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Ancilostomíase: Ciclo Biológico e Fisiopatologia

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ANCILOSTOMOSE 
 
 TAYANE SANSCHRI 
 
 
A ancilostomíase é causada 
por parasitas neumatóides, da 
família Ancylostomatiidae, sendo de 
interesse para a medicina humana 
as espécies: Necator americanus e 
Ancylostoma duodenale, 
apresentando em sua morfologia 
dentes na cápsula bucal, sendo 4 
dentes grandes e 2 pequenos nos 
A. duodenale. A doença que elas 
causam é conhecida como 
amarelão. 
No entanto, as espécies: A. 
ceylanicum, A. caninum e A. 
braziliense que tem como 
hospedeiros definitos os felinos e 
canídeos podem infectar o homem 
causando uma inflamação cutânea. 
 
CICLO BIOLÓGICO 
 
Os ovos das fêmeas dos 
ancilóstomos são eliminados 
juntamente com as fezes do seu 
hospedeiro no solo; sendo que a 
realização da ovoposição dos N. 
americanos equivale a 6 a 11 mil 
por dia e do A. duodenale de 20 a 
30 mil. Assim, ao serem eliminados, 
em condições favoráveis ao meio, 
 
 
os ovos de ambas espécies 
eclodem após 1 a 24 horas, 
eliminando as larvas do primeiro 
estágio. Assim, as larvas rabditoide 
de primeiro estágio, chamadas de 
L1 eclodem em 24 a 48 horas, após 
o ovo ter entrado em contato com o 
meio externo. Esse processo ocorre 
sob temperatura de 23 – 30º C e 
umidades adequadas, e essa larva 
se alimenta de microrganismos e 
detritos orgânicos presentes tanto 
nas fezes, quanto no solo. Em 
seguida, a L1 sofre muda e se 
transforma na larva rabditoide L2; 
sofrendo mais uma vez nova muda 
e se transformando na larva L3 no 
fim de 5 a 7 dias; essa forma L3, 
que são formas filiformes já não se 
alimenta, mas permanece ativa na 
superfície do solo e vegetais por 
semanas e meses, até que se 
esgotem suas reservas nutritivas, 
sendo a L3 a única forma infectante 
para o homem. 
É importante salientar que o 
desenvolvimento do ovo até a larva 
do terceiro estágio acontece no 
período de 5 a 8 dias, sob 
condições ambientais favoráveis. 
 
ANCILOSTOMOSE 
 
 TAYANE SANSCHRI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A forma infectante, 
entretanto, ocorre pela pele das 
extremidades inferiores pelo contato 
direto do hospedeiro com o 
ambiente, quando um indivíduo 
anda descalço ou de chinelo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Após a penetração as larvas 
chegam às vênulas subcutâneas e 
vasos linfáticos atingindo a 
circulação aferente do hospedeiro, 
até atingirem os capilares 
pulmonares, onde se alojam. Nessa 
 
fase penetram nos alvéolos 
entremeadas às secreções das 
mucosas sobem até a árvore 
brônquica, ganham a laringe e 
faringe onde são deglutidas 
chegando ao intestino delgado. 
No intestino ocorre as últimas 
mudas com crescimento das larvas 
para vermes adultos, tanto machos 
quanto fêmeas. Nesse interim, 
ocorre o intervalo de 5 a 9 semanas 
entre a penetração cutânea das 
larvas e o desenvolvimento dos 
vermes adultos. 
Além disso, as larvas A. 
duodenale podem ser infectantes, 
também, por via oral; nesse caso as 
larvas L3 são ingeridas pelo 
hospedeiro e perdem sua cutícula 
ao passar pelo estômago, devido à 
ação do suco gástrico. Em seguida, 
após 3 dias de infecção elas migram 
para o intestino delgado, onde se 
transformam em adultos jovens, 
fixam-se à mucosa intestinal por 
meio de suas cápsulas bucais, 
fixando os seus dentes 
(A.duodenale) ou 1 par de placas 
cortantes (N. americanos) na 
parede do intestino, para realizar 
hematofagia e posterior cópula. 
ANCILOSTOMOSE 
 
 TAYANE SANSCHRI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os ancilostomídeos em sua 
fase adulta podem viver por vários 
anos no intestino humano, sendo de 
1 a 3 anos para A. duodenale e de 3 
a 10 anos para a N. americanus. 
Este longo período, portanto, 
causa danos significativos na 
mucosa intestinal do hospedeiro. 
Nesse contexto, trago uma 
ressalva para o ancylostoma 
caninum e o A. brasiliense que são 
neumatóides causadores de 
anciolostomíase animal, em cães e 
gatos, tendo o ciclo biológico 
parecido com os que acometem o 
homem, podendo causar no ser 
humano uma inflamação cutânea 
limitada, ao penetrar na pele, 
conhecida como Larva Migrans 
Cutânea (LMC) ou bicho-geográfica, 
 
 
 
 
entretanto a A. caninum pode 
infectar o homem por via oral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
Quando as larvas filiformes 
(L3) penetram na pele do homem 
exerce uma ação tóxica, irritativa e 
alergizante. 
Após essa penetração, 
quando ela chega nos pulmões 
passa por um processo de 
amadurecimento e provoca uma 
ação mecânica e traumática, no 
pulmão que causa uma irritação 
pulmonar, que é denominada de 
síndrome de Loeffler que provoca 
alguns sintomas como: bronquite, 
 
ANCILOSTOMOSE 
 
 TAYANE SANSCHRI 
 
 
alveolite, tosse com catarro, 
pneumonia e asma, muitas vezes 
esses sintomas são confundidos 
com uma doença respiratória, e por 
isso não é tratado adequadamente. 
Assim, quando o indivíduo 
tosse, a larva, junto com o muco 
produzido, sobe até a faringe, e 
então o homem acaba deglutindo a 
larva, e esta se instala no intestino, 
passa pelo intestino e ali no final do 
duodeno, no íleo ou no ceco se 
torna um verme adulto, que se 
adere ao intestino usando a cápsula 
bucal. 
E esse é o processo 
fisiológico mais importante da 
infecção em humanos: a perda 
crônica de sangue intestinal 
causada pela fixação dos vermes a 
mucosa e submucosa do intestino, o 
que leva ao rompimento de 
capilares e arteríolas não somente 
por efeito mecânico, mas, também 
pela ação de enzimas hidrolíticas 
eliminadas pelo processo de 
alimentação do parasita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para manter o fluxo de 
sangue, os vermes, então, 
começam a secretar 
anticoagulantes, facilitando 
significativamente a sua 
alimentação, e em consequência à 
isso leva a uma maior perda 
sanguínea pelo indivíduo infectado. 
Diante disso, a 
ancilostomíase é uma enfermidade 
que tem como principal 
consequência a anemia resultante 
da deficiência de ferro pela ingestão 
contínua do sangue do parasito. 
Nesse contexto, o 
Ancyslostomo duodenale possui 
uma gravidade patológica maior por 
apresentar maior hematofagia, pois 
com seus 2 pares de dentes suga 
cerca de 0,05 a 0, 3 ml por dia por 
cada parasita, lembrando que 
podemos ter no intestino mais de 
um parasita. E o Necator 
 
ANCILOSTOMOSE 
 
 TAYANE SANSCHRI 
 
 
americanus com sua placa cortante 
suga cerca de 0,01 a 0,04 ml de 
sangue por dia por cada parasita. 
 
 
 
 
 
 
Já a espécie Ancylostoma 
brasiliense e Ancylostoma caninum 
causa a LMC que se trata de uma 
dermatite provocada pela migração 
de larvas de 3º estágio, presentes 
em solos contaminados com fezes 
de cães e gatos infectados, que ao 
penetrar na pele humana e migrar 
pelo tecido subcutâneo, não permite 
a ocorrência da continuidade do seu 
ciclo. Contudo, essa migração da 
larva L3 sob a pele humana provoca 
erupções serpiginosas, com 
produção de prurido e áreas de 
eritema, causando aparecimento de 
lesões. A doença pode durar 
semanas ou poucos meses, 
raramente persistindo por de 1 ano, 
e pode ser tratada. 
É importante salientar que o 
Ancylostoma caninum, além do 
 
 
larvas migrans cutâneo (LMC), 
quando infecta o homem por via 
oral, pode causar enterite 
eosinofilica, que se trata de uma 
infecção caracterizada pelo 
aumento de eosinófilos no sangue 
periférico, podendo causar dor 
abdominal. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
As manifestações clínicas 
mais importantes estão 
correlacionadas com as 4 fases da 
infecção: penetração dérmica da 
larva, passagem transpulmonar, 
sintomas gastrointestinais agudos edisfunção crônica grave. 
 
- Manifestações cutâneas: a 
penetração na pele causa uma 
erupção macupapular focal e 
pruriginosa. De maneira menos 
frequente pode serem vistos rastros 
serpiginosos intercutânea, bem 
parecidos com o que ocorre com a 
migração larval intercutânea. 
 
 
 
 
ANCILOSTOMOSE 
 
 TAYANE SANSCHRI 
 
 
- Passagem transpulmonar – 
geralmente é assintomática. Uma 
leve tosse e irritação faríngea 
podem ocorrer durante a migração 
larval nas vias aéreas. São raros os 
infiltrados pulmonares eosinófilos. 
 
- Sintomas gastrointestinais – 
No momento da migração larval 
para o intestino delgado, o paciente 
pode sentir: náusea, vômito, 
diarreia, dor epigástrica e flatulência 
aumentada. 
 
- Comprometimento 
Nutricional crônico - anemia 
intensa que conforme for a 
quantidade de infestação do 
parasito, essa anemia pode 
propiciar palpitações cardíacas, 
vertigens e distúrbios gástricos. 
O verme adulto no organismo 
humano, utiliza o oxigênio presente 
nas hemácias e se alimenta do ferro 
dentro das hemoglobinas, que 
acarreta no paciente numa anemia 
ferropriva grave. E a cápsula bucal 
tem uma ação espoliadora e 
traumática que vai causar 
hemorragia. 
 
 
A infecção pode 
ancilostomídeos maternos resulta 
em baixo peso do bebê ao nascer. 
Em crianças em idade escolar pode 
afetar o rendimento dos mesmos, e 
até mesmo levar ao óbito, 
principalmente em áreas 
endêmicas, quanto o acesso a uma 
alimentação adequada é escassa. 
 
DIAGNÓSTICO 
 
O diagnóstico pode ser 
estabelecido além dos sinais e 
sintomas, pelo exame de fezes, em 
alguns casos necessitando que 
sejam realizadas a análise de várias 
amostras. 
Os testes para diagnóstico 
molecular podem diferenciar as 
espécies de ancilóstomos 
infectantes. 
Não existe testes sorológicos 
confiáveis disponíveis. 
Em alguns casos os 
ancilostomos podem ser 
identificados por endoscopia. 
E o método padrão ouro de 
diagnóstico é a técnica de Kato 
Katz, pois possui alta sensibilidade 
 
ANCILOSTOMOSE 
 
 TAYANE SANSCHRI 
 
 
e permite resultados quantitativas e 
qualitativos 
 
TRATAMENTO 
 
O tratamento anti-helmíntico 
consiste em albendazol (400 mg, 
dose única, com o estômago vazio; 
ou como terapia alternativa o uso de 
mebendazol (100 mg, 2 vezes por 
dia, por 3 dias, sendo mais eficaz do 
que 500 mg em dose única. 
Além disso, é importante a 
suplementação de ferro para 
restaurar o nível normal de 
hemoglobina do individuo 
 
PREVENÇÃO 
 
As medidas preventivas 
consistem em cuidados com a 
higiene, incluindo beber água 
potável, limpar e cozinhar 
adequadamente os alimentos, lavar 
as mãos, usar sapatos, além de 
ações de educação em saúde, 
saneamento básico eficiente.

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