Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NUTRIÇÃO CLINICA Controle nutricional com doenças definidas Alterações das exigencias nutricionais associadas a doenças, gravidade da doença, desnutrição, medicamentos, vias alimentares. Distinguir fisiologia – saúde – fisiopatologia - doença 1 DIETAS HOSPITALARES Mariana Nobrega – marianapnobrega@hotmail.com 2 As dietas são elaboradas considerando-se o estado nutricional e fisiológico do individuo Em situações hospitalares, devem estar adequadas ao estado clínico do paciente, além de proporcionar melhoria na sua qualidade de vida. Portanto a dieta hospitalar garante o aporte de nutrientes ao paciente internado e preservar seu estado nutricional, por ter um papel co- terapêutico em doenças crônicas e agudas 3 As dietas hospitalares podem ser padronizadas segundo As modificações qualitativas e Quantitativas da alimentação normal, Consistência, Temperatura, Volume, Valor calórico total, Alterações de macronutrientes e restrições de nutrientes Com isso podem ser classificadas a partir das suas principais características, indicações e alimentos ou preparações que serão servidos 4 DIETAS HOSPITALARES DIETA Atender as necessidades nutricionais Adaptada as condições do paciente: - Hábitos alimentares - Situação sócio-econômica - Órgãos ou sistemas que estejam alterados 5 A padronização das dietas tem como objetivo manter um atendimento nutricional seguro, eficiente e de qualidade ao paciente 6 CLASSIFICAÇÃO São classificadas em três grupos Dietas de rotina, Dietas modificadas, Dietas especiais A padronização da dieta, facilita o trabalho na produção e distribuição de refeições, permite treinamento de pessoal, devendo ser sempre flexível para permitir adequações as condições e necessidades individuais. 7 DIETAS DE ROTINAS São aquelas que não necessitam de restrições ou modificações em sua composição. Podem sofrer modificações quanto a consistência, possibilitando melhor adaptação em períodos de maior dificuldade na aceitação alimentar ou em fases de transição relativamente curtas, adaptando a dieta às condições do indivíduo, como, por exemplo, nos períodos pós-operatórios 8 9 DIETA LIVRE OU GERAL OBJETIVO: Manter o estado nutricional do paciente com ausência de alterações metabólicas significativas ao risco nutricional. INDICAÇÃO: Para pacientes que não necessitam de restrições específicas e que representam funções de mastigação e gastrointestinais preservadas. 10 • Quantidades adequadas de calorias e nutrientes suprir os requerimentos do organismo DIETA NORMAL, LIVRE OU GERAL 11 (LIVRE OU NORMAL) DIETA NORMAL, LIVRE OU GERAL 12 MODIFICAÇÕES DA DIETA NORMAL POR QUÊ? • Possibilitar a recuperação do paciente no menor tempo possível • Evitar a desnutrição durante a internação • Manter as reservas de nutrientes no organismo • Adequar a ingestão de energia, macro e micro nutrientes as necessidades nutricionais 13 Adequando a prescrição: •Condições físicas e emocionais do paciente •As necessidades nutricionais segundo: idade, sexo, doença, estado nutricional, hábitos, preferências alimentares, apetite, dentição, via de administração da alimentação MODIFICAÇÕES DA DIETA NORMAL COMO? 14 • Modificações segundo critérios químicos, físicos e organolépticos • Características físico-químicas que modificam a dieta: - Consistência (livre, pastosa, líquida) - Temperatura: ambiente, morna, quente, fria, gelada - Fracionamento: aumentado, diminuído - Volume: aumentado, diminuído - Valor energético: hipo/hipercalórica - Teor de macronutrientes (hipoglicidica, hipolipídica, hiperproteica) - Aumento ou diminuição no teor de nutrientes ou tipo de alimento (sódio, fibras) - Exclusão de alimentos específicos (dieta isenta de glúten) MODIFICAÇÕES DA DIETA NORMAL 15 DIETA NORMAL/ GERAL Recomendações: Evitar frituras Preferir o cozimento rápido das hortaliças, para diminuir a perda de nutrientes Retirar as gorduras visíveis das carnes Selecionar as carnes assadas, grelhadas ou preparadas no vapor Limitar a quantidade de gorduras e açúcares adicionais Dispor as preparações de forma harmoniosa e agradável 16 17 DIETA BRANDA OBJETIVOS: Fornecer calorias e nutrientes para manter o estado nutricional, além de melhorar a mastigação, deglutição e digestão. Constituída de alimentos bem cozidos, restrita em celulose e alimentos fermentáveis. Usadas nos pré e pós-operatórios e em transição para a dieta geral. INDICAÇÃO: Para crianças e idosos, com alterações e/ou perturbações orgânicas e funcionais do trato gastrointestinal. 18 CARACTERÍSTICA Normoglicídica, normoprotéica, normolipídica, balanceada e completa, consistência branda, 5 a 6 refeições diárias, tempo indeterminado, pobre em resíduos e modificados por cocção. RECOMENDADO: Saladas cozidas, carnes frescas cozidas ou grelhadas, frutas (suco, sem casca, maduras), produtos não integrais e não para frituras. EVITADOS: Frutas com casca ou sementes, oleaginosas, doces concentrados, condimentos fortes, picantes, queijos duros e fortes. 19 DIETA BRANDA OU LEVE 20 DIETA BRANDA OU LEVE cenoura cozida, branco, banana assada gelatina 21 RECOMENDAÇÕES: Todos os alimentos são modificados pela cocção Evitar pimenta, refrigerantes, água com gás, extratos de carne e frituras Os condimentos também devem ser reduzidos O baixo teor de fibras pode resultar em obstipação intestinal; podem ser utilizados laxativos na forma de sucos, chás, módulos e farinha de trigo/aveia As fibras devem ser incluídas gradativamente à dieta, de acordo com a tolerância do paciente 22 23 DIETA PASTOSA OBJETIVO: Fornecer uma dieta que possa ser deglutida com pouco ou nenhum esforço. INDICAÇÃO: Para os casos em que haja necessidade de facilitar a mastigação, ingestão, deglutição; e de se permitir certo repouso gastrointestinal; e em alguns pós- operatórios. 24 25 DIETA PASTOSA Normoglicídica, normoproteica e normolipídica. Consistência pastosa ou abrandada pela cocção e processos mecânicos. RECOMENDADOS: todos os alimentos que possam ser transformados em purê. Mingaus de amido de milho, aveia, creme de arroz. Alimentos sem casca ou pele, moídos, liquidificados e amassados. EVITADOS: Alimentos duros, secos, crocantes, empanadas, fritos, cruas, com semente, casca, pele. Preparações contendo azeitona, passas, nozes (outras frutas oleaginosas), coco e bacon. Iogurte com pedaços de frutas, hortaliças folhosas cruas, com sementes; biscoitos amanteigados, pastelarias. 26 DIETA PASTOSA • Variações: Dieta pastosa liquidificada Dieta pastosa grossa ou para disfagia 27 DIETA PASTOSA 28 29 PREPARAÇÕES INDICADAS: Água, chás, café e sucos em geral = espessados Purê de vegetais e polenta mole Caldos de carnes e vegetais = espessados Sopas espessadas, liquidificadas e sopas-creme Leite espessado, coalhada, queijos cremosos e margarina Frutas em papa ou liquidificadas, pudins, gelatinas espessadas, sorvetes e mingau (farinha de aveia, láctea, ...) 30 31 DIETA LÍQUIDA OBJETIVO: Hidratar e nutrir os tecidos; repousar o trato gastrointestinal e amenizar a sintomatologia. INDICAÇÃO: Para pacientes que apresentam alterações na mastigação, deglutição, digestão ou disfagias; com anorexia, que estão preparando para exames ou em pós-operatório; em casos de graves infecções; transtornos gastrointestinais. 32 CARACTERISTÍCAS Normocalórica ou hipocalórica (V.E.T. de 1.000 a 1.500 kcal/dia), normoglicídica, normoproteica e normolipídica;consistência líquida com volume de 200 a 300ml por refeições; de três em três horas. RECOMENDADOS: Mingaus a 3% (arroz, milho, mucilon, maisena); caldos e sopas liquidificadas; sucos diluídos e/ou coados; leite, iogurte, creme de leite, etc. EVITADOS: cereais integrais, sementes, farelos, sementes oleaginosas, hortaliças, frutas inteiras com casca, queijos ricos em gorduras, embutidos, condimentos picantes. 33 DIETA LÍQUIDA – COMPLETA OU LÍQUIDA 34 DIETA LÍQUIDA – COMPLETA OU LÍQUIDA 35 Normalmente Nutricionalmente inadequada – Permite adição de leite e derivados, ovos e cereais refinados Permitidos suplementos industrializados com baixa quantidade de resíduos (módulos, dietas) Uso de canudos ou sonda quando necessário Podem ser incluídos: gelatina de todos os sabores, açúcar, sal, mel, margarina, manteiga, geléias sem pedaços, café sucos coados e chás 36 DIETA LÍQUIDA – COMPLETA OU LÍQUIDA 37 38 Características: - Dieta na consistência líquida que NÃO oferece resíduos (SEM lactose, SEM sacarose e SEM fibras) DIETA LÍQUIDA – RESTRITA – SEM RESÍDUOS 39 40 DIETA LÍQUIDA - RESTRITA 41 DIETA LÍQUIDA - RESTRITA 42 RECOMENDAÇÕES Podem ser utilizados - Gelatina de todos os sabores Açúcar, sal, mel, café e chá moderação Dietas hiperosmolares diarréia Suplementos (fornecer nutrientes) à atenção: devem ser isentos de lactose e diluídos em água 43 CONSISTÊNCIA INDICAÇÕES ALIMENTO S PERMITIDO S FIBRA Líquida Restrita Pré e pós-operatório de cirurgias do TGI, após período de alimentação por via exames, hidratação e para minimizar trabalho do trato gastrointestinal. Dieta altamente restritiva e nutricionalmente inadequada em infecções grave e Não deve ser utilizada inadequada de caloria. Ex.: chá claro, caldo de carne e vegetais, suco coado, gelatina clara Isenta Líquida OU Líquida Completa cabeça e pescoço, problemas de mastigação e deglutição, casos de afecções do TGI, e em alguns pré e pós- operatórios. Alimentos liquidificados, líquidos, leite, suco, sopas liquidificadas, gelatina , mingau ralo, vitaminas Baixo teor 44 CONSISTÊNCIA INDICAÇÕES ALIMENTOS PERMITIDOS FIBRA Pastosa Alterações da boca ou esôfago, dificuldade de mastigação e deglutição, em alguns pós-operatórios, idosos, danos neurológicos ou sem arcada dentária. Sopas, caldo de feijão, purê, mingau, carnes triturada sou desfiadas, arroz papa e fruta na forma de purê. Se necessário LIQUIDIFICAR Reduzida Branda OU Leve Transição entre dieta pastosa e livre. Dificuldade de mastigação e deglutição, pós- operatórios, presença de gastrite ou úlcera péptica. Retirar alimentos gordurosos, frituras, condimentos picantes, conservas, bebidas alcoólicas e alimentos ricos em enxofre. Abrandar todos os alimentos. Ex.: arroz , batata cozida, carne macia. Proibido frituras e condimentos. Mínimo possível de fibras que não foram abrandadas pela cocção e uma quantidade moderada de resíduos Normal OU Livre OU Geral Não necessitam modificações em nutrientes e na consistência. Consistência normal, fracionamento de 5 a 6 refeições por dia. Normal 45 DIETAS ESPECIAIS 46 47 DIETAS PARA DIABÉTICOS Dieta para individuos portadores de DIABETES sendo necessário controlar os alimentos energéticos: arroz, batata, pão e massa. São normalmente proíbidos: - alimentos e bebidas que contenham açúcar - alimentos gordurosos e frituras em excesso. 48 DIETA HIPERCALÓRICA Dieta com o objetivo de fornecer mais energia. Deve ser oferecida maior quantidade de alimentos e calorias 49 DIETA HIPERPROTEICA Contém maior quantidade de proteínas. Oferecer leite, carne, iogurte, queijos e ovos. Podem ser utilizados suplementos alimentares 50 DIETA HIPOPROTEICA Contém menor quantidade de proteínas. . 51 DIETA HIPOGORDUROSA • Contém pouca quantidade de gordura. • São proibidos: manteiga, margarina, queijo, iogurte, leite integral – desnatado é permitido - , frituras e alimentos gordurosos • Atenção aos cortes de carnes e modo de preparo 52 DIETA HIPOSSÓDICA Dieta com controle de sódio e sal. São rstritos: pão francês, bolacha de água e sal, cream cracker, queijos salgados e embutidos. Pode ser oferecido até 2g de sal em sachê. Dieta Assódica ou Sem Sal • Dieta preparada sem adição de sal no preparo dos alimentos. 53 Tratar a constipação intestinal DIETA RICA EM FIBRAS OU LAXATIVA OU PARA OBSTIPAÇÃO 54 DIETA PARA DIARREIA Indicação: Tratar a diarreia Recomendações: - Oferecer líquidos e eletrólitos para repor as perdas. Água de coco - Sem leite e derivados - Sem sacarose - Reduzir o teor de fibras DIETA PARA DIARRÉIA OU OBSTIPANTE 55 Características da dieta: • Excluir leite e derivados SEM LACTOSE • SEM SACAROSE • SEM FIBRAS processo de cocção DIETA SEM RESÍDUOS ATENÇÃO: Dieta sem resíduos ≠ dieta que não forma bolo fecal Dieta sem resíduos ≠ dieta líquida restrita DIETA SEM RESÍDUOS 56 DIETAS DE PROVA 57 58 • Exame endoscópico Avalia a mucosa do intestino grosso e o íleo terminal • O objetivo da dieta é o esvaziamento do cólon PREPARO DE COLONOSCOPIA 59 PESQUISA DE SANGUE OCULTO 60 PESQUISA DE SANGUE OCULTO 61 •Indicação para uso: diagnosticar a esteatorreia e a intolerância à gordura •Características: A dieta inclui a ingestão de 100 g de gordura por dia, durante 3 dias antes da coleta das fezes EXAME DE GORDURA FECAL OU DIETA DE PROVA DE 100g DE GORDURA 62 CONCLUSÃO • As dietas devem ser sempre adequadas ao paciente e a situação atual de saúde e/ou doença a que se destina, fazendo as necessárias modificações para melhor ajuste • Qualquer que seja a modificação feita, deve-se cuidar para que a dieta tenha um valor nutricional adequado às necessidades do paciente. 63 REFERÊNCIAS AUGUSTO, A. L. P.et al. Terapia nutricional. São Paulo: Atheneu, 2005. CARUSO, L.; SILVA, A. L. N. D. da; SIMONY, R. F. Dietas hospitalares: uma abordagem na prática clínica.SãoPaulo: Atheneu, 2005. CUPPARI, L. Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2005. MAHAN, K.; STUMP, S. E. Krause: Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 11ª ed. São Paulo: Roca, 2005. HERMES, D.; DADALT, C.; MACHADO, G. R. Manual de Dietas Hospitalares do Imperial Hospital de Caridade, 2010. SHILS, M. E. et al. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9ª ed. São Paulo: Manole, 2003. SILVA, S. M. C. S.; MURA, J. D. P. Tratado de Alimentação, Nutrição & Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007. WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2006. 64
Compartilhar