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Anemias regenerativas

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Anemia� regenerativa�
Introduçã�
São anemias que possuem sinais
responsivos da medula óssea, que libera
células imaturas na corrente sanguínea,
como os reticulócitos, e aumenta a
produção de eritrócitos.
Ela é secundária a hemorragias,
hemólises e na recuperação da
disfunção da medula óssea.
Diagn�stic�
Aumento do volume corpuscular médio
(VCM), caracterizando macrocitose.
Diminuição da concentração de
hemoglobina corpuscular média (CHCM),
caracterizando hipocromia.
No geral, são anemias macrociticas e
hipocrômicas.
Presença de anisocitose e policromasia,
corpúsculo de Howell-Jolly.
A morfologia das células sanguíneas
auxilia a determinar qual a causa da
anemia
Contagem de reticulócitos: >60.000/μℓ
Obs: os equinos não liberam reticulócitos na
circulação.
Classificaçã�
Hemorragia�
Interna: extravasamento do sangue para
cavidades, neoplasias.
Reabsorção de proteínas pelos vasos
linfáticos e ferro pelo sistema fagocitico
monocitário, para ser reutilizado.
Externa: extravasamento do sangue
para ambiente externo, integridade da
pele comprometida.
Perda de sangue total, incluindo proteínas e
ferro.
Anemia por perda aguda de sangue
Inicialmente o hematócrito ou volume
globular (VG) mantém normal, devido a
perda conjunta de sangue e plasma, após
algum tempo, a redução das proteínas
plasmáticas totais (PPT), caracterizando
hipoproteinemia, causado pelo efeito de
diluição do deslocamento de líquido
intersticial para o sangue.
É possível a presença de leucograma de
estresse agudo.
Após 72h surgem os sinais de regeneração,
presença de reticulócitos, após uma semana
a contagem de reticulócitos chega ao
máximo e normaliza o valor do PPT.
Causas: parasitismo, traumas, cirurgias,
distúrbios de coagulação, trombocitopenia
(inferior a 25000/μℓ) e tumores
hemorrágicos.
Obs: em casos de hemorragias internas é necessário
fazer avaliação do líquido cavitário.
Em geral são anemias com reticulocitose,
hipoproteinemia, a morfologia eritrocitária
tende a ser normal, com exceção de
hemorragias induzidas por
hemangiossarcomas, é comum encontrar
esquizócitos e acantócitos (vide material
morfologia eritrocitária).
Figura 1 – Acantócitos (setas) e esquizócitos
(ponta de seta)
Fonte: THRALL, 2015.
1
Anemia por perda crônica de sangue
Resulta em deficiência de ferro, devido ao
consumo rápido das reservas de ferro no
organismo.
Obs: anemia ferropriva pode se tornar arregenerativa
quando está relacionada a doenças inflamatórias, que
atrapalham a homeostase do ferro.
Adultos: relacionada com hemorragias
crônicas.
Jovens: relacionada com menor ingestão de
ferro pelo colostro/lactação.
Obs: leitões têm tendência a ter deficiência de ferro,
devido à sua placenta.
Causas: parasitismo, sangramento
gastrointestinal, como úlceras gástricas,
doação de sangue recorrente, neoplasias.
Obs: pacientes com shunt-porto sistêmico podem ter
microcistose e deficiência de ferro, devido alterações da
homeostase do ferro e hemorragias gastrointestinal.
Geralmente apresentam sinais de anemia
ferropriva, como diminuição do VCM,
resultando microcitose, reduzindo o tamanho
dos eritrócitos consegue manter os níveis de
hemoglobina necessários, o CHCM pode
estar diminuído ou normal.
A trombocitose está presente em 50% dos
pacientes com deficiência de ferro.
Baixos níveis séricos de ferro e transferrina.
A morfologia dos eritrócitos pode estar
alterada, principalmente nos estágios finais
da afecção, às hemácias têm aumento da
palidez central, com exceção dos gatos. É
comum encontrar ceratócitos e
esquistócitos, ficando mais sensíveis a
lesões oxidativas.
Figura 2 – Eritrócitos policromatófilos (setas
grandes), plaquetas (setas maiores) e
eritrócitos hipocrômicos (ponta de seta).
Fonte: THRALL, 2015.
Hemólise�
Intravascular: lise verdadeira dos
eritrócitos nos vasos sanguíneos.
Extravascular: fagocitose de eritrócitos
velhos ou defeituosos pelos
macrófagos no baço.
A hemólise exacerbada gera uma
sobrecarga no metabolismo da
bilirrubina, esse pigmento é
depositado nos tecidos,
vísceras,mucosas, também é
excretada na urina.
Vida material “Hematopoes� �
Metabolism� d� bilirrubin�”
Anemia hemolítica imunomediada
(AHIM)
Ocorre lise dos eritrócitos pela ação
de anticorpos (Ac), (próprios ou não),
contra as hemácias ou precipitação de
imunocomplexos sobre elas.
Caracterizada por ter alto grau de
regeneração e policromasia, porém,
pode se tornar arregenerativa quando
os Ac acometem os precursores de
eritróides, células imaturas e destroem
os eritrócitos policromatófilos.
O início do quadro pode ser agudo ou
gradativo.
Classificação:
Primária ou Idiopática
2
Secundária: consequência de outras
afecções como isoeritrólise neonatal,
doenças imunomediadas, vacinas
vírus vivo modificado, medicamentos
como penicilina, cefalosporina.
Obs: A AHIM é o tipo mais comum em cães,
especialmente na raça poodle, collie e cocker
spaniel.
Fisiopatogenia: a hemólise pode ser
intravascular ou através da
eritrofagocitose (extravascular).
A eritrofagocitose ocorre por ação dos
macrófagos, que possuem receptores
para Ac e complemento C3b.
A remoção dos eritrócitos ocorre em
vários órgãos, principalmente no baço
e fígado.
A eritrofagocitose parcial resulta na
formação de esferócitos (vide material
Morfologi� Eritrocitári�). Também
podem ser vistos eritrócitos
fantasmas, devido a fixação de
complemento que causa dano à
membrana da hemácia.
Figura 3 – Esferócitos ( ponta de setas) e
eritrócitos fantasmas ( seta)
Fonte: THRALL, 2015.
Às imunoglobulinas (Ig) relacionados a
AHIM:
IgM: provavelmente causa aglutinação
de eritrócitos.
IgG: geralmente não induz a
aglutinação nem hemólise, mas sim a
eritrofagocitose e hemácias
fantasmas.
Achados clínicos e laboratoriais:
● Sinais clínicos semelhantes a
anemia (vide material Avaliaçã�
Laboratoria� da� anemia�)
● Redução do VCM e CHCM
● Esferócitos e eritrócitos fantasmas
● Aglutinação de eritrócitos
● Hemoglobinemia, hemoglobinuria,
bilirrubinemia e bilirrubinuria
● Neutrofilia
● Trombocitopenia, devido à
coagulação intravascular
disseminada (CID) ou destruição
imunomediada (Síndrome de
Evans)
● Aumento de ALT e FA (antes da
administração de corticoide)
● Teste de Coombs positivo.
○ Usado para identificar
presença de Ac.
○ Técnica: é adicionado soro de
Coombs (antiglobulina
espécie-específica) a uma
suspensão de eritrócitos
lavados em solução salina.
○ Não é recomendado a
realização do exame se
houver aglutinação prévia.
○ Obs: O uso deste teste é restrito em
animais domésticos devido a alta
frequência de resultados falsos
positivos e negativos.
Isoeritrólise Neonatal (IN)
Anemia hemolítica imunomediada
causada pela ação dos Ac maternos
sobre o antígeno (Ag) do grupo
sanguíneo do filhote.
Ocorre em filhotes em amamentação
que tenha o tipo sanguíneo A ou AB,
quanto sua mãe é do tipo B, quando
sensibilizadas a esses Ag em
3
gestações anteriores passam
aloanticorpos anti-A via colostro.
É comum ocorrer em equinos.
Obs: as gatas podem produzir Ac contra os
eritrócitos dos filhotes sem ter havido exposição
prévia.
Achados clínicos e laboratoriais:
● Após 24 a 48h do nascimento os
neonatos manifestam sinais de
letargia, fraqueza, palidez,
anemia, dispnéia, icterícia.
● Hemoglobinúria e hemoglobinemia
● Hepatoesplenomegalia
● Trombocitopenia e CID.
● Pode ser feito teste de Coombs ou
teste hemolítico, com objetivo de
identificar o AC materno nos
eritrócitos do neonato.
Hemoparasita�
Os parasitas que acometem os eritrócitos
podem causar hemólise intra ou extracelular,
como também, anemia hemolítica
imunomediada.
Vide material Morfologi� Eritrocitári�.
Mycoplasma haemofelis
Identificados na cauda do esfregaço, são
bastonetes ou anéis azuis escuros na
superfície dos eritrócitos.
Causa grave AHIM.
Achados clínicos e laboratoriais:
● Febre, anemia, alergia, icterícia
● Anemia regenerativa, no entanto, se
estiver relacionada com Felv, pode
causar anemia arregenerativa.
Anaplasma spp.
Anaplasma marginale e A. centrale
causa hemólise imunomediada.
Babesia spp.
Causam hemólise intra e extravascular,
trombocitopeniae CID.
B. canis e B. gibsoni: acometem cães.
B. bovis e B, bigemina: acometem
bovinos.
B. equi e B. caballi: acometem equinos.
Theileria parva
Protozoários que causam anemia
hemolítica em bovinos.
Possuem formato de vírgula ou “anel de
sinete”.
Cytauxzoon felis
Protozoários que causam hemólise
extravascular e trombose por oclusão
vascular devido macrófagos distendidos
pela fagocitose.
Achados clínicos e laboratoriais:
● Febre, anorexia, alergia, icterícia
● A anemia geralmente não é
regenerativa.
● Leucopenia e trombocitopenia.
Lesã� �xidativ�
Anemia por corpúsculo de Heinz
Os corpúsculos de Heinz são
causados por lesão oxidativa, devido a
presença de oxigênio os produtos
oxidantes desnaturam a hemoglobina.
Vide material Morfologi� Eritrocitári�.
Causas:
● Ingestão de cebola, cebolinha e
alho: esses alimentos contém
sulfetos alifáticos, que reduzem a
atividade protetora do sistema
antioxidante.
● Repolho, couve-galega e colza:
contém S-metil-L-cisteína, que é
metabolizada em agentes
oxidantes pelas bactérias do
rúmen.
● Paracetamol: os gatos não
conseguem metabolizar o
composto acetaminofeno, os
metabólitos se acumulam no
4
sangue e diminuem a proteção do
sistema antioxidante.
● Compostos químicos e minerais
como zinco, cobre, naftaleno,
chumbo e fenóis, azul de metileno,
deficiência de selênio.
● Doenças como hipertireoidismo,
linfoma e cetoacidose diabética.
Achados clínicos e laboratoriais:
● Pequenas estruturas pálidas
excêntricas nos eritrócitos e podem se
projetar pela margem, quando corado
com Curing
● Quando corando com os
corantes supravitais (azul de metileno
ou cresil brilhante) aparecem como
estruturas pálidas.
Figura 4 – Corpúsculo de Heinz ( seta) e
reticulócito (ponta de seta)
Fonte: THRALL, 2015.
Figura 5 – Anemia por corpúsculo de Heinz
por intoxicação de paracetamol
Fonte: THRALL, 2015.
Figura 6 – Anemia por corpúsculo de Heinz
por intoxicação de cobre
Fonte: THRALL, 2015.
Distúrbi�� hemolític�� herdad�� �
metabólic��
Anomalias de membrana ou na produção de
enzimas que resultam em distúrbios
metabólicos e que podem gerar anemia
hemolítica.
Esferocitose hereditária
Esferocitose devido a deficiência
hereditária da banda 3, característica
autossômica dominante.
Acompanhada de hemólise e
esplenomegalia.
Deficiência de piruvato quinase (PK)
Achados clínicos e laboratoriais:
● Intolerância a exercícios e
hepatoesplenomegalia
● Pode haver osteosclerose
● Anemia altamente regenerativa
● Aumento do VCM
Obs: Os cães acometidos morrem de insuficiência
hepática ou mielofibrose com três a cinco anos de
idade, enquanto que, gatos podem chegar a
idades mais avançadas, desde que não tenha
mielofibrose.
Deficiência de fosfofrutoquinase (PFK)
Característica hereditária recessiva
autossômica.
A deficiência de PFK também resulta
em menor produção de lactato e
5
acúmulo de fosfato de açúcar e de
glicogênio nos músculos.
Além disso, a redução da enzima
2,3-difosfoglicerato, composto que
atua diminuindo a afinidade do
oxigênio aos eritrócitos,
disponibilizando mais oxigênio para os
tecidos, na deficiência de PFK resulta
em hipóxia.
Achados clínicos e laboratoriais:
● Excitação e discreta câimbra
● Anemia hemolítica induzida por
exercício.
Obs: Os cães acometidos podem ter expectativa
de vida normal se forem evitadas crises
hemolíticas.
Deficiência de glicose-6-fosfato
desidrogenase (G6PD)
A via pentose-fosfato origina fosfato
de nicotinamida adenina dinucleotídeo
(NADPG), substância que atua
protegendo contra danos metabólicos
e mecânicos causados por lesões
oxidativas.
A G6PD é a enzima taxa limitante
desta via.
Estomatocitose Hereditária
Eritrócitos super hidratados, devido ao
aumento da permeabilidade da
membrana dos eritrócitos, havendo
grandes concentrações de sódio e
potássio intracelular.
Achados clínicos e laboratoriais:
● Reticulocitose
Esferocitose hereditária
Esferocitose devido a deficiência
hereditária da banda 3, característica
autossômica dominante.
Acompanhada de hemólise e
esplenomegalia.
Porfirias
Causada por deficiência de enzimas
que compõem a produção de
hemoglobina, resultando acúmulo de
precursores de porfirina e inadequada
produção de hemoglobina.
As porfirinas são pigmentos
marrom-avermelhado, quando
expostos à luz-ultravioleta se tornam
vermelhos, podem pigmentar vários
tecidos, como ossos e dentes.
Essa afecção já foi relatada em
humanos, suínos e gatos.
Achados clínicos e laboratoriais:
● Fotossensibilidade devido a
fotodermatite das áreas com
pouca pigmentação
● “dentes róseos”
Obs: Acredita-se que essa doença tenha inspirado
a criação de criaturas mitológicas como vampiros
e o conde Drácula.
Font�:
Anotações das aulas de patologia
clínica.
STOCKHAM, S.L., SCOTT, M.A.
Fundamentos de Patologia Clínica
Veterinária. Ed. Guanabara Koogan,
2.ed., 2011. 744p.
THRALL. A. M., Hematologia e
Bioquímica Clínica Veterinária. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
6

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