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ANAMNESE: Envolve a queixa principal, histórico médico e dental (avaliar possibilidade de trauma que levou a inclinação do plano oclusal ou tamanho do côndilo), avaliação do crescimento físico, avaliação do crescimento físico; avaliação social e comportamental. - Avaliação do crescimento físico: com que rapidez a criança vem crescendo; se os tamanhos das roupas aumentaram; sinais de maturação sexual; idade de maturação de acordo com os irmãos; exames complementares para idade óssea. O crescimento rápido durando o pico de crescimento puberal facilita a movimentação dentária, sendo então uma época favorável para tratamento. - Avaliação social e comportamental: existe motivação interna (vontade dos pacientes) e externa (vontade dos pais). AVALIAÇÃO CLÍNICA: Avaliar a saúde bucal, número de dentes, tamanho e forma, sequência e posição de erupção; queixa mastigatória. Procedimentos restauradores e de controle de placa e cálculo devem ser feitos antes do tratamento ortodôntico. - Articulação Temporomandibular: avaliar se existe a abertura máxima normal é de 53 a 58 milímetros; menor que 40 é considerada diminuída. Avaliar também algum ruído ou estalido, desvio na abertura e fechamento. Pacientes com DTM apresentam diminuição na abertura de boca Existem réguas descartáveis com curvatura para mensuração e já tem um lugar próprio para encaixe dos dentes. Atentar-se a mensuração para não colocar a régua reta em diagonal, dando uma medida incorreta, já que ela não vai partir do 0. Existe régua para aferir lateralidade direita e esquerda. Mas isso também pode ser feito com a régua convencional. - Verificação da RC X MIH: é extremamente importante já que alguns pacientes não apresentam essas relações coincidentes, levando a maloclusões. - Linhas médias: passar o fio dental no plano sagital e pedir para o paciente sorrir. Linha média da face coincidente com a linha média dental. - Língua: a posição ideal da língua é de descansando sobre o palato com a ponta na papila incisiva. Isso faz com que haja um equilíbrio de forças na entre as estruturas musculares da porção palatina/lingual com as vestibulares, levando a uma oclusão favorável. Avalia-se também o tamanho e tonicidade da língua. - Freio labial e lingual: o freio lingual pode interferir na fala e na deglutição do paciente. Indica-se que seja feita cirurgia na época da dentição decídua ou místa. Indica-se remoção quando o freio labial apresenta-se espesso e se inserindo mais próximo a papila incisiva. AVALIAÇÃO FUNCIONAL: DEGLUTIÇÃO: A contração da musculatura perioral só acontece em deglutições atípicas. Orienta-se como teste colocar um palito entre os lábios do paciente, os que apresentam deglutição atípica irão forçar o palito. Durante a deglutição pode haver projeção anterior ou lateral da língua, podendo gerar mordida aberta anterior ou lateral. FONAÇÃO: Pronunciar fonemas: - Fricativos: S e Z - Linguoalveolar: T, D, N e L. - Bilabiais: P, B e M. - Labiodentais: F e V. Fazemos isso para saber se a alteração na fala está relacionada com a maloclusão. Pacientes com mordida anterior apresentam ceceio anterior (escape de ar) ao pronunciar os fonemas fricativos e linguoalveolares. Pacientes com mordida profunda ou mordida aberta lateral haverá ceceio lateral nos fonemas fricativos. Pacientes classes II terão dificuldade nos bilabiais (devido overjet) e nos fricativos será necessário desvio da mandíbula para realização. Já pacientes classe III terão dificuldades na fala dos fonemas bilabiais e labiodentais. ATIVIDADE MUSCULAR - Avaliação da postura de repouso de lábios: O lábio deve ser fechado sem esforço em repouso. Pacientes com overjet aumentado, os incisivos superiores ficam entre os lábios. A ausência do selamento altera a cor e consistência dos lábios. O lábio fica muito úmido e invertido, lábio superior muito seco. - Análise do sorriso: Avaliação da exposição dos incisivos, simetria e do corredor bucal. A exposição dos incisivos deve ser em média de 2mm acima ou abaixo da linha cervical. O sorriso pode ocorrer de forma simétrica com contração bilateral de mesma tonicidade muscular ou de forma assimétrica. O corredor bucal pode ser amplo (visível de canino a canino) ou menor (possível ver até a região posterior dos dentes). RESPIRAÇÃO: - Características de um respirador bucal: Cansado; olhos caídos; olheira profunda; sobrancelha arqueada; ausência de selamento labial; ausência de selamento labial; narinas estreitas e inclinadas para cima; narinas dilatadas ao inspirar; lábios abertos e hipotônicos; amigdala volumosa; hipertrofia de adenoide. Além da característica facial, o respirador bucal apresenta alteração postural, com inclinação da cabeça e do ombro para anterior. Os músculos masseter e temporal ficam fracos. - Obstrução da via aérea: Pode ter como causas a hipertrofia de adenoide, amigdala ou dos cornetos, rinite alérgica, entre outros. Para avaliação das obstruções, utilizamos a Classificação de Brodsky (avaliação da obstrução lateral/transversal pela tonsila palatina) e o Índice de Mallampati (avalição da obstrução vertical). Classificação de Brodsky: Acima de 50% de obstrução na classificação de Brodsky (estágio III ou IV) é indicativo para cirurgia. Classificação de Mallampati: O maior risco ocorre nas classes III e IV quando a base da úvula já não é tão visível. A hipertrofia de adenoide: a adenoide fica em região posterior da nasofaringe, sendo avaliada por telerradiografia. Sua hipertrofia diminui a passagem de ar e impede a respiração. Respiração bucal: quando há um impedimento nasal, o paciente ficará respirando bucalmente. Então a língua ficará baixa e os músculos da bochecha forçarão dos dentes sem nenhuma força compensatória intrabucal, levando a uma atresia maxilar e extrusão dos incisivos inferiores. Teste respiratório: pode ser feito a partir da respiração no espelho localizado abaixo no nariz, então faz-se o teste de halo de vapor no espelho para verificar obstruções nas narinas. Pode ser feito com espelho milimetrado ou espelho normal Nasofibroscopia: realizado pelo otorrinolaringologista. É indicada para pacientes em suspeira de hipertrofia de adenoide. HÁBITOS BUCAIS INADEQUADOS: - Sucção digital: Quebra o equilíbrio muscular. O dedo força os incisivos superiores em direção anterior e os inferiores para lingual, tira a língua da posição, aumenta o overjet, leva diminuição do ângulo nasolabial e mentolabial. Gera mordida aberta. - Sucção de chupeta: também pode gerar mordida aberta anterior e a chupeta deve ser retirada para retorno de uma oclusão normal. - Onicofagia: consegue-se avaliar o nível de ansiedade do paciente. EXAME CLÍNICO PROPRIAMENTE DITO: - AVALIAÇÃO EXTRA-ORAL: TIPOS FACIAIS: Mesofacial: proporções entre as dimensões verticais e horizontais (zigomático à zigomático) próximas de um para um. Braquifacial: aumento da distância transversal e diminuição vertical da face. Dolicofacial: diminuição da distância transversal e aumento vertical da face. SIMETRIA: Existia uma simetria e proporções estéticas ideais para a face. Primeiro dividindo a face em 5 partes e o tamanho dos olhos é exatamente a distância entre eles. Ao traçar a linha média facial também conseguimos comparar o lado direito e esquerdo e tentar perceber algum desvio. Em sentido horizontal a face é dividida em três partes: do cabelo à sobrancelha, da sobrancelha até a base do nariz e do nariz ao queixo. Essas três porções devem possuir a mesma distância entre si. O terço inferior é divido ainda em três partes sendo o terço superior correspondente ao lábio superior eos dois terços inferiores, ao lábio inferior e mento. AVALIAÇÃO DE PERFIL – PADRÃO FACIAL: Podem se apresentar reto, convexo (mento para posterior, padrão classe II) e côncavo (mento para anterior, padrão classe III). ÂNGULO NASOLABIAL: Pode ser aumentado, de 90° ou diminuído. ÂNGULO MENTOLABIAL: Pacientes com classe II apresentam ângulo diminuído, enquanto que os de classe III apresentam ângulo aumentado. TIPOS DE ARCO: Podem ser parabólico, quadrado ou triangular. O tipo facial facial está intimamente ligado ao tipo de arco. AVALIAÇÃO DA OCLUSÃO: Pode ser feito em todos os planos. No sentido anteroposterior a classificação é a de Angle (Classe I, II e III e suas divisões) e podemos também avaliar a quantidade de overjet (normal, aumentado ou negativo). No sentido vertical, os dentes superiores devem cobrir 1/3 a 2/3 dos inferiores, então avaliamos o overbite (normal, mordida profunda, mordida aberta). No sentido transversal, avaliar o cruzamento das mordidas, sendo que maxila deve estar por vestibular da mandíbula em todos os locais, porém podem existir mordidas de topo e mordidas cruzadas posteriores uni e bilaterais. Avaliar também se há um desvio funcional de RC para MIH, pois uma mordida cruzada em MIH, pode ser uma mordida de topo em RC. EXAMES COMPLEMENTARES: FOTOGRAFIAS: Registro inicial para diagnóstico e avaliação completa; durante e após o tratamento para acompanhar a evolução do paciente. Existem fotografias extra-orais (de frente relaxado, de frente sorrindo e perfil relaxado) e intra-orais (oclusal superior e inferior, frontal e laterais direita e esquerda). RADIOGRAFIA PANORÂMICA: Importante para avaliar a sequência de erupção, a presença ou ausência de germes dentários, a presença de supranumerários, lesões e os estágios de desenvolvimento de Nolla (exemplo: se extrair o decíduo antes de um terço da raiz do permanente formada, ao invés de ajudar a erupção vai estar atrapalhando). RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS E INTERPROXIMAIS: Avaliação mais específica de um local ou investigação de cárie. Radiografia oclusal: Muito utilizada quando faz a disjunção maxilar para avaliar a formação óssea na sutura palatina. AVALIAÇÃO DA RADIOGRAFIA DE MÃO E PUNHO: Com a avaliação da diáfise e epífise dos ossos longos (falanges) é possível avaliar o estágio de desenvolvimento e maturação do paciente, a fim de saber em qual momento de pico de crescimento puberal o indivíduo está para saber como intervir. Inicialmente a epífise é menor do que diáfise em largura, depois ficam do mesmo tamanho (=), depois a fase de capeamento em que a epífise começa a cobrir a diáfise (cap), seguido início da união da epífise com a diáfise (ui), depois a união total das duas partes, mas ainda com uma linha de distinção (ut) e por fim o osso formado. A ordem em que ocorre essa maturação das falanges é: primeiro ocorre na falange distal (FD), depois ocorre na falange proximal (FP), seguido da maturação da falange média (FM) e por fim ocorre no osso rádio (R). Essa é a ordem em que ocorre cada fase descrita anteriormente; logo a frente vamos perceber que essas maturações se sobrepõem, porém essa ordem das falanges se mantém. Qualquer dedo pode ser analisado. Existem outros indicadores do crescimento importante, que é a maturação do crescimento dos ossos: Ganchoso (primeira parte: G1 e segunda parte: G2), Psiforme (Psi) e Sesamoide (S). O gráfico a seguir mostra as fases de maturação das falanges e desses mascadores ósseos aplicados no tempo do surto de crescimento puberal. Cada fase está descrita abaixo do gráfico. - FD(=): falange distal com epífise igual a diáfise, faltam 2 anos pro início do surto de crescimento - FP(=): falange proximal com epífise igual a diáfise, faltam 1 ano pro início do surto de crescimento - FM(=): falange média com epífise igual a diáfise, faltam 4-6 meses p/início do surto de crescimento - G1: a diferenciação inicial do osso ganchoso marca o início do surto de crescimento puberal - Psi: aparece o osso psiforme, característico do inicio da adolescência e do surto - R(=): osso rádio com epífise igual a diáfise - FD(Cap): capeamento da falange distal - S: aparecimento do osso sesamoide, marcando mais ou menos 6 meses após o início do surto - G2: aparecimento nítido do osso ganchoso, aproximadamente 6 meses antes do pico do surto. - FP(Cap) e FM(Cap): capeamento da falange proximal e média caracterizam o pico do crescimento puberal. - R(Cap): capeamento do rádio marca o início do declínio da curva de crescimento puberal, mais ou menos 3 meses após o pico de crescimento - M-FD(ui): união inicial da falange distal aproximadamente 6 meses após o pico - FP(ui): união inicial da falange proximal - FM(ui): união inicial da falange média - FD(ut): união total da falange distal, caracterizando o fim do surto de crescimento puberal, a partir de agora a curva só cai até o fim do crescimento do indivíduo e a partir de agora o tratamento ortopédico tem prognósticos piores. - FP(ut): união total da falange proximal - FM(ut): união total da falange média - R(ut): união total do osso rádio, de 2 a 4 anos após o pico do crescimento puberal, marcando o término do crescimento do indivíduo, não conseguindo fazer mais nada em ortopedia. RADIOGRAFIA CEFALOMÉTRICA LATERAL: Outra forma de analisar o crescimento e a idade óssea é através da telerradiografia (exame de rotina na ortodontia) e análise da maturação da segunda, terceira e quarta vértebras cervicais. Avalia o formato e a base de cada uma. - Estágio I: a base da segunda vértebra está côncava e da terceira e quarta está reta e isso marca 1 ano para o pico de crescimento. - Estágio II: a base da terceira vértebra se torna côncava e marca o pico de crescimento - Estágio III: a base das três vértebras está côncava e a quarta vértebra tem formato retangular na horizontal, marcando o fim do pico de crescimento - Estágio IV: a quarta vértebra se mostra em formato quadrado, todas mantendo a concavidade da base, marcando 1 ano após o fim do pico. - Estágio V: a quarta vértebra se mostra em formato retangular na vertical, marcando 2 anos após o fim do pico. A telerradiografia é também muito importante para avaliar ao longo do tratamento o crescimento maxilar e mandibular e a relação desses dois ossos. Isso é feito através do traçado cefalométrico, onde vários pontos cefalométricos são marcados, linhas são traçadas e ângulos são formados. Com isso avalia-se essa relação, se está alterada ou dentro da normalidade. Outra avaliação na telerradiografia é da via aérea. A distância da adenoide até o palato mole, idealmente deve ser no mínimo 5mm (linha 1) e quando menor é indicativo de obstrução e devemos encaminhar ao otorrino. A linha 2 diz respeito ao prolongamento posterior da linha da mandíbula e essa linha pode aumentar quando a amígdala está hipertrófica. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO: É importante para trazer uma visão tridimensional, principalmente da via aérea no nosso caso. A avaliação na telerradiografia é bidimensional e pode aparentar estar com espaço suficiente, porém estar obstruído em outra região ou em outro sentido (no sentido anterior). A tomografia também é importante na avaliação de dentes impactados principalmente para planejar tracionamento ortodôntico. RADIOGRAFIA CEFALOMÉTRICA PA: Avalia se existe alguma assimetria óssea. ANÁLISE DE MODELOS DE ESTUDO: É importante porque permite a manipulação da boca do paciente sem impedimentos e limites. É realizada a análise de espaço nesse modelo, mas a professora não entrou em detalhes em como fazer essa avaliação. Porém é feito medindo o Espaço Presente(espaço que existe na boca) e o Espaço Requerido (o espaço que preciso). Feito na dentição decídua e na dentição mista. Na dentição mista pode ser através da Análise de Moyers (tabela) ou pela Análise de Nance (método radiográfico). Será explicado em outra aula. Avaliamos também a Curva de Spee, se está plana, adequada ou invertida. Observação: quando uma menina já teve a menarca, indica que ela já está na parte descendente da curva de crescimento puberal.
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