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Os desafios da inclusão escolar nas instituições de ensino

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CAMILLA VIEIRA DE LIMA
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO REGULAR
Cantagalo
2018
CAMILLA VIEIRA DE LIMA
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO REGULAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia do Centro de Ciências Humanas da UNIRIO, como requisito para obtenção do grau de Pedagogo.
Orientador: Karine Serpa Franco
Cantagalo
2018
CAMILLA VIEIRA DE LIMA
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO REGULAR
Avaliado por:
Karine Serpa Franco
Orientador(a)
Marcelo Bustamante Chilingue
Segundo(a) leitor(a)
Data da apresentação 25 / 08 / 2018
Cantagalo
2018
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO REGULAR
CAMILLA VIEIRA DE LIMA
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo compreender o processo de inclusão de crianças com deficiência, nas instituições de ensino regular. A Educação Inclusiva apresenta-se com um novo padrão social que obriga uma nova organização flexível e funcional, que busque o respeito por si e pelo outro no contexto social em que se insere. Ao falar de inclusão, é necessário compreender que não se trata de uma nova tendência, mas sim de um processo primordial à vida em sociedade. Inclusão na perspectiva da Educação Especial é introduzir os alunos com deficiências em uma escola que reconhece e valoriza a diversidade dos mesmos, procurando desenvolver as suas diferentes potencialidades por meio de práticas de ensino flexível e que buscam o que há de melhor em cada um. A inclusão é um desafio, e diante desse quadro o presente trabalho se fundamenta nas leis que norteiam a educação inclusiva, a qual antevê ajustes educacionais nas instituições de ensino regular, para que possamos fazer do incluindo uma pratica realizável, através de referenciais teóricos estudados como Maria Salete Fabio Aranha, a partir de artigos e livros que abordam o respectivo tema. Dessa forma, permitindo ao pesquisador conhecer o que já foi publicado sobre o assunto abordado, aprofundando os conhecimentos sobre os desafios da educação inclusiva, dessa forma, para apropriação de novos conhecimentos que auxiliem a real inclusão do aluno com deficiência nas instituições de Ensino. 
Palavras-chave: Educação Inclusiva. Formação de professores. Inclusão
INTRODUÇÃO
Falar sobre a Educação Inclusiva, é por si só, falar também da exclusão. Essa ligação tornasse necessária para que consigamos atingir o contrário ao que é praticado, correndo o risco de às vezes nos depararmos a uma difícil realidade. Para que ocorra esse acesso à educação inclusiva é necessário eliminar todos os tipos de discriminação, mesmo que tenhamos que passar por etapas muitas das vezes discriminatórias. 
Tomando como base Silva (2006, p.429), a proposta da Educação Inclusiva é discurso que ainda está se desenvolvendo no Brasil, e que vem propor perspectiva de consideração das diferenças no ambiente escolar, em que toda a diversidade esteja inserida, com suas características aceitas. Para que compreendamos essa proposta é necessário que conheçamos a legislação vigente sobre inclusão, os avanços ocorridos nesse campo, quais tipos de políticas estão sendo colocadas em prática pelo Poder Público na concretização desse sistema de ensino.
O foco dessa proposta demanda que o ambiente escolar seja um local único, onde o objetivo seja a classe como um todo, buscando novas práticas para que os alunos com deficiência consigam alcançar suas potencialidades. Assim inserindo-os de maneira efetiva nas escolas ensino regular. 
1. Breve histórico da Educação Inclusiva no Brasil
	A oferta de educação de pessoas com deficiência mudou bastante como passar dos anos. Historicamente a educação no Brasil se caracterizou por não ofertar uma escola para todos, sendo ela uma um privilégio para poucos durante muito tempo. A escolarização se limitava apenas para um grupo seleto e homogêneo de pessoas. Aos que não pertenciam a esse grupo acabavam por ser excluídos da sociedade. Com a democratização do ensino, surge a contradição da exclusão e inclusão, iniciando assim o acesso de pessoas com deficiência nas escolas, mas em um processo de integrar e não de incluir. 
No Brasil, os primeiros registros de Educação Especial ocorreram no Império, com a fundação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos em 1854, criado por Dom Pedro II, que passou a se chamar Instituto Benjamin Constant - IBC em 1891. Também foi criado por Dom Pedro II, o Collégio Nacional para Surdos-Mudos (INES) em 1856. Após um longo período de abandono, esse cenário começou a mudar a partir de 1960, quando se inicia uma articulação de uma política de Educação Especial, período em que passam a surgir instituições de natureza filantrópicas como a Pestalozzi do Brasil e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) que ofereciam atendimento aos casos de deficiência mental.
Na década de 1980, a Educação Especial começa a ganhar o caráter de inclusão. Com a chegada da Constituição Federal de 1988, a educação passa a ser direito de “todos” conforme determina o artigo 205: 
A educação, direito de todos e dever do estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988, p 56). 
O artigo 206 da Constituição Federal garante a igualdade a igualdade de condições de acesso e permanência para todos no ensino regular. Nessa concepção, o inciso terceiro do artigo 208 é destacado por BRASIL (2007) ao definir como obrigação do Estado em garantir o “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL,1988, p. 56).
No contexto de uma educação na perspectiva inclusiva, onde não há preconceitos e diferenças, diferenças essas que precisam ser respeitadas, é importante ressaltar a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994), ocorrida na cidade de Salamanca na Espanha, que nasceu do movimento de pessoas de vários países, na luta pelos direitos das pessoas com deficiência, passaram a influenciar a formulações das políticas públicas de inclusão na educação. Um ponto importante da Declaração de Salamanca diz a respeito do fato de que além de tratar sobre as crianças com deficiência ou com alguma dificuldade de aprendizagem, as mesmas passaram a ser vistas como um grupo mais amplo de crianças no mundo, às quais estava sendo negado o direito a educação. 
Em 1996 a LDBN 9394 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) é publicada. Seu texto aponta que a Educação Especial deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para alunos com deficiência, altas habilidades ou superdotação e transtornos globais do desenvolvimento. A partir dessa concepção, viu-se a necessidade de novas medidas para estruturar a Educação Inclusiva no Brasil, novos critérios pedagógicos, de arquitetura, formação do docente, uma verdadeira reconstrução da cultura da sociedade. Assim, não basta inserir o aluno com deficiência no ensino regular, é preciso que tenha uma diversidade nos sistemas de ensino e novas alternativas desse atendimento, para que se atinja o que é proposto na LDB.
2. Educação igual para todos
A Educação Inclusiva busca projetar para o aluno que necessita de atenção especial, que ele consiga relacionar-se com o professor de acordo com suas capacidades, assim desenvolver suas potencialidades e se firmar como cidadão. Desse ponto de vista, a ideia de inclusão se fundamenta em reconhecer e aceitar a diversidade na vida em sociedade. Isso consiste em garantir o acesso de todos, independente das particularidades de cada aluno.
Ao nascer, o indivíduo já adquiri direitos como cidadão, esses direitos são garantidos pela Constituição Federal e devem ser respeitados, pois a sociedade necessita aprender a conviver com as diferenças e se adequar a elas, nesse sentido é necessárioressaltar que:
O principal valor que permeia, portanto, a ideia de inclusão é o configurado no princípio da igualdade pilar fundamental de uma sociedade democrática e justa; a diversidade requer a peculiaridade de tratamentos, para que não se transforme em desigualdade social. (ARANHA, 2000 p.2)
Desse ponto de vista, conseguimos compreender que para fazer valer o princípio de igualdade para todos, é preciso uma ação conjunta entre o poder público e sociedade a fim de cumprir normas já estabelecidas a toda sociedade, envolvendo a escola e educadores, pois a ideia de inclusão social já foi disseminada por todo o país, mas as barreiras ainda são inúmeras. Não basta apenas existir as leis, resoluções e decretos, obrigatoriedade de matrículas e rampas de acesso, tem que haver recursos nessas instituições para atender essa clientela de alunos. A prática pedagógica terá que se reformular para a participação desse aluno com deficiência; os educadores necessitam de um melhor preparo; é necessário dar condições a esses educadores para se criar alternativas pedagógicas muito para proporcionar um ensino de forma igualitária, com respeito a diversidade.
As práticas pedagógicas em uma escola inclusiva precisam refletir uma abordagem mais diversificada, flexível e colaborativa do que em uma escola tradicional. A inclusão pressupõe que a escola se ajuste a todas as crianças que desejam matricular-se em sua localidade, em vez de esperar que uma determinada criança com necessidades especiais se ajuste à escola. (PACHECO, p.15, 2007) 
É importante destacar, o Decreto nº 6949 de 25 de agosto de 2009 que institui a Convenção Internacional sobre os direitos das Pessoas com Deficiência, e seu Protocolo Facultativo, assinado em Nova York, em 30 de março de 2007, retificado pelo Brasil, onde se discutiu os direitos básicos da pessoa com deficiência. A convenção se baseia no princípio da igualdade, onde todas as pessoas são iguais perante as leis e desse modo merecem igual proteção. Assim, os países assinantes deverão coibir qualquer tipo de discriminação baseada na deficiência, seja ela mental, física, motora, auditiva ou visual e assegurar as pessoas deficientes efetiva proteção contra esse tipo de discriminação.
Com a Emenda constitucional em nosso ordenamento jurídico, a Convenção de Nova York mostra um conceito amplo da pessoa com deficiência, definindo que são aquelas que tem impedimento de longo prazo podendo ser de natureza física, intelectual, sensorial, as quais, em convívio com diversas barreiras, podem impedir sua participação efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
3. Lei Brasileira de Inclusão
Tendo como base a Convenção sobre os direitos das Pessoas com Deficiência e seu protocolo facultativo, foi promulgada posteriormente a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) n° 13.146 de julho de 2015, que entrou em vigor no ano de 2016. Essa lei veio alicerçar direitos que já haviam sido propostos na Convenção de Nova York e também produziu algumas inovações incluindo várias áreas, no campo da educação, a lista de garantias é extenso, sendo dever do poder público assegurar, desenvolver, implementar e avaliar todos eles, de modo a proporcionar uma educação de qualidade a pessoa com deficiência.
Essa lei foi colocada em prática para dar respaldo ao direito de 45,6 milhões de pessoas com deficiência de acordo com o CENSO[footnoteRef:1] 2010, em nosso país. Perto de 24% da população, entre aos que nasceram com deficiência e vítimas de acidente e doenças. No entanto, nota-se que a legislação e a realidade das instituições de ensino em nosso país, a inclusão dessas pessoas no ensino regular ainda não se concretizou como se esperava, pois necessita de mais recursos, melhor formação dos professores e projetos pedagógicos voltados para esse público. Não basta apenas receber o aluno com necessidades educacionais especiais, mas sim valorizar as diferenças de modo que consolide a identidade de cada um e coletiva. [1: Disponível em: <https://censo2010.ibge.gov.br/resultados/resumo.html> Acesso: em 23 de agosto de 2018. 
] 
Para que a inclusão se desenvolva, não adianta apenas garantir a lei, mas é necessário que ocorra mudanças e aperfeiçoamento do ensino, levando em consideração que essas mudanças serão gradativas e contínuas a fim de garantir uma educação de qualidade. A inclusão é vista como um conjunto de recurso que as instituições de ensino devem coordenar com a finalidade de acolher a diversidade de alunos. Mesmo que nos últimos anos a Educação Inclusiva tenha sofrido grandes transformações, muitas instituições de ensino ainda necessitam de condições para que possibilitem a inclusão. Dentro dessa perspectiva da inclusão, podemos levantar um questionamento: A inclusão de alunos com deficiência deve ocorrer porque a lei determina, ou porque cremos que esse aluno tem possibilidade de aprender? 
Vivemos em um país como uma grande desigualdade social, ainda existem lugares em que ainda persiste a falta de recursos na educação e saúde, mas acreditamos que o verdadeiro significado da palavra inclusão, ainda não foi entendido corretamente no Brasil devido a falta de informações claras e precisas as famílias, pessoas com deficiência e a sociedade como um todo, pois não basta apenas as pessoas ligadas diretamente ligadas as crianças com deficiência compreender os direitos que ela tem de receber educação de qualidade em uma escola regular como as demais crianças. É preciso que toda sociedade adquira essa consciência sobre a inclusão, a fim de promover um convívio harmônico entre todos.
4. O Papel da Escola e do Professor na Educação Inclusiva
Incluir pessoas com necessidades educacionais especiais nas instituições de ensino regular implica em uma grande reformulação no sistema educacional. A inclusão tem sido tema de muitos educadores que trabalham com crianças e jovens com alguma deficiência ou necessidades educativas especiais. Ao indicar a inclusão como o caminho único para a formação de uma nação democrática, a escola tem o desafio que não está em enfrentar os alunos com deficiência, mas sim em entender os vários modos de ser dos estudantes. A Educação Inclusiva vê cada aluno como um ser único, cada um com sua especificidade. No entanto, muitas vezes as instituições de ensino não refletem os diferentes modos de aprender quando organizam seus processos. A Educação Inclusiva deveria ser o que na verdade a educação precisa ser: para todos. Ela tem que fazer sentidos, abrir possibilidades, proporcionar a participação e estar relacionada com a realidade.
Possibilitar essa diversidade de forma harmoniosa e produtiva nas escolas, sempre foi um grande desafio, uma vez que, sempre buscou desenvolver um trabalho baseado na homogeneização, baseado na alegação de que as turmas homogêneas facilitam o trabalho do professor e descomplicam a aprendizagem. Dessa maneira, a escola se caracterizou pela visão da educação que delimita a escolarização como privilégio de determinados grupos, legitimando um processo de exclusão através de suas políticas e práticas educacionais.
A escola, sendo o primeiro espaço e fundamental da manifestação da diversidade, passa a necessidade de repensar e defender a escolarização na perspectiva da inclusão, possibilitando e reconhecendo e o direito de todos que não são alcançados por ela. Assim, o movimento de inclusão traz como objetivo, propiciar a educação para todos, direito do aluno com deficiência. No entanto, o processo inclusivo ainda é bem diferente do que diz a legislação e requer ainda muitas discussões referentes ao tema. Em uma comparação entre a legislação e a realidade educacional, a inclusão desses no ensino regular não se afirmou da forma desejada, a educação atual ainda não oferece nem garante satisfatórias condições para ser considerada efetivamente inclusiva. Faz-se ainda necessária maior, projetos educacionais mais elaborados, profissionais capacitados e uma sucessão de possibilidades de recursoseducacionais.
Uma educação de qualidade para todos provoca, dentre outros fatores, uma reformulação da escola no que consiste não somente na aceitação, mas também na valorização das diferenças. Esta valorização se efetua pelo resgate dos valores culturais, sociais, bem como o respeito ao ato de aprender e de construir. Por isso, a Educação Inclusiva, diferente da Educação Tradicional, estabelece um novo modelo onde a escola é que se precisa se adaptar às necessidades e especificidades dos alunos, buscando além de sua permanência, o seu máximo desenvolvimento. Ou seja, na Educação Inclusiva, existe uma escola que deve se preparar para enfrentar o desafio de oferecer uma educação com qualidade para todos os seus alunos. As reformas educacionais ocorridas no país nos últimos anos, a LDBN, o tema das necessidades educativas especiais esteve presente, como responsabilidade do poder público e da matrícula preferencial na rede regular de ensino, com os apoios especializados necessários. 
Para que a inclusão aconteça, é necessário grandes mudanças no sistema de ensino. Essas mudanças, além de serem progressivas devem ser programadas e contínuas para assegurar uma educação de qualidade. Porém, o processo de inclusão já está posto, com diversas propostas e iniciativas. Não se trata de anular o que está funcionando, mas sim de buscar mais possibilidades e formas de articulações que possibilitem esse novo modo de enxergar e pensar as instituições de ensino. Além disso, a Educação Inclusiva beneficia não só o aluno com deficiência, mas, também os demais alunos que passam a adquirir atitudes de compreensão e respeito pelas diferenças, além de juntos receberem uma metodologia de ensino diferenciada e disposição de maiores recursos.
É um desafio, fazer com que a inclusão aconteça, sem perdermos a ideia de que além das oportunidades, devemos garantir não só o desenvolvimento da aprendizagem, bem como, o desenvolvimento integral do aluno com alguma deficiência. Estamos cientes de que esse desafio enfrentado pelos professores é grande e que parte deles continua não preparada para buscar novas estratégias de ensino diferenciado, porém, o aluno com necessidades especiais está na escola, então cabe a cada um, enfrentar esse desafio de forma a colaborar para que no espaço escolar, aconteçam avanços e transformações, ainda que poucas, que possam propiciar o início de uma inclusão possível dentro da escola.
O papel do professor nesse processo de inclusão é essencial, visto que, ele é o responsável por mediar o desenvolvimento da aprendizagem. É preciso recuperar a segurança dos professores para enfrentar e desenvolver o processo de ensino-aprendizagem com todos os alunos, sem exclusões. Para que isso aconteça, é necessário possibilitar aos professores a participação em cursos que discutam estratégias e métodos educacionais buscando à participação ativa de todos os alunos. Esses cursos devem responder as necessidades de preparo que os docentes têm para desenvolver práticas efetivamente inclusivas.
Para tanto, mais que prever há que prover recursos de toda a ordem, permitindo que os direitos humanos sejam respeitados, de fato. Inúmeras são as providências políticas, administrativas e financeiras a serem tomadas, para que as escolas, sem discriminações de qualquer natureza, acolham a todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. (CARVALHO, 2004, p. 77)
Assim, para que a inclusão de alunos com deficiência e necessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino se concretize, não basta a publicação de leis que definem a criação de cursos de capacitação de professores, nem a obrigatoriedade de matrícula nas escolas da rede pública. Estas são, sem dúvida, medidas fundamentais, no entanto não suficientes. Estar incluído significa estar disponível para respeitar e ser respeitado, gerenciar seus pré-conceitos e compreender os outros, mudando e ajudando a mudar mentalidades, e não se excluindo, tendo direito ás suas diferenças e respeitar as diferenças dos outros. O processo da inclusão é sempre dinâmico e inacabado, dando direito ser incluído à comunidade a que pertença, como elemento constituinte da mesma.
5. Redes de apoio à Educação Inclusiva
O apoio à Educação Inclusiva começa na própria instituição de ensino, na equipe e na gestão escolar. O aluno com deficiência ou necessidade educacional especial, não pode ser visto somente como responsabilidade do professor, mas de todos que estão envolvidos no processo educacional. A direção e a coordenação pedagógica devem preocupar-se em organizar momentos para os professores possam apresentar suas dúvidas e medos. Ao reconhecer as necessidades e dificuldades dos professores, a equipe gestora pode organizar espaços, para que esses alunos possam ser acompanhados, compartilhando os relatos de aprendizagem e discutir estratégias para enfrentar os desafios. Essas ações produzem a discussão e a pesquisa que auxiliam para a formação continuada dos profissionais de ensino.
A família, assim como as instituições de ensino compõem a rede de apoio, como a primeira e significativa importante para a escolarização do aluno. É essencial que se haja uma relação de confiança e parceria entre a escola e a família, pois esse elo favorecerá a aprendizagem do aluno. Os profissionais da área de saúde, como psicopedagogos, psicólogos, fisioterapeutas ou médicos, também fazem parte da rede, esclarecendo as necessidades das crianças e jovens e recomendar, opções para o atendimento dessas necessidades.
No ponto de vista da Educação Inclusiva, os apoios centrais reúnem os serviços da Educação Especial e o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminam as barreias para a plena participação do aluno. São esses novos recursos que tem que ser incorporados nas escolas. O aluno tem o direito de frequentar o AEE no horário oposto das aulas. O sistema público tem disponibilizado nas escolas ou instituições conveniadas as Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) que ofereçam recursos de acessibilidade e estratégia para a plena participação social e desenvolvimento da aprendizagem.
Para a implementação do Decreto no 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertando em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. (CNB/CNE, 2009)
Ainda que a inclusão não apresente números significativos, ela tem sido integrada e mostrada ações que podem ser consideradas praticas para ajudar os professores. Ter o apoio do segundo professor em sala de aula, é um exemplo, seja ele presente durante toda aula ou em alguns momentos, nas mais variadas modalidades, apoio, interprete, mediador, ou auxiliar. Esses professores poderão ter formação especifica, básica ou estagiário. A participação do professor de AEE pode ocorrer na elaboração do planejamento ou no suporte da compreensão das condições de aprendizagem do aluno, auxiliando a equipe pedagógica da instituição de ensino. Nesse sentido, pode-se dizer que a ações pedagogias devem ser de cooperação entre o professor do AEE e o professor da classe comum, desse modo, alcançar resultados positivos, explorando suas potencialidades. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É certo que todo o indivíduo é cidadão de direito e assim tem direito a uma educação de qualidade. No entanto, a dúvida que mais preocupante é como construir uma escola inclusiva, de qualidade. Sabe-se que a educação é o suporte para que o desenvolvimento de qualquer indivíduo e, desse modo, à inclusão veio para construir um novo modelo onde as instituições de ensino precisam se adaptar a diversidade de seus alunos com a intençãode alcançar uma educação de qualidade para todos. 
 Inserir um aluno com deficiência em uma classe regular e não atender o que de fato ele necessita, não é inclusão. Na verdade, a inclusão, não deve ser olhada simplesmente como um feito, mas sim como um processo, que tem seus estágios e que necessita ser avaliado, analisado em todo o seu transcorrer, com senso crítico e responsabilidade.
As dificuldades são muitas, e sabemos que várias delas não se referem somente aos alunos com necessidades especiais, mas são problemas existentes já há muito tempo na estrutura educacional do país. Nessa perspectiva, a inclusão desses alunos em classes comuns constitui em novos desafios, que tendem a adicionar com as dificuldades existentes do cenário atual, e, consequentemente, reafirma a ideia de que a inclusão exige grandes mudanças para melhorar a qualidade da educação, seja para os alunos com ou sem necessidades educacionais especiais.
Para que a Educação Inclusiva aconteça, é preciso redimensionamento de recursos financeiros, pois as escolas regulares precisam estar prontas e preparadas com equipamentos para receber esses alunos com necessidades educacionais especiais. Também exige uma união dos pais, professores e gestores, todos buscando o mesmo objetivo, em conjunto com a intenção de construir um novo conceito de ensino aprendizagem, para que esse processo esteja inserido a todos os cidadãos sujeitos de direito.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Salete Fabio. Educação Especial: Temas atuais/ organizado por Eduardo José Manzini. Unesp – Marília – Publicações, 2000. 
BRASIL, Constituição Federal, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 06 de maio de 2018.
_______, Decreto n°6949 de 25 de agosto de 2009: Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo facultativo, assinado em Nova York, em 30 de março de 1994. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm>. Acesso em 07 de maio de 2018.
_______, Ministério da Educação. Declaração de Salamanca: Sobre Princípios, Políticos e Práticas na área das necessidades Educativas Especiais. Espanha, 1994. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em 01 de maio de 2018.
_______, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDBN 9394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em 06 de maio de 2018.
_______, Lei 13.143 de 06 de julho de 2015, Estatuto da Pessoa com Deficiência, Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso 10 de junho de 2018.
_______, Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf>. Acesso em 01 de junho de 2018.
CARVALHO, Rosita Edler. Temas em educação especial. 2. Ed. Rio de Janeiro :WVA, 2000. 
PACHECO, José. Caminhos para a Inclusão: Um guia para aprimoramento de equipe escolar – Porto Alegre – Artmed, 2007. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/170565352/Caminhos-para-a-inclusa-o-pdf>. Acesso em 10 de maio de 2018.
SILVA, L.M. O estranhamento causado pela deficiência: preconceito e experiência. Revista Brasileira de Educação. Bahia. V.11, n.33, p.424-434, set/dez. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbedu/v11n33/a04v1133.pdf>. Acesso em 05 de maio de 2018.
SILVA, M.O. Gestão das aprendizagens na sala de aula inclusiva. Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas, 2011. Disponível em: <http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/2346/Gest%C3%A3o%20das%20Aprendizagens%20na%20sala%20de%20aula%20Inclusiva.pdf?sequence=1>. Acesso 19 de maio de 2018.

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