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Julia Florenzano Soares - GT6 - DERMATO CCE + CERATOSE ACTÍNICA + D. DE BOWEN → PAPEL DA RADIAÇÃO UV NO CÂNCER DE PELE A RUV é o principal carcinógeno para a pele e age de duas maneiras: a primeira gerando dímeros de timina (iniciação) e a segunda estaria relacionada com a imunodepressão que causa ao depletar células de Langerhans da epiderme e estimular o aparecimento de clones de linfócitos supressores (promoção), facilitando o crescimento tumoral. As lesões pré-cancerosas mais frequentes são as ceratoses (actínica, alcatrão, arsênico). Os raios UV que atingem a pele do homem são do tipo A (320 a 400 nm), B (290 a 320 nm), sendo que provocam alterações maléficas dependendo da intensidade da radiação solar e a cor da pele. A intensidade é dada pela região geográfica, ou seja, está na dependência da latitude; pela exposição de áreas do corpo, de acordo com os hábitos culturais e de vestimenta; e pela profissão (marinheiros, lavradores). A pele mais vulnerável é aquela que nunca se pigmenta, isto é, que apenas se torna eritematosa após exposição solar, fototipo I. LESÕES PRÉ-NEOPLÁSICAS QUERATOSE SOLAR (ACTÍNICA): São as lesões pré-malignas mais comuns e que têm potencial de se transformarem em carcinoma espinocelular (CEC); alguns autores o consideram como carcinoma espinocelular de baixo grau de agressividade, mas o risco de progressão para CEC invasivo é pequeno. ● Epidemiologia: Ocorrem em indivíduos de meia idade ou idosos e pele clara, habitualmente em áreas de exposição solar. Mais frequente em indivíduos que trabalham ao ar livre e países ensolarados. Frequente em fototipos I, II, III. ● Patogenia: Resultam do efeito acumulativo da radiação ultravioleta em áreas topograficamente expostas ao sol. A nível molecular, encontram-se mutações no gene TP53 e deleções no gene p16 (gene supressor tumoral) → com isso, as displasias que ocorrem nas células da epiderme não são inibidas, o que pode gerar um clone de células neoplásicas OBS: imunossupressão pode favorecer o aparecimento de queratoses ● Clínica: Máculas papulosas recobertas por escamas secas e duras, superfície áspera, cor amarela a castanho-escura. Podem confluir formando placas. As escamas são aderentes e quando retiradas podem formas pequenas hemorragias. Localizam-se frequentemente na face, pavilhão auricular, pescoço, dorso da mão, antebraços e couro cabeludo (indivíduos calvos). A lesão tem curso crônico. O aparecimento de halo eritematoso e infiltração na base podem indicar transformação carcinomatosa (lesão pré-maligna para CEC). OBS: Uma variante desse tipo verrucoso é o corno cutâneo (lesão com aspecto de chifre). ● Diagnóstico: clínico e histopatologia quando houver dúvida diagnóstica ou quando houver suspeita de evolução para CEC. ● Histopatologia: Hiperceratose e paraceratose, com áreas de atrofia e acantose na camada malpighiana. As células malpighianas mais profundas e as células basais apresentam atipias, com disposição desordernada, porém sem invasão da derme, com a m. basal mantendo-se intacta. Na Julia Florenzano Soares - GT6 - DERMATO derme, há elastose solar evidente. Quadro pode ser classificado como carcinoma espinocelular grau meio. Quando há exagerada produção de camada córnea, pode resultar em corno cutâneo. Outras variantes histológicas: forma pigmentar (presença de pigmento melânico), forma atrófica, dorma bowenoide (displasia de queratinócitos atinge toda epiderme, modo idêntico a D. de Bowen), a forma acantolítica (grau variável de acantólise) e forma liquenoide (alterações de interface e infiltrado inflamatório na derme). ● Diagnóstico diferencial: Ceratose seborréica, lesões isoladas podem fazer diagnóstico diferencial com lúpus eritematoso discoide e Doença de Bowen ● Tratamento: A primeira medida a ser tomada é a fotoproteção, o que já pode levar à resolução de lesões iniciais Lesões superficiais: lápis de neve carbônica, com pressão moderada, crioterapia por nitrogênio líquido (podendo ser realizada antes curetagem) associada a gel de diclofenaco sódico a 3%. tambem pode usar acido tricloroacetico Lesões infiltradas: curetagem, e eletrocoagulação, além de exame histopatológico. Lesões disseminadas: peeling com neve carbônica ou 5-fluoruracil, imiquimode ou terapia fotodinâmica (apesar de dolorosa) → Queilite actínica é a ceratose actínica do lábio. Afeta em mais de 95% dos casos o lábio inferior. Em aproximadamente 20% dos casos evolui para CEC. A clínica caracteriza-se por manchas brancacentas com perda da coloração uniforme da semimucosa ou vermelhidão do lábio, lábio ressecado e descamativo. DOENÇA DE BOWEN ● É um CEC in situ, isto é, intra-epidérmico. Tem proliferação em extensão mas raramente sobre invasão na derme ● Patogenia: participação da radiação UV (dano cumulativo), com mutações no gene p53; participação da ação do arsênico. Baixo risco de metastase. ● Clínica: Lesão solitária, escamosa ou crostosa, avermelhada, com limites bem definidos mas com contornos irregulares, caso a escama seja retirada, há uma superfície granulosa e secretante. A placa estende-se gradualmente sem tendência à cura central. Ocorre preferencialmente no tronco, mas atinge com frequência pernas de mulheres. A lesão costuma permanecer intraepidérmica por anos, quando surge alguma ulceração na lesão, é indício de progressão p CEC invasivo. Assintomatica. OBS: na mucosa genital masculina → eritroplasia de Queyrat ● Fator de risco: Infecção pelo HPV (subtipo 16) ● Histopatologia: Desorganização da arquitetura da epiderme, com células atípicas e grande número de mitoses. A membrana basal está intacta, não havendo invasão dérmica. ● Diagnóstico diferencial: Ceratose actínica, lúpus eritematoso, psoríase, dermatofitose e CBC superficial. ● Evolução: quando não tratado adequadamente pode tornar-se invasivo e causar metástase. ● Tratamento: Feito preferencialmente com excisão e sutura, uma vez que eletrocoagulação e curetagem, crioterapia, 5-FU e imoquimod tópico tem maior risco de recidivas. A terapia fotodinâmica também pode ter bons resultados. Julia Florenzano Soares - GT6 - DERMATO LESÕES EPITELIAIS MALIGNAS CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC): ● Tumor maligno constituído por proliferação atípica de células espinhosas, de caráter invasor, que pode dar origem a metástases. ● Epidemiologia: 2º câncer cutâneo mais comum, e corresponde à 15% das neoplasias malignas epiteliais. Tem maior prevalência sexo masculino, principalmente após os 50 anos. Hoje as principais causas são exposição solar recreacional, utilização de bronzeamento, fototerapia com PUVA e imunossupressão por doenças como HIV. O CEC é o tipo de câncer de pele + comum em transplantados ● Fatores de risco: Exposição solar cumulativa (UVA e UVB -mutações do gene supressor de tumor p53 em 90% dos casos), radiação termica, fototipos claros (pele clara, olhos claros, cabelo ruivo, albinismo), tabagismo, arsênico, vírus HPV (principalmente 6, 11, 16 e 18), imunodepressão, alterações genéticas (como epidermólise bolhosa distrófica, disqueratose congênita, etc), processos inflamatórios crônicos de pele infecciosos (lesões crônicas de sífilis, lúpus vulgar, etc) ou não-infecciosos (cicatrizes de queimaduras, úlceras de estase crônicas, etc), feridas cronicas inflamadas (esse tipo de CEC= ÚLCERA DE MARJOLiN). Tabagismo é FR para CEC no labio inferior. ● Clínica: O CEC pode ocorrer em pele normal, mas frequentemente tem origem de lesões pré-cancerosas como na ceratose solar, leucoplasia, radiodermite crônica, ceratose arsenical, xeroderma pigmentoso, úlceras crônicas e cicatrizes de queimaduras. As localizações mais comuns são lábio inferior (na mucosa oral é mais comum no assoalho), orelhas, face, dorso das mãos, mucosa bucal e genitália externa. Na pele há inicialmente uma área ceratósica, infiltrada e dura ou nódulo, que aumenta gradualmente e ulcera-se. Na evolução, pode ter ulceração com infiltração na borda ou torna-se vegetante ou córnea, tbm pode se apresentar como córneo cutâneo.→ caracterizam- se por placa ou pápula eritematosa firme, queratosica, que pode formar corno cutâneo, com diversos graus de infiltração (endurecida à palpação) e ulceração. Na mucosa, apresenta-se como úlcera, leucoplasia ou lesão infiItrada/vegetante. Geralmente são assintomáticos, mas podem ser dolorosos ou pruriginosos. ● Carcinoma verrucoso: É uma variante do CEC, bem diferenciado, de evolução lenta, aspecto histopatológico relativamente benigno, sendo as metástases mais raras. Apresenta subtipos de acordo com a localização: epitelioma cuniculatum (região plantar), condiloma acuminado gigante de Buschke-Leowenstein (região genital), papilomatose oral florida (cavidade bucal). ● Metástases: Podem ocorrer após meses ou anos. São mais frequentes em mucosas, dorso das mãos e cicatrizes das queimaduras. → É importante a palpação dos gânglios que drenam as áreas correspondentes, devido ao risco de metástase linfática. ● Diagnóstico: deve sempre envolver confirmação histopatológica. ● Histopatologia: Infiltração da camada basal, células espinhosas invadindo epiderme e derme e produção de centros córneos. Classificação de Broders: grau I (bem diferenciado), grau II (moderadamente diferenciado), grau III (pouco diferenciado) e grau IV (indiferenciado). Julia Florenzano Soares - GT6 - DERMATO ● Diagnóstico diferencial: Ceratose actínica, CBC, ceratoacantoma, ceratose seborreica, melanoma amelanótico, tumores de células de Merkel. OBS: Ceratoacantoma – assemelha-se clínica e histologicamente ao CEC, porém ele tem crescimento mais rápido e caráter benigno, podendo até mesmo regredir espontaneamente. É mais comum após os 50 anos e afeta ambos os sexos igualmente. Clinicamente é uma tumoração hemisférica, de configuração vulcânica, cuja cratera central é ocupada por uma massa córnea e acomete preferencialmente áreas fotoexpostas (face, antebraço, dorso das mãos e pescoço), a lesão tem uma fase de crescimento rápido, seguida por um período estacionário e uma fase de resolução espontânea. Como tratamento, , a exérese é o método preferencial, por encurtar o curso da afecção, pelo melhor resultado cosmético e pela necessidade do exame histopatológico para exclusão de carcinoma espinocelular. ● Prognóstico: favorável nos casos recentes e adequadamente tratados e reservados nos casos de longa duração ou metástases. As lesões seguem estágio evolutivo: pré-malignas → CEC in situ -> CEC invasivo → CEC metastático (5% -principalmente linfática) considerado CEC alto risco: lesões de mão ou cabeça e pescoço maiores que 6mm; lesões maiores do que 20 mm, bordas mal delimitadas, crescimento rápido, lesões sobre áreas inflamatórias crônicas, imunossuprimidos, tumor recidivante e grau de diferenciação histológica (quanto mais indiferenciado, pior). ● Tratamento: tratamento (exérese) do CBC e CEC →
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