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HISTÓRIA DO CARNAVAL NO BRASIL E PELAS REGIÕES BRASILERAS Com raízes históricas no período colonial, o Carnaval tornou-se uma lucrativa atividade comercial no século XX. Desenho de Jean Baptiste-Debret (1768-1848) mostrando a brincadeira do entrudo entre os escravos Início da prática do carnaval no Brasil: o entrudo A história do carnaval no Brasil iniciou-se no Período Colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que, na colônia, era praticada pelos escravos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Tais bolinhas nem sempre eram cheirosas. O entrudo era considerado ainda uma prática violenta e ofensiva, em razão dos ataques às pessoas, mas era bastante popular. Isso pode explicar o fato de as famílias mais abastadas não comemorarem com os escravos, ficando em suas casas. Porém, nesse espaço, havia brincadeiras, e as jovens moças das famílias de reputação ficavam nas janelas jogando águas nos transeuntes. Por volta de meados do século XIX, no Rio de Janeiro, a prática do entrudo passou a ser criminalizada, principalmente após uma campanha contra a manifestação popular veiculada pela imprensa. Enquanto o entrudo era reprimido nas ruas, a elite do Império criava os bailes de carnaval em clubes e teatros. No entrudo, não havia músicas, ao contrário dos bailes da capital imperial, onde eram tocadas principalmente as polcas. A elite do Rio de Janeiro criaria ainda as sociedades, cuja primeira foi o Congresso das Sumidades Carnavalescas, que passou a desfilar nas ruas da cidade. Enquanto o entrudo era reprimido, a alta sociedade imperial tentava tomar as ruas. Cordões, ranchos e marchinhas Todavia, as camadas populares não desistiram de suas práticas carnavalescas. No final do século XIX, buscando adaptarem-se às tentativas de disciplinamento policial, foram criados os cordões e ranchos. Os primeiros incluíam a utilização da estética das procissões religiosas com manifestações populares, como a capoeira e os zé-pereiras, tocadores de grandes bumbos. Os ranchos eram cortejos praticados principalmente pelas pessoas de origem rural. https://brasilescola.uol.com.br/historiab/brasil-colonia.htm As marchinhas de carnaval surgiram também no século XIX, e o nome originário mais conhecido é o de Chiquinha Gonzaga, bem como sua música O Abre-alas. O samba somente surgiria por volta da década de 1910, com a música Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida, tornando-se ao longo do tempo o legítimo representante musical do carnaval. Afoxés, frevo e corsos Na Bahia, os primeiros afoxés surgiram na virada do século XIX para o XX com o objetivo de relembrar as tradições culturais africanas. Os primeiros afoxés foram o Embaixada Africana e os Pândegos da África. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife, e o maracatu ganhou as ruas de Olinda. Ao longo do século XX, o carnaval popularizou-se ainda mais no Brasil e conheceu uma diversidade de formas de realização, tanto entre a classe dominante como entre as classes populares. Por volta da década de 1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis da elite carioca desfilando pela avenida Central, atual avenida Rio Branco. Tal prática durou até por volta da década de 1930. Escolas de samba e trio elétrico Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Entre as classes populares, surgiram as escolas de samba na década de 1920. As primeiras escolas teriam sido a Deixa Falar, que daria origem à escola Estácio de Sá, e a Vai como Pode, futura Portela. As escolas de samba eram o desenvolvimento dos cordões e ranchos. A primeira disputa entre as escolas ocorreu em 1929. As marchinhas conviveram em notoriedade com o samba a partir da década de 1930. Uma das mais famosas marchinhas foi Os cabelos da mulata, de Lamartine Babo e os Irmãos Valença. Essa década ficou conhecida como a era das marchinhas. Os desfiles das escolas de samba desenvolveram-se e foram obrigados a se enquadrar nas diretrizes do autoritarismo da Era Vargas. Os alvarás de funcionamento das escolas apareceram nessa década. Em 1950, na cidade de Salvador, o trio elétrico surgiu após Dodô e Osmar utilizarem um antigo caminhão para colocar em sua caçamba instrumentos musicais por eles tocados e amplificados por alto-falante, desfilando pelas ruas da cidade. Eles fizeram um enorme sucesso. Todavia, o nome “trio elétrico” somente foi utilizado um ano depois, quando Temistócles Aragão foi convidado pelos dois. O trio elétrico conheceria transformação em 1979, quando Morais Moreira adicionou o batuque dos afoxés à composição. Novo sucesso foi dado aos trios elétricos, que passaram a ser adotados em várias partes do Brasil. https://brasilescola.uol.com.br/historiab/era-vargas.htm Cena do carnaval em Olinda, Pernambuco * O Sambódromo carioca e os desfiles As escolas de samba e o carnaval carioca passaram a se tornar uma importante atividade comercial a partir da década de 1960. Empresários do jogo do bicho e de outras atividades empresariais legais começaram a investir na tradição cultural. A Prefeitura do Rio de Janeiro passou a colocar arquibancadas na avenida Rio Branco e a cobrar ingresso para ver o desfile. Em São Paulo, também houve o desenvolvimento do desfile de escolas de samba a partir desse período. Em 1984, foi criada no Rio de Janeiro a Passarela do Samba, ou Sambódromo, sob o mandato do ex-governador Leonel Brizola. Com um desenho arquitetônico realizado por Oscar Niemeyer, a edificação passou a ser um dos principais símbolos do carnaval brasileiro. O carnaval, além de ser uma tradição cultural brasileira, passou a ser um lucrativo negócio do ramo turístico e do entretenimento. Milhões de turistas dirigem-se ao país na época de realização dessa festa, e bilhões de reais são movimentados na produção e consumo dessa mercadoria cultural. *Crédito da imagem: Adam Gregor e Shutterstock.com Por Me. Tales Pinto Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja: PINTO, Tales dos Santos. "História do Carnaval no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/carnaval/historia-do-carnaval-no- brasil.htm>. Acesso em 26 de fevereiro de 2019. Com uma cultura tão plural, não é de se estranhar que o carnaval do Brasil também conte com festas tradicionais típicas de cada região REGIÃO NORDESTE Na Bahia, a principal atração são os trio-elétricos que são enormes veículos revestidos com potentes equipamentos de som. A passagem dos trio-elétricos costuma ser acompanhada pelos foliões, mesmo aqueles que não possuem o abadá e costumam ficar no meio do povo. O carnaval na Bahia começa no dia 7 de fevereiro e termina no dia 12 de fevereiro. Mesmo que fora do calendário oficial, a quarta-feira de cinzas permite que os foliões ainda possam festejar por algumas horas com o Arrastão dos trio-elétricos. http://www.shutterstock.com/gallery-321556p1.html?cr=00&pl=edit-00 http://www.shutterstock.com/ Ainda na região do Nordeste, não podemos deixar de citar o carnaval de Olinda em Pernambuco onde o Frevo e o Maracatu reinam durante a comemoração. São diversos blocos e diversas atrações durante os cincos dias de festa, isso sem falar do pré-carnaval. Porém o que torna o carnaval de Olinda único é o tradicional Encontro de Bonecos Gigantes, que reúne membros de diversos blocos. REGIÃO NORTE Em Manaus no Amazonas, acontece a Festa do Boi (Boi-Bumbá) que acontecem junto com as comemorações do aniversário da cidade e tem a duração consecutiva de três alegres dias. A festa leva em torno de 200 mil pessoas ao Sambódromo, localizado no Centro de Convenções. O público dança ao som das tradicionais músicas e vestindo os tururis (abadás), os foliões acompanham os trio-elétricos, conduzidos por escolas de samba típicas das músicas de influência indígena, que sedançam em uma coreografia impressionante. Atrações tradicionais como o desfile de escolas de samba e bandas tocando frevo, samba e marchinhas dividem espaço com o Carnaboi – uma mistura entre Carnaval e Festival de Parintins. O Carnaboi reúne escolas de samba do grupo especial, artistas de bumbás Caprichoso e Garantido e os Bumbás de Manaus em apresentações por toda a cidade. REGIÃO CENTRO-OESTE Um dos carnavais mais tradicionais de Goiás, acontece na própria cidade de Goiás. Onde a programação inclui, marchinhas que animam os diferentes foliões na Praça do Correto e no Largo do Rosário, os desfiles das escolas de samba na Beira Rio e os diferentes shows de diversas bandas de vários gêneros musicais que ocorre na Praça de Eventos da cidade. As festas costumam atrair turistas de diversos lugares do Brasil e do mundo, onde além de aproveitar o carnaval é possível aproveitar a estadia na cidade para fazer passeios pelas vielas e fotografar os prédios históricos. A cidade de Corumbá apresenta Bailes populares, blocos de rua, cordões e desfiles de escola de samba são ingredientes do que é considerado o melhor Carnaval do Centro-Oeste. REGIÃO SUDESTE Nas cidades da região sudeste, a forma de comemorar o carnaval é bem semelhante. Os famosos blocos de rua que costumam começar em janeiro e são a maneira mais tradicional de aproveitar a folia. Blocos e bandas de carnaval se apresentam com seus hinos e marchinhas características nas capitais e no interior. A vantagem dos blocos de rua é que garantem a diversão sem precisar comprar ingressos nem vender abadá, basta alegria e bom humor para curtir os diferentes blocos que atendem os mais diversos públicos. Além dos blocos quem não gosta muito de multidões pode optar por ir assistir aos desfiles de das escolas de samba. Que acontecem nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, nos sambódromos do Anhembi e Marquês de Sapucaí, onde além dos desfiles, ocorrem as premiações das melhores escolas e muito, mas muito samba! A cidade histórica de Ouro Preto tem o Carnaval mais famoso de Minas Gerais e não é sem razão. Grande parte das mais de 300 repúblicas da cidade organizam suas próprias festas, que começam dentro das casas e se estendem indefinidamente para as ruas. Também são realizados shows ao vivo em dois palcos na cidade e o tradicional desfile das escolas de samba. Os blocos mais prestigiados são a Bandalheira, onde os participantes se vestem de roupas sociais, um penico na cabeça e tocam instrumentos sem nenhum ensaio (e muitas vezes sem saber tocar); e o Zé Pereira dos Lacaios, que desfila com bonecos gigantes e é o bloco mais antigo do país, ativo desde 1867. REGIAO SUL O carnaval de Florianópolis mistura vários elementos, com desfiles de escolas de samba, concurso de marchinhas, shows no centro da cidade, blocos de rua, bailes nos clubes e até mesmo festas de música eletrônica em algumas praias ao redor da cidade o que não é tão tradicional assim mas acaba trazendo um diferencial para a cidade. Os blocos passam por todos os bairros da cidade, sendo o mais famoso o Bloco dos Sujos. No complexo do entretenimento Music Park, a festa rola ao som de DJs brasileiros e europeus, que se revezam durante as quatros noites para animar o feriado com muita música eletrônica. Enquanto no centro da cidade, a folia acontece na Passarela Nego Quirido, com o desfile das escolas de samba.
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