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DOENÇAS CÍSTICAS RENAIS - ROBBINS

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RIM- ROBBINS 
Doenças Císticas do Rim 
 
DOENÇA RENAL POLICÍSTICA AUTOSSÔMICA DOMINANTE (VIDA ADULTA)- 
DRPAD 
Distúrbio hereditário; múltiplos cistos expansivos de ambos os rins→ destruição do 
parênquima renal → falência renal. 
Tem padrão autossômico dominante, com alta penetrância. A manifestação da 
doença requer mutações em ambos os alelos dos genes PKD. É universalmente 
bilateral. 
Os cistos inicialmente envolvem somente porções dos néfrons, assim a função 
renal é retida até uns 40-50 anos. A DRPAD é geneticamente heterogênea. A 
doença é causada por mutações nos genes localizados nos cromossomos 16p13.3 
(PKD1) e 4q21 (PKD2). As mutações em PKD1 são responsáveis por cerca de 85% 
dos casos e estão associadas a uma doença mais grave, uma doença renal em 
estágio terminal ou com a morte: idade média de 53 anos para PKD1 e 69 anos para 
PKD2. 
Genética e Patogenia 
- O gene PKD1 codifica uma grande (460-kD) proteína integral de membrana 
chamada de policistina-1 → tem uma grande região extracelular, múltiplos 
domínios transmembrana e uma cauda citoplasmática curta. Ela foi localizada nas 
células epiteliais tubulares, particularmente naquelas dos néfrons distais. Parece 
que contém domínios que geralmente estão envolvidos nas interações célula-
célula e célula-matriz. 
- O produto do gene PKD2, a policistina-2, é uma proteína integral de membrana. 
Ela foi localizada em todos os segmentos dos túbulos renais e também é expressa 
em muitos tecidos extrarrenais. A policistina-2 atua como um canal catiônico 
permeável a Ca+2 e um defeito básico na DRPAD é a interrupção da regulação 
dos níveis intracelulares de cálcio. 
- Cada célula epitelial do rim contém um único cílio primário imóvel. Acredita-se 
que os cílios apicais funcionem como mecanossensores nos túbulos renais para 
monitorar as alterações no fluxo de fluido e no estresse de fluxo, enquanto que 
os complexos juncionais intercelulares monitorariam as forças entre as células e as 
adesões focais sentiriam a adesão às matrizes extracelulares. 
Em resposta aos sinais externos, estes sensores regulariam o fluxo de íons e o 
comportamento celular, incluindo a polaridade e a proliferação celular. 
A policistina-1 e a policistina-2 podem formar um complexo proteico que atua na 
regulação do Ca+2 intracelular em resposta ao fluxo de fluido, talvez porque o 
movimento do fluido através dos túbulos renais causa uma curvatura dos cílios 
que abre os canais de Ca+2. Mutações em qualquer um dos genes PKD levaria à 
perda do complexo da policistina ou à formação de um complexo aberrante. A 
consequente ruptura da atividade normal da policistina leva então a alterações no 
nível intracelular de Ca+2 e, devido aos efeitos dos mensageiros secundários do 
Ca+2, as mudanças na proliferação celular, nos níveis basais de apoptose, na 
interação com a MEC e a função secretória do epitélio que juntos resultam no 
aspecto característico da DRPAD. O aumento no número de células causado pela 
proliferação anormal + volume em expansão do fluido intraluminal causado pela 
secreção anormal das células epiteliais que revestem os cistos → aumento 
progressivo dos cistos. Além disso, os fluidos císticos abrigam mediadores, 
derivados das células epiteliais, que acentuam a secreção de fluido e induzem a 
inflamação. 
 
Aspectos clínicos 
Muitos pacientes permanecem assintomáticos até que a insuficiência renal 
anuncie a presença da doença. Em outros, a hemorragia ou a dilatação progressiva 
dos cistos pode produzir dor. A excreção de coágulos sanguíneos causa cólica renal. 
Os rins aumentados, geralmente aparentes na palpação abdominal, podem induzir 
uma sensação de peso. A doença ocasionalmente começa com o início insidioso da 
hematúria, evoluindo para proteinúria, poliúria e hipertensão. 
Cerca de 40% dos indivíduos com doença renal policística têm um ou mais cistos 
no fígado (doença hepática policística) que geralmente são assintomáticos. 
Também pode acontecer prolapso da mitral. 
 
DOENÇA RENAL POLICÍSTICA AUTOSSÔMICA RECESSIVA (INFÂNCIA)- DRPAR 
Tem subcategorias: perinatal, neonatal, infantil e juvenil. As duas primeiras são as 
mais comuns. Se forem muito graves, já se apresentam ao nascimento e são 
incompatíveis com a vida. 
Majoritariamente, é causada por mutações do gene PKHD1, localizado no 
cromossomo 6p21-p23 → codifica a fibrocistina → é uma proteína integral de 
membrana com uma grande porção extracelular, um único componente 
transmembrana e uma cauda citoplasmática curta. A fibrocistina também foi 
localizada no cílio primário das células tubulares. Parece que sua função seja de 
que ela pode ser um receptor de superfície celular com um papel na diferenciação 
dos ductos coletores e biliares. 
Os rins ficam com aparência esponjosa. 
Quando sobrevivem à infância podem desenvolver fibrose hepática congênita. 
DOENÇAS CÍSTICAS DA MEDULA RENAL 
Rim Esponjoso Medular 
Consiste em lesões de múltiplas dilatações císticas dos ductos coletores na camada 
medular. A condição ocorre em adultos e é geralmente descoberta 
radiograficamente, como um achado acidental ou em relação a complicações 
secundárias, como calcificações nos ductos dilatados, hematúria, infecção e 
cálculos urinários. A função renal é geralmente normal. Os cistos são revestidos por 
epitélio cuboide ou ocasionalmente por epitélio de transição. A menos que haja 
uma pielonefrite sobreposta, a cicatrização cortical está ausente. A patogenia é 
desconhecida 
Nefroneftise e Doença Cística Medular com Início da Vida Adulta 
Grupo de distúrbios renais progressivos. Há presença de um número variável de 
cistos na medular, geralmente, concentrados na junção corticomedular. A injúria 
inicial provavelmente envolve os túbulos distais com o rompimento da membrana 
basal tubular, seguido por uma atrofia crônica ou tubular progressiva, que envolve 
a medular, o córtex, e fibrose intersticial. O dano túbulo-intersticial cortical é a 
causa da eventual insuficiência renal. 
Três variantes do complexo da doença nefronoftise são conhecidos: (1) esporádica, 
não familiar; (2) nefronoftise familiar juvenil (mais comum); e (3) displasia renal-
retinal (15%) na qual a doença renal é acompanhada por lesões oculares. 
As crianças afetadas apresentam primeiro polúria e polidipsia, que refletem um 
defeito significativo na capacidade de concentração dos túbulos renais. A perda de 
sódio e a acidose tubular também são proeminentes. Algumas variantes da 
nefronoftise juvenil podem ter associações extrarrenais, incluindo anormalidades 
motoras oculares, distrofia retinal, fibrose hepática e anormalidades cerebelares. 
O curso esperado é a progressão para a falência renal terminal durante o período 
de 5 a 10 anos. 
Patogenia. Três genes, NPH1, NPH2 e NPH3, estão mutados nas formas juvenis de 
nefronoftise. Os produtos proteicos do NPH1 e NPH3-NPH6 foram identificados 
(coletivamente chamados de nefrocistinas), mas suas funções ainda não são 
conhecidas. Estas proteínas estão presentes nos cílios primários, nos corpos basais 
aderidos a estes cílios ou na organela centrossomo. O produto gênico NPH2 foi 
identificado com a inversina. Dois genes (MCKD1 e MCKD2), com transmissão 
autossômica dominante, foram identificados como causadores da doença cística 
medular que é caracterizada pela progressão para doença renal em estágio 
terminal na vida adulta. 
Morfologia. Os rins são pequenos, têm a superfície granular e contraída e mostra 
cistos na medula, mais proeminentemente na junção corticomedular. 
 
DOENÇAS CÍSTICA ADQUIRIDA (ASSOCIADA À DIÁLISE) 
Os rins de pacientes com doença renal em estágio terminal que sofreram diálises 
prolongadas, às vezes, mostram numerosos cistos corticais e medulares. Os cistos 
frequentemente contêm cristais de oxalato de cálcio. Provavelmente se formam 
como resultado da obstrução dos túbulos pela fibrose intersticial ou por cristais de 
oxalato de cálcio. A maioria é assintomática, mas algumasvezes, os cistos sangram, 
causando hematúria. 
CISTOS SIMPLES 
Estes ocorrem como espaços císticos múltiplos ou únicos, geralmente corticais. São 
translúcidos, revestidos por uma membrana cinza, brilhosa e lisa, e preenchidos 
com um fluido claro. A principal importância dos cistos está na sua diferenciação 
a partir de tumores renais quando são descobertos acidentalmente ou por causa 
da hemorragia e da dor → Estudos radiológicos mostram que contrariamente aos 
tumores renais, os cistos renais têm contornos lisos, quase sempre avasculares e 
dão mais sinais fluidos do que sólidos na ultrassonografia.

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