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1 
UNISALESIANO 
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium 
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Fisioterapia 
 Dermato-Funcional 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gisleine Aparecida de Freitas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA 
NA REPARAÇÃO TECIDUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lins – SP 
2010 
 2 
GISLEINE APARECIDA DE FREITAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NA REPARAÇÃO 
TECIDUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Banca 
 Examinadora do Centro Universitário 
Católico Salesiano Auxilium, como 
requisito parcial para obtenção do título de 
 especialista em Fisioterapia Dermato- 
Funcional sob a orientação dos 
Professores M.Sc. Flávio Piloto Cirillo e 
 M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lins – SP 
2010 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESCRIÇÃO 
 
 
Freitas, Gisleine Aparecida de 
 A utilização do laser de baixa potência na reparação tecidual / 
Gisline Aparecida de Freitas. -- Lins, 2010. 
52p. 31cm. 
 
 Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano 
Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato 
Sensu” em Fisioterapia Dermato-Funcional, 2010. 
 Orientadores: Flávio Piloto Cirillo; Heloisa Helena Rovery da Silva 
 
 1. Reparação Tecidual. 2. Laser de Baixa Potência. 3. 
Cicatrização. I Título. 
 
 
CDU 615.8 
 
 
F936u 
 4 
GISLEINE APARECIDA DE FREITAS 
 
 
 
A UTILIZAÇÃO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NA REPARAÇÃO 
TECIDUAL 
 
 
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, 
para obtenção do título de especialista em Fisioterapia Dermato-Funcional. 
 
 
Aprovada em: ____/____/____ 
 
 
Banca Examinadora: 
 
Prof° Flávio Piloto Cirillo 
Mestre em Anatomia Humana – USP – SP 
 
 
 
Profª Heloisa Helena Rovery da Silva 
Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG 
 
 
 
 
 
 
 
Lins – SP 
2010 
 5 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Durante séculos, o tratamento de feridas variou com o objetivo de 
melhores resultados cicatricial em menor tempo possível. As várias formas de 
facilitar a cicatrização de feridas têm por objetivo acelerar o processo de cura, 
prevenindo infecção, maximizando a força de fechamento de feridas e a 
redução de cicatrizes e prevenindo incapacidade. O processo de reparo de 
uma ferida é complexo e apresenta três fases que se sobrepõem, num 
processo contínuo: inflamatória, proliferativa e remodelação. A reparação inicia-
se com a proliferação de fibroblastos e a multiplicação de pequenos vasos 
sanguíneos através da formação de brotos de células endoteliais e 
neoformação vascular. Há algumas décadas o laser de baixa potência tem sido 
amplamente utilizado nas clínicas como recurso fisioterapêutico no tratamento 
de cicatrização de feridas. A energia laser tem sido investigada como 
alternativa de tratamento nos processos de regeneração dos tecidos biológicos. 
Vários trabalhos desenvolveram-se perante a evidente necessidade de se 
reduzir o tempo de reparação dos tecidos, principalmente em doenças 
consideradas incapacitantes. A possibilidade de focalização em pequenas 
áreas e a emissão de altas densidades de energia faz do laser um instrumento 
de grande interesse e importância para aplicações nas áreas da saúde. A 
laserterapia de baixa potência pode ser considerada a melhor ferramenta, 
dentro dos recursos físicos existentes, no que se refere à estimulação 
cicatricial. O efeito do laser no processo cicatricial está relacionado 
positivamente com a produção e orientação de colágeno, aumentando assim a 
resistência do tecido neoformado. O propósito desse trabalho foi identificar e 
analisar publicações feitas no período de 2000 a 2009 referentes à utilização 
de laser de baixa potência no reparo tecidual. Na maioria dos autores 
consultados o laser produz efeitos teciduais efetivos para a cicatrização de 
feridas. 
 
 
Palavras-chave: Reparação Tecidual. Laser de Baixa Potência. Cicatrização. 
 
 
 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
For centuries, the treatment of wounds varied with the goal of better 
healing results in less time. The various ways to facilitate the healing of wounds 
are intended to accelerate the healing process, preventing infection, maximizing 
the strength of wound closure and reduction of scarring and preventing 
disability. The repair process of a wound is complex and has three phases that 
overlap in a continuous process: inflammatory, proliferative and remodeling. 
The repair begins with the proliferation of fibroblasts and proliferation of small 
blood vessels through the formation of sprouts of endothelial cells and 
neovascularization. Some decades ago the low level laser therapy has been 
widely used in clinics and physical therapy device for treatment of wound 
healing. The laser energy has been investigated as a treatment alternative in 
the process of regeneration of tissue. Several studies have developed against 
the obvious need to reduce time to repair tissues, especially in diseases that 
are considered disabling. The possibility of focusing on small areas and the 
issue of high power densities of laser makes an instrument of great interest and 
importance to applications in the areas of health. The low level laser therapy 
can be considered the best tool, within the existing physical resources, with 
regard to stimulation scar. The effect of laser on the healing process is 
positively related to production and orientation of collagen, thereby increasing 
the resistance of the newly formed tissue. The purpose of this study was to 
identify and analyze publications made in the period 2000 to 2009 concerning 
the use of low power lasers in tissue repair. In the majority of authors consulted 
the laser produces tissue effects effective for wound healing. 
 
 
Keywords: Tissue Repair. Low level laser. Healing. 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ATP – Adenosina tri-fosfato 
AsGa - Arsenieto de Gálio 
AsGaAl - Arsenieto de Gálio e Aluminio 
AlGaInP - Alumínio-Gálio-Índio-Fósforo 
HeNe - Hélio-Neônio 
J/cm² - joules por centímetro quadrado 
J/m² - joules por metro quadrado 
J/s - joules por segundo 
LBP – laser de baixa potência 
mW - miliwatts 
nm - nanômetros 
PDGF- platelet-derived growth factor (fator de crescimento derivado de 
plaquetas) 
PO – pós-operatório 
TGF-ββββ - Transforming Growth Factor Beta (Fator de crescimento beta) 
W - Watts 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO.............................................................................................. 
 
 
10 
CAPÍTULO I – SISTEMA TEGUMENTAR.................................................... 14 
1 PELE.......................................................................................................... 
1.1 Camadas da pele.................................................................................... 
1.1.1 Epiderme.............................................................................................. 
1.1.2 Derme................................................................................................... 
1.1.3 Hipoderme............................................................................................ 
1.2 Elasticidade da pele................................................................................ 
1.3 Vascularização e inervação.................................................................... 
1.3.1 Receptores táteis................................................................................. 
1.4 Anexos da pele....................................................................................... 
1.4.1 Glândulas da pele................................................................................1.4.1.1 Glândula sudoríparas...................................................................... 
1.4.1.2 Glândula sebáceas.......................................................................... 
1.4.2 Unhas.................................................................................................. 
1.4.3 Pêlos.................................................................................................... 
14 
15 
15 
17 
17 
19 
19 
20 
20 
22 
22 
22 
23 
23 
 
 
CAPÍTULO II – REPARAÇÃO TECIDUAL.................................................. 
2 FISIOLOGIA DO REPARO TECIDUAL..................................................... 
2.1 Fase inflamatória..................................................................................... 
2.2 Fase proliferativa..................................................................................... 
2.3 Fase remodeladora................................................................................. 
2.4 Cicatriz.................................................................................................... 
2.4.1Tipos de cicatrização............................................................................ 
 
 
CAPÍTULO III - LASERTERAPIA ................................................................ 
3 HISTÓRICO............................................................................................... 
 
 
25 
25 
25 
26 
27 
28 
28 
 
 
32 
32 
 9 
3.1 Conceito................................................................................................. 
3.2 Tipos de Laser Utilizados em Fisioterapia............................................... 
3.2.1 Diferenças nos efeitos terapêuticos..................................................... 
3.2.2 Medidas da energia laser..................................................................... 
3.2.3 Formas de aplicação............................................................................ 
3.2.4 Efeitos fisiológicos dos laseres de baixa potência.............................. 
3.2.4.1 Efeitos primários ou diretos............................................................... 
3.2.4.2 Efeitos secundários ou indiretos....................................................... 
3.2.4.3 Efeitos terapêuticos........................................................................... 
3.2.5 Dosimetria............................................................................................ 
3.2.5.1 Dosagem........................................................................................... 
3.2.5.2 Tempo............................................................................................... 
3.2.5.3 Parâmetros........................................................................................ 
3.2.5.4 Número de sessões.......................................................................... 
3.2.6 Contra-indicações .............................................................................. 
3.3 Laserterapia e Reparação Tecidual........................................................ 
 
 
CONCLUSÃO................................................................................................ 
 
 
REFERÊNCIAS............................................................................................. 
 
33 
34 
35 
36 
36 
36 
37 
38 
38 
40 
40 
41 
41 
41 
42 
42 
 
 
50 
 
 
52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10
INTRODUÇÃO 
 
Durante séculos, o tratamento de feridas variou com o objetivo de 
melhores resultados cicatricial em menor tempo possível. Em uma revisão de 
literatura, Andrade, Seward e Melo (1992), descrevem que já na pré-história 
vários agentes como extratos de plantas, água, neve, gelo, frutas e lama eram 
aplicados sobre as feridas. Na Mesopotâmia, elas eram lavadas com água ou 
leite e o curativo era realizado com mel ou resina. Lã de carneiro, folhas e 
cascas de árvore eram utilizados para sua cobertura. Os egípcios concluíram 
que uma ferida fechada cicatrizava mais rápido do que aberta, por isso, 
utilizavam tiras de pano para manter unidas as margens da lesão. 
Segundo Andrade, Seward e Melo (1992), Hipócrates sugeria que as 
feridas contusas fossem tratadas com calor e pomadas para promover a 
supuração, remover material necrótico e reduzir a inflamação.No início da era 
cristã, Celsus preconizava o fechamento primário das feridas recentes e 
debridamento das contaminadas para posteriormente poderem ser suturadas. 
Além disso, classificou os diferentes tipos de lesões de pele e deu detalhes do 
tratamento de cada uma delas. A introdução das armas de fogo nas guerras 
européias no século XIV levou ao surgimento de um novo tipo de ferida de cura 
mais difícil, e Ambroise Paré, na Renascença reformulou seu tratamento. 
O avanço da química levou a descoberta de compostos de cloro e iodo 
que foram utilizados para limpeza do material e da pele nos séculos XVIII e 
XIX. (ANDRADE; SEWARD; MELO,1992) 
O processo de reparo de uma ferida é complexo e apresenta três fases 
que se sobrepõem, num processo contínuo: inflamatória, proliferativa e 
remodelação. A reepitelização tem por objetivo a restituição da pele como uma 
barreira funcional, onde os queratinócitos respondem, inicialmente, migrando a 
partir dos bordos livres da ferida 12 horas após a lesão. Tal mecanismo 
favorece o progressivo avanço da camada epitelial e o fechamento do defeito 
tecidual. As várias formas de facilitar a cicatrização de feridas têm por objetivo 
acelerar o processo de cura, prevenindo infecção, maximizando a força de 
fechamento de feridas e a redução de cicatrizes e prevenindo incapacidade. 
(ABLA; ISHIZUKA, 1995) 
 11
“A reparação inicia-se com a proliferação de fibroblastos e a 
multiplicação de pequenos vasos sanguíneos através da formação de brotos de 
células endoteliais, neoformação vascular”. (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p.43) 
Zimmermann (apud GUIRRO; GUIRRO, 2004), divide a reparação em 
três fases características: fase exsudativa (ou destrutiva, ou inflamatória), fase 
proliferativa ou reparatória e a fase de maturação ou formação de cicatriz. A 
fase exsudativa inicia-se por volta de cinco minutos após o início das 
mudanças degenerativas induzidas pela lesão, e é caracterizada por uma típica 
reação inflamatória acompanhada de fibronogênese. Aproximadamente vinte e 
quatro horas após, o início da fase proliferativa, o processo é conduzido à 
eliminação final da lesão primariamente através da imigração de fibroblastos. 
As primeiras fibras colágenas formadas pelos fibroblastos podem ser 
detectadas por volta do quarto dia. Este acontecimento introduz a última fase 
do processo de reparo da lesão, a fase reparatória, que culminará no 
desenvolvimento da cicatriz final. 
Cicatriz é o resultado da cura da ferida operatória. Todos os tecidos 
do corpo humano (gorduroso, conjuntivo, epitelial) apresentam um 
bom processo de regeneração. A pele, por ter origem ectodérmica e 
conjuntiva, é um órgão mais complexo e se cura mediante formação 
de um tecido fibroso, que é a cicatriz. (HALBE, 2000, p. 2382) 
A energia laser tem sido investigada como alternativa de tratamento nos 
processos de regeneração dos tecidos biológicos. Vários trabalhos 
desenvolveram-se perante a evidente necessidade de se reduzir o tempo de 
reparação dos tecidos, principalmente em doenças consideradas 
incapacitantes. 
A possibilidade de focalização em pequenas áreas e a emissão de altas 
densidades de energia fazem do laser um instrumento de grande interesse e 
importância para aplicações nas áreas da saúde, tanto no diagnóstico como na 
terapia. (NICOLAU,2001) 
A terapia com laser de baixa potência (LBP) pode ser considerada a 
melhor ferramenta, dentro dos recursos físicos existentes, no que se refere à 
estimulação cicatricial. (VEÇOSO, 1993) 
A palavra laser tem o significado de light amplification by the stimulatedemission of radiation (amplificação da luz por meio da estimulação da emissão 
da radiação), que se refere à produção de um feixe de radiação que difere da 
luz comum nos aspectos de Monocromaticidade, cor pura com comprimento de 
 12
onda único; Coerência, com fótons no mesmo tempo e espaço; e Paralelismo, 
ou seja, mesma direção (unidicionalidade). (LOW; REED, 2001) 
 Os principais efeitos da LBP são: analgésico, antiinflamatório, 
antiedematoso e cicatrizante. É interessante ressaltar que esses efeitos não 
agem isoladamente, atuam conjuntamente as áreas estimuladas. 
Para Guirro e Guirro (2004), as respostas decorrentes da alteração do 
potencial elétrico desencadeado pelo laser são várias. O principal efeito está na 
normalização do potencial da membrana, atuando como um fator de equilíbrio 
da atividade funcional celular, sendo um recurso valioso nos processos 
inflamatórios. O efeito do laser no processo cicatricial está relacionado 
positivamente com a produção e orientação de colágeno, aumentando assim a 
resistência do tecido neoformado. Na analgesia provocada pelo laser há a 
possibilidade de ter participação das endorfinas. 
Fatores adicionais envolvidos na aceleração da cicatrização de feridas 
com o laser podem incluir um aumento acentuado na formação de colágeno, 
vasodilatação e síntese de DNA e um aumento na produção de RNA. O 
tratamento com laser é recomendado para feridas indolentes e úlceras tróficas 
para promover uma cicatrização mais rápida, e considera-se que a radiação 
visível de baixa intensidade tenha efeito na aceleração ou estimulação da 
proliferação celular. (LOW; REED, 2001) 
A laserterapia ou a utilização do LBP, vem mostrando a sua eficácia em 
vários estudos com relação a reparação de diversos tipos de tecidos do corpo 
humano. Os laseres têm sido utilizados na prática clínica há algumas décadas 
por diversos profissionais da área da saúde. O laser HeNe, é um dos pioneiros 
nessa atuação, sendo ainda bastante utilizado, inclusive co trabalhos 
publicados mostrando resultados animadores quanto a utilização, 
principalmente no reparo tecidual. 
 Neste trabalho será realizada uma revisão bibliográfica criteriosa dos 
referenciais publicados no período de 2000 à 2009, que partiu da seguinte 
pergunta-problema: A laserterapia acelera a reparação tecidual melhorando 
assim o aspecto cicatricial do tecido lesionado? 
 Além disso, o trabalho tem o objetivo geral de analisar os benefícios da 
utilização da laserterapia no processo de reparação tecidual. 
 13
A proposta desse estudo é analisar e descrever os efeitos da 
laserterapia no processo de reparação tecidual e a melhora no aspecto 
cicatricial. 
 O trabalho é dividido em três capítulos, sendo que o capitulo I descreve 
o sistema tegumentar, o capítulo II descreve a fisiologia do reparo tecidual e a 
cicatrização e o capítulo III descreve sobre a laserterapia. 
Dessa forma acredita-se despertar no leitor um senso crítico de análise 
científica, bem como, contribuir beneficamente para o crescimento da 
intervenção fisioterapêutica baseada em evidências, subsidiando o terapeuta 
interessado em estimular a reparação tecidual, melhorando o aspecto cicatricial 
do tecido epitelial de seus pacientes, com os melhores parâmetros possíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14
CAPÍTULO I 
 
SISTEMA TEGUMENTAR 
 
 
1 PELE 
 
A pele é um órgão vital e o mais extenso do nosso corpo , sem ela, a 
sobrevivência seria impossível. 
O sistema tegumentar é constituído de pele e tela subcutânea, 
juntamente com os anexos cutâneos. 
 A pele representa 12% do peso seco total do corpo, com peso de 
aproximadamente 4,5 quilos, e é de longe o maior sistema de órgãos exposto 
ao meio ambiente. (GUIRRO; GUIRRO, 2004). É composta por duas camadas 
principais: a epiderme, camada superficial composta de células epiteliais 
intimamente unidas e a derme, camada mais profunda composta de tecido 
conjuntivo denso irregular. O limite entre a epiderme e a derme não é regular, 
mas caracteriza-se pela presença de saliências e reentrâncias das duas 
camadas que se embricam e se ajustam entre si, formando as papilas 
dérmicas. 
 Um pedaço de pele com aproximadamente 3 cm de diâmetro contêm: 
mais de 3 milhões de células, entre 100 a 340 glândulas sudoríparas, 50 
terminações nervosas e 90 cm de vasos sanguíneos. Estima-se ainda que 
existam em torno de 50 receptores por 100 milímetros quadrados, num total de 
640.00 receptores sensoriais. O número de fibras sensoriais oriundas da pele 
que entram na medula espinhal por via de raízes posterior é superior a meio 
milhão. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) 
 A pele constitui o mais extenso órgão sensorial do corpo, para recepção 
de estímulos táteis, térmicos e dolorosos. É o primeiro meio de comunicação e 
o mais eficiente protetor, sendo aí localizada nossa primeira e ultima linha de 
defesa. Portanto são muitas as funções da pele: 
a) base dos receptores sensoriais, localização dos sentidos do tato; 
b) fonte organizador e processadora de informações; 
c) mediadora de sensações; 
 15
d) barreira entre o organismo e o meio ambiente; 
e) fonte imunológica de hormônios para diferenciação de células 
protetoras; 
f) proteção contra os efeitos da radiação, traumas mecânicos e 
elétricos; 
g) barreira contra materiais tóxicos e organismo estranhos; 
h) regulação da pressão e do luxo sanguíneo e linfático; 
i) regulação da temperatura; 
j) metabolismo e armazenamento de gordura; 
k) reservatório de alimento e água; 
l) importante na respiração; 
m) sintetiza compostos importantes como a vitamina D; 
n) barreira contra microorganismos. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) 
 
 
1.1 Camadas da pele 
 
 A pele recobre toda a superfície do corpo e é constituído por uma porção 
epitelial de origem ectodérmica, a epiderme e uma porção conjuntiva de origem 
mesodérmica, a derme. Abaixo e em continuidade com a derme está a 
hipoderme, tela subcutânea que não faz parte da pele, apenas lhe serve de 
suporte e união com os órgãos subjacentes. (FITZPATRICK; AELING, 2000) 
 
 
1.1.1 Epiderme 
 
Segundo Junqueira e Carneiro (1999) a epiderme é constituída por 
epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Sua superfície é marcada por 
uma rede de sulcos que a dividem em pequenos polígonos, como acontece no 
dorso da mão. (FITZPATRICK; AELING, 2000) 
A porção mais profunda da epiderme é constituída de células epiteliais 
que se proliferam continuamente para que seja mantido o seu número. Não há 
vasos sanguíneos na epiderme, embora a derme subjacente seja bastante 
vascularizada, sendo o único meio pela qual as células da epiderme podem 
 16
obter alimento é através da difusão dos leitos capilares da derme. Esse método 
é suficiente para as células mais próximas da derme, mas à medida que as 
células se dividem e são empurradas para a superfície, ficando assim longe da 
fonte de alimento, morrem. Seu citoplasma é gradualmente substituído por 
queratina, formando assim a estrutura típica das camadas mais externas da 
epiderme. (GURRO, GUIRRO, 2004) 
Segundo Guirro e Guirro (2004) a epiderme é constituída de quatro ou 
cinco camadas ou estratos, devido ao fato da camada lúdica estar ou não 
incluída. Pode-se observar da derme para a superfície as seguintes camadas 
celulares: 
a) Camada Germinativa (Basal) – é a camada mais profunda e assim 
denominada porque gera novas células e apresenta intensa atividade 
mitótica, é responsável pela constante renovação da epiderme, 
fornecendo células par substituir aquelas que são perdidas na 
camada córnea, neste processo as células partem da camada 
germinativa e vão sendo deslocdas para a periferia até a camada 
córnea, num período de 21 a 28 dias. A superfície desse estrato que 
se apóiam na membrana basal é irregular. 
b) Camada Espinhosa – as células dessa camada possuem um aspecto 
espinhoso, responsávelpela denominação dessa camada. Suas 
células tem importante função na manutenção da coesão das células 
da epiderme e , consequentemente, n resistência do atrito. 
c) Camada Granulosa – o citoplasma das células dessa camada 
caracteriza-se por conter grânulos de querato-hialina que parecem 
estar associados com o fenômeno de queratinização dos epitélios. À 
medida que os grânulos aumentam de tamanho, o núcleo se 
desintegra, daí resultando a morte das células mais externas desta 
camada. O núcleo das células já apresenta sinais de atrofia e os 
filamentos que as uniam à camada espinhosa quase desaparecem. 
d) Camada Lúcida – é constituída por várias camadas de células, 
achatadas e intimamente ligadas, das quais a maioria apresenta 
limites indistintos e perde todas as inclusões citoplasmáticas, exceto 
as fibrilas de queratina e algumas gotículas de eleidina, que se 
transformam em queratina e tornam-se parte da camada córnea. 
 17
Esta camada não é facilmente visível, ela é mais proeminente em 
áreas espessas. Quando visível tem aspecto de uma linha clara, 
brilhante e homogênea. 
e) Camada Córnea – é a mais superficial da epiderme. Consiste de 
vários planos de células mortas e intimamente ligadas. A partir do 
momento que seu citoplasma for substituído por uma proteína fibrosa 
denominada queratina, estas células mortas são referidas como 
corneificadas. Essas células formam uma cobertura ao redor de toda 
a superfície do corpo e não só protegem o organismo contra invasão 
de vários tipos do meio externo, como também ajudam a restringir a 
perda de aguado organismo, conservando a superfície da pele 
macia. As células mais superficiais são continuamente eliminadas 
como resultado de abrasão, portanto as pequenas escamas que se 
soltam não dão uma aparência descamativa ou áspera à pele porque 
se misturam com à secreção das glândulas sudoríparas e sebáceas. 
As células perdidas são constantemente substituídas por células 
provenientes das camadas mais profundas da epiderme, essa 
renovação da camada córnea ocorre aproximadamente a cada 14 
dias. 
A pele do idoso é mais seca devido ao fato de que seu estrato 
córneo seja funcionalmente deficiente, não podendo reter água com 
eficiência. 
 
 
1.1.2 Derme 
 
Segundo Guirro e Guirro (2004), a derme é uma espessa camada de 
tecido conjuntivo sobre a qual se apóia a epiderme, está conectada com a 
fáscia dos músculos subjacentes por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, 
a hipoderme. Nela se encontra algumas fibras elásticas e reticulares, bem 
como muitas fibras colágenas, e é suprida de vasos sanguíneos, vasos 
linfáticos e nervos, além de conter glândulas especializadas e órgãos de 
sentido. A derme apresenta uma variação considerável de espessura, em 
 18
média 2 milímetros, sua superfície externa é irregular, onde se observa as 
papilas dérmicas. 
A arquitetura dérmica varia de região para região numa pele normal, não 
existindo uma média de variação entre indivíduos da mesma idade ou 
diferentes faixas etárias. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) 
Observa-se na derme duas camadas: 
a) Camada Papilar - é delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo, 
derivando seu nome do fato de ser ela que penetra nas papilas 
dérmicas. Nesta camada foram descritas fibrilas especiais de 
colágeno, que se inserem na membrana basal e penetram 
profundamente na derme. Estas fibrilas teriam a função de prender a 
derme à epiderme (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999). Esta camada 
estende-se pouco abaixo das bases da papila, unindo-se à camada 
reticular, muitas papilas contêm alas capilares, outras contêm 
receptores sensoriais especializados que reagem a estímulos 
externos, como mudança de temperatura e pressão. Esta camada 
apresenta um suprimento sanguíneo bastante rico, onde um grupo 
de capilares se estende em alças para dentro do tecido conjuntivo 
que se projeta para dentro da epiderme, fornecendo a sua nutrição e 
atuando na regulação térmica. (GUIIRRO; GUIRRO, 2004) 
b) Camada Reticular – é mais espessa, constituída por tecido conjuntivo 
denso, denominada assim ao fato de que os feixes de fibras 
colágenas que a compõem entrelaçam-se em um arranjo semelhante 
a uma rede. Nesta camada os capilares são raros, sendo numerosos 
apenas em relação aos anexos da epiderme que se projetam em 
direção à camada reticular. 
 
 
1.1.3 Hipoderme 
 
Tecido sobre o qual a pele repousa, formado por tecido conjuntivo que 
varia do tipo frouxo ou adiposo ao denso nas várias localizações e nos 
diferentes indivíduos. Ela se conecta frouxamente a pele e a fáscia dos 
músculos subjacentes, o que permite ao músculo contraírem-se sem repuxar a 
 19
pele. A hipoderme não faz parte da pele, mas é importante porque fixa a pele 
às estruturas subjacentes, sendo também conhecida como tela subcutânea. 
(GUIRRO; GUIRRO, 2004) 
 
 
1.2 Elasticidade da Pele 
 
Através da elasticidade da pele é permitido os movimentos do corpo; ela 
está distendida além do seu ponto de equilíbrio elástico, tanto que se retrai 
quando há solução de continuidade. A tensão desta elasticidade varia de 
direção conforme a região do corpo e isto se deve à variação da direção geral 
das fibras colágenas e elásticas da derme, e é determinada pela orientação 
das linhas de fenda. A junção de inúmeras fendas formam-se as linhas (linhas 
de Langer), com as quais é possível esquematizar verdadeiros mapas, na 
direção perpendicular á orientação destas linhas a pele apresenta máxima 
distensibilidade. As linhas de fenda geralmente são transversais no tronco e 
longitudinais nos membros, com modificações nas regiões articulares. 
(GUIRRO; GUIRRO, 2004) 
Observa-se que as lesões ocorridas paralelas a linhas de fenda 
reparam-se com cicatrizes mínimas. O conhecimento da direção destas linhas 
é de grande interesse cirúrgico, pois auxilia o cirurgião a realizar incisões 
esteticamente aceitas, pois essas incisões provocam mínima dilaceração do 
colágeno da derme, sem retração, e a reparação é feita com pequena 
quantidade de tecido cicatricial. No entanto, uma incisão realizada 
perpendicularmente às linhas de fenda provoca retração, dilaceração e 
desarranjo das fileiras de colágeno. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) 
 
 
1.3 Vascularização e Inervação 
 
Na vascularização há dois plexos arteriais que suprem a pele: um que 
se situa no limite entre a derme e a hipoderme e outro entre as camadas 
papilar e reticular. Deste último plexo partem finos ramos para as papilas 
dérmicas. (GUIRRO; GUIRRO 2004) 
 20
Distinguem-se três plexos venosos da pele, dois na posição descrita 
para as artérias e um na região da derme. O sistema de vasos linfáticos inicia-
se nas papilas dérmicas e converge para um plexo entre as camadas papilar e 
reticular; daí partem ramos para um outro plexo localizado no limite da derme 
com a hipoderme. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) 
A pele é ricamente inervada, pois tem milhões de terminações 
microscópicas que permitem identificar os diferentes estímulos do ambiente, 
alertando o organismo para o perigo exterior. Todos os nervos da pele provêm 
da medula espinhal; são mistos, ou seja, são formados de fibras sensoriais que 
procedem das raízes dorsais e de fibras simpáticas provenientes dos gânglios 
simpáticos (AZULAY; AZULAY, 1999) 
As glândulas sebáceas não recebem inervação autônoma. Na pele, 
encontramos certos corpúsculos nervosos aos quais se pretende atribuir 
funções específicas; o fato é que as sensações tátil, dolorosa e térmica 
ocorrem ao nível das terminações livres. A sensibilidade tátil tem distribuição 
ponteada e apresenta diferenças regionais. A sensibilidade térmica é também 
ponteada; há pontos para o frio e para o calor, que, porém, não são 
específicos. (AZULAY; AZULAY, 1999) 
As sensações cutâneas como tato, dor, calor e frio são captadas por 
vários receptores especializados. 
 
 
1.3.1 Receptores táteis 
 
 Toda a superfície cutâneaestá provida de terminações nervosas 
capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Essas 
terminações nervosas ou receptores cutâneos são especializados na recepção 
de estímulos específicos. Não obstante, alguns podem captar estímulos da 
natureza distinta. (GUYTON; HALL, 1997) 
 Nas regiões da pele providas de pêlo existem: a) terminações nervosas 
específicas nos folículos capilares; b) terminais ou receptores de Ruffini. As 
primeiras formadas por axônios que envolvem o folículo piloso captam as 
forças mecânicas aplicadas contra o pêlo. Os terminais de Ruffini, com sua 
forma ramificada são receptores térmicos de calor. (GUYTON; HALL, 1997) 
 21
 De acordo com Ross e Rowrell (1993) na pele desprovida ou não de 
pêlo, encontra-se ainda três tipos de receptores comuns: 
a) Corpúsculo de Paccini – captam especialmente estímulos vibráteis e 
táteis. São formados por uma fibra nervosa cuja porção terminal, 
amielinica, é envolta por várias camadas que correspondem a 
diversas células de sustentação. A camada terminal é capaz de 
captar a aplicação de pressão, que é transmitida para as outras 
camadas e enviada aos centros nervosos correspondentes. 
b) Disco de Merkel – de sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra 
aferente costuma estar ramificada com vários discos terminais destas 
ramificações nervosas. Estes discos estão englobados em uma 
célula especializada, cuja a superfície distal fixa às células 
epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os 
movimentos de pressão e tração sobre a epiderme desencadeiam o 
estímulo. 
c) Terminações Nervosas livres – sensíveis aos estímulos mecânicos, 
térmicos e especialmente dolorosos. São formados por um axônio 
ramificado envolto por células de Schuwann sendo, por sua vez, 
ambos envolvidos por uma membrana basal. 
 Na pele sem pelo encontra-se ainda outros receptores específicos. 
d) Corpúsculo de Meissner – táteis. Estão nas saliências da pele. Como 
por exemplo: as partes mais altas das impressões digitais. São 
formadas por um axônio mielínico, cujas ramificações terminais se 
entrelaçam com células acessórias. 
e) Bulbos Terminais de Krause – receptores térmicos de frio. São 
formados por uma fibra nervosa cuja terminação possui forma de 
clava. Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as membranas 
mucosas, por exemplo: ao redor dos lábios e dos genitais. 
 
 
1.4 Anexos da pele 
 
Na pele são observadas várias estruturas anexas: as glândulas, as 
unhas e os pêlos. 
 22
1.4.1 Glândulas da Pele 
 
A pele contém numerosas glândulas sudoríparas e sebáceas. As 
primeiras localizam-se na derme ou tela subcutâneas, com importante função 
na regulação da temperatura corporal, porque sua secreção, o suor, absorve 
calor por evaporação da água. Possuem um longo e tortuoso ducto excretor 
que atravessa a epiderme e se abre na superfície da pele por meio de um poro. 
(DÂNGELO; FATTINI, 1988) 
 
 
1.4.1.1 Glândulas Sudoríparas 
 
Glândulas sudoríparas são encontradas por toda a superfície do corpo, 
exceto às bordas dos lábios, no pavilhão auricular, à superfície interna do 
prepúcio e da glande. São mais numerosas nas palmas das mãos e planas dos 
pés, sendo as únicas glândulas encontradas nessas áreas. O ducto excretor 
descreve curso reto ou oblíquo através da derme, penetrando na epiderme 
entre duas papilas. (BAILEY et al., 1973) 
Glândulas sudoríparas particularmente grandes são encontradas nas 
axilas, aréola mamária, lábios maiores e região perianal. Produzem secreção 
mais espessa do que o suor formado pelas glândulas maiores. (BAILEY et al., 
1973) 
O suor secretado por essa glândula é um líquido extremamente fluido, 
que contém pouquíssima proteína, além de sódio, potássio, cloretos, uréia, 
amônia e ácido úrico. (JUNQUEIRA; CARNEIRO,1999) 
 
 
1.4.1.2 Glândulas Sebáceas 
 
São, com raras exceções, encontradas em todas as regiões do corpo. 
Situam-se na derme e os seus ductos geralmente desembocam na porção 
terminal dos folículos piloso. Em certas regiões, porém (lábio, glande e 
pequenos lábios), os ductos abrem-se diretamente na superfície da pele. 
(JUNQUEIRA ; CARNEIRO,1999) 
 23
As glândulas sebáceas faltam nas regiões palmares e plantar. Sua 
secreção, conhecida como sebo, serve para lubrificar a pele e os pêlos. 
(DÂNGELO; FATTINI, 1988) 
A secreção sebácea é realmente a mistura complexa de lipídeos que 
contêm triglicerídeo, ácidos graxos livres, colesterol e seus ésteres. A atividade 
dessas glândulas é nitidamente influenciada por hormônios sexuais. 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO,1999) 
 
 
1.4.2 Unhas 
 
Dois folhetos epidérmicos mais externos, a camada córnea e a camada 
lúcida, são intensamente corneificados, formando as unhas (GUIRRO; 
GUIRRO, 2006). As unhas são formadas por escamas córneas achatadas, que 
formam capas de proteção para as falanges distais dos dedos e artelhos. Toda 
unha consiste em: um corpo, a porção descoberta, fixa, a unha; uma borda 
livre, a extensão anterior livre, do corpo; e uma raiz da unha, parte posterior ou 
proximal da unha. (BAILEY et al., 1973) 
A dobra da pele que se estende em torno das bordas laterais e proximal 
da unha constitui a dobra periungueal e a pele situada sob a mesma é o leito 
ungueal. O sulco entre o leito ungueal e a dobra periungueal é a fenda ungueal. 
A unha propriamente dita é dura e córnea, e consiste em várias camadas de 
células claras, achatadas, dotadas de núcleos contraídos e degenerados. 
(BAILEY et al., 1973) 
O crescimento das unhas é contínuo durante a vida, graças a um 
processo de proliferação e diferenciação de células epiteliais da raiz da unha, 
que gradualmente se queratinizam para formar a placa córnea. (DÂNGELO; 
FATTINI, 1988) 
 
 
1.4.3 Pêlos 
 
Os pêlos são uma característica fundamental dos mamíferos e cobrem 
considerável parte da pele, embora estejam ausentes em algumas regiões do 
 24
corpo, como a palmar e plantar. Os pêlos que se desenvolvem inicialmente 
constituem a lanugem, que se desprende pouco antes do nascimento para dar 
lugar à pêlos finos. Pêlos longos desenvolvem-se na cabeça (couro cabeludo) 
nas axilas, ao nível da sínfise púbica e, no sexo masculino também na face. 
Como ocorre na pele, a coloração dos pêlos depende da quantidade de 
pigmento neles existentes. (DÂNGELO; FATTINI,1988) 
Os pêlos são fios elásticos, queratinizados, derivados da epiderme. 
Situam-se em depressões ou poros profundos e estreitos que atravessam a 
derme a profundidades variáveis, estendendo-se geralmente até o tecido 
subcutâneo. (BAILEY et al., 1973) 
No pêlo distinguem-se duas partes: a haste e a raiz, estando a primeira 
acima da pele e a segunda alojada num tubo epidérmico denominado folículo 
piloso, que mergulha na derme ou na tela subcutânea. A base do folículo é 
dilatada, constituindo o bulbo piloso. No ângulo obtuso formado pela raiz do 
pêlo e a superfície da pele encontram-se, geralmente, um feixe de fibras 
musculares lisas denominadas músculo eretor do pêlo, cuja contração provoca 
a ereção do pêlo. (DÂNGELO; FATTINI, 1988) 
O pêlo é inteiramente formado por células epiteliais, distribuídas em três 
camadas definidas: medula, córtex e cutícula. (BAILEY et al., 1973) 
A formação do novo pêlo com a proliferação de células da bainha 
radicular externa na região da papila antiga. A papila torna-se maior e se 
invagina pela massa celular ou, segundo alguns autores, forma-se uma nova 
papila. Dessa nova matriz, ou germe piloso, desenvolve-se o novo pêlo. O novo 
pêlo cresce em direção à superfície sob ou ao lado do pêlo morto, o qual, 
finalmente, substitui. (BAILEY et al., 1973) 
A pigmentação do pêlo processa-se graças à presença de melanócitos, 
que se dispõem entre a papila e o epitélio da raiz do pêlo e fornecem melanina 
às células da raiz e córtex do pêlo, de maneira análoga à que ocorre na 
epiderme. Sua cor, tamanho e disposição variam de acordo com a raçae 
região do corpo. (JUNQUEIRA; CARNEIRO,1999) 
 
 
 
 
 25
CAPÍTULO II 
 
 REPARAÇÃO TECIDUAL 
 
 
2 FISIOLOGIA DO REPARO TECIDUAL 
 
 O reparo tecidual é processo de regeneração observado em uma 
variedade de tecidos biológicos, sendo considerado um dos mecanismos 
primários de sobrevivência. (OLIVEIRA; OLIVEIRA; SOARES, 2008) 
 Quando ocorre agressão a um tecido, seja uma agressão focal sobre 
uma ou várias células, o organismo tenta restaurar a conformação tecidual 
anterior a agressão. Quanto mais células são envolvidas na agressão mais 
complexo é o processo de reparo tecidual. (MONTENEGRO; FRANCO, 1999) 
 Identificam-se três fases no processo da cicatrização, a inflamatória ou 
inicial, a proliferativa ou de fibroplasia, e a maturação ou remodelação. Estas 
fases são separadas apenas didaticamente, ocorrendo na realidade 
superposição e transição contínua e gradual de uma fase para outra. (SALLES, 
2010) 
 
 
2.1 Fase Inflamatória 
 
 A fase inflamatória é essencial para a cicatrização, caracterizada por 
aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia das células da circulação 
para o meio ambiente da ferida, liberação de citocinas e fatores de 
crescimento, além da ativação de células migrantes. (HOUGLUM e 
SCHAFFER ; NANNEY apud BORTOT, 2005) 
 Imediatamente após a lesão, a fase inflamatória começa com a 
homeostasia. Os contribuintes para a homeostasia incluem a vasocostrição, 
agregação plaquetária e deposição de fibrinas, resultante da cascata de 
coagulação. O produto final deste processo é a formação da crosta; esta é 
composta primariamente por concentração de fibrina e agregação plaquetária 
embebidos em células sanguíneas. Este processo previne a ampla perda de 
 26
fluido e eletrólitos do local da ferida e limita a contaminação por agentes 
nocivos. (BORTOT, 2005) 
 Uma vez que a homeostasia é realizada, a inflamação tardia, 24 a 96 
horas após a lesão, envolve a liberação de agentes vasodilatadores, histamina 
e serotonina, os quais aumentam a permeabilidade capilar local do leito da 
ferida, e fatores de crescimento. (BORTOT, 2005) 
 Segundo Salles (2010) há duas categorias de fatores de crescimento, os 
quimiotáticos e os hormonais. O fator de crescimento derivado de plaquetas 
(PDGF - “platelet derived growth factor”), por exemplo, é um fator quimiotático 
que atrai fibroblastos e células musculares lisas para o local de agregação 
plaquetária. Os chamados “hormônios das feridas” incluem o TGF-β, que 
estimula angiogênese, atrai fibroblastos e estimula a produção de colágeno. 
 Segundo Kitchen e Young (apud ROMERO; OLDRA, 2006), o processo 
inflamatório consiste em vasoconstrição e coagulação sanguínea inicial, que 
previne a perda de sangue pela hemorragia; vasodilatação e aumento da 
permeabilidade dos capilares e vênulas, que aumentam o fluxo sanguíneo e o 
extravasamento de líquido, macromoléculas e células, garantindo a migração 
celular para o tecido lesado. Depois de chegarem aos tecidos as células 
inflamatórias inicia a fagocitose, processo de digestão de detritos celulares e de 
materiais estranhos ao organismo, promovendo então, condições necessárias 
para o reparo tecidual propriamente dito. 
 
 
2.2 Fase Proliferativa 
 
A fase proliferativa é uma fase de predominante atividade celular 
direcionada á reparação do tecido traumatizado. Neste período inicia-se a 
formação de tecidos de granulação, ou seja, da matriz da reparação tecidual. 
Para isso, são necessárias grande proliferação fibroblástica e migração celular 
para dentro da matriz provisória. (BORTOT, 2005) 
O tecido de granulação é formado na área de lesão a partir do 4º dia, e 
contém numerosos capilares neo-formados, macrófagos, fibroblastos e matriz 
extracelular. Inicialmente, os fibroblastos produzem fibronectina e colágeno. A 
fibronectina é uma glicoproteína secretada em associação à fibrina que serve 
 27
de substrato para a migração celular e a fibrilogênese do colágeno, e como 
sítio de ligação para os miofibroblastos exercerem a contração tecidual. 
Gradualmente passa-se à remodelação desta matriz por meio da contração 
tecidual, processo biológico que diminui a dimensão dos tecidos conectivos 
envolvidos na lesão. (SALLES, 2010) 
Uma semana após a lesão, os fibroblastos diferenciam-se em 
miofibroblastos e já preenchem toda a ferida, apresentando ligações entre si e 
com a matriz. Muitos autores acreditam que a contração tecidual seja um 
processo inteiramente celular, independente da síntese ou deposição de 
colágeno. Por outro lado, o colágeno fornece a força tênsil para manutenção da 
contratura ocorrida. (SALLES, 2010) As fibras de colágeno são depositadas de 
modo aleatório em toda a cicatriz em formação. Conforme o colágeno continua 
a proliferar, a força elástica da ferida aumenta rapidamente em proporção à 
velocidade da síntese de colágeno. Conforme a força elástica aumenta, o 
número de fibroblastos diminui, sinalizando o início da fase de 
amadurecimento. (PRENTICE; VOIGHIT, 2003) 
Próximo ao final da fase proliferativa, o colágeno sintetizado passa por 
mudanças, transformando-se em colágeno tipo I e este processo torna-se 
contínuo até que uma abundante matriz de colágeno seja depositada no local 
da ferida. (O’LEARY et al. apud BORTOT, 2005) 
 Já o epitélio se regenera rapidamente para reassumir sua função de 
barreira. Isto começa com a mitose das células basais da epiderme, e é 
seguido pela migração do epitélio, pelos bordos da ferida abaixo, e 
atravessando a incisão. O epitélio migra sobre a forma de uma lâmina até que 
em contato com as outras células epiteliais, momento no qual toda a 
movimentação cessa. Á medida que a ferida matura, o epitélio se espessa. 
(CRUSE; MCPHEDRAN apud BORTOT, 2005) 
 
 
2.3 Fase Remodeladora 
 
Para Guirro e Guirro (2004), esta fase é chamada de fase de 
remodelamento porque o arranjo e o tipo de colágeno são mudados. Nesta 
fase ocorrem dois eventos importantes: deposição, agrupamento e 
 28
remodelação do colágeno e regressão endotelial. A remodelação do colágeno 
inicia-se na formação do tecido de granulação e mantém-se por meses após a 
reepitelização. As colagenases e outras proteases produzidas por macrófagos 
e células epidérmicas dão direção correta às fibras colágenas difusas. Há 
diminuição de todos elementos celulares, inclusive fibroblastos, bem como dos 
elementos do tecido conjuntivo. A regressão endotelial ocorre através da 
diminuição progressiva de vasos neoformados, clinicamente a cicatriz se torna 
menos espessa, passando de uma coloração rosada para esbranquiçada. 
(ABLA; ISHIZUAKA, 1995) 
A terceira fase da reparação tecidual compreende a remodelação da matriz. 
Com a maturação da mesma, a fibronectina e o ácido hialurônico diminuem, os 
feixes de colágeno e a força tênsil aumentam, e proteoglicanas são 
depositadas aumentando a elasticidade frente a deformações. A remodelação 
do colágeno compreende síntese continuada e catabolismo. A degradação do 
colágeno é controlada por variadas enzimas denominada colagenases, 
derivadas de granulócitos, macrófagos, células epidérmicas e fibroblastos. Até 
o final de terceira semana sítios de reparação apresentam cerca de 20% da 
força tênsil final. Até a oitava semana a taxa de aumento da mesma é lenta e 
progressiva, refletindo o estabelecimento de ligações cruzadas entre as 
moléculas de colágeno. (SALLES, 2010) 
 
 
2.4 Cicatriz 
 
“As cicatrizes são o resultado inevitável da lesão, intencional ou 
acidental, da pele. A cicatriz final, secundária a um processo de reparação, é 
variável e nunca completamente previsível”. (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 413) 
Todos os tecidos do corpo humano apresentam um bom processo de 
regeneração. A pele, por ter origem ectodérmica e conjuntiva, é um órgão mais 
complexo e se cura mediante formação de um tecido fibroso, que é a cicatriz. 
(HALBE, 2000). 
“O processo de cicatrizaçãose dá fundamentalmente no tecido 
conjuntivo, no qual diversos fatores de ordem geral ou local intervêm em sua 
constituição e função” (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p.413) 
 29
2.4.1 Tipos de cicatrização 
 
Há quatro tipos de cicatrização: 
a) 1º intenção - Advém da sutura por planos anatômicos. Na 
cicatrização primária não há perda tecidual. Pode ocorrer 
complicações como isquemia perissutura em decorrência de técnica 
inadequada, presença de corpo estranho, coleção de líquidos, 
hematomas e infecção superficial. Esses fatores poderão evoluir à 
deiscência de sutura cirúrgica. (CANDIDO, 2006). “Ocorre por 
planos, com aposição de tecido por tecido, com menor quantidade de 
colágeno e reduzido tempo de recuperação”. (GUIRRO; GUIRRO, 
2004, p. 414) 
b) 2º intenção - Quando a evolução cicatricial da ferida é espontânea, 
granulação seguida de epitelização. (CANDIDO,2006). De acordo 
com Guirro e Guirro (2004), a cicatrização de segunda intenção 
ocorre quando há perda de tecido, e o reparo se dá por proliferação 
de tecido de granulação, com cicatriz invariavelmente inestética, e 
por vezes apresentando comprometimento funcional. A falência na 
cicatrização por segunda intenção resultará em uma ferida crônica; 
c) 3º intenção - forma combinada das duas primeiras; 
d) 4º intenção – enxertos. 
Sempre que se estabelece uma solução de continuidade no tegumento 
cutâneo, seja pela violência fortuita do traumatismo, seja pela diérese 
programada do bisturi, a reação do organismo para restaurar sua continuidade 
passa por várias fases. (ELY, 1980) 
Segundo Ely (1980), esta brecha na integridade do tecido é rapidamente 
preenchida com sangue, plasma e linfa, que formam um coágulo. Durante essa 
fase preparatória, leucócitos, macrófagos, histócitos, fibroblastos e capilares 
das margens da ferida começam a invadir o coágulo. Células esmagadas, 
desvitalizadas ou desnutridas são dissolvidas e afastadas. Os bordos da lesão 
são interligados por esta massa que serve como meio de cultura para os 
fibroblastos e as jovens células de tecido conectivo. 
Após 48 horas, começam a aparecer células de colágeno na periferia do 
tecido conectivo em organização, e, pelo quinto dia, já podem ser identificadas 
 30
como jovens fibras colágenas. Até aí a cicatriz em processo de 
desenvolvimento não apresenta a necessária resistência à tração. (Por isso a 
retirada muito precoce dos pontos provocaria sua ruptura e conseqüentemente 
alargamento). (ELY, 1980) 
 Depois do sexto dia, começa a crescer rapidamente o número de fibras 
colágenas e fibroblastos, dando um aumento significativo à atividade cicatricial. 
Este ritmo persiste até o 14º dia, reduzindo-se depois gradativamente. Há, 
então, um aumento das fibras colágenas à custa dos fibroblastos, dando à 
cicatriz firmeza já satisfatória. O processo cicatricial prolonga-se por vários 
meses, já então em atividade mais reduzida. (ELY, 1980) 
Clinicamente, observamos que toda cicatriz, seja ela resultante de 
ferimento ou de cirurgia, sempre apresenta, inicialmente, uma cor 
avermelhada. Pouco a pouco vai tendendo para o róseo, para o pérola e, 
finalmente, toma uma coloração muito próxima à dos tecidos de vizinhança. 
Este período de maturação pode levar seis meses ou mais, tratando-se de uma 
cicatriz normal. Quando há tendência à formação de cicatrizes hipertróficas e 
quelóides, este processo pode levar vários anos. (ELY, 1980) 
Há, ainda, uma classificação quanto às condições de evolução, podendo 
as cicatrizes serem normais ou patológicas: (CANDIDO,2006) 
a) Normotrófica: é quando a pele adquire o aspecto de textura e 
consistência anterior ao trauma. 
b) Atrófica: quando sua maturação não atinge o trofismo fisiológico 
esperado, surgindo, geralmente, por perda de substância tecidual ou 
sutura cutânea inadequada. 
c) Brida cicatricial: são cicatrizes indesejadas localizadas nas regiões 
articulares e, por essa razão, podem provocar limitações funcionais.” 
d) Hipertrófica: ocorre quando o colágeno é produzido em qualidade 
normal, mas a sua organização é inadequada, oferecendo aspecto 
não harmônico. 
Segundo Alves (1998), as cicatrizes hipertróficas são elevadas, tensas, 
avermelhadas, dolorosas, pruriginosas; lateralmente não ultrapassam os limites 
do traumatismo inicial e com o tempo mostram tendência à regressão. “Uma 
cicatriz hipertrófica apresenta a característica de regredir espontaneamente 
 31
dentro de um período de um ano e a hipertrofia ocorre dentro dos limites da 
lesão”. (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 416) 
d) Quelóide: é decorrente da contínua produção de colágeno jovem 
devido à ausência de fatores inibitórios. 
 De acordo com Alves (1998), as quelóides, que lateralmente 
ultrapassam os limites do traumatismo inicial, apresentam forma tumoral, às 
vezes são pediculares, ocasionam dor e prurido, são avermelhadas, mas não 
mostram tendência à regressão e têm alta incidência de recidiva após a 
excisão. Para Guirro e Guirro (2004), os quelóides são geralmente uma 
situação definitiva, não apresentam melhora espontânea e a formação fibrosa 
estende-se além dos limites originais da lesão. O portador de um quelóide tem 
a sensação de prurido, de queimação ou ferroadas. São indolores à palpação. 
Para Alves (1998), na cicatriz normal madura, há equilíbrio entre a 
síntese de colágeno e sua degradação. Nas cicatrizes hipertróficas e quelóides 
ocorrem, por fatores desconhecidos, aumento da síntese de colágeno ou 
deficiência da colagenólise. São conhecidos vários fatores que influem em seu 
aparecimento: 
a) Raça - indivíduos de raça negra e amarela são mais susceptíveis do 
que os caucasianos; 
b) Hereditariedade - estudos sobre hereditariedade e quelóides são 
inconclusivos, embora alguns grupos de indivíduos com 
acometimento severo apresentem história familiar positiva; 
c) Idade- indivíduos jovens são mais susceptíveis do que adultos; os 
velhos são muito pouco afetados; 
d) Fatores locais - as regiões mais propensas à hipertrofia cicatricial são 
as peitorais, deltóides e a face, sendo muito comuns quelóides nas 
perfurações de lóbulos de orelhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 32
CAPÍTULO III 
 
 LASERTERAPIA 
 
 
3 HISTÓRICO 
 
As raízes do mecanismo do laser são muito modernas em 1900 o físico 
alemão Max Planck apresentou uma explanação do motivo pelo qual as cores 
de um corpo quente reluzente mudam com a temperatura. Ele propôs que as 
radiações vêm em quantidade discreta (quanta). Assim, a radiação seria não 
apenas uma série de ondas mas, ao mesmo tempo uma corrente de partículas 
(fótons). Por volta de 1917, Einstein tinha esboçado os princípios básicos para 
produção da radiação laser como parte da teoria quântica. (LOW; REED, 
2001) 
A luz vermelha foi usada na medicina ainda em tempos antigos criando 
a síndrome da luz vermelha, bem conhecida no último século, sendo também 
um dos métodos de cura usados por Finsen, o pai da fototerapia 
contemporânea. (KARU, 1987) 
Os primeiros lasers médicos, desenvolvidos nas décadas de sessenta e 
setenta, eram utilizados para a destruição tecidual e coagulação. Foram 
observados alguns efeitos benéficos nos locais onde havia sido aplicada baixa 
energia, o que levou ao uso terapêutico de lasers de baixa intensidade. (LOW; 
REED, 2001) 
Em 1960, Theodore H. Maiman, produz o primeiro laser de material 
sólido utilizando o rubi. Em meados dos anos setenta, Javan Benett e Herriot 
construíram o laser HeNe, apoiados no descobrimento do laser vermelho 
visível feito por White e Rigden. Esta é a primeira fonte comercialmente 
disponível de luz coerente recebendo inicialmente o nome de laser frio ou laser 
suave. (BAXTER, 1997) 
Esse fato gerou interesse em um laser na faixa infravermelha,fora do 
alcance de emissão visível, aparecendo somente no final da década de setenta 
os primeiros laseres AsGa (Arsenieto de Gálio) e de AsGaAl (Arsenieto de 
Gálio e Alumínio).(TUNER; HODE, 1999) 
 33
De acordo com Maier; Haina; Landy-Thaler (1990), o trabalho inicial da 
terapia laser começou na Europa Oriental, sendo fortemente baseado no 
trabalho do professor Endre Mester de Budapest, chamado o pai da 
bioestimulação laser. No início dos anos setenta, o professor e sua equipe, 
realizaram estudos relevantes sobre as aplicações clínicas das interações 
atérmicas da luz do lazer com os tecidos. Foram os resultados desses estudos 
que relevaram o potencial das irradiações dos laseres de baixa potência 
aplicadas diretamente nos tecidos com efeitos de fotobioestimulação do 
processo de cicatrização dos tecidos. 
No Ocidente, um dos primeiros trabalhos foi o do Dr. Friedrich Plog, do 
Canadá, que estudou o uso do laser na acupuntura. A partir da década de 
setenta iniciou-se a aplicação do laser terapêutico em diversas doenças, como 
também em pesquisas e experimentações, obtendo dessa maneira, avanços a 
respeito dos efeitos fisiológicos, mecanismos de produção e no 
aperfeiçoamento do aparelho. (KITCHEN; PARTRIDGE, 1991) 
 
 
3.1 Conceito 
 
A palavra laser tem o significado de light amplification by the stimulated 
emission of radiation (amplificação da luz por meio da estimulação da emissão 
da radiação), que se refere à produção de um feixe de radiação que difere da 
luz comum nos aspectos de Monocromaticidade, cor pura com comprimento de 
onda único; Coerência, com fótons no mesmo tempo e espaço; e Paralelismo, 
ou seja, mesma direção (unidicionalidade). (LOW; REED, 2001) 
De acordo com Guirro e Guirro (2004) a incorporação do laser como 
instrumento terapêutico tem sido acompanhada, em nosso meio, de pouca 
comprovação experimental, o que gera, de um lado, incertezas quanto às suas 
reais ações e de outras atribuições não pertinentes a essa forma de radiação. 
O laser é uma emissão de luz coerente, monocromática, com grande 
concentração de energia, capaz de provocar alterações físicas e biológicas. 
A monocromaticidade se dá porque a luz emitida possui um único 
comprimento de onda que oscila na mesma freqüência e consequentemente 
apresenta uma única cor, diferentemente da luz branca que é formada pela 
 34
composição de várias cores, onde cada cor corresponde a uma freqüência 
determinada. A coerência da emissão se dá devido ao alinhamento das ondas 
eletromagnéticas no tempo e no espaço. A direcionalidade dos fótons em um 
só sentido e a coerência de emissão é que possibilita a elevada concentração 
de energia, base para utilização da radiação laser como instrumento 
terapêutico ou cirúrgico. (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 
Veçoso (1993), de acordo com o tipo de substância estimulada a emitir 
radiação, são obtidos diferentes tipos de radiação laser, ou seja, ondas de 
comprimento e freqüência diferentes e, conseqüentemente, mais ou menos 
energéticas, pois segundo Albert Einstein, quanto maior a freqüência de uma 
onda, maior será a quantidade de energia contida em seus quanta. Planck 
(apud VEÇOSO, 1993), descobriu que a luz, ou qualquer radiação, só podia ser 
emitida em pacotes ou quanta – daí o nome de mecânica quântica -, ou seja, a 
luz é um jorro de partículas ou fótons. 
O laser de baixa potência tem ação principalmente nas organelas 
celulares, em especial nas mitocôndrias, lisossomas e membrana, gerando 
aumento de ATP e modificando o transporte iônico. Acredita-se que existem 
fotorreceptores celulares, sensíveis a determinados comprimentos de onda, 
que, ao absorverem fótons, desencadeiam reações químicas. Desta forma o 
LBP acelera, a curto prazo, a síntese de ATP (Glicólise e Oxidação 
Fosforilativa) e a longo prazo a transcrição e replicação do DNA. (KARU, 1987) 
 
 
3.2 Tipos de Laser Utilizados em Fisioterapia 
 
Há dois tipos de laser utilizados, basicamente, em fisioterapia: 
a) Laser de Hélio-Neônio (HeNe) – “é obtido a partir da estimulação de 
uma mescla de gases (hélio e neônio na proporção de 9:1) e 
possibilita uma radiação visível, com comprimento de onda de 632,8 
nm, o que confere ao mesmo a cor vermelha.” (VEÇOSO, 1993, 
p.24) 
b) Laser Arsenieto de Gálio (AsGa) - De acordo com Veçoso (1993), é 
uma radiação obtida a partir da estimulação de um diodo 
 35
semicondutor formado por cristais de arsenieto de gálio, e por isso 
também é chamado de laser semicondutor ou laser diódico. 
Existem também no mercado nacional os laseres Alumínio-Gálio-Indio-
Fósforo (AlGaInP) com comprimento de onda de 670nm e feixe de luz visível e 
o Arseneto-Gálio-Alumínio (AsGaAl) com comprimento de onda 830nm com 
feixe não visível. Uma das vantagens dos equipamentos de AlGAInP e os 
AsGaAl está fundamentalmente na potência média emitida (30mW), a qual é 
muito superior ao do HeNe (2mW) ou mesmo do AsGa. (GUIRRO; GUIRRO, 
2004) 
Para Veçoso (1993), a radiação laser obtida através da mescla de gases 
hélio e neônio se tem mostrado com grande poder terapêutico tanto em lesões 
superficiais como profundas. Porém, cabe ressaltar que, comparado ao laser 
AsGa, apresenta potencial terapêutico mais destacado em lesões superficiais. 
O laser AsGa apresenta potencial terapêutico destacado em lesões profundas, 
do tipo articular, muscular. 
 
 
3.2.1 Diferenças nos efeitos terapêuticos 
 
De acordo com Veçoso (1993), a potência média de alguns emissores 
de laser AsGa muitas vezes é inferior à potência de emissão dos aparatos de 
laser HeNe. Atualmente, adotou-se a denominação Laser de baixa potência 
(LBP), comum aos dois tipos. 
Ao considerarmos os dois tipos de laser em questão, percebemos que o 
laser HeNe é mais energético do que o laser AsGa, pois a freqüência é 
inversamente proporcional ao comprimento de onda, o laser HeNe (632, 8 nm), 
de comprimento menor que o AsGa (904 nm), apresenta freqüência superior ao 
laser AsGa e, conseqüentemente, carrega mais energia em seus quanta. 
(VEÇOSO, 1993). 
Para Veçoso (1993), uma onda mais energética interage com maior 
facilidade do que uma onda menos energética, provavelmente a radiação 
HeNe, mais energética, interage com a superfície do paciente imediatamente 
após sua incidência, o que não ocorre com a radiação AsGa, que demora um 
pouco mais para interagir com as estruturas do organismo do indivíduo tratado. 
 36
Ainda de acordo com Veçoso (1993), há uma maior efetividade do laser 
AsGa e do laser HeNe em, respectivamente, lesões profundas e superficiais, 
que resultam provavelmente em menor tempo de tratamento e não na maior ou 
menor eficácia de um ou de outro. 
 
 
3.2.2 Medidas da energia laser 
 
Para Low e Reed (2001), a quantidade de energia que cai em uma 
superfície é expressa em joules por metro quadrado (J/m²) ou joules por 
centímetro quadrado (J/cm²), e geralmente é chamada de densidade de 
energia. A taxa com a qual a energia é produzida ou absorvida é medida em 
joules por segundo, ou seja, em Watts (1W=1J/s) e chamada de potência. A 
maioria dos lasers utilizados em fisioterapia tem saídas de potência de mili-
watts. A potência média por unidade de área pode ser expressa como 
densidade de potência em W/cm². O feixe de laser não é perfeitamente 
colimado e a divergência pode ser expressa como ângulo. 
 
3.2.3 Formas de aplicação 
 
Segundo Veçoso (1993), não que aplicações por zona ou mesmo em 
varredura sejam contra-indicadas, mas como não é possível ver a dimensão da 
zona que se está irradiando, nem mesmo ter a idéia da dispersão que o 
afastamento da caneta aplicadora apresenta quando de uma aplicação em 
varredura, é aconselhável que, com este tipo de laser (AsGa), se utilize apenas 
a aplicação por pontos. 
Já o laser HeNe, segundo Veçoso (1993), por ser visível, permite um 
maior número de formas de aplicação quando comparado ao laser AsGa. São 
elas: aplicação por pontos, por zona e por varredura. 
 
 
3.2.4 Efeitos fisiológicos dos laseres de baixa potência 
 
Embora a radiação laser de baixa potência não tenha a capacidade37
ionizante, isto é, não rompe ligações químicas, a sua propriedade de indução 
fotobiológica é capaz de provocar alterações bioquímicas, bioelétricas e 
bioenergéticas nas células. (GUIRRO; GUIRRO, 2004) 
De acordo com Veçoso (1993), para que a radiação laser produza algum 
efeito sobre o corpo humano é necessário que ela seja absorvida pelo mesmo, 
ou seja, é necessário que ocorra uma interação dessa radiação com as 
estruturas moleculares e celulares do corpo humano. 
A região a ser aplicada, a forma de aplicação e até mesmo as diferenças 
individuais, interferem significativamente no aproveitamento da radiação laser. 
Para Guirro e Guirro (2004), a absorção da radiação pelos diferentes 
tecidos dependerá do laser utilizado, uma vez que cada tecido absorve 
diferentes comprimentos de onda. 
As respostas decorrentes da irradiação laser podem ser classificadas em 
primárias e secundárias. Os efeitos primários podem ser definidos como sendo 
as respostas celulares decorrentes da absorção da energia e os secundários 
as alterações fisiológicas que não afetam somente a unidade celular, mas sim 
toda a série de tecido. (VEÇOSO, 1993) 
Colls (1984) explica que os efeitos do laser dão divididos em: efeitos 
primários, secundários e terapêuticos. 
 
 
3.2.4.1 Efeitos primários ou diretos 
 
Esses efeitos diretos subdividem-se em três outros efeitos: 
a) Efeito bioquímico - responsável pela liberação de substâncias pré-
formadas, tais como histamina, serotonina e bradicinina, e pelas 
modificações estimulatórias ou inibitórias em reações enzimáticas 
normais, como na produção de ATP, inibição da síntese de 
prostaglandinas e lise de fibrina. 
b) Efeito bioelétrico – são várias as respostas decorrentes da alteração 
do potencial elétrico. Como efeito principal está a normalização do 
potencial da membrana atuando como um ator de equilíbrio da 
atividade funcional celular. 
 38
c) Efeito bioenergético – neste contexto é citada a teoria do bioplasma, 
na qual não há conclusões unânimes nem conclusivas. (COLLS, 
1984) 
Os efeitos relacionados à reparação tecidual são: 
- aumento do tecido de granulação; 
- regeneração de fibras nervosas; 
 - neoformação de vasos sanguíneos e regeneração dos vasos 
 linfáticos; 
- aumento da quantidade de colágeno após irradiação, das ligações 
 cruzadas do colágeno e da tensão de ruptura da ferida; 
- aceleração do processo de cicatrização; 
- incremento da atividade fagocitária dos linfócitos e macrófagos. 
 
 
3.2.4.2 Efeitos secundários ou indiretos 
 
 Segundo Veçoso (1993), existem os seguintes efeitos: 
a) Estímulo á microcirculação: com liberação da histamina pelo laser, 
ocorre a paralisação dos esfincteres pré-capilares, como 
consequência, o fluxo sanguíneo se vê aumentado. 
b) Estímulo do trofismo celular: com o aumento na produção de ATP, a 
velocidade mitótica é também aumentada, o que proporciona em 
escala tissular, aumento da velocidade de cicatrização e também 
melhora do trofismo dos tecidos. 
 
 
3.2.4.3 Efeitos terapêuticos 
 
A radiação LBP proporciona os seguintes efeitos terapêuticos: 
a) Efeito analgésico - “ o caráter antiinflamatório da radiação laser por 
si só proporciona redução da dor.” (VEÇOSO, 1993, p. 45) 
 Segundo Colls (1984) explica-se por vários fatores: 
 39
- Fator antiinflamatório a nível local reduzindo a inflamação, 
provocando a reabsorção de exsudatos e favorecendo eliminação 
de substâncias alógenas, através do estímulo a microcirculação. 
- Interferência da mensagem elétrica: através da manutenção do 
potencial de membrana e como a mensagem elétrica constitui-se 
em uma despolarização, este processo de inversão de polaridades 
seria dificultado, com isso proporcionaria uma menor sensação 
dolorosa. 
- Estimulação direta ou indireta sobre a mente, a liberação de beta 
endorfinas evitando a redução do limiar de excitabilidade dos 
receptores dolorosos através da redução na síntese de 
prostaglandinas, pois decresce a potencialização da bradicinina e 
como conseqüência, tem-se a manutenção do limiar de 
excitabilidade dos receptores dolorosos. 
- Provocando a normalização e o equilíbrio da energia no local da 
lesão com a liberação de histamina e bradicinina, ocorre a 
sensibilização dos receptores dolorosos, que é corrigido através do 
aumento da permeabilidade de vênulas e das dilatações das 
arteríolas. 
b) Efeito antiinflamatório - A radiação laser de baixa potência justifica-se 
por interferência na síntese de prostaglandina. Como elas 
desempenham um importante papel em toda instalação do processo 
inflamatório, a sua inibição determina uma sensível redução nas 
alterações proporcionadas pela inflamação; estimulação da 
microcirculação, garantindo um eficiente aporte de elementos 
nutricionais e defensivos para a região lesada, favorecendo a sua 
resolução. (VEÇOSO, 1993) 
c) Efeito antiedematoso - Estímulo à microcirculação, proporciona 
melhores condições para a resolução da congestão causada pelo 
extravasamento de plasma que forma o edema, ação fibrinolítica 
proporciona resolução efetiva do isolamento causado pela 
coagulação do plasma, que determina o edema duro. (VEÇOSO, 
1993) 
 40
d) Efeito cicatrizante - Veçoso (1993), como a radiação laser eleva os 
níveis de produção de ATP, ela contribui para o aumento na 
velocidade de divisão celular. Com o estímulo à microcirculação 
ocorre aumento do aporte de elementos nutricionais e pela formação 
de novos vasos a partir dos já existentes se torna acelerada, o que 
gera como conseqüência melhores condições para uma cicatrização 
rápida e esteticamente superior. 
 
 
3.2.5 Dosimetria 
 
Há ainda muitas dúvidas em relação à dosimetria dos lasers 
utilizados em fisioterapia, mas devem ser levados em consideração os itens 
que seguem. 
 
 
3.2.5.1 Dosagem 
 
Com relação aos efeitos terapêuticos da radiação laser, há muitas 
dúvidas sobre a dosagem. Segundo Low e Reed (2001), sobre o comprimento 
de onda (o laser infravermelho é recomendado para estruturas 
músculo-esqueléticas mais profunda e o laser vermelho visível para 
superficiais, como feridas, úlceras e condições de pele) e área de aplicação 
(lesões pequenas devem ser tratadas diretamente sobre a parte afetada, para 
feridas e áreas largas, a parte é dividida em quadrados de centímetros e cada 
área é estimulada separadamente, ou pode ser usada uma técnica de 
varredura na qual o laser é movido continuamente sobre a superfície da 
ferida. 
Para Rodrigues e Guimarães (apud SILVA; FILHO; MUSSKOPF, 1998), 
na laserterapia, a densidade energética é utilizada como forma de dosar a 
quantidade de radiação que se administrará a um paciente. Assim, temos que 
nos preocupar em saber qual é a quantidade de energia que será aplicada em 
uma certa área, isto é, a densidade energética medida em joules/cm² (J/cm²). 
 
 41
3.2.5.2 Tempo 
 
De acordo com Rodrigues e Guimarães (apud SILVA; FILHO; 
MUSSKOPF, 1998), quanto maior a potência, menor é o tempo necessário 
para aplicar uma certa quantidade de energia numa certa área. Quando houver 
variação na área a ser aplicada: quanto maior a área a ser irradiada, maior será 
o tempo necessário para aplicar uma certa densidade energética. 
Segundo Baxter (1997) e Tunér e Hode (1999) o tempo de aplicação é 
estimado pela seguinte fórmula: 
 
T(s)= Densidade Média de Energia (J/cm²) x Área (cm²) 
 Potência (W) 
 
 Segundo Rodrigues e Guimarães (apud SILVA; FILHO; MUSSKOPF, 
1998), deve-se evitar terapias de tempo total superior a 40 ou 45 minutos, 
porque há provável decréscimo da efetividade da radiação em virtude da 
diminuição do contraste luminoso. 
 
 
3.2.5.3 Parâmetros 
 
Segundo Colls (1984), há um esquema orientativo para critérios de 
doses: 
Efeito analgésico: 2 a 4 J/ cm² 
Efeito antiinflamatório: 1 a 3 J/ cm² 
Efeito cicatrizante: 3a 6 J/ cm² 
Efeito circulatório: 1 a 3 J/cm² 
 
 
3.2.5.4 Número de sessões 
 
Segundo Rodrigues e Guimarães (apud SILVA; FILHO; MUSSKOPF, 
1998), para evitar a somação de estímulos e a redução da efetividade, deve-se 
intercalar as aplicações do laser em pelo menos 24 horas. 
 42
É provável que até a quinta ou sexta aplicação os resultados sejam 
percebidos. Rodrigues e Guimarães (apud SILVA; FILHO; MUSSKOPF,1998), 
relatam que o número máximo de sessões terapêuticas com laser de baixa 
potência pode chegar a 15, 20 ou mais. 
 
 
3.2.6 Contra-indicações 
 
A radiação laser de baixa potência não pode ser considerada um recurso 
inofensivo. Segundo Veçoso (1993), entre as contra-indicações da radiação 
laser estão: 
a) Irradiação sobre massas neoplásicas ou pacientes portadores de 
neoplasias. 
b) Irradiação direta sobre a retina. 
c) Irradiação sobre foco de infecção bacteriana, principalmente aguda, 
sem devido tratamento, isto é, acompanhamento de 
antibioticoterápico. 
d) Irradiação em gestantes. 
 
 
3.3 Laserterapia e Reparação Tecidual 
 
 Simunovic et al. (2000), realizaram um estudo utilizando o LBP com 
diversos comprimentos de onda, no processo de cicatrização em um estudo 
clínico randomizado de setenta e quatro pacientes vitimas de acidente de 
trânsito, cortes ocasionados em esporte e grupo controle. Um dos aspectos 
analisados em seu estudo foi a formação do colágeno. As fluências utilizadas 
na pesquisa foram de 4 J/cm² para o laser de 632,8nm, 20 J/cm² para o laser 
de 904nm e 24 J/cm² utilizando ambos os comprimentos de onda. Em relação 
ao colágeno, melhores resultados foram encontrados utilizando 4 J/cm², sendo 
que com dose mais elevadas apresentaram menor efeito ou inibição no 
processo de reparação. 
 Nascimento (2001) elaborou um estudo com a finalidade de avaliar se a 
variação na intensidade e comprimento de onda poderiam interferir no 
 43
processo de reparo em feridas cirúrgicas, foram avaliados dois comprimentos 
de onda, um de 670nm e outro de 685nm. O modelo experimental utilizado, 
foram 30 ratos, sendo 18 animais irradiados e divididos em dois subgrupos, 
com cada grupo subdividido em 3 grupos diferenciando as densidades de 
potência utilizadas, que foram 2, 15 e 25mW. Doze animais foram utilizados 
como controle. Após o período experimental de 8 dias, os animais foram 
sacrificados. Os resultados apresentaram um efeito positivo do laser no 
processo de cicatrização, com o melhor efeito com o uso do laser de 670nm 
com 25mw de densidade de potência. Resultados positivos foram encontrados 
com ambos os comprimentos de onda quando comparados com o grupo 
controle. 
 No processo de cicatrização tecidual, as falhas no reparo mais 
importante são as que ocorrem nos estágios iniciais, levando a acentuação de 
edema, reduzida proliferação vascular e diminuição dos elementos celulares, 
tais como: leucócitos, macrófagos e fibroblastos. Conseqüentemente, 
ocorrendo baixa síntese de colágeno e aumento do risco de infecção. Tendo 
em vista estes agravantes, estudos norteiam-se na busca de novos métodos 
terapêuticos que possam solucionar, ou ainda, minimizar, as falhas no 
processo de reparo tecidual. Entre tais métodos a terapia de laser de baixa 
potência (LBP) tem ocupado lugar de destaque. Seu êxito deve-se as 
particularidades de respostas que induz nos tecidos, como redução do edema, 
diminuição do processo inflamatório, aumento da fagocitose, aumento da 
síntese de colágeno e epitelização. (CARVALHO et al., 2003) 
 Medrado et al. (2003), analisaram os efeitos do laser Arseneto-Gálio-
Alumínio (AsGaAl) em diferentes doses, 4 J/cm² e 8 J/cm², na cicatrização de 
ferida induzida, em ratos. Observaram que nos animais tratados, a extensão do 
edema e o número de células inflamatórias foram reduzidos precocemente, 
além de ter sido induzido o aumento da deposição de colágeno e a melhora da 
proliferação de miofibroblastos, quando comparado com o grupo controle. 
Também foi verificado que o tratamento com a dosagem de 4 J/cm² foi 
superior ao de 8 J/cm², pois apresentou maior quantidade de células que são 
correlacionadas com a maior proliferação vascular e manteve uma maior 
redução do diâmetro da área da ferida em todos os instantes da análise. 
 44
 Carvalho et al. (2003), em estudo comparativo, analisou fibras 
colágenas, através da morfometria computadorizada, de feridas cutâneas em 
ratos Wistar, submetidos a irradiação diária do laser HeNe com dosagem de 4 
J/cm², durante 36 segundos, com as do grupo controle. As análises 
morfométricas foram realizadas no 3º,7º e 14º dias após a lesão. Foi verificado 
que o laser se mostra eficiente no tratamento de feridas cutâneas, acelerando 
seu processo cicatricial com uma rede de fibras colágenas melhor elaborada 
do que no grupo controle. 
 Segundo Hüseyin et al. (apud BORTOT, 2005), verificaram a atuação do 
laser AsGa, com dose de 1J/cm², densidade de energia de 6mW por 10 
minutos/dia, durante 10 dias consecutivos, nas distintas fases do processo de 
reparação tecidual de feridas em ratos. As análises histológicas foram 
realizadas no 4º e 10º dia de tratamento e a análise tênsil, no 25º dia do 
estudo. Comparando-se o grupo tratado ao de controle, observou-se efeito 
benéfico significativo do LBP na três fases do processo de reparação: 
inflamatória, proliferativa e remodeladora. 
 Bortot (2005), em seu estudo teve como objetivo analisar aspectos 
histológicos e biomecânicos da reparação tecidual de feridas cutâneas em 
ratos, com e sem fita adesiva cirúrgica hipoalergênica, após irradiação do LBP 
AlGaInP (Alumínio-Gálio-Índio-Fósforo), com densidade média de energia de 7 
J/cm². Os animais foram estimulados de forma seqüencial, iniciando-se 24 
horas após a cirurgia, por 7 e 14 dias. A análise morfométrica do processo de 
reepitelização foi realizada apenas nos grupos submetidos à 7 dias de 
tratamento, sendo que os de 14 dias já apresentavam o avanço total do 
epitélio, dificultando a mensuração. Nos grupos submetidos a irradiação, com e 
sem fita adesiva cirúrgica hipoalergênica , a reepitelação foi significativamente 
maior que no grupo controle, assim como também apresentaram maior número 
de células de fibroblastos. Entretanto, com 14 dias de tratamento, a não 
diferença significativa entre os grupos, sugere-se que o laser não apresenta, na 
fase inicial de remodelagem, tanta influência como na fase proliferativa. 
 Bortot (2005), analisou também o número de fibrócitos nos grupos 
experimentais de 7 dias de tratamento, verificando menor quantidade 
significativa nos grupos submetidos a radiação, com e sem fita, quando 
comparado ao grupo controle. Este resultado coincide ser inversamente 
 45
proporcional ao do fibroblasto, já que o fibrócito é uma condição inativa deste. 
Assim, sugere que o LBP estimulou a diferenciação dos fibrócitos em 
fibroblastos ativos, porém o analise da diferença entre as médias do número de 
fibrócitos reduzidos ao aumento de fibroblastos, nos grupos irradiados, 
suspeitou-se que não só apenas houve uma transformação de fibrócitos em 
fibroblastos, mas também da atuação dos fatores de crescimentos 
responsáveis pelo controle de migração e proliferação fibroblásticas. Neste 
grupo, os leucócitos também apresentaram em menor quantidade, atribuindo 
este fato a ação do LBP em acelerar o processo de reparação tecidual, 
diminuindo assim o período da fase inflamatória tardia, sendo esta sobreposta 
à fase proliferativa. Já com 14 dias de tratamento, a não diferença significativa 
entre os grupos sugeriu novamente que o laser não apresenta na fase inicial de 
remodelagem, tanta influência como na fase proliferativa. 
 Ainda no estudo de Bortot (2005), o teste de resistência tênsil foi 
realizado no 15º, ou seja, após os 14 dias de tratamento, os resultados não 
revelaram aumento significativo da resistência tênsil nos tecidos submetidos a

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