em determinado decúbito lateral, como acontece nos pacientes com 
derrame pleural que se deitam sobre o lado são. 
 
A dispneia pode ser desencadeada por esforços (mínimos, pequenos, médios ou grandes), ser paroxística 
(crises de broncoespasmo), suspirosa (distúrbios neurovegetativos) ou de repouso (doenças pulmonares avançadas, 
como DPOC, fibroses e tumores). 
As causas da dispneia podem ser dividas em atmosféricas, obstrutivas, pleurais, tóraco-musculares, 
diafragmáticas, teciduais, cardíacas (ICC) ou ligadas ao sistema nervoso central. 
OBS2: Tosse, expectoração e chiado no peito são sintomas que podem diferenciar causas cardíacas de 
pulmonares. 
HEMOPTISE 
Hemoptise é a eliminação de sangue vermelho vivo, arterializado, pela boca, passando através da glote. Em 
outras palavras, é a eliminação de sangue oriundo das vias aéreas. O sangue pode ser proveniente das vias respiratórias, 
do parênquima pulmonar, de vasos pulmonares e de outras regiões. 
As causas de hemoptise são várias, mas as mais frequentes são: tuberculose pulmonar, bronquiectasias, 
tumores de pulmão e tromboembolismo pulmonar. 
As hemoptises originadas nas artérias brônquicas são em geral maciças, em que o sangue pode ser recente ou 
não, saturado ou não. Quando o sangue provém de ramos da artéria pulmonar, seu volume costuma ser menor (é o que 
ocorre nas pneumonias e broncopneumonias). 
VÔMICA 
Vômica é a eliminação não-usual e mais ou menos brusca, através da glote, de uma quantidade abundante 
de secreção muco-purulenta de odor pútrido. 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
Pode se única (como ocorre no abscesso pulmonar) ou fracionada (como nas bronquiectasias), proveniente do 
tórax ou do abdome. 
ANTECEDENTES PESSOAIS 
 
HÁBITOS E VÍCIOS 
O principal hábito de vida que deve ser questionado pelo examinador é a prática do tabagismo, que está 
relacionada a múltiplas doenças pulmonares. Deve-se questionar a quantidade de cigarros ou maços (que contém 20 
cigarros) que o paciente fuma, em média, por dia, a idade do início do vício e, se for o caso, a idade do término do vício. 
Mais importante ainda, é a determinação do índice anos-maços. 
O alcoolismo leva à desnutrição, que pode ser um fator de risco para a DPOC, infecções, etc. As doenças 
pulmonares associadas à AIDS tornam necessária uma pesquisa sobre os hábitos sexuais e o uso de drogas ilícitas pelo 
paciente. 
OBS3: Índice anos-maços. Saber apenas se o paciente fuma ou não, tem muito pouco valor semiológico. É necessário 
determinar a quantidade de anos que o paciente tem o hábito do tabagismo e quantos maços ele fuma por dia, em média. 
Com isso, sabendo que um maço de cigarros tem 20 unidades, o índice anos-maços pode ser determinado pela seguinte 
relação: 
 
ANTECEDENTES OCUPACIONAIS 
As exposições intensas e prolongadas a poeira e produtos químicos ocupacionais (vapores, fumaças) 
podem causar DPOC, assim como poeiras e agentes sensibilizadores no ambiente de trabalho podem causar aumento de 
hiper- responsividade das vias aéreas, agravando uma asma preexistente ou causando asma ocupacional. 
PROCEDÊNCIA 
Deve-se relatar que se o paciente é proveniente de áreas endêmicas de paracoccidioidomicose, 
esquistossomose, histoplasmose, entre outras doenças. 
USO DE MEDICAMENTOS EM AMBIENTE DOMICILIAR 
Também devem ser pesquisados, nos antecedentes pessoais, uso de fogão a lenha, presença de poluentes, 
alérgenos, poeira e animais domésticos, além de medicação de uso crônico ou não. 
ANTECEDENTES FAMILIARES 
Doenças de caráter familiar como asma, DPOC, etc.; além de outras transmitidas por contágio domiciliar, como 
tuberculose, são importantes informações que complementam a anamnese. 
 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
EXAME FÍSICO DO TÓRAX 
 O exame físico do tórax é feito pela inspeção, palpação, percussão e ausculta. O exame físico ideal deve ser 
realizado com o paciente com o tórax despido (camisa ou blusa). 
INSPEÇÃO 
A inspeção pode ser avaliada em dois critérios: estática e dinâmica. 
INSPEÇÃO ESTÁTICA 
Corresponde à uma avaliação do tórax do paciente desconsiderando os movimentos respiratórios do mesmo. 
Deve-se examinar a forma do tórax e suas anomalias congênitas ou adquiridas, localizadas ou difusas, simétricas ou 
não. 
TIPO TORÁCICO: a morfologia do tórax varia conforme o biótipo do 
paciente (normolíneo, brevilíneo e longilíneo). O reconhecimento do 
biótipo é útil por ter uma cerca correlação do aparelho respiratório. 
 Tipo torácico normal (a): apresenta uma pequena 
convexidade anteriormente com um dorso mais plano. 
 Tipo torácico globoso (b): presença de abaulamento na 
região anterior, aumentando o diâmetro anteroposterior do 
tórax. É um tipo de padrão morfológico normal para idosos, 
mas que pode representar uma patologia como enfisema ou 
asma. Também conhecido com tórax em tonel. 
 Tipo torácico infundibuliforme (c): presença de depressão 
na região epigástrica (inferior ao processo xifoide), ou seja, 
no ângulo de Charpy. É também chamado de tórax de 
sapateiro. Em geral, esta deformidade é de natureza 
congênita. 
 Tipo torácico cariniforme (d): é também chamado de peito de pombo, em que o esterno mostra-se mais 
protruso e evidente. É comum no raquitismo. 
 Escoliose (e): consiste em um desvio lateral da coluna vertebral. Deve ser anotado o sentido da convexidade da 
escoliose. 
 Cifose (f): o tórax cifótico tem como característica principal a curvatura acentuada da coluna dorsal. 
 Gibosidade (g): é um tipo de cifose bastante acentuada em que a musculatura dorsal apresenta um aspecto 
grosseiro, determinando corcundas. 
 
PELE: coloração (destacando cianose ou palidez), presença de lesões elementares, grau de hidratação, etc., sempre 
correlacionando com as doenças pulmonares. 
MAMAS: formas das mamas (simetria), posição dos mamilos com relação à linha hemiclavicular (verificar simetria), 
presença de secreções, etc. 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
PRESENÇA DE NÓDULOS VISÍVEIS: alguns nódulos podem ser característicos de sarcoidose ou tuberculose. 
MUSCULATURA: avaliar a hipertrofia, atrofia, simetria. A contratura da musculatura paravertebral torácica unilateral 
constitui o sinal de Ramond, que denuncia o comprometimento pleural inflamatório homolateral. O sinal de Lemos Torres, 
caracterizado pelo abaulamento dos espaços intercostais durante a expiração, é sinal fidedigno de derrame pleural. 
VASOS (CIRCULAÇÃO COLATERAL): avaliar a presença de vasos evidentes na parede do tórax bem como examinar 
o trajeto do fluxo deste vaso: craniocaudal ou caudal-cranial. Circulações colaterais resultam de um obstáculo próximo à 
desembocadura da veia áziga na veia cava superior. Classicamente são descritos três tipos principais de circulação 
colateral torácica: 
 OBSTRUÇÃO ACIMA DA DESEMBOCADURA DA V. ÁZIGOS: o sangue só vai poder atingir o átrio direito pela veia 
ázigos desde que a corrente sanguínea se inverta nas veias subclávias, axilares, costoaxilares e mamárias 
internas. Neste caso, a circulação colateral surge na face anterossuperior do tórax. 
 OBSTRUÇÃO ABAIXO DA DESEMBOCADURA DA ÁZIGOS: ocorre desvio de sangue até atingir a veia cava 
inferior. Neste caso, a circulação colateral é mínima, uma vez que o fluxo se fará através do plexo braquial, não 
havendo por isso sobrecarga na rede superficial. 
 OBSTRUÇÃO NA DESEMBOCADURA DA VEIA ÁZIGOS: ocorre o aumento da pressão nos troncos braquicefálicos 
invertendo a corrente sanguínea nas veias mamárias externas, torácicas, laterais e epigástricas. Nestes casos, a 
rede venosa superficial será exuberante nas faces lateral e anterior do tórax e o sentido da corrente será de 
craniocaudal. 
ABAULAMENTOS (DIFUSOS OU LOCALIZADOS): avaliar abaulamentos ósseos ou musculares. 
RETRAÇÕES: aspecto de pele afundada. 
DEFORMIDADES LOCALIZADAS: existência de deformidades variadas, comparando-se um hemitórax com o outro. 
INSPEÇÃO DINÂMICA 
Observam-se os movimentos respiratórios, suas características e alterações. 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA: deve ser observado o ritmo respiratório do paciente. Geralmente, o tempo de inspiração é 
semelhante ao da expiração, apresentando um pequeno intervalo entre ambos. Em suma, o ritmo respiratório pode ser 
normal ou anormal. 
 OBS3: Geralmente, a contagem da FR do paciente é feita durante a ectoscopia. 
TIPO RESPIRATÓRIO: para o reconhecimento do tipo respiratório, observa-se atentamente a movimentação do tórax e 
do abdome, com o objetivo de reconhecer em que regiões os movimentos são mais amplos. 
Em pessoas sadias, na posição de pé ou sentada, tanto no sexo masculino como no feminino, predomina a 
respiração torácica ou costal, caracterizada pela movimentação predominantemente da caixa torácica. Na posição 
deitada, também em ambos os sexos, a respiração é predominantemente diafragmática, prevalecendo a movimentação 
da metade inferior do tórax e do andar superior do abdome. 
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PRESENÇA DE TIRAGEM: durante a inspiração ou condições de normalidade, os espaços intercostais deprimem-se 
ligeiramente. Se ocorrer obstrução brônquica, o parênquima correspondente àquele brônquio entra em colapso e a 
pressão negativa daquela área torna-se ainda maior, provocando assim a retração dos espaços intercostais, fenômeno 
conhecido como tiragem. A tiragem pode ser difusa ou localizada (supraclavicular, infraclavicular, intercostal ou 
epigástrica). Essas áreas retráteis caracterizam a impossibilidade de o pulmão acompanhar o movimento expansivo da 
caixa torácica, devido à atelectasia subjacente. 
PALPAÇÃO 
Os seguintes parâmetros devem ser avaliados: 
SENSIBILIDADE DA PAREDE TORÁCICA: testando a sensibilidade realizando estímulos dolorosos no paciente. A 
sensibilidade superficial e profunda, a dor provocada e espontânea ou qualquer outra manifestação dolorosa relatada 
pelo paciente devem ser avaliadas pela palpação. 
TONICIDADE MUSCULAR: avaliação do comportamento muscular do tórax do paciente: hipotonia, hipertonia, atrofia, etc. 
EXPANSIBILIDADE: a expansibilidade é abordada em duas regiões do tórax e dos pulmões: (1) a expansibilidade dos 
ápices pulmonares é pesquisada com ambas as mãos espalmadas, de modo que as bordas internas toquem a base do 
pescoço, os polegares apoiem-se paralelamente à coluna vertebral (e se toquem) e os demais dedos nas fossas 
supraclaviculares; (2) para avaliar a expansibilidade das bases pulmonares, apoiam-se os polegares em contato rente 
às linhas paravertebrais, enquanto os outros dedos recobrem os últimos arcos costais, abaixo do ângulo inferior da 
escápula. Em ambas as manobras, o médico deve ficar atrás do paciente que está em posição sentada, respirando 
profundamente e pausadamente. O GRAU DA EXPANSIBILIDADE É ESTIMADO A PARTIR DO DESLOCAMENTO DOS POLEGARES 
DO PESQUISADOR. 
 
 
 
 
 
 
FRÊMITO TORACOVOCAL (FTV): representa a sensação tátil da transmissão da onda mecânica da voz, originada nas 
cordas vocais durante a fonação, veiculada pela coluna aérea através da traqueia, parênquima pulmonar, pleura, parede 
e superfície do tórax. Em outras palavras, corresponde às vibrações das cordas vocais transmitidas à parede torácica. A 
sensação tátil será percebida com a face palmar inferior. Os dedos da mão e a face superior palmar deverão ficar 
suspensosno ar para não abafar a vibração tátil. Habitualmente o frêmito toracovocal é um pouco mais intenso do lado 
direito devido à disposição anatômica do brônquio fonte direito o qual é mais verticalizado e está mais perto da traqueia. 
Pede-se, então, para o paciente falar palavras ricas em consoantes, como “trinta e três”. A técnica deve ser feita 
alternadamente em cada hemitórax, seguindo a linha médio- esternal de cima para baixo. 
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PERCUSSÃO 
Entende-se por percussão a aplicação de energia à parede torácica e o pulmão de forma intermitente e rítmica 
diretamente sobre os diversos segmentos pulmonares. 
A técnica básica da percussão é a seguinte: com o dedo médio (plessímetro) 
da mão esquerda, deve-se apoiar a região em que se quer percutir; com o dedo médio 
da mão direita (plexor), deve-se realizar batidas de intensidade média ou 
moderadamente forte sobre o dedo médio esquerdo repousado. O movimento da mão 
que percute é de flexão e extensão do punho, nunca envolvendo a articulação do 
cotovelo e muito menos, a do ombro. Deve-se percutir comparativamente e 
simetricamente as várias regiões do tórax. Um pequeno intervalo entre duas batidas vai permitir melhor avaliação do 
som e das vibrações. 
Quatro tonalidades de som são obtidas: 
 SOM CLARO PULMONAR, som claro atimpânico ou 
sonoridade pulmonar nas áreas de projeção dos 
pulmões (maior parte do tórax). É um som 
intermediário entre o maciço e timpânico. 
 SOM CLARO TIMPÂNICO NO ESPAÇO DE TRAUBE. 
É um som semelhante à percussão de uma bexiga 
cheia de ar. Acompanha-se de sensação de 
elasticidade. 
 SOM SUBMACIÇO NA REGIÃO INFERIOR DO 
ESTERNO (região em que a língula pulmonar 
encobre o ventrículo esquerdo). 
 SOM MACIÇO NA REGIÃO INFRA-MAMÁRIA 
DIREITA (macicez hepática) e na região precordial. 
 
Deve-se iniciar a percussão pela face posterior do tórax, de cima para baixo, ficando o médico atrás e à esquerda do 
paciente. Percute-se cada hemitórax, comparando, imediatamente, os resultados. Deve-se percutir a região dos ápices, 
os espaços intercostais, a região das bases, regiões axilares e região interescápulo- vertebral; sempre comparando um 
hemitórax com o outro, mantendo o paciente sentado. 
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É no estudo dos derrames pleurais, líquidos ou gasoso que a percussão do tórax fornece os dados mais 
importantes. Derrame líquido nas cavidades pleurais livres tende a se localizar nas regiões de maior declive. Por esta 
razão, quando o paciente estiver sentado, encontra-se macicez na região das bases. Em casos de pneumotórax, devido a 
presença de ar no espaço pleural, observa-se som timpânico. 
Afecções parenquimatosas, por reduzirem a quantidade de ar nos alvéolos, também provocam macicez: 
neoplasias periféricas, infarto pulmonar volumoso, pneumonias lobares, cavidades periféricas contendo líquidos (cistos). 
Em oposição às afecções que reduzem o conteúdo aéreo do pulmão, estão as que aumentam a quantidade de ar 
(enfisema, crise de asma, cistos aéreos, escavação pulmonar), provocando hipersonoridade e até mesmo timpanismo. 
As principais alterações da percussão são: 
 HIPERSONORIDADE PULMONAR: significa que o som da percussão está mais claro e mais intenso. 
Hipersonoridade indica aumento de ar nos alvéolos pulmonares. Causa: Enfisema pulmonar e asma. 
 SUBMACICEZ E MACICEZ: indicam diminuição ou desaparecimento da sonoridade pulmonar e indicam redução ou 
inexistência de ar no interior do alvéolo. Causas: derrames pleurais, condensação pulmonar (pneumonia, 
tuberculose, neoplasias). 
 SOM TIMPÂNICO: indica ar aprisionado no espaço pleural (pneumotórax), uma grande cavidade intrapulmonar 
(caverna tuberculosa) ou a presença de uma víscera abdominal no interior do tórax (hérnia diafragmática). 
 
AUSCULTA 
Auscultam- se as regiões de ambos hemitórax simetricamente.Os sons pleuropulmonares são os seguintes: 
 
 
 
 
 
 
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SONS RESPIRATÓRIOS NORMAIS 
 
 
 
 
 
 
 
SOM TRAQUEAL E RESPIRAÇÃO BRÔNQUICA: o som traqueal, audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e na 
região esternal, origina-se na passagem do ar através da fenda glótica e naprópria traqueia. O inspiratório consiste em 
um ruído soproso, mais ou menos rude, após o qual há um curto intervalo silencioso que o separa da expiração, em que o 
som é um pouco mais forte e prolongado. A respiração brônquica muito se assemelha ao som traqueal, dela se 
diferenciando apenas por ter o componente expiratório menos intenso. 
MURMÚRIO VESICULAR FISIOLÓGICO: produzido pela turbulência normal do ar circulante ao chocar-se contra as 
saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por cavidades de tamanhos diferentes, tais como bronquíolos para 
alvéolos, e vice-versa. O componente inspiratório é mais intenso, mais duradouro e de tonalidade mais alta em relação ao 
componente expiratório, que por sua vez, é mais fraco, de duração mais curta e de tonalidade mais baixa (o componente 
expiratório tende a estar aumentado na asma brônquica e no enfisema, traduzindo a dificuldade de saída do ar). Não se 
percebe, diferentemente do que ocorre na respiração traqueal, um intervalo silencioso entre as duas fases da 
respiração. 
Quando se compara o murmúrio vesicular com a respiração brônquica, o primeiro é mais fraco e mais suave. 
Ausculta-se o murmúrio vesicular em quase todo o tórax, com exceção apenas das regiões esternal superior, 
interescápulo-vertebral direita e ao nível da 3ª e 4ª vértebras torácicas. Nestas áreas, ouve-se a respiração 
broncovesicular. 
A diminuição do murmúrio vesicular pode resultar de numerosas causas, entre as quais se ressaltam: 
presença de ar (pneumotórax), líquido (hidrotórax) ou tecido sólido (espessamento pleural) na cavidade pleural; 
enfisema pulmonar; obstrução das vias aéreas superiores (espasmo ou edema de glote, obstrução da traqueia); 
oclusão parcial ou total dos brônquios ou bronquíolos. 
Quando normais, relata-se: murmúrios vesiculares presentes e audíveis em ambos hemitórax. Ele pode, 
entretanto, estar aumentado, diminuído ou inexistente. 
RESPIRAÇÃO BRONCOVESICULAR: somam-se aqui, as características da respiração brônquica com as do murmúrio 
vesicular. Deste modo, a intensidade da duração da inspiração e da expiração tem igual magnitude. 
 
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SONS OU RUÍDOS ANORMAIS DESCONTÍNUOS 
Os sons anormais descontínuos são representados pelos estertores, que são ruídos audíveis na inspiração ou 
na expiração, superpondo-se aos sons respiratórios normais. 
RUÍDOS ESTERTORES FINOS (CREPITAÇÃO): ocorrem no final da inspiração, têm frequência alta, isto é, são agudos, e 
duração curta. Não se modificam com a tosse ou com a posição do paciente. Predominam mais na base. Podem ser 
comparados ao ruído produzido pelo atrito de um punhado de cabelos junto ao ouvido ou ao som percebido ao se 
fechar ou abrir um fecho tipo velcro. 
Os estertores finos são audíveis nos casos de pneumonia, tuberculose e insuficiência cardíaca. Estas doenças 
são diferenciadas pela clínica: a pneumonia cursa com febre com cerca de 3 dias de duração; a tuberculose cursa com 
febre por mais de 2 semanas; a insuficiência cardíaca não cursa com febre, tem uma história pregressa de hipertensão 
arterial (geralmente) e acomete as duas bases pulmonares concomitantemente. 
RUÍDOS ESTERTORES GROSSOS (BOLHOSOS): tem frequência menor (são mais graves) e maior duração que os 
finos. Sofrem nítida alteração com a tosse e com a posição do doente (inclusive, podem ser abolidos). Podem ser ouvidos 
em todas as regiões do tórax. Diferentemente dos estertores finos (que só ocorrem do meio para o final da inspiração), 
os ruídos bolhosos são audíveis durante o início da inspiração e durante toda a expiração. 
Os ruídos bolhosos são audíveis nas bronquites (quando disseminados) e nas bronquiectasias (quando bem 
localizados). 
SONS OU RUÍDOS ANORMAIS CONTÍNUOS 
São representados pelos roncos, sibilos e estridor e tendem a apresentar-se ao longo de todo ciclo 
respiratório. 
RONCOS E SIBILOS: os roncos são constituídos por sons graves, portanto, de baixa frequência. Os sibilos são 
constituídos por sons agudos, formados por ondas de alta frequência, semelhante a um miado suave de gato. Originam-
se nas vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso quando há estreitamento destes ductos, seja por 
espasmo ou edema da parede ou presença de secreção aderida a ela, como ocorre na asma brônquica, nas bronquites, 
nas bronquiectasias e nas obstruções localizadas. Aparecem na inspiração como na expiração, mas predominam 
nesta última. São fugazes, multáveis, surgindo e desaparecendo em curto período de tempo. 
A sibilância pode estar presente na asma, bronquiectasias, DPOCs e traqueobronquite aguda. 
ESTRIDOR: som produzido pela semi-obstrução da laringe ou da traqueia. 
SOPROS: presença de sopro brando é normal na ausculta de certas regiões (7ª vértebra cervical posteriormente, 
traqueia, região inter-escapular). Toda via, ocorre em certas situações patológicas, quando, por exemplo, o pulmão perde 
sua textura normal, como nas pneumonias bacterianas e nos pneumotórax hipertensivos. 
 
 
 
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SOM DE ORIGEM PLEURAL 
ATRITO PLEURAL: em condições normais, os dois folhetos da pleura deslizam um sobre o outro sem produzir som algum. 
Nos casos de pleurite, por se recobrirem de exsudato, passam a produzir um ruído irregular, descontínuo, mais intenso 
na inspiração, com frequência comparada ao ranger de couro atritado. 
AUSCULTA DA VOZ 
Para completar o exame físico dos pulmões, auscultam-se a voz nitidamente pronunciada e a voz cochichada. 
Para isto, o paciente vai pronunciando as palavras “trinta e três” enquanto o examinador percorre o tórax com o 
estetoscópio, comparando regiões homólogas, tal como fez no exame do FTV usando a mão. 
Os sons produzidos pela voz na parede torácica constituem o que se chama ressonância vocal, que em 
condições normais, tanto na voz falada como na cochichada, constitui-se de sons incompreensíveis, isto é, não se 
distinguem as sílabas que formam as palavras. Toda vez que houver condensação pulmonar (inflamatória, 
neoplásica ou pericavitária), há aumento da ressonância vocal ou broncofonia. Ao contrário, na atelectasia, no 
espessamento pleural e nos derrames, ocorre diminuição da broncofonia. A ressonância vocal pode estar, portanto: 
 NORMAL (não audível) 
 DIMINUÍDA 
 AUMENTADA: pode constituir três variantes: 
 (1) broncofonia, em que ausculta-se a voz sem nitidez; 
 (2) pectorilóquia fônica, em que ausculta-se a voz nitidamente; 
 (3) pectorilóquia afônica, em que ausculta-se a voz mesmo se cochichada. 
 
OBS4: EGOFONIA é uma forma especial de broncofonia de qualidade nasalada e metálica, comparada ao balido de cabra. 
Aparece na parte superior dos derrames pleurais. 
SEMIOLOGIA DAS SÍNDROMES PLEUROPULMONARES 
 
SÍNDROMES BRÔNQUICAS 
As síndromes brônquicas decorrem de obstrução (asma brônquica), infecção e/ou dilatação dos brônquios 
(bronquites e bronquiectasias). 
ASMA BRÔNQUICA 
A síndrome por obstrução tem como representante principal a asma brônquica, na qual se observa o 
estreitamento difuso dos condutos aéreos de pequeno calibre por uma etiologia alérgica, principalmente. A asma 
brônquica caracteriza uma síndrome brônquica por obstrução das vias aéreas. 
Tais alterações se manifestam clinicamente por crises de dispneia, predominantemente expiratória, 
acompanhada de sensação de constrição ou aperto no tórax, dor torácica difusa, chieira e tosse, que no início é 
seca, mas, com o progredir da crise, torna-se produtiva, surgindo então uma expectoração mucoide, espessa, aderente, 
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difícil de ser eliminada. A asma grave pode agravar com pneumotórax, trazendo todos os aspectos semiológicos 
característicos do pneumotórax. 
Ao exame físico do tórax, evidenciam-se: 
 INSPEÇÃO: dispneia, tórax em posição de inspiração profunda e tiragem. Muito frequentemente, por se tratar, na 
maioria das vezes,de uma condição crônica, observa-se o tórax em tonel. 
 PALPAÇÃO: frêmito toracovocal normal ou diminuído. 
 PERCUSSÃO: normal ou hipersonoridade. 
 AUSCULTA: diminuição do murmúrio vesicular com expiração prolongada, sibilos predominantemente 
expiratórios em ambos os campos pulmonares. 
 
BRONQUITES 
As bronquites, crônica ou aguda, caracterizam síndromes brônquicas por infecção. 
A BRONQUITE AGUDA (traqueobronquite) geralmente é causada por vírus que compromete as vias áreas desde a 
faringe, manifestando-se por sintomas gerais (febre, cefaleia), desconforto retroesternal, rouquidão, tosse seca, 
seguida após alguns dias de expectoração mucosa que se transforma em mucopurulenta, se houver infecção 
bacteriana secundária. 
À inspeção, palpação e percussão, nada de anormal se observa. 
DE FATO, O ACHADO CARACTERÍSTICO DA BRONQUITE AGUDA É UM EXAME FÍSICO PRATICAMENTE NORMAL, MAS COM 
TOSSE MUCOPURULENTA. Todavia, podem-se ouvir, também, roncos e sibilos esparsos inconstantes e estertores grossos 
disseminados (menos frequentes). 
A BRONQUITE CRÔNICA é uma condição caracterizada basicamente por excessiva secreção de muco na árvore 
brônquica. A manifestação clínica principal é tosse com expectoração mucopurulenta que persiste por meses, 
alterando períodos de melhora e piora, dependendo da presença de infecções, poluição atmosférica e uso de tabaco. 
Ao exame físico do tórax, o principal achado são os estertores grossos disseminados em ambos os 
hemitórax. Roncos e sibilos são frequentes. Algumas vezes, a bronquite crônica pode ser confundida com o enfisema. 
BRONQUIECTASIAS 
As bronquiectasias representam síndromes brônquicas por dilatação das vias aéreas. Bronquiectasia significa 
dilatação irreversível dos brônquios em consequência de destruição de componentes da parede destes ductos. 
As bronquiectasias comprometem segmentos ou lobos pulmonares isolados, ou mais raramente, vários lobos em ambos 
os pulmões. A manifestação clínica mais comum é uma tosse produtiva, com expectoração mucopurulenta 
abundante, principalmente pela manhã. Hemoptises são frequentes. 
Os dados obtidos ao exame físico são variáveis, dependendo da localização e da extensão das áreas 
comprometidas. Nas bronquiectasias basais extensas, observam-se redução da expansibilidade e submacicez nestes 
locais. A submacicez pode ser explicada pela maior presença de ar nos alvéolos, que se manifesta por meio de nota 
maciça ou submaciça (aumento do timpanismo ocorre no pneumotórax, por exemplo). 
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À ausculta, encontram-se, na área correspondente às bronquiectasias, estertores grossos. Roncos e sibilos 
podem ser percebidos na mesma área. 
SÍNDROMES PULMONARES 
As síndromes pulmonares são basicamente causadas por consolidação do parênquima pulmonar, atelectasia 
(colabamento) e hiperaeração. 
SÍNDROME DE CONSOLIDAÇÃO 
As principais manifestações clínicas são a dispneia e a tosse, que pode ser seca ou produtiva. Quando há 
expectoração, é comum a presença de sangue misturado com muco ou pus (expectoração hemoptoica). Na 
tuberculose, as hemoptises são mais frequentes. Além da sensação de desconforto retroesternal, quando há 
comprometimento da pleura, surge dor localizada em um dos hemitórax com as características de dor pleurítica (dor em 
punhalada, bem localizada). 
A condensação do parênquima pulmonar caracteriza-se pela deposição de materiais purulentos, exsudativos ou 
celulares nos espaços alveolares. Por esta razão, observaremos alterações no exame físico como macicez à percussão 
(a condensação diminui os espaços aéreos pulmonares, dando a este órgão características de víscera maciça) e frêmito 
toracovocal (FTV) aumentado (devido à maior capacidade de propagação da voz no parênquima consolidado). 
As principais alterações no exame físico são os seguintes: 
 INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída. 
 PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal (FTV) aumentado. 
 PERCUSSÃO: submacicez ou macicez. 
 AUSCULTA: respiração brônquica substituindo o murmúrio vesicular (contudo, os MV podem estar preservados), 
sopro tubário, broncofonia (ausculta-se a voz sem nitidez) ou egofonia (forma especial de broncofonia, com 
qualidade mais anasalada e metálica), pectorilóquia (ausculta da voz com nitidez) e estertores finos. 
 
OBS5: A tuberculose e a pneumonia, por constituírem tipos de síndrome de condensação pulmonar, ambas demonstração 
achados semiológicos bastante similares, tais como som maciço à percussão e aumento do FTV. Contudo, podemos 
diferenciar estas duas condições através da história clínica do doente e por meio de exames complementares de 
imagem. 
 A pneumonia tem duração de alguns dias apenas e, nos exames por imagem, mostram-se como 
opacidades que se manifestam principalmente nas bases pulmonares. 
 A tuberculose apresenta tosse por mais de 2 semanas, hemoptise, emagrecimento e febrícula 
(vespertina). No exame por imagem, podemos observar opacidades pulmonares localizados, 
principalmente, nos ápices. 
 
ATELECTASIA 
A atelectasia tem como elemento principal o desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar 
seja ocupado por células e exsudato, como ocorre na síndrome de consolidação pulmonar. As causas mais comuns são 
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as neoplasias e a presença de corpos estranhos que ocluem a luz de brônquios. Se a oclusão situar-se em um 
brônquio principal, ocorre atelectasia do pulmão inteiro; se estiver em brônquios lobares ou segmentares, a atelectasia 
fica restrita a um lobo ou a um segmento pulmonar. Quanto maior a área comprometida, mais intensas serão as 
manifestações clínicas, representadas por dispneia, sensação de desconforto e tosse seca. 
Ao exame físico, obtêm-se os seguintes dados na área correspondente à atelectasia: 
 INSPEÇÃO: retração do tórax e tiragem; expansibilidade diminuída. 
 PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída; frêmito toracovocal diminuído ou abolido. 
 PERCUSSÃO: submacicez ou macicez. 
 AUSCULTA: respiração broncovesicular; murmúrio vesicular abolido; ressonância vocal diminuída. 
 
HIPERAERAÇÃO (ENFISEMA PULMONAR) (DPOC) 
A hiperaeração que se observa no enfisema pulmonar resulta de alterações anatômicas caracterizadas pelo 
aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhadas de modificações estruturais 
das paredes alveolares. 
O enfisema pulmonar apresenta algumas variedades anatômicas, dependendo da sede e da extensão do 
comprometimento dos ácinos alveolares e dos lóbulos. Geralmente, está associada com o tabagismo. A manifestação 
clínica mais importante do enfisema é a dispneia, que se agrava lentamente. No início ocorre apenas aos grandes 
esforços, mas nas fases avançadas aparece até em repouso. Na fase final, surgem as manifestações de insuficiência 
respiratória. 
Podemos identificar o enfisema pulmonar na radiografia simples do tórax pelo alargamento dos espaços 
intercostais, rebaixamento e retificação das cúpulas diafragmáticas, aumento aparente da região 
supraclavicular, redução do volume hilar, verticalização da silhueta cardíaca. Em perfil, podemos observar um 
aumento do diâmetro anteroposterior, zona hipertransparente (escura) atrás do osso esterno, na frente e acima da 
silhueta cardíaca; atrás do coração, observa-se este mesmo aspecto de hipertransparência. 
Ao exame físico: 
 INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída e tórax em tonel nos casos avançados. 
 PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída, frêmito toracovocal diminuído. 
 PERCUSSÃO: sonoridade normal no início e hipersonoridade, à medida que a enfermidade se agrava. 
 AUSCULTA: murmúrio vesicular diminuído; Fase expiratória prolongada; Ressonância vocal diminuída. 
 
SÍNDROMES PLEURAIS 
As síndromes pleurais compreendem os derrames pleurais e o pneumotórax. 
DERRAMES PLEURAIS 
Nos derrames pleurais, observados nas pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses,síndrome nefrótica 
e na insuficiência cardíaca, pode haver dor (sem as características de dor pleurítica), tosse seca e dispneia cuja 
a intensidade depende do volume do líquido acumulado. 
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Na radiografia simples do tórax, observa-se, nos grandes derrames pleurais, o deslocamento de estruturas 
mediastínicas para o lado oposto, diferentemente do que ocorre nas atelectasias (em que o conteúdo 
mediastínico é desviado para o lado do colabamento pulmonar). Além disso, o derrame pleural é facilmente 
percebido quando a radiografia é feita com o paciente em decúbito lateral, de modo que o líquido (visível por ser 
radiopaco) passa a se acumular na região mais baixa, seguindo a gravidade. 
No exame físico do tórax, observam-se, no lado derrame: 
 INSPEÇÃO: expansibilidade diminuída. 
 PALPAÇÃO: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal abolido na área do derrame e aumentado na área do 
pulmão em contato com o líquido pleural. 
 PERCUSSÃO: macicez. 
 AUSCULTA: murmúrio vesicular abolido da área do derrame. 
 
PNEUMOTÓRAX 
No pneumotórax, o que se acumula no espaço pleural é ar, que penetra através da lesão traumática, ruptura de 
bolha subpleural (blebs) ou como complicações de certas afecções pulmonares (tuberculose, pneumoconiose, neoplasias, 
asma grave) que põem em comunicação um ducto com o espaço pleural. 
No exame por imagem, quando o pneumotórax é extenso (principalmente, nos casos de pneumotórax 
hipertensivo), observamos um desvio das estruturas mediastinais para o lado oposto, diferentemente do que 
ocorre na atelectasia. As principais manifestações clínicas são a dor no hemitórax comprometido, tosse seca e 
dispneia. A intensidade da dispneia depende da quantidade de ar e de outros mecanismos que podem acompanhar o 
pneumotórax. 
Ao exame físico, observam-se no lado comprometido: 
 INSPEÇÃO: normal ou abaulamento dos espaços intercostais quando a quantidade de ar é grande. 
 PALPAÇÃO: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos. 
 PERCUSSÃO: hipersonoridade ou som timpânico (ver OBS6), sendo este o que mais chama a atenção. 
 AUSCULTA: murmúrio vesicular diminuído; ressonância vocal diminuída. 
 
OBS6: Na percussão, os achados descritos como hipersonoridade e timpanismo, embora tenham o mesmo fundamento 
sonoro (aumento ou presença de ar na região percutida), apresentam bases fisiopatológicas e timbres diferentes. 
 A HIPERSONORIDADE representa um tipo de som timpânico mais fechado, como um misto entre o som maciço e 
o som timpânico. Tem-se hipersonoridade quando existe mais ar que o normal dentro do parênquima pulmonar. 
Como a onda sonora evocada pela percussão deve ultrapassar camadas de tecido orgânico (como o próprio 
parênquima pulmonar e as camadas da caixa torácica), observamos um tipo de som maciço mais claro e alto, 
representando a hipersonoridade. 
É semelhante ao soar de um bumbo, instrumento de percussão cujo diafragma (parte onde se percute 
com a baqueta) é composto por um tecido mais rígido, como couro. 
 
 O TIMPANISMO, por sua vez, representa um tipo de som timpânico mais aberto, semelhante à percussão de uma 
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bexiga de borracha cheia de ar. Tem-se timpanismo no exame físico do tórax quando se percute ar represado no 
espaço pleural (pneumotórax). O timpanismo é evidente também na percussão das vísceras ocas do abdome. 
 
RESUMO DOS ACHADOS SEMIOLÓGICOS DAS SÍNDROMES PLEUROPULMONARES 
 
SÍNDROMES BRÔNQUICAS 
SÍNDROME 
BRÔNQUICA 
INSPEÇÃO PALPAÇÃO 
(FRÊMITO TV) 
PERCUSSÃO AUSCULTA PRINCIPAIS 
CAUSAS 
OBSTRUÇÃO Tiragem 
inspiratória 
FTV normal ou 
diminuído 
Hipersonoridade Murmúrio vesicular 
diminuído com expiração 
prolongada; 
Sibilos 
Asma brônquica 
INFECÇÃO Expansibilidade 
normal ou 
diminuída 
FTV normal ou 
diminuído 
Normal ou 
diminuído 
Sibilos e roncos 
Estertores grossos 
disseminados 
Bronquite aguda e 
crônica 
DILATAÇÃO Normal ou 
expansibilidade 
diminuída 
FTV normal ou 
aumentado 
Normal ou 
submacicez 
Estertores grossos bem 
localizados 
Sibilos 
Bronquiectasias 
 
 
SÍNDROMES PLEURAIS 
SÍNDROMES 
PLEURAIS 
INSPEÇÃO PALPAÇÃO 
(FRÊMITO TV) 
PERCUSSÃO AUSCULTA PRINCIPAIS 
CAUSAS 
DERRAME 
PLEURAL 
Expansibilidade 
diminuída 
FTV diminuído ou 
abolido 
Macicez Abolição do 
murmúrio 
vesicular; 
Egofonia 
Presença de 
líquido no espaço 
pleural 
PNEUMOTÓRAX Normal ou 
abaulamento dos 
espaços 
intercostais 
Expansibilidade 
diminuída; 
FTV diminuído 
Hipersonoridade; 
Som timpânico. 
Murmúrio 
vesicular 
diminuído; 
Ressonância 
vocal diminuída 
- Presença de ar 
no espaço 
pleural. 
 
 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
SÍNDROMES PULMONARES 
SÍNDROME 
PULMONAR 
INSPEÇÃO PALPAÇÃO 
(FRÊMITO TV) 
PERCUSSÃO AUSCULTA PRINCIPAIS 
CAUSAS 
CONSOLIDAÇÃO Expansibilidade 
diminuída 
FTV aumentado Macicez ou 
submacicez 
Respiração 
brônquica ou 
broncovesicular; 
Estertores finos; 
Broncofonia; 
Pectorilóquia 
Pneumonia 
Infarto 
Tuberculose 
ATELECTASIA Expansibilidade 
diminuída; 
Retração dos espaços 
intercostais (sinal de 
Lemos Torres); 
Presença de tiragens 
FTV diminuído 
ou abolido 
Macicez ou 
submacicez 
Respiração 
broncovesicular; 
Murmúrio 
vesicular abolido; 
Ressonância vocal 
diminuída. 
- Neoplasia 
brônquica; 
Corpo estranho 
intrabronquico 
HIPERAERAÇÃO Expansibilidade 
diminuída; 
Tórax em tonel 
Expansibilidade 
diminuída 
FTV diminuído 
Normal no início 
Hipersonoridade 
Murmúrio 
vesicular 
diminuído 
Ressonância vocal 
diminuída 
Enfisema 
pulmonar 
 
DOENÇAS RELACIONADAS COM O SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
CIANOSE 
Cianose significa cor azulada da pele, manifestando-se quando a hemoglobina reduzida alcança no sangue 
valores superiores a 5g/100mL. 
A cianose deve ser pronunciada no rosto, especialmente ao redor dos lábios, na ponta do nariz, nos lobos das 
orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés (leito ungueal e polpas digitais). Nos casos de cianose muito 
intensa, todo o tegumento cutâneo adquire tonalidade azulada ou mesmo arroxeada. 
Quanto à localização, pode ser generalizada ou localizada. No primeiro caso, a cianose é vista na pele toda e, no 
segundo, apenas segmentos corporais adquirem a coloração normal. Apenas o segmento cefálico, por exemplo, ou um 
dos membros superiores, ou ainda um dos membros inferiores. 
A cianose localizada ou segmentar significa sempre uma obstrução de uma veia que drena uma região, 
enquanto a cianose generalizada ou universal pode ser devida a diversos mecanismos. 
 
 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CIANOSE QUANTO À INTENSIDADE 
Quanto à intensidade, a cianose é classificada em três graus: leve, moderada e intensa. Não há parâmetros que 
nos permitam estabelecer uma orientação esquemática para caracterizar os vários graus de cianose. Somente a 
experiência dará ao examinador capacidade para dizer com segurança se uma cianose é leve, moderada ou intensa. 
TIPOS DE CIANOSE 
Caracterizada uma cianose generalizada ou universal, vai-se procurar definir o tipo de cianose em questão. Há 
quatro tipos fundamentais: 
CIANOSE TIPO CENTRAL 
Nestes casos, há insaturação arterial excessiva, permanecendo normal o consumo de oxigênio nos capilares. 
Ocorre principalmente nas seguintes situações: 
 Diminuição da tensão do oxigênio no ar inspirado, cujo exemplo clássico é a cianose observada nas 
grandes altitudes. 
 Hipoventilação pulmonar: o ar atmosférico não chega em quantidade suficiente para que a hematose seja 
realizada de maneira fisiológica, seja devido à obstrução das vias aéreas, seja por diminuição da 
expansibilidade toracopulmonar, seja ainda por aumento exagerado da frequência respiratória. 
 Curto-circuito venoso-arterial: como se observa em algumas cardiopatias congênitas (Tetralogia de 
Fallot e outras). 
 
CIANOSE PERIFÉRICA 
Apareceem consequência da perda exagerada de oxigênio ao nível da rede capilar. Isto pode ocorrer por estase 
venosa ou diminuição funcional ou orgânica do calibre dos vasos da microcirculação. 
CIANOSE TIPO MISTA 
Assim chamada quando se associam os mecanismos responsáveis por cianose de tipo central com os do tipo 
periférico. Um exemplo típico é a cianose por insuficiência cardíaca congestiva grave, na qual se encontra 
congestão pulmonar e estase venosa periférica com perda exagerada de oxigênio. 
POR ALTERAÇÃO DA HEMOGLOBINA 
Alterações bioquímicas da hemoglobina podem impedir a fixação do oxigênio pelo pigmento. O nível de 
insaturação se eleva até atingir valores capazes de ocasionar cianose. É o que ocorre nas metaemoglobinemias e 
sulfemoglobinemias provocadas por ação medicamentosa (sulfas, nitritos, antimaláricos) ou por intoxicação 
exógena. 
ENFISEMA PULMONAR 
O termo enfisema significa presença de gás no interior de um órgão ou tecido. A American Thoracic Society 
define o enfisema pulmonar como uma alteração anatômica caracterizada pelo aumento anormal dos espaços distais 
ao alvéolo terminal não respiratório, acompanhada por alterações destrutivas das paredes alveolares. 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
Esta doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada, portanto, por uma considerável perda da 
superfície respiratória alveolar, a partir do momento que constituintes alveolares são destruídos nesta patologia. 
CLASSIFICAÇÃO 
Dependendo da extensão do comprometimento dos lóbulos ou dos ácinos, o 
enfisema divide-se em: 
ENFISEMA PANLOBULAR: caracteriza-se pela destruição uniforme e generalizada 
de todo o lóbulo, acompanhada de fenômenos obstrutivos discretos e aumento 
volumétrico do pulmão. Acomete preferencialmente as bases dos pulmões de 
idosos. 
ENFISEMA PERILOBULAR: caracteriza-se pela destruição de sacos alveolares da 
periferia do lóbulo, logo abaixo da pleura visceral, gerando as chamadas bolhas 
subpleurais (blebs). 
ENFISEMA CENTROLOBULAR: as lesões localizam-se no centro do lóbulo, na 
extremidade proximal dos ácinos, de modo que os sacos alveolares e os alvéolos 
permaneçam íntegros. Isto gera áreas alternadas de enfisemas e parênquima 
sadio. Atinge, preferencialmente, os ápices pulmonares. 
ENFISEMA IRREGULAR: os ácinos são irregularmente acometidos, diferenciando-
se, assim, do enfisema panlobular. 
ACHADOS SEMIOLÓGICOS 
O principal sintoma da enfisema é a dispneia, que pode ser após grandes esforços ou pequenos esforços. Em 
casos mais graves, a dispneia acontece mesmo no repouso. O enfisematoso em geral é magro, não só pelo esforço 
constante que apresenta para conseguir respirar, mas também pela alimentação com parcimônia, uma vez que refeições 
abundantes lhe trazem desconforto. Por meio da inspeção, observa-se a postura e deformação torácica 
característica do paciente enfisematoso: fácies que demonstra sofrimento crônico; ao sentar-se apoia-se com os 
braços sobre o leito para facilitar a ação da musculatura acessória; em decúbito-dorsal, apresenta respiração 
torácica. 
Nos portadores de DPOC de grau discreto ou médio, a ausculta pode ser normal. Nas formas graves da 
DPOC, tanto o murmúrio vesicular como os roncos e sibilos podem estar inaudíveis ou ausentes. Estertores 
finos podem estar presentes durante toda a expiração. Na percussão, é claro a hipersonoridade produzida 
devido ao aumento no volume aéreo intrapulmonar, caracterizando uma síndrome de hiperaeração pulmonar. 
As veias do pescoço distendem-se durante a expiração (diferentemente do que ocorre na ICC, que se distendem 
durante todo o ciclo respiratório) e se acompanham de pulso paradoxal. As bulhas cardíacas são hipofonéticas ou 
inaudíveis, por causa do parênquima pulmonar insuflado que se interpõe entre o esterno e o mediastino. 
O baqueteamento digital está por muitas vezes presentes devido à hipoxemia associada. 
 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
ASPECTOS RADIOLÓGICOS DO ENFISEMA PULMONAR 
 Hipertransparência dos campos pulmonares. 
 Rebaixamento dos hemidiafragmas. 
 Alargamento dos seios costofrênicos. 
 Coração em aspecto comprido entre os dois pulmões. 
 
OBS6: Tendo em conta o aspecto geral dos pacientes com DPOC, chama a atenção um grupo de doentes magros e outros 
gordos. Baseando-se nesta característica, Dornhost e Filley classificaram estes pacientes em dois tipos: o Pink Puffer 
(soprador rosado), que é o magro, e o Blue Bloater (azul pletórico), que é o gordo. 
PINK PUFFER BLUE BLOATER 
Magro, idoso, longilíneo 
Fácies angustiada 
Dispneia intensa 
Pouca expectoração e infecção 
Apresenta aspecto radiológico de enfisema 
 
Biótipo: Longilíneo 
Idade: Idoso 
Emagrecimento: acentuado 
Face: angustiada 
Cianose: ausente 
Tosse: discreta 
Expectoração: escassa 
Percussão: Hipersonoridade 
Ausculta: MV diminuídos 
Gasometria quase normal 
Histopatologia: Panlobular 
Prognóstico: Grave 
Gordo, brevilíneo 
Fácies sonolenta 
Expectoração com infecção 
Sem evidência radiológica de enfisema 
 
Biótipo: Brevilíneo 
Idade: Meia-idade 
Emagrecimento: ausente 
Face: pletórica 
Cianose: presente 
Tosse: acentuada, periódica 
Expectoração: abundante 
Percussão: Normal 
Ausculta: roncos e sibilos 
PA: aumentada. 
Histopatologia: Centrolobular 
Prognóstico: muito grave 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO VÍCTOR CORDEIRO RODRIGUES 2º PERÍODO – 2017/2 
 
 
 
 ASMA 
A asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por obstrução crônica ao fluxo de ar nas vias 
respiratórias (e não na parte mecânica da respiração, diferentemente da miastenia). Sua fisiopatologia está relacionada 
ao edema da mucosa brônquica, a hiperprodução de muco nas vias aéreas e a contração da musculatura lisa das 
vias aéreas, com consequente diminuição de seu diâmetro (broncoespasmo) e edema dos brônquios e bronquíolos. 
Isto resulta em vários sintomas, como: dispneia, tosse e chiera, principalmente à noite. O estreitamento das 
vias aéreas é geralmente reversível, porém, em pacientes com asma crônica, a inflamação pode determinar obstrução 
irreversível ao fluxo aéreo. O diagnóstico é principalmente clínico e o tratamento consta de medidas educativas e drogas 
que melhorem o fluxo aéreo na crise asmática e antiinflamatórios, principalmente a base de corticoides e 
broncodilatadores. 
Os principais fatores precipitantes e agravantes da asma brônquica são: alérgenos inaláveis, condições 
irritantes, condições climáticas, infecções, exercícios físicos, refluxo gastresofágico e uso de drogas. 
ACHADOS SEMIOLÓGICOS 
A crise asmática pode acontecer de maneira abrupta, isoladamente, ou precedida de manifestações de 
comprometimento das vias respiratórias altas, acompanhadas ou não de uma rinite com ou sem coriza. Durante a crise, 
a postura do paciente é característica: posição ortopneica, mão agarradas no leito, fácies exprimindo angústia e 
sofrimento com abas do nariz dilatadas. Os músculos acessórios da respiração estão contraídos, formando tiragens. 
Nas crises, detectam-se também, posição de ortopneia, pulso paradoxal e cianose. No exame físico, podemos constatar: 
 INSPEÇÃO: tórax em tonel (globoso), dispneia, tórax em posição de inspiração profunda e tiragem 
 PALPAÇÃO: FTV normal ou diminuído 
 PERCUSSÃO: normal ou hipersonoridade 
 AUSCULTA: diminuição do murmúrio vesicular com expiração prolongada, sibilos predominantemente 
expiratórios em ambos os campos pulmonares.

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