Buscar

ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
O Estado democrático de Direito não significa apenas unir formalmente os conceitos de Estado democrático e Estado de Direito. Consiste, na verdade, na criação de um conceito novo, que leve em conta os conceitos dos elementos componentes, mas os supere na medida em que incorpora um componente revolucionário de transformação do status quo. E aí se entremostra a extrema importância do art. 1º da Constituição de 1988, quando afirma que a República Federativa do Brasil se constitui em Estado democrático de Direito, não como mera promessa de organizar tal Estado, pois a Constituição aí já o está proclamando e fundando.
A democracia que o Estado democrático de Direito realiza há de ser um processo de convivência social numa sociedade livre, justa e solidária (art. 3º, lI), em que o poder emana do povo, deve ser exercido em proveito do povo, diretamente ou por seus representantes eleitos (art. 1°, parágrafo único); participativa, porque envolve a participação crescente do povo no processo decisório e na formação dos atos de governo. 
	Outrossim, o princípio da soberania popular se sintetiza na afirmativa “todo poder emana do povo”. Sendo que o exercício desta pode ser direto ou indireto. A forma indireta está ligada às eleições, se consagrando a ideia do sufrágio universal, pelo qual todos têm o direito – e dever também, preenchidos os requisitos exigidos por lei – de votar, sendo este direto, secreto e com valor igual para todos. O exercício direto pode ser feito através de “plebiscito, referendo e iniciativa popular”.
A relevância da lei no Estado Democrático de Direito, não apenas quanto a seu conceito formal de ato jurídico abstrato, geral, obrigatório e modificativo da ordem jurídica existente, mas também quanto à sua função de regulamentação fundamental, produzida segundo um procedimento constitucional qualificado. A lei é efetivamente o ato oficial de maior realce na vida política. Ato de decisão política por excelência, é por meio dela, enquanto emanada da atuação da vontade popular, que o poder estatal propicia ao viver social modos predeterminados de conduta, de maneira que os membros da sociedade saibam, de antemão, como guiar-se na realização de seus interesses. 
Além disso, é certo que o Estado Democrático deve aparecer com a função de reduzir antíteses econômicas e sociais e isto se torna possível com a devida aplicação da Constituição Federal (colocada no ápice de uma pirâmide jurídica escalonada), que representa o interesse da maioria.
	É precisamente no Estado democrático de Direito que se ressalta a relevância da lei, pois ele não pode ficar limitado a um conceito de lei, como o que imperou no Estado de Direito clássico. Este tem que estar em condições de realizar, mediante a lei, intervenções que impliquem diretamente uma alteração na situação da comunidade. 
	Desta forma, consoante com o pensamento de Silva (1988), a lei não deve ficar numa esfera puramente normativa, não pode ser apenas lei de arbitragem, pois precisa influir na realidade social. E se a Constituição se abre para as transformações políticas, econômicas e sociais que a sociedade brasileira requer, a lei se elevará de importância, na medida em que, sendo fundamental expressão do direito positivo, caracteriza-se como desdobramento necessário do conteúdo da Constituição e aí exerce função transformadora da sociedade, impondo mudanças sociais democráticas, ainda que possa continuar a desempenhar uma função conservadora, garantindo a sobrevivência de valores socialmente aceitos.
O princípio da legalidade é também um princípio basilar do Estado democrático de Direito, pois na essência do seu conceito, subordina-se à Constituição e fundar-se na legalidade democrática. Sujeita-se, como todo Estado de Direito, ao império da lei, mas da lei que realize o princípio da igualdade e da justiça não pela sua generalidade, mas pela busca da igualização das condições dos socialmente desiguais. O princípio da legalidade é entendido como garantia constitucional, pois baseiam-se no princípio que o particular pode deixar de fazer aquilo não previsto na lei. 
	No Brasil, o princípio da legalidade se assenta no sistema constitucional como um todo, enraizando-se especificamente nos artigos 5º, inciso II, 37, caput, e 84, IV. O inciso II do art. 5º preceitua que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
	A ideia da legalidade concebida como vinculação positiva à lei entrou em crise no século passado. De fato, a lei não foi capaz de atender às demandas que se propôs a tratar Estado liberal, sendo ainda mais ineficaz no Estado Providência. O princípio da legalidade deve ser referido não a uma norma específica e determinada, mas ao ordenamento jurídico como um todo. 
DIREITO E MORAL 
O direito é conceitualmente o mais adequado para o indivíduo, tendo presente que ao viver em sociedade, tal direito deve compreender fundamentalmente o interesse da coletividade. Ele está em constante mutação, necessita de adequação frequente devido as mudanças de ordem social, moral, econômica, entre outros. A moral é a parte da filosofia que trata dos costumes e dos deveres que os homens tem em relação aos seus semelhantes e à sua consciência. Aquilo que é honesto e apropriado com os bons costumes. Moral é o mundo da conduta espontânea, do comportamento que encontra em si próprio a sua razão de existir. O caminho da moral é mais amplo, abrange os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com seus semelhantes. São regras que orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mal.
A moral pode ser classificada a partir de três concepções, sendo a primeira delas a que define a moral como sistema de normas de conduta que vige em uma determinada sociedade. Em segundo lugar, a moral pode ser considerada a partir do sujeito, a moral individual, constituindo aqueles valores que o indivíduo segue. Ressalta-se que a moral social condiciona, em regra, a moral individual. E em último lugar, quando se qualifica como moral determinado valor ou melhores valores a partir de uma reflexão teórica, diz-se que a moral critica. Por exemplo, uma religião defende sua moral, partir de construções teóricas, considerando alguns valores como melhores que outros, possuindo uma moral crítica.
Direito e moral são instrumentos de controle social que não se excluem, antes, se completam e mutualmente se influenciam. Estabelecer a diferença entre direito e moral é um dos problemas mais árduos e complexos do ramo jurídico, ambos visam o bem comum do indivíduo e da sociedade.
Para melhor entendimento, podemos recordar a teoria do mínimo ético, que consiste em dizer que o Direito representa o mínimo de Moral obrigatória para uma sociedade sobreviver. Como nem todos podem ou querem realizar de maneira espontânea as obrigações morais, é indispensável armar de força certos preceitos éticos, para que a sociedade não soçobre. A Moral, em regra, dizem os adeptos dessa doutrina, é cumprida de maneira espontânea, mas como as violações são inevitáveis, é indispensável que se impeça, com mais vigor e rigor, a transgressão dos dispositivos que a comunidade considerar indispensável à paz social. 
POSITIVIMOS JURÍDICO
	Até o final do século XVII, o direito era definido por meio do direito natural, ou seja, o direito tinha características universais erga omnes estudados num plano da filosofia e não como uma ciência. A partir do século XVIII, observam-se as primeiras manifestações de positivação do direito, como a paradigmática Declaração do Direito do Homem e do Cidadão. Eventos de positivação direcionaram, dessa maneira, à compreensão de que é inócuo tratar o direito como algo natural, mas que na verdade este constitui uma arte decorrente das lutas e conquistas humanas.
	Movendo-se o eixo do mundo para o homem, principalmente após as revoluções burguesas, percebeu-se que nenhum direito foi dádiva de Deus ou da natureza, mas um processo histórico deluta, ao qual possibilitou a ascensão do Estado moderno. A par da sua ascensão, o direito positivo configurou-se como instrumento necessário para a manutenção deste Estado. Por essas razões, Norberto Bobbio considera que a origem do positivismo jurídico está diretamente relacionada com a origem do Estado moderno. 
Esse processo não foi repentino, mas se deu de forma gradual, em diferentes níveis e com particularidades específicas. A existência da dicotomia direito natural versus direito positivo existiu desde tempos clássicos, sendo que a diferença entre ambos se deu em consideração do grau de superioridade de um sobre o outro. Por exemplo, na época clássica, o direito positivo era considerado superior ao direito natural, enquanto na época medieval, o direito natural expressava superioridade sobre o direito positivo
Em nosso Direito Positivo encontramos um preceito que coincide com o vigente na maioria dos países de tradição romanística. Refiro-me ao art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil, por força do qual, quando a norma jurídica for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Idêntico dispositivo se encontra no art. 8º da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo, na realidade, essa remissão aos princípios gerais de direito cada vez mais frequente no Direito contemporâneo. 
O positivismo jurídico pretende, com a redução do direito ao direito positivo posto pelo legislador, construir a ilusória concepção de que o ordenamento jurídico seria autossuficiente somente com a observância da legislação vigente.
Entretanto, embora teóricos como Hobbes, Locke, Rousseau entre outros tenham justificado e dado base à solidificação do Estado moderno e seu Direito, era necessária uma ciência que explicasse o fenômeno jurídico dentro da ótica estatal, sistematizando seus conceitos e estrutura, ao qual, a partir dela, seriam estabelecidos os pressupostos básicos para sustentar o sistema jurídico estatal. Neste contexto, precisamente no século XIX, a teoria do direito entra em cena, passando a tratar o direito como uma ciência (objeto, sujeito e problemas).
A teoria do direito, embora tenha uma denominação no singular, deve-se entender como “teorias” do direito, pois a teoria explicativa do fenômeno jurídico varia de acordo com a peculiaridade da forma em que o direito é visto e tratado, em decorrência de fatores históricos, políticos e econômicos de cada país. Por estas particularidades em tratar o direito, divide-se os sistemas jurídicos em grandes famílias, sendo as mais expressivas atualmente no ocidente a tradição romana germânica e a Common Law. Dentro dessas famílias, desenvolveram-se escolas do pensamento jurídico que refletiram o modo como o direito era reproduzido dentro do alicerce estatal.
Por obra do positivismo jurídico ocorre uma redução de todo direito ao direito posto por autoridade competente no âmbito do Estado. A partir deste pressuposto pode-se definir o direito como conjunto de regras obrigatórias em uma determinada sociedade na medida em que sua violação acarretará a intervenção de um terceiro árbitro ou magistrado que dirimirá a controvérsia emanando uma decisão seguida por sanção àquele que viola a norma. O conceito de direito no positivismo jurídico é necessariamente vinculado à norma criada pelo legislativo, em que o juiz é interprete dessa lei, limitado a ela e por ela. Com base neste conceito, auferem-se características e fundamentos do positivismo jurídico como teoria do direito, a seguir explicitadas.

Continue navegando