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Mudanças tecnológicas e EaD

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Marcela Afonso Fernandez
Aula 2
Mudanças tecnológicas e 
educação a distância: descobrindo 
suas causas e efeitos
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
2
Meta
Apresentar, de maneira contextualizada e crítica, os principais pontos 
de articulação entre a modalidade a distância e algumas mudanças 
tecnológicas instauradas na sociedade. 
Objetivos
Esperamos que, após o estudo desta aula, você seja capaz de:
1. identificar alguns impactos das tecnologias de informação e comu-
nicação no contexto contemporâneo;
2. apontar de maneira panorâmica alguns efeitos das redes tecnológicas 
nas relações humanas e nos processos sociais, culturais e educacionais; 
3. identificar os principais pontos de articulação entre a comunicabili-
dade, a interatividade e a modalidade a distância.
Educação a distância
3
Introdução
Vamos continuar investigando as diversas “faces” da modalidade a 
distância?
Na aula passada, levamos você a pensar como o conceito de educa-
ção a distância (EAD) pode revestir-se de diferentes sentidos e carac-
terísticas de acordo com o ponto de vista que utilizemos para definir 
a modalidade. Acreditamos que você tenha compreendido que a mo-
dalidade a distância assume algumas especificidades que a diferem da 
educação presencial e que este conhecimento desenvolvido tenha lhe 
dado condições de criar uma primeira definição de educação a distância 
com suas próprias palavras. 
Dando continuidade aos nossos estudos sobre um tema tão amplo e 
repleto de caminhos investigativos, nesta aula iremos descobrir juntos 
algumas relações entre a modalidade a distância e algumas mudanças 
tecnológicas produzidas pela humanidade.
Tecnologias de informação e comunicação; 
informação? técnicas? O que tudo isso 
tem a ver com a EaD?
Se investigarmos a história das tecnologias de informação e comuni-
cação (TIC’s), descobriremos que, ao longo da evolução da humanida-
de, estas possibilitaram a criação de novas condições para a organização 
e definição de relações, estabelecidas em tempos e espaços distintos. 
Nesse processo evolutivo, estas comunidades humanas foram desenvol-
vendo aparatos técnicos, visando transformar e adaptar o meio às suas 
necessidades e sobrevivência, a partir de um saber-fazer cada vez mais 
elaborado e relacionado a um determinado contexto sócio-histórico. 
Mas, antes de avançarmos neste estudo sobre as TIC’s, gostaríamos 
de propor uma pesquisa exploratória sobre dois conceitos fundamentais 
para o estudo desta aula. Responda, então, com suas palavras, a duas 
perguntas, consultando fontes pesquisa diversificadas (internet, dicio-
nários, livros acadêmicos etc.):
1. O que são técnicas?
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
4
2. O que são tecnologias de informação e comunicação?
Embora as fontes da pesquisa sejam variadas, é importante que você 
identifique um ponto de diálogo entre as técnicas e as tecnologias de 
informação e comunicação. 
Enquanto as técnicas envolvem basicamente os usos e as maneiras de 
executar algo, as tecnologias de informação e comunicação abrangem 
tanto os processos de produção, armazenamento, veiculação, recuperação 
e reutilização de informações, como também os processos de transmissão 
de informações por meio de dispositivos (fios e circuitos elétricos, circuitos 
eletrônicos). Isso permite a construção de uma rede de informação e 
comunicação flexível, dinâmica, descentralizada e heterogênea.
Sugerimos que você compartilhe e discuta o resultado desta pes-
quisa com seus colegas de turma no polo e/ou por meio das fer-
ramentas de interação (fóruns de discussão, sala de tutoria etc.) 
disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem (plataforma).
Continuando nossos estudos, ressaltamos que um dos grandes fato-
res impulsionadores das mudanças tecnológicas observadas no decorrer 
da história da humanidade foi, sem sombra de dúvidas, a mente criado-
ra do ser humano.
Nas distintas sociedades, onde as tecnologias expandiram a capaci-
dade de comunicação, trocas comerciais e culturais e disseminação de 
informações e conhecimentos, o pensar e o fazer humano foram funda-
mentais. Como decorrência deste pensar/fazer humano, foram desen-
volvidas mudanças profundas nas relações socioculturais, econômicas e 
políticas das diferentes comunidades por onde se propagou.
Um ponto curioso a ser observado nesta evolução das TIC’s é que, a 
partir de uma relação complexa entre a sociedade e as tecnologias, tanto 
Educação a distância
5
o desenvolvimento como os modos de apropriação dos aparatos tecno-
lógicos impulsionaram a criação de novos produtos e usos sociais para 
eles. Consequentemente, estas criações possibilitaram a elaboração de 
novas ideias, conceitos-chave e visões acerca do mundo que nos rodeia, 
tais como: educação, aprendizagem, ensino, cultura, leitura, leitor, autor, 
texto, entre outros. 
Nesse sentido, o avanço científico da humanidade alavancou o co-
nhecimento sobre os recursos tecnológicos existentes, que, por sua vez, 
foram responsáveis pela criação permanente de novas tecnologias, cada 
vez mais sofisticadas. Porém, para compreendermos as mudanças e os 
avanços decorrentes da relação sociedade e tecnologia, é importante 
considerarmos as variáveis contextuais de ordem cultural, social, eco-
nômica e políticas ali envolvidas. 
Atualmente, fazemos parte da sociedade midiática, da sociedade da 
informação e do conhecimento, centrada nas redes de comunicação e 
interação que se expressam por meio do intercâmbio de capital, pessoas, 
bens, serviços, produção material e intelectual. Paralelamente, com as 
TIC’s, estamos envolvidos, em maior ou menor grau, com o processo 
de organização, produção, circulação, acesso, e veiculação das informa-
ções. Tais coisas, de maneira significativa, vêm afetando irremediavel-
mente nossas possibilidades cognitivas, emocionais e perceptivas. 
Atividade 1
Atende ao objetivo 1
Para que você compreenda melhor esse movimento progressivo das 
mudanças tecnológicas e como elas interferem em nossas vidas, por 
exemplo, pare e pense sobre como as pessoas realizavam o ato de ler e 
pesquisar antes do advento da internet e compare com o que fazem hoje 
em dia.
Como eram realizadas as atividades de leitura e pesquisa antes da inter-
net? Descreva com suas palavras os passos envolvidos nesta tarefa.
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
6
E agora? Descreva com suas palavras os passos envolvidos nesta tarefa. 
Considerando suas descrições antes e após a entrada da internet em 
nossas vidas, responda: Que diferenças existem entre o modo de ler e 
pesquisar antes e depois da internet? Essas ações têm algum impacto 
nas maneiras como atuamos em nosso dia a dia?
Resposta comentada
O objetivo desta atividade é estimular seu posicionamento crítico em 
relação aos passos relacionados ao processo de pesquisa em suportes de 
leitura impresso (enciclopédias, revistas, livros, jornais, etc.) e suportes 
digitais (internet, tablets, e-books, etc.). A ideia é buscar identificar pos-
síveis diferenças e pontos de aproximação entre essas ações. 
Observação importante: Mais uma vez, sugerimos que você com-
partilhe e discuta o resultado desta pesquisa com seus colegas de turma 
no polo e por meio das ferramentas de interação (fóruns de discussão, 
sala de tutoria, etc.) que estão disponíveis no ambiente virtual de apren-
dizagem (plataforma).
“Mergulhando” nas redes tecnológicas 
que nos rodeiam...
Você já percebeu que hoje, mais do que nunca, estamos “mergulha-
dos” no tecido da vida e das informações em redes tecnológicas? Por 
isso, nos deparamos com um dentre os mais relevantes desafios da con-
temporaneidade: promover efetivamente a integração das inovações 
tecnológicas ao processo educacional formal, abrangendo seus diferen-
tes níveis e modalidades de ensino. 
Ao fazer parte deste fluxo de desenvolvimento acelerado,a educa-
ção, tanto na modalidade presencial como na modalidade a distância, 
Educação a distância
7
apesar da natureza e especificidades de cada uma, precisa (por meio dos 
processos de ensinar e aprender) atender as necessidades de distintas 
sociedades. Concomitantemente, é necessário apreender as mudanças 
tecnológicas relacionadas a elas para instaurar novas abordagens teóri-
cas e práticas educativas. É um ciclo vicioso que não tem fim...
Um fato fica bem evidente em nossa realidade educacional: as TIC’s 
estão cada vez mais presentes, tanto na educação formal dos espaços 
educativos presenciais como na modalidade a distância. Também, as 
condições de sua aplicabilidade e tudo que está envolvido na dinâmi-
ca de ensinar e aprender baseada em sua apropriação deve ser alvo de 
constante avaliação e aprimoramento. Assim, podemos oferecer às no-
vas gerações melhores práticas educativas em relação ao currículo, à di-
dática, às metodologias, à gestão, à relação professor/aluno, à avaliação, 
entre tantos pontos a serem considerados. Além disso, os processos de 
ensinar e aprender mediados pelas TIC’s precisam, necessariamente, ser 
coerentes e estar em sintonia com o projeto político-pedagógico que 
norteia o seu desenvolvimento.
E como podemos usar das tecnologias nos ambientes educativos pre-
senciais e a distância? 
Basta levarmos um suporte tecnológico como, por exemplo, um 
equipamento de projeção de filmes para a sala de aula e passarmos um 
documentário para nossos estudantes para considerá-lo um meio edu-
cativo? 
Se pararmos para enxergar “com olhos de ver”, observaremos que 
não é de uma forma “simplificada” que se dá a apropriação educacio-
nal das tecnologias. O uso de um ou mais meios tecnológicos só ganha 
verdadeiro sentido pedagógico quando relacionado a uma concepção 
de educação, de modo que sobressaia, no processo de seleção do meio 
tecnológico a ser adotado, seus valores educativos subjacentes.
Geralmente duas atitudes podem ser observadas quando as tecnolo-
gias são utilizadas para fins educativos: 
1. de um lado, a atitude tecnofílica, que seleciona e utiliza de forma 
acrítica e indiscriminada a tecnologia para qualquer proposta edu-
cativa a ser adotada nos programas presenciais e à distância, conce-
bendo-a como panacéia para a solução dos problemas educacionais; 
2. noutro extremo, a atitude tecnofóbica, de total aversão às inovações 
tecnológicas, sob a alegação de que tal utilização desumaniza as re-
lações pedagógicas.
Panacéia
Aquilo que se emprega 
para remediar ou sanar 
dificuldades.
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
8
Ao adotarmos qualquer destas posições extremas, impossibilitamos 
a nítida análise do processo educacional inerente ao uso de cada recurso 
tecnológico. 
Superar esta visão simplificada exige que consideremos, na esfera da 
EaD (nosso objeto de estudo), além das facilidades dos meios tecnoló-
gicos, sua efetiva contribuição com relação aos objetivos pedagógicos 
e curriculares. Desta forma, é importante aquecermos o debate sobre 
o uso de diferentes recursos tecnológicos na modalidade a distância, 
assumindo um olhar crítico e consciente sobre seus propósitos didático-
-pedagógicos implícitos, assim como sobre o cenário sociocultural no 
qual eles serão utilizados. 
Para que o nosso olhar crítico e consciente possa adentrar cada vez 
mais nas práticas e usos das tecnologias na educação, propomos a você 
um sobrevoo e um estudo mais detalhado sobre a rede em expansão 
contínua na qual estamos “mergulhados”: a internet. 
Internet: uma rede tecnológica
Você sabia que, apesar do conceito de rede fazer parte das práticas 
humanas há muito tempo, foi com o advento das tecnologias de infor-
mação e comunicação (baseadas, particularmente, no computador e na 
internet), que esta forma de organização tornou-se cada vez mais revo-
lucionária? A partir daí, ela vem trazendo impactos nos diversos do-
mínios socioeconômico-culturais dos espaços por onde se disseminou.
De acordo com os estudos de um grande pesquisador das TIC’s, Ma-
nuel Castells (2003), as redes, durante muito tempo, foram concebidas 
como organizações baseadas em metas centralmente definidas, cujas ta-
refas eram comandadas e controladas de forma hierárquica, vertical e 
racional. Um exemplo que ilustra e caracteriza bem essa realidade pode 
ser vista no filme de Charlie Chaplin, “Tempos Modernos”, sobretudo na 
cena em que Carlitos está trabalhando em uma linha de produção, apa-
rafusando uma máquina. Ele é um mero tarefeiro executor de uma etapa 
da confecção de uma máquina, um sujeito não-pensante por excelência. 
Com as redes interativas assentadas no computador e na internet, 
a flexibilidade e a adaptabilidade passaram a caracterizar a nova for-
ma de organização da ação humana, gerando variadas possibilidades 
de coordenação e execução de tarefas cada vez mais descentralizadas e 
múltiplas. É o que podemos observar, cada vez mais, quando estamos 
Educação a distância
9
diante das novas profissões decorrentes dos usos das redes digitais, nas 
quais o espírito de colaboração e de criação vem se tornando marca do 
pensamento e das ações humanas, mediadas pelas tecnologias. 
Ainda dialogando com Manuel Castells (2003), o aspecto central que 
caracteriza a revolução tecnológica que estamos vivendo atualmente re-
side na aplicação de conhecimentos e de informação para a geração de 
novos dispositivos de processamento, comunicação da informação e 
conhecimento em um movimento dinâmico. Nesse movimento ininter-
rupto de criação, é interessante observarmos o fato de que as inovações 
geram novos usos e os usuários das redes digitais podem tornar-se cria-
dores e agenciadores de novas práticas socioculturais. 
No contexto atual, para Castells (2006), a internet está se transfor-
mando cada vez mais na rede das redes, ou seja, em uma rede flexível e 
em expansão (a chamada World Wide Web, ou www) que abarca outras 
redes. Dentro desta, diferentes grupos humanos movidos por interesses 
diversos vêm construindo modos de viver, comunicar e disseminar in-
formações, abrangendo variadas expressões culturais. 
 Mas como surgiu essa rede em expansão contínua e que parece não 
ter fim? Vamos descobrir a história da internet juntos?
Atividade 2
Atende ao objetivo 2
Para aprofundar seu olhar crítico sobre as redes tecnológicas que nos 
rodeiam, propomos que você faça uma pesquisa identificando, caracte-
rizando e comparando uma profissão antes do uso das redes tecnológi-
cas e no mundo atual. Liste, no quadro a seguir, as diferenças encontra-
das em suas tarefas realizadas. 
Atenção: Escolha uma atividade profissional que dependa do uso de al-
gum recurso tecnológico para que seja realizada.
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
10
Profissão do passado Profissão do presente
Resposta comentada
Nesta atividade, mais uma vez, objetivamos incentivar seu posiciona-
mento crítico a partir de uma análise e comparação cuidadosa das tare-
fas realizadas por uma profissão no passado e atualmente, de maneira 
a identificar possíveis pontos de articulação e, sobretudo, apontar dife-
renciações decorrentes das apropriações e usos reinventados com base 
nas novas tecnologias digitais.
Observação importante: Sugerimos que você compartilhe e discuta 
o resultado desta pesquisa com seus colegas de turma no polo e por meio 
das ferramentas de interação (fóruns de discussão, sala de tutoria etc.) 
que estão disponíveis no ambiente virtual de aprendizagem (plataforma).
Breve história da internet
Com base em um resgate panorâmico do processo histórico e cul-
tural da criação da internet poderemos verificar o quanto os avanços 
tecnológicos e as diversas aplicações sociais destes avanços dependem 
de uma imbricada interação entre a tecnologia e a sociedade na qual 
incidem diferentes fatores intimamente relacionados (econômicos, po-
líticos, socioculturais etc.).Em cada período histórico, o domínio de 
uma tecnologia considerada estratégica para uma determinada socieda-
de tende a direcionar o seu destino a partir dos usos que ela decide dar 
ao seu potencial de transformação. Para termos uma compreensão mais 
clara sobre os processos de desenvolvimento das TIC’s vamos conhecer 
um pouco da história da internet?
Educação a distância
11
Considerando a trajetória histórica proposta por Castells (2003, 
2006), o ponto de partida dessa trajetória histórica foi a criação, em 1969, 
de uma rede de computadores – a ARPANET – pela Advanced Reseach 
Projects Agency (ARPA), agência do Departamento de Defesa dos Esta-
dos Unidos. Ela tinha as seguintes características: arquitetura em múlti-
plas camadas de conexão, descentralização e protocolos de comunicação 
abertos. Embora quisesse, inicialmente, com os recursos de pesquisa 
oriundos do contexto universitário, alcançar a superioridade tecnológica 
sobre a União Soviética (em função do lançamento do primeiro Sputi-
nik, em 1957), a ARPA foi além desse propósito, realizando iniciativas 
que transformaram irremediavelmente a história da tecnologia.
Um dos departamentos da ARPA, o Information Processing Tecniques 
Office (IPTO), montou essa rede interativa de computadores com o 
objetivo de estimular a pesquisa em computação interativa. Através 
da ARPANET, diferentes centros de computadores e grupos de 
pesquisadores da agência e, posteriormente, cientistas pertencentes a 
centros universitários de pesquisa, tiveram condições de compartilhar 
on-line suas experiências científicas.
Outro marco dessa evolução foi a ideia “uma rede de redes” 
(CASTELLS, 2003), resultante da conexão da ARPANET com outras 
redes de computadores. Essa possibilidade, oportunizada por meio 
da instauração de meios que permitiram às redes de computadores se 
comunicar, significou o início de um período de expansão crescente, que 
culminou com a rede global de computadores, formato atual da internet.
Nesse processo evolutivo, destacamos a criação, em 1990, da World 
Wide Web (Rede de Alcance Mundial), através da ideia de compartilha-
mento da informação proposta por Tim Berners-Lee, um dos principais 
responsáveis pela WWW. Berners-Lee, na verdade, dá continuidade a 
uma série de ideias e projetos técnicos desenvolvidos anos antes, e que 
visavam a criação de possibilidades de associação de fontes de informa-
ções diversas através da computação interativa. Dentre eles, sobressai-se 
o projeto Memex, desenvolvido pelo pesquisador Vannevar Bush, em 
1945; o sistema Xanadu, idealizado por Ted Nelson, em 1963, e o proje-
to On-Line System, demonstrado, em 1968, por Doug Engelbart.
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
12
Vannevar Bush
Ted Nelson
Tim “Berners Lee”
Fontes: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Vannevar_Bush_portrait.jpg
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ted_Nelson_cropped.jpg
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tim_Berners-Lee_CP.jpg 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Vannevar_Bush_portrait.jpg
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ted_Nelson_cropped.jpg
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tim_Berners-Lee_CP.jpg
Educação a distância
13
O projeto Memex originou-se das trilhas associativas idealizadas por 
Vannevar Bush, na década de 1940. Para o cientista militar, o pensa-
mento humano organizava e utilizava as informações a partir de elos de 
associação ou trilhas associativas. Assim, Memex, uma máquina foto-
mecânica de arquivar memória (cujo conteúdo informacional armaze-
nado - abrangendo textos escritos, imagens e sons - podia ser indexado 
e encontrado rapidamente, independente de qualquer hierarquia), re-
sultou dessa brilhante ideia. 
Através de seu artigo As we may think, publicado na revista The 
Atlantic Monthly, em 1945, o pesquisador fez um longo apanhado das 
inovações científicas advindas do período das guerras que mobilizaram 
os Estados Unidos (Primeira e Segunda Guerras Mundiais), bem como 
as invenções que poderiam ajudar o ser humano a viver melhor no pós-
-guerra, apresentando, dentre elas, as características do Memex.
Dando continuidade às ideias de Bush, nos anos sessenta, o filósofo, 
sociólogo e teórico do campo de hipermídia, Theodor Holm Nelson, 
aprofundou a tese de que os pensamentos eram estruturados de ma-
neira não linear. Tal fato cunhou no contexto da informática uma ideia 
com o nome de hipertexto. Este sistema hipertextual que possibilitava 
uma espécie de simulação do que se passa na mente humana ao ler e es-
crever, acabou por tornar-se a arquitetura que mais tarde se consolidou 
e se disseminou com a WWW de Berners-Lee.
Em seu projeto denominado Xanadu, Nelson desenvolveu uma bi-
blioteca universal, unindo livros, enciclopédias, jornais, revistas, enfim, 
todas as publicações existentes disponibilizando-as de maneira interli-
gada e não sequencial. O pesquisador partiu de sua própria necessidade 
de trabalhar, lendo e escrevendo, em uma máquina que contivesse blo-
cos de texto de maneira não linear e que permitisse movê-los e editá-los 
usando, para tanto, a lógica da associação.
A partir da internet já projetada, Berners-Lee desenvolveu um pro-
grama que possibilitava a obtenção e o acréscimo de informações de e 
para qualquer computador conectado à internet. Esse sistema de hiper-
texto contendo navegador e editor constituiu o que chamamos de “rede 
mundial” ou “WWW”.
Apesar da ideia de globalidade por meio da interconexão da rede de 
computadores fazer parte dos primeiros “brotos” que marcaram a sua 
origem, foi só em 1995 que a internet de fato nasceu para a sociedade 
em geral, expandindo as possibilidades de acesso ao seu potencial infor-
macional e comunicacional.
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
14
Nosso objetivo ao apresentamos esse breve resgate histórico da inter-
net é, mais uma vez, reforçar a ideia da íntima relação existente entre os 
sistemas tecnológicos e a sociedade. No caso do atual estágio de desen-
volvimento da internet, a cultura dela proveniente é fruto, em especial, 
da ação de grupos de produtores/usuários, cuja prática realimenta o 
desenvolvimento tecnológico. Por outro lado, existem também os con-
sumidores/usuários, que se beneficiam dos resultados das aplicações e 
sistemas elaborados pelos produtores/usuários, que não interferem di-
retamente no desenvolvimento da internet, mas contribuem com seus 
usos para a evolução dessas criações. Esta relação pode ser representada 
da seguinte forma:
Mas, se pararmos para observar atentamente as práticas realizadas 
pelos inventores das novas tecnologias que nos rodeiam, duas ideias pa-
recem alavancar estas mudanças. Vamos conhecê-las?
Comunicabilidade e interatividade: base de 
construção das redes digitais
Se resolvermos enxergar “com olhos de ver” o sentido da modalidade 
educação a distância articulado ao uso das TIC’s, poderemos observar 
além dos recursos midiáticos e das vantagens espaço-temporais ofere-
cidas, o que a rede de computadores viabiliza em termos de acesso à in-
formação e de universalização da educação. Poderemos, então, observar 
que, por trás de um currículo de um curso elaborado para ambientes 
virtuais, apesar da riqueza de imagens, de sons e de textos, pode-se en-
Educação a distância
15
contrar, ainda, um modelo educacional impregnado por uma metodo-
logia pautada na lógica da distribuição do conhecimento, característica 
do paradigma clássico de educação formal. 
Possivelmente você deve estar se perguntando: O que significa lógica 
de distribuição do conhecimento? Vamos tentar responder e instigar a 
sua investigação...
 Para começo de conversa, a incorporação de avanços tecnológicos 
na EaD não deve estar vinculada somente à transformação do papel em 
tela de computador, nem tampouco estar relacionada a concepções e 
metodologias provenientes de um modelo de educação presencial mile-
nar, marcado pelo falar/ditar do mestree pelo memorizar/reproduzir do 
aluno, dentro de uma ótica de distribuição/transmissão do saber. Essa 
abordagem de educação tradicional massificada tem sido por vezes re-
produzida nos ambientes virtuais de aprendizagem, perpetuando as 
mesmas formas de apropriação e produção de saberes.
A abordagem educacional, mesmo quando mediada pela internet, 
pode, muitas vezes, pautar-se, no formato de distribuição linear, frag-
mentada, hierárquica e unidirecional do conhecimento. Neste enfoque, 
o professor é o emissor, cabendo ao aluno o papel de receptor passivo, 
inerte, diante da tela do PC, pronto a prestar contas e a repetir um con-
ceito ou uma ideia memorizada e esvaziada de sentido. Essa prática, 
baseada na lógica da distribuição que separa o emissor do receptor e 
concebe a mensagem como verdade única, ainda pode ser encontrada, 
mesmo em ambientes digitais, perpetuando o modelo tradicional de 
ensino-aprendizagem.
Ao enxergarmos com clareza a concepção de educação que tende 
a prevalecer nos meios digitais de educação formal e os reflexos des-
ta visão na relação entre o sujeito e o objeto de conhecimento, torna-
-se possível lançar um olhar mais crítico sobre esta realidade. O que 
constatamos como desdobramento dessa abordagem educacional é uma 
subutilização do potencial comunicativo e interativo existente nos am-
bientes virtuais de aprendizagem que pode ser reduzido “ao clicar do 
mouse”, diante de imagens, sons e textos, mas ainda baseado no modelo 
de recepção passiva. 
O enfoque metodológico que se desvela diante de nossos olhos tam-
bém nos faz lembrar a dinâmica adotada nos “templos do saber”: 
•	 compete ao professor-especialista criar textos conjugados a imagens 
e sons, contendo situações-problema; 
Lógica 
Aqui é entendida como 
a forma de pensamento 
e de raciocínio para a 
construção de novos 
conhecimentos. 
Ambientes 
virtuais de 
aprendizagem 
(AVAs)
Espaços multimídia da 
internet cujas ferramentas 
e estratégicas se propõem 
a estimular um processo 
de aprendizagem baseado 
na interação pelos 
participantes, a fim de 
incentivar o trabalho 
cooperativo entre os 
sujeitos envolvidos.
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
16
•	 dar respostas corretas, ou seja, que se situem dentro das soluções 
preestabelecidas, é tarefa do aluno. 
O método virtual de aula expositiva trata o conhecimento como uma 
entidade exterior, controlada e orientada pelo professor-tutor, despro-
vido de sentido e separado de quaisquer contextos e experiências dos 
sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem. 
E onde está presente o intercâmbio de informações? Numa pragmá-
tica comunicacional que se faz tradicionalmente de “A” para “B” ou de 
“A” sobre “B”, em que o conteúdo transmitido é uma verdade a ser re-
produzida, pouco se pode explorar em termos de participação ativa, de 
intervenção no conteúdo e de multiplicidade de conexões. Mesmo uti-
lizando um sistema computacional baseado em ambientes de rede que 
possibilite a exploração de seus recursos interativos (salas de chat, fó-
rum de discussão, teleconferências, etc.), o ato de compartilhar e am-
pliar o saber adquirido através de trocas entre os sujeitos é confundido 
com uma superficial e linear abordagem da informação, completamente 
esvaziada de reflexão e de experiência. 
Assentada no paradigma clássico de transmissão, a educação a dis-
tância deve ser renomeada: trata-se de transferência de conteúdos a dis-
tância, maquiado por uma variedade, um avanço e disponibilidade de 
recursos tecnológicos que lhe confere uma aparência de inovação, ainda 
impregnada por uma estrutura canônica da distribuição do conheci-
mento. Trata-se, assim, de uma “evolução conservadora” do processo 
ensino/aprendizagem, apenas mediado pelo computador.
Salas de Chat 
Salas de “bate-papo” 
das redes digitais, que 
permitem comunicação 
entre as pessoas 
conectadas em tempo real.
Fórum de 
discussão 
Ambiente de debate 
baseado em temas 
por meio de envio e 
distribuição de mensagens 
pelos participantes 
envolvidos.
Teleconferência 
Comunicação em 
tempo real entre pessoas 
distantes geograficamente.
Educação a distância
17
O caminho a ser percorrido na busca de uma formação humana que 
possibilite ao sujeito exercer a cidadania passa, necessariamente, pela 
compreensão e pela assimilação de uma nova lógica emancipatória, que 
se estabelece entre o sujeito e o saber: a lógica da comunicação. Esta se 
apresenta como modo dialógico que se introduz em todos os níveis de 
produção e de socialização de saberes afetando as diferentes camadas da 
esfera social. 
O deslocamento do eixo do emissor, focado exclusivamente na trans-
missão da mensagem, para adequação da mesma ao receptor, sugere um 
novo modo de focalizar o saber culturalmente elaborado, representando 
uma tendência da sociedade da informação. 
Emerge dessa nova modalidade comunicacional uma nova aborda-
gem do conhecimento. O objeto de conhecimento torna-se modificável 
na medida em que responde às solicitações daquele que o investiga, o 
explora, o manipula. E cabe ao professor propor um conjunto de terri-
tórios abertos a explorar e passíveis de interferências e modificações, 
vindas da parte do aluno. Este, por sua vez, assume o papel de coautor, 
cocriador deste saber a ser construído.
Nos ambientes virtuais de aprendizagem, a lógica comunicacional 
se evidencia na forma dialógica como o saber é tratado. A concepção 
de educação a distância altera-se profundamente, pois o conhecimento 
não é mais algo que pode ser recebido/consumido por meio de uma 
ação bancária de depósito/transferência. Nesse novo enfoque, o conhe-
cimento é fruto de uma construção dialógica de “A” com “B”, mediati-
zados pelo mundo” como destaca Paulo Freire (1983, p. 98). Ou seja, o 
paradigma milenar do falar/ditar do mestre perde sua hegemonia, ao 
tratarmos a educação não como um produto fechado e cristalizado que 
se reproduz, mas como um processo de troca de leituras de mundo, 
experiências que geram o conhecimento. 
O campo de possibilidades de estruturação de múltiplas vozes e tex-
tos que o hipertexto disponibiliza ao sujeito transforma irremediavel-
mente o papel do professor nesse contexto: de difusor de saberes cris-
talizados, o professor passa a assumir a competência de mediador dos 
saberes construídos pelos estudantes. Tal competência traz embutida a 
preocupação não mais com o que vai ser ensinado (o conteúdo), mas 
com as condições a serem criadas para favorecer os percursos de apren-
dizagem e a construção do conhecimento. 
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
18
Como decorrência dessa mudança no papel do professor, o estudan-
te incorpora uma ação criadora em relação à mensagem, à informação. 
Nessa abordagem educativa, o aluno constrói o seu conhecimento a par-
tir de um processo de comunicação e interação constante com outros 
sujeitos envolvidos, intervindo, modificando, produzindo e comparti-
lhando novas ideias e conceitos. 
Entretanto, é importante que se diga: sem comunicabilidade, não há 
interatividade. Esta afirmação torna-se fundamental, pois, embora as 
tecnologias sejam potencialmente interativas, o que vai determinar sua 
efetiva utilização para possibilitar uma aprendizagem significativa será a 
forma como será concebido o conteúdo a ser elaborado e o nível de afe-
tação que ele provocará em cada um dos sujeitos envolvidos no processo.
Os conceitos de comunicabilidade e de interatividade que defende-
mos aqui podem estar presentes nos ambientes virtuais de aprendiza-
gem. Mas, para que haja de fato a comunicabilidade e, consequente-
mente, para que se aproveitem todas as potencialidades de um ambiente 
virtual, é necessário que os estudantes compreendam claramente o sig-
nificado daquilo que é dito, apesar de suas experiências de vida distin-
tas. Como o sentido do que é dito só se faz na mente do leitor, é preciso 
minimizar a quantidadede significados que advenham do processo de 
comunicação, de modo a permitir a convergência de percursos possíveis 
e, assim, assegurar a comunicabilidade, numa base comum a partir da 
qual se poderá erguer a aprendizagem. 
Um pesquisador que contribuiu para o entendimento dessa questão, 
com a formulação do conceito de zona de desenvolvimento proximal, 
foi Vygotsky (1998). Dessa forma, ele ressaltou a importância do meio 
cultural e da interação social no processo de construção do sentido, atri-
buído a um signo, e na elaboração do conhecimento do sujeito; tam-
bém, apontou a importância da linguagem, cujo papel é essencial na 
constituição do modo de agir e pensar do sujeito. Talvez decorra daí 
a grande preocupação dos professores de cursos online para com “o se 
fazer entender”, por meio da regulação do que será selecionado para 
ser proposto para o aluno. Ou seja, buscarem a clareza do texto/ima-
gem/som, explorando os mais variados tipos de códigos e experiências 
que concorram para a comunicabilidade e interatividade, de modo que 
possa ser lido e apropriado por qualquer um dos atores envolvidos no 
processo de ensino-aprendizagem. 
O grande desafio da educação a distância está em possibilitar a co-
municabilidade, para que se possa atingir o degrau da interatividade. 
Zona de 
desenvolvimento 
proximal 
Distância entre o nível 
de desenvolvimento 
atual, determinado pela 
solução independente 
de problemas, e o nível 
de desenvolvimento 
potencial, determinado 
pela solução de problemas 
com base na necessária 
orientação de mediadores 
(professores, pessoas 
que já dominam um 
determinado assunto/
tema).
Educação a distância
19
Nessa ótica, a interatividade só se estabelece se o aluno atribui signi-
ficado ao que lê, relaciona com o que já conhece, com o que já experi-
mentou histórica e socialmente, gerando, finalmente, um sentido que 
será compartilhado com o outro, num processo de afetação mútua, que 
caracteriza a interação. 
A aprendizagem significativa se dá nesse espaço virtual de afetação 
mútua, nessa via de mão dupla que se traduz na busca de construção de 
sentido para textos de natureza diversa, verbais ou não verbais, gerando 
imagens, textos e conhecimentos comuns.
Conclusão 
Para finalizarmos esta etapa de nosso estudo, é importante conside-
rarmos três pontos relacionados aos sentidos e aos modos de apropria-
ção das TIC’s quando nos propomos a buscar novas abordagens peda-
gógicas para a EaD.
Primeiramente, como já enfatizamos anteriormente, é preciso aten-
tar para o fato de que o simples uso do suporte digital não garante mu-
danças nos processos educativos delineados na modalidade a distância. 
Para atribuirmos um sentido verdadeiro aos usos das TIC’s na EaD é 
primordial associarmos a eles interrogações que explicitem o “porquê” 
e o “para quê” de sua presença, bem como os modos de apropriação 
dessas tecnologias nos contextos de aprendizagem virtuais. 
Em segundo lugar, precisamos reconhecer que a consciência ingênua 
(Freire, 2000), marcada por uma postura acrítica diante das inovações 
tecnológicas, tende a prevalecer nas relações entre os atores envolvidos 
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
20
no processo educativo e as ferramentas interativas presentes nos ambientes 
virtuais de aprendizagem. Para superarmos esta postura, é fundamental 
que, entre outras medidas, os cursos propostos para a modalidade a 
distância valorizem e priorizem a formação continuada docente para uma 
incorporação equilibrada, crítica e prudente dessas ferramentas. 
Por fim, assim como ressaltam alguns estudiosos que vêm investi-
gando as relações complexas entre sociedade e tecnologia, (Castells, 
2003; Sancho, 1998; Gouvêa e Oliveira, 2006; Mamede-Neves, 2006, 
entre outros), o fator humano é o principal elemento impulsionador 
de mudanças significativas em relação aos modos de pensar, ser e fazer 
educação mediada por tecnologias digitais. 
Na visão que apresentamos nesta aula, ressaltamos o quanto os avan-
ços tecnológicos e as diversas aplicações sociais das TIC’s dependem de 
uma imbricada interação entre a tecnologia e a sociedade na qual inci-
dem fatores históricos, sociais, econômicos relacionados. E, nessa inte-
ração, o fator humano, elemento fundamental para o desenvolvimento 
das TIC’s, tende a delinear o seu destino a partir dos usos que decidem 
dar ao potencial de transformação das tecnologias que o rodeiam.
Com base nessa visão, é preciso ter em mente que a tecnologia, por 
não possuir existência autônoma, não é capaz de garantir melhorias sig-
nificativas no processo de ensino e aprendizagem. É a ação humana, ba-
seada na reflexão crítica e na problematização sobre os valores, os usos 
e fins relacionados ao processo pedagógico, que pode viabilizar efetivas 
transformações na educação formal em seus diferentes níveis e modali-
dades. Pense nisso...
Atividade Final
Atende aos objetivos 2 e 3
Para você nos ajudar na caracterização do modo clássico de transferência 
de conteúdos e no modo baseado na comunicabilidade e interatividade, 
que, aliás, se articularão com o nosso estudo sobre o panorama histórico 
da EaD no mundo e no Brasil, que estudaremos a seguir, temos uma 
proposta a lhe fazer. 
Faça uma busca/ pesquisa em sites de cursos a distância oferecidos na 
internet e, a partir do estudo realizado até o momento, selecione dois 
Educação a distância
21
cursos a distância (sendo um dos cursos diferente do modelo proposto 
pela UNIRIO), de nível técnico, ou de graduação ou de pós-graduação, 
de diferentes instituições e elabore uma reflexão comparativa entre eles. 
Leve em conta os seguintes itens:
•	 Objetivo (s) do curso;
•	 Público-alvo (perfil dos estudantes);
•	 Formas de comunicação/interação utilizadas;
•	 Equipe docente envolvida no curso (ações dos professores envolvidos 
no curso);
•	 Sistema de avaliação (instrumentos e forma como a avaliação é 
realizada).
Faça uma análise dos cursos, registrando nas linhas a seguir os dados 
que possam apresentar as características de cada um, acima destacadas, 
comparando-os e analisando-os como lógica de transferência de conte-
údos ou lógica de comunicação e interação. 
Para tanto, leve em consideração, sobretudo, os conceitos de transmissão, 
comunicabilidade e de interatividade, estudados nesta aula, e as diferentes 
concepções acerca da Educação a Distância, estudadas na Aula1.
Observação importante: Não se esqueça de registrar em sua resposta o 
endereço dos sites pesquisados!
Aula 2 • Mudanças tecnológicas e educação a distância: descobrindo suas causas e efeitos
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Resposta comentada
É claro que não será possível indicar ou dar pistas sobre a resposta 
correta, pois existe uma ampla possibilidade de respostas a serem obtidas 
de acordo com os cursos pesquisados. Porém, é fundamental que, pelo 
menos um dos cursos a distância pesquisados, seja diferente do formato 
do nosso curso, para que você possa identificar características distin-
tas entre eles. Por exemplo, um curso pode se pautar em uma prática 
avaliativa baseada nas ferramentas interativas do ambiente virtual de 
aprendizagem e o outro se pautar unicamente em provas presenciais. 
Resumo
•	 Observamos os impactos das tecnologias de informação e comuni-
cação no contexto contemporâneo, especialmente em relação à mo-
dalidade a distância; 
•	 Essas tecnologias afetam as relações humanas e a vida social, econô-
mica e cultural da sociedade como um todo;
•	 Como vimos no panorama histórico da internet, a “rede das redes”, 
destaca-se como tecnologia capaz de transformar os processos de 
aprendizagem tanto nos ambientes educativos presenciais como nos 
virtuais;
•	 Os conceitos de interatividade e comunicabilidade são fundamentais 
para pensarmos nos modos de aprendizagem mediados a distância. 
Educação a distância
23
Informações sobre a próxima aula 
Na próxima aula, viajaremos juntos pela trajetória histórica da edu-
cação a distância mundial,refletindo e discutindo sobre as transforma-
ções ocorridas na modalidade e seus efeitos nos tempos atuais. 
Vamos em frente!

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