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16/12/2020 Versão para impressão 1/13 Transações imobiliárias Introdução à administração imobiliária: conceito e finalidade Administração de imóveis A administração de imóveis, de modo geral, pode ser executada por corretor de imóveis autônomo ou através de empresas imobiliárias, ambos devidamente credenciados junto ao CRECI da região de atuação. A Lei 6.530, de 12 de maio de 1978, dispõe que: Compete ao Corretor de Imóveis exercer a intermediação na compra, venda, permuta e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização imobiliária. No mercado imobiliário temos duas formas de administração de imóveis: administração da locação de imóveis urbanos e rurais e a administração de condomínios edilícios. Administração da locação de imóveis A locação de imóveis apresenta determinações legais específicas, que demandam conhecimento técnico a respeito do tema. Diante disso, cada vez mais proprietários confiam seu patrimônio a administradores de imóveis. 16/12/2020 Versão para impressão 2/13 16/12/2020 Versão para impressão 3/13 Imagine, você, como corretor de imóveis, em uma situação em que deverá locar um imóvel para um cliente (observando todas precauções para comprovar que ele é o proprietário). Ele confiou a você um bem para a locação, então é necessário que você tenha alguns cuidados com esse imóvel. 16/12/2020 Versão para impressão 4/13 Primeiramente, uma vistoria prévia para ver se o imóvel está em condições de moradia, se não tem vícios ocultos, como vazamentos ou telhas quebradas, que inviabilizem a moradia e consequentemente a transação, inclusive é indicado fotografar toda a parte interna do imóvel, para registro da situação dele. Depois, a verificação da documentação de quem irá locar é necessária para confirmação se a pessoa é idônea, ou seja, se não tem restrição de crédito. Após uma vistoria, em conjunto, para que sejam apontados e constatados possíveis problemas, e as dúvidas sejam respondidas, é feito o contrato de locação, com todas as anotações feitas durante a vistoria, com a definição dos prazos (tempo de locação) e com os valores do aluguel e possíveis acertos em contrato. Quando algum problema for detectado no imóvel, como uma janela quebrada, o reparo pode ser acertado a partir do desconto no valor do aluguel para que o locatário fique satisfeito. No final do prazo de um contrato de locação, o locatário entrega o imóvel, exatamente nas condições em que alugou do proprietário, por intermédio do corretor, com todas as anotações feitas. 16/12/2020 Versão para impressão 5/13 A locação de imóveis urbanos, com algumas exceções, é regida pela lei do inquilinato – Lei 8.245/91 - uma legislação moderna, na qual o legislador deixa para as partes a livre decisão de escolha sobre a melhor forma de pactuar. No entanto, em algumas situações, as partes estarão sujeitas à intervenção estatal que determinará: o modo e a condição de desfazimento da relação, os limites de reajustes e os prazos de renovação, fazendo-se necessário o conhecimento apurado do profissional corretor de imóveis para orientar com relação às melhores decisões a serem adotadas pelas partes contratantes. A relação locatícia, articulada diretamente entre locador e locatário, corre o risco de maior exposição daquele às exigências deste, porque a proximidade pode gerar certo grau de intimidade, o que não é interessante, misturando, muitas vezes, questões econômicas com pessoais. Uma relação de proximidade entre as duas partes, sem o intermédio do corretor de imóveis pode ser muito complicada. No início, quem vai locar (no caso, o locatário) pode fazer exigências ao locador de forma a pressioná-lo para que ele ceda em algumas questões. Geralmente, os problemas que acontecem são referentes aos valores e reajustes do aluguel. Os valores são acertados no início, mas quando o tempo passa, as partes podem não concordar sobre o reajuste, gerando estresse e outros problemas ao proprietário. Por isso, a preferência por um corretor de imóveis, para garantir tranquilidade aos processos. A contratação da administração deverá ser feita por meio de contrato próprio, estabelecendo os princípios norteadores da relação entre o proprietário do bem e o profissional corretor. 16/12/2020 Versão para impressão 6/13 No caso de imóveis não residenciais, será necessário verificar, além das condições físicas do bem, a situação junto ao agente municipal, para emissão de alvará ao locatário, bem como Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI). Ressaltamos que não é obrigação do administrador conhecer detalhes técnicos, pois isto compete aos profissionais da engenharia, mas tendo conhecimento sobre alguma questão técnica, deve imediatamente comunicar ao locador. A prestação de contas dos recebimentos e pagamentos deverá ser feita, mensalmente, pelo administrador ao proprietário do imóvel ou sempre que ele assim solicitar. O administrador de imóveis tem por obrigação conhecer o imóvel administrado e sua situação jurídica, analisando a documentação pertinente, bem como o estado de conservação, realizando vistoria prévia e apontando as benfeitorias necessárias para adequá-lo às condições de habitabilidade. Segundo o que dispõe o Código de Defesa do Consumidor (CDC), o administrador responderá por perdas e danos, que causar em sua administração, sempre que ficar comprovada sua culpa, ou seja, deverão estar presentes um dos três 16/12/2020 Versão para impressão 7/13 O administrador de imóveis deverá gerir as contas da locação de forma transparente, repassando, adequadamente e em tempo hábil, os valores devidos ao locador; acompanhados de prestação de contas, assim como deve apontar, sempre que aparente, os reparos a serem realizados para a boa locação. O profissional faz jus ao recebimento de honorários, pelos serviços prestados de administração e de intermediação, conforme estabelece a Lei nº 8.245, de 18 de outubro, de 1991. Art. 22. O locador é obrigado a: [...]VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de intermediações, nestas compreendidas as despesas necessárias à aferição da idoneidade do pretendente ou de seu fiador;[...] Os valores dos honorários está definido pela tabela de honorários de acordo com cada Estado, estabelecida pelos Sindicatos de Corretores de Imóveis e devidamente homologadas pelos CRECI’s de cada região. Administração de condomínios elementos: imprudência, imperícia ou negligência na prestação do serviço. 16/12/2020 Versão para impressão 8/13 A terceirização da gestão do condomínio é frequente. Os condôminos raramente se dispõem a interferir nas tarefas burocráticas do condomínio, certamente por desejarem não se incomodar com mais uma atribuição dentro do convívio condominial. O comum é a contratação de uma empresa imobiliária, especializada na administração de condomínios, que se responsabilize por toda a gestão. Tratando-se de uma pessoa jurídica que presta serviço de administração imobiliária, ela assume a responsabilidade de administrar o condomínio. Muitas vezes, é indicada pelo síndico e aprovada em assembleia pelos condôminos. Há possibilidade ainda que essa empresa seja síndica do condomínio. Neste caso o prazo para a duração do contrato não poderá ser superior a dois anos, devendo ser renovado a cada novo período de mandato. De uma maneira geral, a empresa de administração de condomínios se divide basicamente em dois processos: Serviço de atendimento ao cliente É o processo que recebe as demandas e devolve as soluções para o condomínio o ondôminos. Atua pelo contato com o síndico e até mesmo com os moradores. O serviç e atendimento ao cliente pode ser realizado no próprio condomínio ou no escritório d mpresa administradora. Produção dos serviços É o processo responsável pelo apoio administrativo, realizado pelo gerente d mpreendimento ou até pelos prestadores de serviços terceirizados. Compreende o erviços de emissão de boletos de cobrança, elaboração derelatórios, assessor nanceira, representação do condomínio perante instituições, entre outras demandas. 16/12/2020 Versão para impressão 9/13 A administradora, que é a empresa imobiliária, por meio de um contrato firmado e aprovado com o condomínio, que pode ser residencial, comercial ou industrial, prestará os serviços administrativos, contábeis, auditoria, jurídicos, gestão de conflitos, entre outros. Também ficará responsável pela constituição do condomínio, com a organização das assembleias, registro das atas, elaboração de previsão orçamentária, cobrança de valores mensais dos condôminos, prestará assessoria para a manutenção, como reformas e serviços em geral, realização de relatórios de inadimplentes, controle de vencimentos de apólices de seguros e suas renovações, entre outras demandas. A empresa administradora é obrigada a acatar as deliberações e a prestar contas aos condôminos, geralmente, e de preferência, mensalmente, apresentando, se solicitado, o demonstrativo de receitas e despesas de cada unidade do condomínio, sendo responsável também pela representação do condomínio, perante órgãos da administração pública e outras instituições. O condomínio, ao contratar uma empresa especializada para a realização dos serviços, desfruta de alguns benefícios, entre eles: serviços mais adequados às necessidades dos moradores, empregados mais qualificados, menor nível de inadimplência, baixo risco de penalizações legais como ações trabalhistas, equipamentos com maior capacidade de utilização e menor gasto com manutenção. 16/12/2020 Versão para impressão 10/13 À empresa de administração contratada caberá a responsabilidade pela seleção e contratação de pessoal, funcionários para o condomínio, devendo elaborar as folhas de pagamento, atualizar as carteiras de trabalho e fazer o recolhimento de contribuições para o FGTS, PIS, INSS e para os sindicatos. O pagamento de todas as despesas do condomínio também poderá ser efetuado pela empresa administradora. Outra função da empresa é a de elaborar os editais de convocação para as assembleias gerais ordinárias e extraordinárias, devendo ser aprovados pelo síndico, caso este não seja a própria administradora. A figura do síndico pode continuar a existir em paralelo, será dele a responsabilidade por fazer uma aproximação entre o condomínio e a administradora. Ainda sobre a temática da administração imobiliária, podemos nos deparar com a figura do fiador, que é aquela pessoa que responde por outro, que se obriga a realizar um pagamento ou cumprimento de uma obrigação de outra pessoa. O fiador de aluguel, por exemplo, é aquela pessoa que cede garantias ao contrato de aluguel. O fiador, que é a pessoa que se responsabiliza pelo locatário, assina o contrato e se diz apoiador do negócio. Caso o inquilino não pague, a dívida deverá ser quitada pelo 16/12/2020 Versão para impressão 11/13 fiador. Por isso essa figura é tão solicitada nos contratos, pois é a garantia dos valores da locação, inclusive o imóvel do fiador responde se for necessário; essa situação acontece quando o locatário deixe de pagar os alugueis, o condomínio e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O artigo 39 da lei do Inquilinato (Lei 8.245/91) nos diz que: (...) qualquer das garantias da locação se estende até a efetiva devolução do imóvel, salvo disposição contratual em contrário. Mas o que isso quer dizer? Significa que o fiador é responsável pela segurança financeira da locação até o final desta, ou seja, até a entrega das chaves. Isso quer dizer que o fiador não pode deixar de responder pela sua obrigação de fiador. 16/12/2020 Versão para impressão 12/13 Pelo Código Civil, o Art. 835 diz que “o fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor." Segundo o Código, basta ao fiador notificar o credor sua intenção em exonerar- se da fiança e esperar pelo prazo de 60 dias. Ainda há muita discussão jurisprudencial acerca do tema, visto que existe o entendimento de que a Lei do Inquilinato prevalece sobre o Código Civil, quando este, no Art. 2036, determina que a locação de prédios urbanos é regida pela Lei do Inquilinato. Por outro lado, outra doutrina assegura que a fiança é regida pelo Código Civil, e não pela Lei do Inquilinato, isso porque a lei especial se refere ao Código Civil, quando tratada no capítulo da fiança. O corretor de imóveis deve conhecer todas essas circunstâncias, devendo sempre pesquisar qual é o entendimento do Poder Judiciário (Tribunal de Justiça) da sua área de atuação. Como a legislação não é clara ao determinar certos aspectos, vários podem ser os entendimentos nos tribunais de cada região do país. A administração imobiliária é mais um nicho de mercado e uma boa possibilidade de remuneração ao profissional da área de transações imobiliárias. Ao constituir uma empresa administradora de condomínios, pode agregar valor a uma marca que será o 16/12/2020 Versão para impressão 13/13 nome da empresa, pois isso aumenta a segurança para quem contrata o serviço. O corretor ao desempenhar um bom trabalho será reconhecido no mercado e pode suprir a falta de empresas inovadoras nesta área, além de aumentar a sua atuação, o que deixará sua marca ainda mais forte.