Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
“MINI” INTEGRAÇÃO DO METABOLISMO ENERGÉTICO Valores calóricos fisiológicos de carboidratos, proteínas e lipídios, respectivamente: 4 kcal/g, 4 kcal/g e 9 kcal/g. PRODUTOS QUE NECESSITAM DE ENERGIA. Com relação ao investimento energético, considerando um metabolismo basal, através do consumo de O2 (gás oxigênio), sendo um metabolismo aeróbio, é percebido que 95% do aporte energético é usado pela função mitocondrial, enquanto os 5% restantes são direcionados a oxidases. Desses 95% de utilização energética pelas mitocôndrias, 90% é convertida na forma de ATP através do Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos e da Cadeia Transportadora de Elétrons, enquanto 5% constituem energia dissipada, devido ao extravasamento de prótons sem formação de ATP (sem passagem pelo complexo V, ATPsintase), o que provoca incompleta redução de oxigênio, levando à formação de EROS (espécies reativas de oxigênio). Os demais processos, escritos na imagem acima, demonstram o percentual de investimento energético necessário para a ocorrência de cada um. Há destaque para a gliconeogênese que, em estado não alimentado, é um processo por meio do qual se produz glicose por via endógena, sendo importante para manutenção dos níveis glicêmicos. Além disso, a conversão de amônia em ureia constitui-se como uma maneira de reduzir a toxicidade a que o organismo poderia se expor, além de facilitar a eliminação deste metabólito nitrogenado. Componentes do GASTO ENERGÉTICO DIÁRIO. TAXA METABÓLICA BASAL (TMB). É a quantidade de energia necessária para a manutenção de processos homeostáticos vitais, na ausência de ingesta alimentar ou atividade física. Para saber este valor de energia, há dados necessários: idade, sexo, altura, peso e IMC. Vale lembrar que o Índice de Massa Corporal é calculado por meio da seguinte expressão (permitindo estimativa de peso saudável): IMC = peso ou massa corporal (kg) Estatura (m)2 Limites de corte para Índice de Massa Corporal (IMC) de maiores de 18 anos. IMC (kg/m2) Estado nutricional < 16,0 Magreza grau III 16,0 – 16,99 Magreza grau II 17,0 – 18,49 Magreza grau I 18,5 – 24,99 Normal (eutrófico) 25,0 – 29,99 Pré-obesidade 30,0 – 34,99 Obesidade I 35,0 – 39,99 Obesidade II 40,0 Obesidade III Vale destacar que o IMC não pode ser considerado um fator isolado para determinar se uma pessoa está acima, dentro, ou abaixo do peso. É o caso de atletas que têm ganho de massa. O IMC deve, portanto, ser analisado em conjunto com outros fatores para determinação de faixa normal ou anormal de peso. PESO TEÓRICO OU DESEJÁVEL. Os números circulados servem como médias, fatores de correção, devido às possibilidades de perda de massa magra ou muscular (principalmente em idosos). Os três primeiros são independentes de insulina, enquanto o quarto é dependente. Quanto aos valores de Km (propriedade cinética dos translocadores), é importante considerar que, quanto maior o valor de Km, menor será a afinidade do translocador pela glicose, de modo que seja mais exigente sua conformação adequada para o transporte do açúcar. É o caso do GLUT-2, que necessita de estados alimentados (hiperglicêmicos, alta taxa de glicose no sangue) para o transporte de glicose. Em todos os tecidos e órgãos evidenciados, a glicose sofre processos de transportes, internalização e metabolismos, sendo essencial às diferentes estruturas. Vale destacar que, das três macromoléculas nutrientes, os carboidratos são as de maior aporte energético (primeira opção), seguidos dos lipídios e proteínas (de função geralmente plástica ou estrutural, são reservas energéticas de situação emergencial). Vale destacar que há outras fontes para abastecimento da glicólise, como outros monossacarídeos hexoses (D-galactose, D-manose e D-frutose), assim como A dissacarídeos (sacarose, composta por glicose e frutose, bem como a lactose, composta por galactose e glicose) e polissacarídeos (amido e glicogênio). PRINCIPAIS VIAS DE UTILIZAÇÃO DA GLICOSE. RESPOSTA METABÓLICA À HIPERGLICEMIA. Em situações hiperglicêmicas, de estado alimentado, com quantidade suficiente (ou até mesmo excedente) de glicose, esta passa a ser utilizada para movimentar diferentes vias, de maneira a reduzir a hiperglicemia. Apesar de o Ciclo do Ácido Cítrico (Ciclo de Krebs ou Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos) constituir-se como uma rota central para o metabolismo, é importante considerar que, partindo dele, há reações anapleróticas (que formam intermediários, servindo de substratos para outras reações e vias fora do ciclo, adquirindo caráter anfibólico). Sendo assim, as reações anapleróticas, destacadas pelas setas em vermelho, são reações de preenchimento. Como observado na figura, os compostos como citrato, alfa-cetoglutarato e oxaloacetato são convertidos em aminoácidos, nucleotídeos, ácidos graxos e glicose endógena (em situações hipoglicêmicas, de perigo). Ou seja, os substratos gerados no ciclo serão consumidos e desviados para outras vias. Dessa forma, os intermediários do ciclo TCA ou Ciclo de Krebs não podem ser esgotados. METABOLISMO ENERGÉTICO MÚSCULO ESQUELÉTICO. Nesta imagem, é possível observar várias fontes para ocorrência do metabolismo energético, bem como as situações que ocorre cada etapa. Vale destacar que a fosfocreatina fornece aporte energético, porém, de curta duração (é esgotado rapidamente, não supre toda a demanda energética do músculo esquelético), de maneira que, em seguida, ocorre metabolismo anaeróbio das reservas do polissacarídeo glicogênio para geração de energia. Com o metabolismo anaeróbio (glicólise anaeróbica, em situações de baixo consumo de O2 e grande necessidade de aporte energético, como em músculos estriados esqueléticos e eritrócitos), a glicose é convertida em lactato (no músculo, o glicogênio é convertido em lactato), que é direcionado ao fígado. Lá, pode tanto ser convertido em piruvato para posterior estímulo do Ciclo do Ácido Cítrico (liberação de energia devido ao estado já alimentado e suprido), quanto ser convertido em glicose (que voltará para neurônios, fibras musculares e eritrócitos), em situações de depressão energética e para manutenção dos níveis glicêmicos. CICLO DE CORI. Portanto, considerando um estado alimentado, no fígado, a glicose é metabolizada a piruvato e, posteriormente, em Acetil-CoA, sendo transformada para síntese de TAG (triacilglicerol, acumulado no tecido adiposo) e ácidos graxos (acumulados no fígado). Isso reafirma que, em situações de estado alimentado, o fígado é lipogênico. Além disso, a glicose é convertida em glicogênio, um polissacarídeo de reserva energética. Vale lembrar que, em situações hiperglicêmicas (muita glicose, devido à baixa afinidade motivada pelo alto Km), a proteína (não é uma enzima) translocadora GLUT-2, internaliza mais glicose, pois não depende de insulina. PATOLOGIAS RELACIONADAS À DEFICIÊNCIA DA GK (GLICOQUINASE OU HEXOQUINASE IV). • Sensor de glicose nas células beta pancreáticas: • (a) HIPOGLICEMIA HIPERINSULINEMICA PERSISTENTE (PHHI), causada por mutações que ativam a enzima. • (b) DIABETES MELLITUS NEONATAL PERMANENTE (PNDM) que ocorre em recém-nascidos carregando mutações inativadoras do gene = ausência da enzima GK. • (c) DIABETES COM INÍCIO NA JUVENTUDE (MODY), que ocorre devido a um alelo defeituoso com uma mutação que inativa a enzima.
Compartilhar