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Gestão em Saúde GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Unidade II Profa. Kellyn Telles Cunha 2 SUMÁRIO 1. COMUNICAÇÃO ...................................................................................................... 3 1.1 Comunicação nas organizações .............................................................................. 3 1.2 Estilos de comunicação ............................................................................................ 3 1.3 A comunicação e a PNL ........................................................................................... 4 2. LIDERANÇA ............................................................................................................ 7 2.1 Competências do líder ............................................................................................. 9 2.2 Pipeline liderança ................................................................................................... 11 2.3 A liderança e o coaching ........................................................................................ 15 3. DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES ..................................................................... 17 3.1 Equipe de alta performance ................................................................................... 17 4. TREINAMENTO ..................................................................................................... 20 4.1 Principais objetivos do treinamento ........................................................................ 20 4.2 Educação continuada ............................................................................................. 20 5. GESTÃO DA QUALIDADE ..................................................................................... 23 5.1 História ................................................................................................................... 23 5.2 Objetivos dos programas de qualidade .................................................................. 24 5.3 Programas de qualidade ........................................................................................ 24 5.3.1 O papel do gestor na GQ ....................................................................................... 26 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 27 3 1. COMUNICAÇÃO A oralidade, como forma comunicacional, representa a normalidade da comunicação humana. Efetivamente, antes de aprender a escrever e a ler, já sabemos falar. Desde que o mundo é mundo, são as vozes que mostram as imagens e conferem ao mundo a ordem das coisas, dando-lhes vida e nome. A primeira apresentadora de imagens é a mãe, cuja voz, antes da aprendizagem dos sinais escritos, faz com que as coisas se destaquem dentro de uma temporalidade viva e simbólica (CHION, 2004, p. 58). 1.1 Comunicação nas organizações A comunicação nas organizações, seja interna ou externa, é composta por um conjunto de atividades que visa comunicar com clareza e eficácia as informações para seus públicos prioritários. O objetivo desse tipo de comunicação é estabelecer uma conexão de motivação e transparência entre os empregados e a empresa por meio de divulgação de normas, procedimentos, notícias, eventos, treinamentos, metas ou demais atividades relacionadas à empresa. Para a execução das estratégias de comunicação organizacional podemos utilizar o endomarketing, que é uma ferramenta que faz uso das ferramentas da empresa para transmitir informações sobre suas estratégias aos colaboradores. Ele é destinado ao público interno (funcionários/colaboradores) de uma organização, que adapta estratégias e elementos do marketing para atingir os seus objetivos. 1.2 Estilos de comunicação Segundo Zanluca (Online), qualquer gestor de pessoas deve ter muito cuidado com seu estilo de comunicação, caso contrário, seu estilo pode ser o responsável pelo desinteresse do grupo com o qual você trabalha, podendo até afastá-lo. “Estilo de comunicação” nada mais é do que o conjunto das qualidades de expressão, características de um emissor em comunicação. Exemplos: “estilo autoritário”: aquele que dá ordens, sem se preocupar com os sentimentos ou opiniões dos outros; estilo “zombador”: só quer desmerecer o que os outros pensam etc. Podemos sintetizar as qualidades de um bom estilo de comunicação em 7 características: 1. DIRETO: procura falar frases simples, indo direto ao assunto (não fica “enrolando”); 2. DESEMBARAÇADO: é “leve”, sem palavras “difíceis” ou “gírias”; 3. EQUILIBRADO: procura ouvir tanto quanto falar e não interrompe a conversa dos outros; 4 4. ADEQUADO: procura não agredir os sentimentos ou opiniões divergentes; 5. CALMO: ritmo de voz pausado e volume médio; 6. RECEPTIVO: aceita objeções, procurando descobrir quais os motivos para tais; 7. POSITIVO: expressa algo que beneficia o receptor da mensagem (ouvinte), elogia. 1.3 A comunicação e a PNL Este capítulo traz a comunicação e a PNL como ferramentas no processo de comunicação entre os colaboradores e principalmente entre líderes e liderados. Segundo o Congresso de PNL (Online), a PNL é o estudo da estrutura da experiência subjetiva. Ela estuda os padrões (“programação”) criados pela interação entre o cérebro (“neuro”), a linguagem (“linguística”) e o corpo. A PNL estuda como o cérebro e a mente funcionam, como criamos nossos pensamentos, sentimentos, estados emocionais e comportamentos e como podemos direcionar e aperfeiçoar esse processo. Em outras palavras, ela estuda como o ser humano funciona e como ele pode escolher a maneira que quer funcionar. O estudo da PNL busca compreender como processamos o pensamento. Pensamos quando observamos imagens, ouvimos sons ou temos sensações. É correto afirmar que a PNL também estuda a influência da linguagem, que é produto do sistema nervoso, ativa, direciona e estimula o cérebro, facilitando a comunicação. Independente da intenção, o significado da comunicação é a resposta que se obtém. A comunicação verbal tem uma estrutura superficial que cada um decodifica a partir de sua própria experiência, de acordo com as imagens, sons e sensações do mapa individual e o seu canal representacional. Em uma comunicação harmoniosa, respeita-se o modelo de mundo do outro. O conteúdo verbal corresponde a apenas 7% da comunicação; o modo como se fala corresponde a 38% e o não verbal, 55%. Mehrabian e Ferri descobriram que o impacto inicial da comunicação ocorre de forma mais forte primeiramente pelo aspecto visual, em segundo lugar pelo auditivo – qualidades vocais (ritmo, entonação de voz, volume) – e depois pelo que se diz, ou seja, pelo conteúdo. Os sábios conseguem decifrar claramente toda a história de sua vida íntima a partir de sua fisionomia, comportamento e modo de andar. Toda organização do temperamento tende a refletir-se no semblante. O corpo é muito eloquente. Os homens são relógios com mostradores de cristal que deixam à vista todos os seus movimentos (EMERSON, Ralph Waldo). Gestos, posturas e expressões refletem o posicionamento existencial em um modo muito mais concreto que as palavras; demostram o caráter, o modo de ver, de amar, de sentir. 5 Uma das técnicas de PNL mais utilizadas é o sistema representacional preferencial, que tem como finalidade alcançar uma comunicação assertiva entre instrutores/alunos, líderes/liderados. Sistema Representacional Preferencial (Estilo de Aprendizagem): faça o teste e descubra o seu canal de comunicação (Anexo 1). O sistema representacional preferencial revela que o ser humano tem habilidade para aprender pelos sistemas auditivo, visual e cinestésico de maneira combinada – e, recentemente, o digital. Há pessoas que utilizam um deles de forma predominante; por esse motivo,o comunicador deverá utilizar todos os estilos de aprendizagem nos treinamentos, instruções de trabalho e reuniões. Veja agora a tabela dos estilos de aprendizagem: 6 Estilos de aprendizagem Visual Auditivo Cinestésico Como você aprende Vendo, sendo capaz de fazer uma imagem imediata do que se está recebendo como informação. Ouvindo, sendo capaz de “montar” uma história com a informação que se está recebendo. Fazendo ou executando, sendo capaz de guiar-se pela experiência motora. O que distrai sua atenção Estímulos visuais em demasia ou conflitantes. Grande número de informações recebidas. Ruídos de fundo. Estímulos auditivos dados rapidamente para serem “convertidos” em informações. auditivas. Estímulos conflitantes, visuais e/ou auditivos. Ser impedido de mover-se ou de fazer algo. Processamento de Informação Tende a devanear quando está pensando. Pensa em ritmo rápido. Os olhos tendem a ficar fixos quando está pensando. Seus “pensamentos” ocorrem em uma velocidade moderada. Pessoas tendem a olhar para baixo quando estão pensando. Seus pensamentos ocorrem em um ritmo mais lento. Como você interage com o ambiente Verifica sempre o que está acontecendo ao seu redor. Ouve o que está sendo dito a sua volta e não parece consciente de modificações no plano visual. Mais focalizado em si, bastante consciente do clima que o circula; não parece consciente da atividade visual. Estilos de organização A percepção é global; percebe o todo e, se necessário, decompõe em partes a percepção inicial. Organizados; dependem de informações detalhadas e de instruções passo a passo; São orientados pela linguagem; Repetem para si o que devem memorizar. Organização gradual, criativa e divergente. Não há modelos definidos e estatísticos para aprendizagem. Chega a conclusões diferentes da maioria. Fonte: Processamento Auditivo: Fundamentos e Terapias, de Ana Maria Alvarez, Ed. Lovise. 7 2. LIDERANÇA Faria (Online 2009, apud Benedito Millioni) descreve que ao longo do tempo verificou-se que o empregado, quando tem confiança e é comprometido com a empresa, obtém mais e melhores resultados do que o empregado vigiado e mandado. A liderança, dentro de uma visão moderna, está sendo buscada por um simples fato: o controle de empregados custa caro, e não obtém a maior produtividade de cada empregado. Ou seja, é duplamente ineficaz: custa mais e não obtém o melhor. Existem cinco definições de liderança abaixo, todas equivalentes: 1 LIDERAR é conectar os seus empregados ao seu negócio. 2 LIDERAR é obter e manter empregados que ajam e trabalhem como proprietários. 3 LIDERANÇA é a arte de fazer com que os outros tenham vontade de fazer algo que você está convencido que deva ser feito. 4 LIDERANÇA é a arte de mobilizar os outros a batalhar por aspirações compartilhadas. 5 LIDERANÇA é a arte de obter resultados desejados, acordados e esperados através de empregados engajados. 6 LÍDER é o portador da autoridade legitimada, ou seja, aquele em quem se reconheçam motivos para ser ouvido, acatado e seguido. Segundo Peter Drucker (1998), "A única definição de líder é alguém que possui seguidores. Algumas pessoas são os pensadores, outros profetas. Os dois papéis são importantes e muito necessários. Mas, sem seguidores, não há líderes." Essa definição de líder de Peter Drucker é inquestionável. O que resulta dessa definição é que, para haver seguidores, o líder tem que inspirar confiança, já que sem confiança ninguém é ninguém. Segundo Faria (apud DRUKER, 2003), confiança é a principal característica que dá suporte à liderança. Alguns denominam essa característica principal de credibilidade. Não muda muito, só o nome. A confiança representa uma condição sem a qual não floresce a liderança. Ou seja, só é líder quem inspira confiança. Essa condição não garante a assunção da liderança, mas garante a base onde ela pode ser construída. Portanto, qualquer que seja a posição de um líder, em qualquer empresa ou situação, a principal característica desse líder – e de quaisquer outros líderes – é a confiança. Para haver um líder, esse líder tem que inspirar confiança em quem o segue. 8 A confiança, tão buscada e desejada, apresenta algumas peculiaridades interessantes, que ajudam na sua formação, apresentadas abaixo: 1 – A confiança requer tempo para ser construída Não há confiança à primeira vista: o tempo é o adubo que permite alimentar a relação de confiança. 2 – A confiança é construída um a um A confiança se constrói em relações entre duas pessoas. Faça visitas garantindo isonomia de tratamento e construa confiança. 3 – A confiança é uma avenida de duas mãos A confiança precisa de duas pessoas e, necessariamente, ser recíproca. Se não há reciprocidade, há problemas de balanceamento no relacionamento. 4 – A confiança implica em apreender e aprender com o outro Neste mundo de rápidas mudanças, as pessoas estão aprendendo mais e mais rápido, e a relação de confiança necessita de constante troca de informações, tanto para equiparar os dois lados da relação de confiança, como para apreender as mudanças que ocorrem com cada um dos lados dessa relação. 5 – A confiança tem limites A confiança é conquistada etapa a etapa. A cada etapa, há o controle para verificar se a confiança depositada teve a realização comprometida do outro lado. 6 – A confiança exige firmeza Tornar claro e checar o entendimento do que se espera é básico. Uma vez depositada a confiança, ela tem que ser correspondida. Confiança não correspondida significa abandono da relação. 7 – A confiança requer líderes Para se adquirir confiança, é necessário que a outra parte diga algo como: – Deixe comigo! Isto, acima de tudo, quer dizer que a pessoa informa que tem condições de levar a bom termo a situação. No mínimo, essa pessoa lidera a si mesma, ela se compromete com resultados. 8 – Confiança significa lisura de procedimentos O melhor truque para ser um líder é não utilizar truque nenhum. 9 – A confiança requer caráter e persistência A relação de confiança requer que cada lado só prometa aquilo que pode cumprir, portanto, se você prometeu, vá até as últimas consequências para garantir o prometido. Ou, colocando de outra forma: só prometa aquilo que você pode cumprir com folga. Ou, ainda mais: mesmo que o outro lado insista, jamais seja desonesto. 9 Você leva muito tempo para ganhar confiança e somente um segundo para perdê-la. 10 – A confiança e o ser humano O ser humano é interessante: julga os outros pelos seus comportamentos, mas, a si próprio, pelas suas atitudes. Aos próprios olhos nunca ninguém falha, há sempre uma explicação plausível, mas as razões pelas quais você deixou alguém “a ver navios” são exclusivamente suas. Não importa se você é incompetente, se você tem falta de sorte, ou mesmo se você é mentiroso. Assuma o erro, peça desculpas e, se aceita a desculpa, comece de novo a construir a confiança. Em casa, com a família, ou no trabalho. 2.1 Competências do líder Conforme Faria (2008), podemos avaliar as seguintes competências do líder: Significado O líder tem uma direção interna própria que independe de outras pessoas e é a luz que o conduz na realização da sua visão. Visão Os líderes enxergam onde querem chegar, pois só alcançamos o que podemos ver ou antever. Pesquisa e mapeamento Os líderes pesquisam, mentalmente e constantemente, o estado atual em que se encontra sua empresa e onde quer chegar, traça mapas possíveis e analisa prós e contras. O seu plano de ação, passo a passo, é traçado sobre a melhor rota mapeada. Foco O líder mantém o foco na sua visão, por isso corrige cursos, pensa de forma flexível, ultrapassa obstáculos, dirige sua aventura. Quanto mais claro o foco, mais iluminado. 10 Mudança Só há liderança sehouver mudança. Ninguém lidera um conjunto de pessoas para permanecerem no mesmo lugar, sem desafios, sem motivação. A liderança envolve, em si, um sentido de mudança, em que todos se engajam para a realização, para a ação que leva à realização dessa mudança: uma maior participação no mercado, a consolidação da liderança de mercado, uma mudança de estrutura empresarial etc. Compartilhamento Toda liderança é compartilhada. É impossível ao líder, qualquer que seja a sua posição, cuidar de tudo e de todos; os seus seguidores analisarão detalhes, farão escolhas, estabelecerão acordos a todo o momento, ao longo do dia, com o líder, sem o líder e apesar do líder. Essa delegação, óbvia e necessária, mostra que a liderança é compartilhada, ou como Karl Albrecht, em seu memorável livro A Revolução Nos Serviços, declara: “As formigas estão no poder”. Situacional A liderança depende da situação em que se encontra. Uma equipe de remo tem em seu treinador o líder maior. No entanto, os remadores, quando em competição, estão com as costas voltadas para o alvo, e quem lidera é quem não está remando, aquele que fica na última posição do barco, orientando os remadores, que muitas vezes nem é o técnico. Coragem Já se disse que um líder com coragem é uma maioria, pois carrega consigo os seguidores. Um líder sem coragem perde a confiança dos seus seguidores, deixa de liderar. Visibilidade O líder precisa ser visível, pois ele faz o que diz e diz o que fala, ele é o exemplo a ser seguido. Para colocar-se como exemplo, há que se ter visibilidade. Portanto, sem visibilidade não há liderança. Você ou o seu líder estão praticando essas características da liderança? Os seus seguidores percebem essas características em você, ou no seu líder? 11 2.2 Pipeline liderança Todo líder começa sua liderança liderando a si mesmo. Lidera sua mudança, sua adaptação constante ao que é necessário, ao que ele quer atingir e ao que os seguidores necessitam para alcançar a meta almejada. Tudo parece muito simples na teoria, como se todos os lideres já estivessem preparados para o cargo. Nas organizações a situação é bem diferente: na maioria das vezes as empresas escolhem bons técnicos, que sabem gerenciar processos mas têm pouca habilidade em liderar pessoas. A pipeline de liderança é uma das ferramentas que vêm sendo utilizadas no processo de formação de líderes nas organizações. As organizações têm se tornado cada vez mais horizontais e a falibilidade dos chefes deixou de ser um tabu. Aceitar que o posto superior na hierarquia organizacional não garante supremacia absoluta permitiu que o exercício da liderança se tornasse mais inteligente e eficiente. Ao mesmo tempo, ser líder ficou ainda mais difícil. Afinal, ser aquele chefe para quem todos baixavam a cabeça era muito fácil. As experiências dos profissionais nos níveis gerenciais na ordem em que os estudiosos propõem é essencial. Ter “pulado” níveis, para eles, significa inevitável despreparo e, na medida em que envolve práticas de liderança inapropriadas para as fases, pode causar a “obstrução” do pipeline. Pipeline é uma tubulação que se desdobra em vários canais diferentes. Isso seria uma metáfora para o que a proposta de Ram Charam e seus colegas prega: a partir de um ponto, gerar desdobramentos, transformações. Atravessá-las os ajuda a construir força emocional à medida em que assumem tarefas de complexidade e alcance maiores”. O autor e consultor Ram Charam, em parceria com Stephen Drotter e James Noel, a formação de líderes é algo que se torna cada vez mais complexo a cada dia. Os mercados se transformam numa velocidade muito rápida e novos desafios vão surgindo no mesmo ritmo. Por muito tempo, vigorou o paradigma da liderança inquestionável, do chefe supremo, alguém que não se podia questionar, apenas obedecer. O líder era uma figura superior a todos os outros agentes da organização e, mais do que respeitado, era temido. Cada transição implica aprendizado (ou desenvolvimento) de habilidades, administração do tempo e valores diferentes para o cumprimento das funções. Com a definição de cada passagem clara, as organizações podem treinar os profissionais especificamente para cada posição de liderança. Entender o Pipeline de Liderança e aplicar sua premissa promove uma série de benefícios para as empresas, segundo os autores: Favorece a estruturação do treinamento dos líderes; Garante que trabalhem de forma adequada em cada nível, pois delimita as funções; Simplifica a identificação de quem tem potencial de liderança para cada nível de gestão; Facilita o planejamento das sucessões. https://www.napratica.org.br/o-que-e-inteligencia-emocional/ 12 Nesse sentido, há seis transições fundamentais a que se deve atentar no processo de formação da liderança. São elas: Fonte: Modelo de pipeline de liderança / Reprodução Leadership Pipeline Institute. Transição 1: de gerenciar a si mesmo para gerenciar os outros A primeira transição costuma ser de colaborador individual à gerência de primeira linha. Ela faz com que os profissionais aprendam a planejar o trabalho, atribuir tarefas, motivar, treinar e mensurar as atividades dos outros. Ou seja, há uma mudança de “fazer o trabalho” a “ter o trabalho feito pelos outros”. De acordo com os autores, o grande problema nessa etapa é que essa transição não acompanha uma mudança de comportamentos e valores. Segundo Ram, […] essas mudanças ocorrerão somente se a alta gerência reforçar a necessidade de alterar as crenças e se as pessoas sentirem que têm sucesso em seus novos empregos depois de uma mudança de valor. Transição 2: de gerenciar os outros para gerenciar gerentes A maior diferença entre a segunda e a primeira transição é que nessa os profissionais precisam desapegar completamente das tarefas individuais. Em contrapartida, é necessário dominar habilidades de seleção para determinar os que vão passar pela “transição 1”, atribuir trabalho gerencial a eles, mensurar seu progresso como líderes e orientá-los. Esse também é o ponto em que os gerentes devem começar a pensar além de sua função e se preocupar com questões estratégicas que sustentam o negócio. https://www.napratica.org.br/matriz-de-eisenhower-produtividade/ 13 Na prática, muitas empresas promovem a esses cargos funcionários que não passaram pela “transição 1”. Isso pode fazer com que eles não aprendam a valorizar o trabalho gerencial. Como resultado, responsabilizam os gerentes de linha de frente pelo trabalho técnico e promovem funcionários de acordo com seu potencial técnico, e não suas habilidades de liderança. Transição 3: de gerenciar gerentes para gerenciar uma função Essa transição envolve desafios que exigem desenvolvimento de habilidades de comunicação. Além disso, chefes operacionais precisam gerenciar algumas áreas com as quais não têm familiaridade, por isso precisam se esforçar para entendê-las e valorizá-las. Ser bem-sucedido nessa passagem de liderança também requer o que os autores chamam de “mais maturidade gerencial”. Em partes, isso significa adotar uma perspectiva ampla e de longo prazo, especialmente aplicada à própria função. Transição 4: de gerente operacional a gerente de negócios Para qualquer organização essa passagem é crucial, porque os gerentes de negócios são responsáveis pelos resultados financeiros. Nessa posição de liderança, os profissionais possuem autonomia significativa, o que pode ser um benefício ou uma desvantagem – e cabe à empresa avaliar isso. Aqui é necessário que haja grande aumento nas habilidades, na administração do tempo e nos valores de trabalho. Os gerentes de negócios não só têm de aprender a comandar funções diferentes, como também precisam se tornar capazes de trabalhar com uma variedade maior de pessoas. Portanto, precisam se tornar mais perceptivos em relação às questões de diversidade e serem aptosa se comunicar efetivamente. Transição 5: de gerente de negócios a gerente de grupo Enquanto um gerente de negócios valoriza o sucesso de seu próprio negócio, um gerente de grupo valoriza o sucesso dos negócios dos outros – inspira e apoia os que se reportam a ele. A distinção é importante porque algumas pessoas só se sentem satisfeitas quando recebem a maior parte do mérito. Entre as habilidades a desenvolver nessa transição, estão: avaliação de estratégias, de desenvolvimento e de gerentes de negócios. Além disso, nesse nível, o líder deve ter uma perspectiva global – pensar em termos amplos e conseguir considerar complexidades ao administrar múltiplos negócios. Transição 6: de gerente de grupo a administrador de empresa A transição para a sexta passagem é muito mais focada em valores do que em habilidades, porque esses líderes (CEOs, por exemplo) precisam definir uma direção e desenvolver mecanismos operacionais para que conheçam e conduzam um desempenho que esteja em sintonia com a estratégia de longo prazo. Nesse nível, há uma mudança de foco de responsabilidade e do pensamento estratégico ao visionário e a transição completa de uma perspectiva operacional a global. Líderes empresariais precisam abandonar preocupações com “partes” (como produtos e consumidores individuais) e focar no todo. CEOs que chegam nessa passagem tendo pulado uma ou mais das outras podem prejudicar o desempenho de subordinados diretos e de indivíduos ao longo de toda a cadeia. https://www.napratica.org.br/comunicacao-interpessoal-dicas-para-melhorar-suas-relacoes-corporativas/ https://www.napratica.org.br/comunicacao-interpessoal-dicas-para-melhorar-suas-relacoes-corporativas/ https://www.napratica.org.br/5-maneiras-de-aumentar-sua-produtividade-e-se-conhecer-melhor-ao-mesmo-tempo/ https://www.napratica.org.br/cargos-do-c-level-ceo/ https://www.napratica.org.br/6-habilidades-que-o-mercado-exige-e-o-videogame-ensina/ 14 Esses problemas na transição 6 se dão, em sua maioria, por duas razões: é difícil desenvolver um CEO e os líderes não costumam ser conscientes de que esse nível requer uma mudança de valores significativa. 15 2.3 A liderança e o coaching A resposta da área de RH para a mudança e incorporação de atitudes vem sobre a forma de "treinamento" constante, em que a sala de aula é transferida para o teatro da vida e o professor é o líder que prepara o líder de amanhã. Nascia aí o "coaching", ou o líder como orientador e indicador de caminhos para a construção da liderança de amanhã. A construção do líder de amanhã é a segunda maior e mais importante tarefa de um líder. Coaching não é um processo novo, embora seja pouco disseminado nas organizações. Uma das razões disto é o fato de ter sido transposto da casa para a empresa sem os filtros ou adaptações necessárias. Pior, com as mesmas limitações com que é feito em casa. Gerentes podem confundir o papel de coach com o de pai, tratando o outro profissional como o seu filho. O contexto psicoemocional é diferente, agravado pela situação de poder estabelecida, o que causa problemas para os dois lados. A outra razão é que os benefícios do processo não ficam claros para todos. Por que as pessoas deveriam dedicar-se ao desenvolvimento dos outros? Porque coaching é liderança refinada. Coach é líder, mas nem todo líder é coach. Para ser coach, não precisa ser chefe do cliente, embora gerentes, chefes e supervisores sejam os coaches mais prováveis em função da liderança que se espera que eles exerçam junto aos outros, e não sobre os outros. Os coaches ganham uma escola prática de liderança e autoconhecimento que nenhuma formação acadêmica dá, os clientes ganham suporte ao seu desenvolvimento e a organização ganha uma extraordinária rede de formação contínua e compromisso com resultados. É, portanto, um método destinado a “ajudar a aprender” em vez de “ensinar” (WHITMORE, 2003) e até mesmo reaprender o que foi aprendido pela chamada “aprendizagem com base na experiência”. Para isso, o coach deve deixar claro que o conhecimento não está nele, mas em seus coachees, e sua função é assegurar, através de um processo de apoio e incentivo, que os participantes são capazes de procurar e conseguir as respostas por si mesmos (RAVIER, 2005). O trabalho de coaching pode ser feito de forma individual ou em pequenos grupos, que podem reunir pares ou pessoas de diferentes níveis hierárquicos. No entanto, recomenda-se que haja um espaço de livre acesso para coaching individual no caso de algum participante sentir tal necessidade. O coaching em grupo é indicado no caso de atender à necessidade de um determinado número de pessoas e também quando houver limitação de investimento financeiro (WUNDERLICH, 2013, p. 403). Com base no capitulo 2.2 sobre pipeline, liderança e o coaching foi possível construir um programa de autodesenvolvimento iniciando pela tabela abaixo: 16 Ciclo de Desenvolvimento de Líderes Liderando a Si Mesmo Liderando Pessoas Liderando Negócios Liderando Mudanças Quem eu sou hoje? Quais competências e habilidades são necessárias para atingir o sucesso? Qual é o meu estilo de liderança? Quais os resultados que tenho alcançado? O que preciso desenvolver? Qual é o significado de liderar pessoas? Como atrair, reter e motivar equipes? Como estabelecer um ambiente de confiança? Como avaliar, dar e receber feedback das equipes? Como funcionam as equipes para alcançar... Estratégias? Gestão de Resultados? Como liderar as mudanças? Como gerenciar as mudanças? Como romper as culturas organizacionais? 17 3. DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES É uma técnica de DO para criar e incentivar equipes coordenada com atividades de desenvolvimento gerencial (no nível individual) e que se distingue pelo fato de que o grupo treinado é selecionado na base do trabalho que será feito em conjunto na organização. Se a organização está planejando uma forma de administração por projeto, torna-se relevante propiciar treinamento de equipe aos membros e ao líder da equipe para ajudar a torná-la mais eficaz naquele trabalho conjunto. A formação e o desenvolvimento de equipes é uma técnica de alteração comportamental muito utilizada pelas organizações. Grupos de empregados de vários níveis e de especializações diversas reúnem –se sob a coordenação de um especialista ou consultor e criticam – se mutuamente, procurando um ponto de encontro para que se alcance a colaboração, eliminando as barreiras interpessoais de comunicação pelo esclarecimento e compreensão de suas causas. A equipe passa a autoavaliar seu comportamento por intermédio de determinadas variáveis, como grau de confiança recíproca entre os participantes, comunicação existente entre eles, grau de apoio recíproco, compreensão dos objetivos da equipe, tratamento dos conflitos dentro da equipe, utilização das habilidades dos participantes, métodos do controle etc. 3.1 Equipe de alta performance Baseado no artigo da Rise (Online, 2015), é possível melhorar as equipes em 6 passos: 1 – Propósito O propósito é o combustível que move a equipe, é o elemento-chave para motivar as pessoas a seguirem em uma única direção. O propósito torna a vida mais fácil: é como se fosse o ingrediente principal da formação de equipes. As pessoas gostam e querem se conectar a uma causa. Pense em um hospital, clínicas e laboratórios de diagnóstico onde seus profissionais trabalham todos com um único foco: não a cura de doenças, mas sim a promoção do bem-estar dos pacientes. 2 – Cultura organizacional A cultura organizacional é a argamassa que une o propósito ao conjunto de crenças e valores compartilhados da empresa. Ela é construída não pelo que a empresa faz, mas pelo que as pessoas já fizeram. Cultura é o conjunto de mitos que levam uma ou mais pessoas a fazer algo. Não basta ter um conjunto de crençase valores compartilhados se eles estão desalinhados e possuem intensidade. Quando http://risedh.com.br/blog/ebook-gratuito-o-proposito-do-heroi-7-passos-para-criar-empresas-poderosas-e-amadas/ http://risedh.com.br/blog/ebook-gratuito-o-proposito-do-heroi-7-passos-para-criar-empresas-poderosas-e-amadas/ http://risedh.com.br/blog/quais-fatores-determinam-uma-cultura-empresarial/ 18 isso acontece, normalmente veremos muitas cenas de discórdia na cultura da empresa. As crenças e valores devem ser compartilhados e alinhados para gerar harmonia na empresa. 3 – Objetivo comum Ter um objetivo comum é estabelecer direcionamento. É fornecer uma visão clara do resultado que a empresa e as equipes precisam chegar. No processo de formação de equipes é preciso garantir que as pessoas compreendam o objetivo para que não haja dúvidas da direção a ser seguida. Estabelecer e deixar claro que o objetivo comum é normalmente o “calcanhar de Aquiles” dos gestores no trato do time. Muitas vezes, como gestores, pensa-se que todos têm a clara visão do objetivo e dos benefícios que ele vai trazer. O papel do gestor nesse momento é fundamental, pois deverá esclarecer e capacitar sua equipe para que a meta seja alcançada. 4 – Definir papéis e processos Ao se estabelecer o objetivo, é hora de definir quais são os papéis dentro da equipe. Ao se determinar quem faz o quê, se permite que as atividades ganhem fluxo, ganhem nominação. Todos dentro de uma equipe devem compreender que são responsáveis por fazer as coisas acontecer. O processo diz onde uma atividade começa e onde ela termina. Ele determina o comportamento da equipe. Não adianta querer pessoas trabalhando em time se elas são avaliadas e bonificadas de maneira individual. Assim, dificilmente se terá senso de equipe naquele grupo de pessoas. Os papéis ajudam a definir as responsabilidades de cada um e o processos ajudam o time a ganhar performance e também a corrigir possíveis falhas. 5 – Comprometimento com o resultado e a execução Equipes comprometidas fazem o resultado acontecer. Lembre-se das equipes esportivas, como no vôlei, no futebol, na Fórmula 1 e em quantas outras modalidades se lembrar, e terá exemplos de pessoas comprometidas com o resultado. Esse elemento, tão simples, mas tão importante, depende de cada indivíduo. Ele precisa compreender o que está em seu domínio pessoal, o que precisa expandir em conhecimento, habilidades e atitudes. É preciso disponibilizar suas competências e recursos para o time quando for necessário. O comprometimento com o resultado deve estar alinhado com a execução. De nada adiantará formar ótimas equipes se elas não receberem suporte para executar. É onde a maioria das pessoas e equipes falham. Muitas vezes as http://risedh.com.br/blog/entenda-como-o-trabalho-em-time-e-a-matematica-tornam-sua-empresa-mais-forte/ http://risedh.com.br/blog/entenda-como-o-trabalho-em-time-e-a-matematica-tornam-sua-empresa-mais-forte/ 19 empresas investem tempo, energia e dinheiro no planejamento, na maneira adequada, mas esquecem de desenvolver uma estrutura de execução. 6 – Liderança Apostamos muitas fichas nas equipes e temos certeza de que uma equipe pode produzir resultados muito melhores do que a soma dos resultados individuais. E que para se formar uma equipe forte, muitos elementos vão determinar se um bom time está sendo construído. Mas ao estudarmos as equipes e seu processo de formação, não conseguimos destacar nenhum elemento com maior influência sobre os resultados de um time do que a liderança. Treinamento de equipe é importante, dar assistência no desenvolvimento das pessoas ou da liderança também é, e sabemos que quando a liderança e a equipe se fundem em uma peça única todos saem ganhando. É o líder o responsável por manter a equipe focada no propósito da empresa. Ele mantém o time na sua melhor performance quando alinha todos os passos anteriores e os integra aos elementos da liderança de alta performance. As equipes podem construir grandes resultados sem uma boa liderança. O que defendemos é que as empresas precisam e querem essas duas “peças” operando em conjunto. Funcionando como engrenagens de motores de aviões-caça, esse time, formado pela equipe mais a liderança, é capaz de superar qualquer desafio. http://risedh.com.br/blog/entenda-como-o-trabalho-em-time-e-a-matematica-tornam-sua-empresa-mais-forte/ 20 4. TREINAMENTO Nos dias de hoje, a questão do treinamento é considerada como um ponto estratégico das organizações. Cada vez mais se criam novos programas de aperfeiçoamento das pessoas para que as empresas, com uma nova estratégia de treinamento, possam ter uma vantagem competitiva no mercado. Entenda agora algumas diferenças nos processos de treinamento: Desenvolvimento de RH É o conjunto de experiências organizadas de aprendizagem (intencionais e propositadas) proporcionadas pela organização, dentro de um especifico período de tempo, para oferecer a oportunidade de melhoria do desempenho e/ou do crescimento humano. Inclui três áreas de atividades: treinamento, educação e desenvolvimento. Desenvolvimento pessoal São as experiências não necessariamente relacionadas com o cargo atual, mas que proporcionam oportunidades para o desenvolvimento e crescimento profissional. Treinamento São as experiências organizadas de aprendizagem centradas na posição atual da organização. O treinamento deve aumentar a possibilidade do funcionário de desempenhar melhor suas atuais responsabilidades. Educação: São as experiências de aprendizagem que preparam a pessoa para enfrentar melhor suas atuais responsabilidades. 4.1 Principais objetivos do treinamento a) Preparar os recursos humanos para a execução imediata das diversas tarefas peculiares à organização; b) proporcionar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não apenas em seus cargos atuais, mas também em outras funções para as quais a pessoa possa ser considerada; c) “Mudar a atitude das pessoas com várias finalidades, entre as quais criar um clima mais satisfatório entre empregados, aumentar-lhes a motivação e torná-los mais receptivos às técnicas de supervisão e gerência”. 4.2 Educação continuada A educação continuada é definida como um conjunto de atividades educativas para atualização do indivíduo, em que é oportunizado o desenvolvimento do 21 funcionário assim como sua participação eficaz no dia a dia da instituição. Mauro e Cunha A educação continuada é um processo permanente de treinamento, aperfeiçoamento e atualização que envolve toda a equipe de enfermagem, visando atender as circunstâncias e as necessidades do serviço resultando em crescimento pessoal e profissional, o qual reflete na qualidade da assistência prestada ao ser humano. Atualmente, na América Latina, todos os olhares estão postos na educação. A educação deixou de ser um aspecto marginal da realidade. Está no centro do cenário histórico e político da América Latina, tanto em termos de expectativa da opinião pública quanto em termos de decisão… A educação sempre teve legitimidade moral... A educação tem legitimidade política obviamente… Mas existe atualmente uma oportunidade histórica. A educação tem atualmente legitimidade macroeconômica e isso se agrega às outras legitimidades, e, em um mundo tão pragmático como o que nos tocou no final do século XX, isso tem peso. (KLIKSBERG, Bernardo; BID;1999). Ao estabelecer um programa de educação continuada tendo como base a interdisciplinaridade, isso propicia maior interação na equipe de saúde e os setores administrativos, que devem trabalhar em parceria. A educação continuada pode ser definida de diferentes maneiras, mas o propósito de aquisição do conhecimento, habilidades e mudanças comportamentais para o aprimoramento profissional seja ele uma formação técnica ou uma mudança de processos. Ao refletirmos sobreo conceito de educação continuada, a partir de outro autor, podemos compreendê-la como: [...] um processo educativo, formal ou informal, dinâmico, dialógico e contínuo, de revitalização e superação pessoal e profissional, de modo individual e coletivo, buscando qualificação, postura ética, exercício da cidadania, conscientização, reafirmação ou reformulação de valores, construindo relações integradoras entre os sujeitos envolvidos para uma práxis crítica e criadora (LINO et al., s.d.). A educação dos trabalhadores da saúde é uma área que requer empenho para o aprimoramento de métodos educativos que atinjam com eficácia a equipe multiprofissional. Para promover o desenvolvimento do processo de trabalho, é preciso criar estratégias de educação que encorajem a participação dos trabalhadores da área da saúde e assim possibilitem a capacitação profissional. Segundo a Profa Marisa Eboli, existem 12 Princípios e Práticas de Sucesso para a Educação Continuada: 1. Comprometimento da alta cúpula com a Educação Corporativa; 2. Identificação das competências críticas: empresariais e humanas; 3. Ações e programas educacionais concebidos a partir da identificação das competências críticas (empresariais e humanas); 4. Sistema de gestão do conhecimento para estimular o compartilhamento de conhecimentos e troca de experiências; 22 5. Intensiva utilização da tecnologia aplicada à educação: “Aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar”; 6. Adoção da educação “inclusiva” – público interno e externo; 7. Forte compromisso da empresa com a cidadania empresarial; 8. Veículo de fortalecimento e disseminação da cultura; 9. Líderes e gestores se responsabilizam pelo processo de aprendizagem; 10. Na avaliação dos resultados dos investimentos em educação, considerar os objetivos do negócio; 11. Formação de parcerias com instituições de ensino superior; 12. Venda de serviços, tornando-se um centro de resultados. 23 5. GESTÃO DA QUALIDADE Inicialmente, o termo “qualidade” estava relacionado apenas aos conceitos técnicos da produção. Posteriormente, o conceito evoluiu para a visão de “satisfação do cliente”. Descobriu-se, então, que com o aumento da qualidade, as empresas poderiam ter mais credibilidade frente ao mercado. Assim, todas as áreas da empresa, envolvendo os clientes externos (fornecedores, usuários) e internos levariam a organização a atingir a excelência. A Gestão da Qualidade Total (GQT) é uma opção para a reorientação gerencial das organizações. Tem como pontos básicos: foco no cliente; trabalho em equipe permeando toda a organização; decisões baseadas em fatos e dados; e a busca constante da solução de problemas e da diminuição de erros. Hoje em dia, é possivel encontrar programas da qualidade em diversos ramos de atividade, levando em com conta que os consumidores estão cada mais exigentes com relação à qualidade. Na área da saúde não é diferente. Por exemplo: Qual a garantia de qualidade dos insumos utilizados em um exame ou na cirurgia? De que forma a satisfação é mensurada e transformada em realização e em satisfação? Que os prazos de entrega dos exames contratados serão cumpridos; Seus produtos passam por criteriosos controles de qualidade antes da emissão e envio? “A mudança individual e de grupos é mais eficaz quando as normas e padrões que regulam o comportamento são mudados” Kurt Lewin. 5.1 História O Japão foi o primeiro país a adotar a gerência da qualidade em seus produtos e serviços, em inglês, Total Quality Management “TQM”, que significa Gestão da Qualidade Total (GQT). O surgimento deu-se no período do Fordismo, e no Japão, o Toyotismo aplicou a nova técnica organizacional conseguindo estabilizar a economia no pós-guerra. Ora, após a Segunda Guerra Mundial, os japoneses estavam destruídos pelo efeito das bombas, tanto física quanto moralmente. Com o passar dos anos, vieram as produções em massa, as indústrias cresceram e o nível de exigência dos consumidores aumentou. Por isso, houve uma reorientação das organizações com fundamento na resolução dos problemas e na busca da perfeição. A necessidade da qualidade de produção industrial surgiu no período das produções em massa, em meados do século XX. O fordismo foi um sistema de produção criado nos Estados Unidos pelo empresário Henry Ford com o intuito de diminuir consideravelmente os custos durante a produção e reduzir o valor do produto a fim de garantir a sua venda para grande parte da população. 24 Henry Ford, dono da Ford Motor Company, foi o primeiro empresário a produzir automóveis em massa com baixos custos, e em um pequeno intervalo de tempo. A Ford foi criada em 1903, e em 1908, lançou Ford Modelo T, repleto de inovações, tais como: volante do lado esquerdo, motor e câmbio fechados, os quatro cilindros presos num bloco sólido e suspensões e molas. Além disso, custava US$ 825,00. Parece bem barato, comparando aos salários de US$ 5,00 pagos na época. 5.2 Objetivos dos programas de qualidade Produtos consistentes, melhoria contínua; Foco no cliente; Comunicação Interna; Competência; Treinamento/Capacitação; Infraestrutura; Ambiente de Trabalho; Controle de Documentos; Controle de Registros; Auditoria Interna; Controle de Produto Não-conforme; Ação Corretiva; Ação Preventiva; 5.3 Programas de qualidade O principal enfoque da ISO 9001:2000 é melhorar a satisfação do cliente. Essa norma se baseia no modelo PDCA (plan, do, check, act). Os requisitos do cliente constituem os dados de entrada para o processo de realização do produto, sendo a saída um produto ou serviço que afeta a satisfação do cliente. A organização deve medir a satisfação do cliente e usar essa informação para determinar a necessidade de melhorar o processo. A ISO 14001 também se baseia no ciclo PDCA. A visão da organização é estabelecida em sua política ambiental, e o SGA é então elaborado para servir de suporte à política. A organização deve desenvolver procedimentos para identificar as formas como ela afeta o meio ambiente, identificar requisitos legais e outros requisitos pertinentes e estabelecer objetivos e metas para melhorar continuamente o sistema de gestão e prevenir a poluição. A OHSAS 18001 foi desenvolvida por organismos certificadores e outras organizações da área de normalização a fim de atender à demanda do mercado com relação à gestão de questões de SST (Segurança e Saúde no Trabalho). Embora https://www.qsp.org.br/manual_sst.shtml#18001 25 não haja oficialmente um consenso internacional com relação à norma, ela está sendo adotada por muitas organizações como um método lógico e complementar. Essa especificação reconhece as semelhanças entre as questões ambientais e as questões de SST e está moldada à ISO 14001. Entre as organizações que foram bem-sucedidas na integração parcial ou total dos sistemas de gestão estão as indústrias químicas, de automóveis, tecnologia, aço, serviços, papel e celulose e produtos médicos. Todas experimentaram um significativo retorno com relação à redução de custos operacionais, à complexidade do sistema de gestão e ao tempo necessário para gerenciar o processo. Essas organizações também descobriram que a satisfação do cliente aumenta após implementar-se uma abordagem integrada para descrições de função, instruções de trabalho e ordem de prioridades. Quando falamos na área da saúde, também são implantados os programas de qualidade citados acima. No Brasil, temos uma “norma da qualidade” (ONA) Organização Nacional de Acreditação, que é uma entidade não governamental e sem fins lucrativos que certifica a qualidade de serviços de saúde com foco na segurança do paciente por meio da acreditação. A ONA é responsável por ajudar o paciente a compreender que o serviço de saúde escolhido por ele é capaz de atuar em total segurança para evitar problemas nos seus processos e noatendimento ao cliente. A ONA é um certificado que deve ser renovado a cada dois anos, o que ajuda a garantir um processo de controle de qualidade sobre os serviços que obtêm esse selo. O certificado é atribuído com caráter meramente educativo, visando somente a melhoria contínua desses serviços; e não presta conta ao município, ao estado ou ao governo federal — que contam com seus próprios processos de vistoria e licenciamento. Certificar a qualidade do seu serviço é mais do que mostrar ao cliente que você se preocupa em prestar um atendimento de alto nível a ele. A diminuição dos índices de erros médicos, mortalidade e tempo de espera no atendimento são alguns dos principais indicadores que podem ser melhorados com a implantação das exigências da ONA. Segundo o Manual de Acreditação Hospitalar (BRASIL, 2002), o programa de acreditação estrutura-se em níveis (1, 2 e 3), com princípios norteadores e padrões; cada padrão representa uma definição e corresponde a uma lista de itens de verificação que permitem a identificação precisa do que avaliar e a concordância com o padrão estabelecido. Nível 1 – Acreditada – contempla o atendimento aos requisitos básicos da qualidade na assistência prestada ao cliente nas especialidades e serviços do hospital, com os recursos humanos compatíveis com a complexidade, qualificação adequada (habilitação) dos profissionais e responsáveis técnicos e com habilitação correspondente nas áreas de atuação institucional. Nível 2 – Acreditada Plena – apresenta evidências de adoção do planejamento na organização da assistência hospitalar referente à documentação, corpo funcional (força de trabalho), treinamento, controle, estatísticas básicas para a tomada de decisão clínica e gerencial e práticas de auditoria interna. 26 Nível 3 – Acreditada com Excelência – deve evidenciar as políticas institucionais de melhoria contínua nas suas estruturas, novas tecnologias, atualização técnico-profissional, ações assistenciais e procedimentos médico- sanitários com a utilização da tecnologia da informação, disseminação global e sistema de rotinas padronizadas e avaliadas com foco na busca da excelência. 5.3.1 O papel do gestor na GQ O ponto de partida para o desenvolvimento da qualidade é a mudança de atitudes, e para que isto aconteça, é necessário mais do que capacitar as pessoas, e sim procurar oferecer aos colaboradores condições que propiciem a criatividade e a iniciativa, além de favorecer a criação de uma cultura comum disposta a aceitar mudanças. A participação de todos os profissionais é importante para o sucesso da gestão da qualidade, pois o desempenho da instituição depende do compromisso e da colaboração dos envolvidos no processo. Em muitas organizações presencia-se a falta de envolvimento, além da ausência de entrosamento e de integração das equipes, cada setor fazendo exclusivamente seu trabalho. É necessário que os gestores, em parceria com o RH e a Qualidade, criem fóruns, dinâmicas de grupos e capacitação das equipes para trabalharem em conjunto. Observando em aspectos tudo que foi referenciado nesses módulos I e II, foi possível perceber que, no passado, só o salário e os benefícios numéricos eram considerados um bem para qualidade de vida. Hoje os colaboradores desejam algo mais, que toque em seu bem-estar emocional e físico, então os gestores precisam se empenhar em observar essa necessidade de cada um de sua equipe. Desde uma contratação, onde a pessoa certa para um lugar certo é o primeiro passo para uma boa qualidade de vida dentro da organização até a capacitação, avaliação e o bem-estar físico e emocional fazem parte das atribuições dos líderes nas organizações. 27 REFERÊNCIAS CONNOR, J. Manual de programação neurolinguística. RJ: Qualitymark, 2014. CONGRESSO DE PNL. O que é PNL? Disponível em: <www.congressopnl.com.br>. CUNHA, A. C.; MAURO, M. Y. C. Educação continuada e a norma regulamentadora 32: utopia ou realidade na enfermagem? Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. 2010; 35 (122): 305-313. DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas, modelos, processos, tendências e perspectivas. São Paulo: Editora Atlas, 2011. ______. Administração de carreira. São Paulo: Editora Atlas, 1996. DRUCKER, P. O melhor de Peter Drucker sobre administração. São Paulo: Pioneira, 1998. FARIA, Carlos Alberto. A principal característica da liderança. 2003. Disponível em: <www.merkatus.com.br>. ______. 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WHITMORE, John. Coaching para performance. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2006. WUNDERLICH, Marcos. Manual de Treinamento e Desenvolvimento Processos e Operações. São Paulo: Pearson, 2013. ORGANIZAÇÃO NACIONAL DE ACREDITAÇÃO (ONA). Disponível em: https://www.ona.org.br/Pagina/20/Conheca-a-ONA. Acesso em: 05 jan. 2018. QUALY TEAM. O que é a ONA (Organização Nacional de Acreditação)? Disponível em: <http://blog.qualidadesimples.com.br/2017/01/09/o-que-e-ona- organizacao-nacional-de-acreditacao/>. Acesso em: 05 nov. 2018. 28 ZANLUCA, Julio Cesar. Estilo de comunicação em Recursos Humanos. Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/estilodecomunicacao.htm>. Acesso em: 17 mar. 19. 29 ANEXO 1 – TESTE DO SISTEMA REPRESENTACIONAL PREFERENCIAL Numere as afirmativas abaixo de acordo com a classificação de 1 a 4, sendo 4 a que mais descreve você e a 1 a que menos descreve: 1) Eu tomo decisões importantes baseadas em: ___ Intuição ___ O que me soa melhor ___ O que parece melhor ___ Um estudo preciso e minucioso do assunto 2) Durante uma discussão, eu sou mais influenciado(a): ___ pelo tom da voz da outra pessoa ___ Se eu posso ou não ver o argumento da outra pessoa ___ pela lógica do argumento da outra pessoa ___ Se eu entro em contato ou não com os sentimentos reais do outro 3) Eu comunico mais facilmente o que se passa comigo: ___ Pelo modo como me visto e aparento ___ Pelos sentimentos que compartilho ___ Pelas palavras que escolho ___ Pelo tom da minha voz 4) Para mim, é muito fácil: ___ Achar o volume e as sintonias ideais num sistema de som ___ Selecionar o ponto mais relevante relativo a um assunto interessante ___ Escolher os móveis mais confortáveis ___ Escolher as combinações de cores mais ricas e atraentes 30 5) Eu sou/estou: ___ Muito em sintonia com os sons do ambiente ___ Muito capaz de raciocinar com fatos e dados novos ___ Muito sensível à maneira como a roupa veste o meu corpo ___ Eu respondo fortemente as cores e a aparência de uma sala Resultado: Parte I – Copie as respostas do teste nas linhas abaixo: 1 2 3 4 5 C A V A A A V C D D V D D C C D C A V V Parte II – Transponha as respostas para a grade abaixo e some os números associados com cada letra: V C A D Total: Total: Total: Total: Sistemas: V= Visual (percepção pelo quese vê: organização, arrumação etc.); 31 C= Cenestésico (Percepção pelo que se sente: toque, contato); A= Auditivo (Percepção pelo que se ouve: sons etc.); D= Digital ou Auditivo-digital (percepção por meio do pensar, usando palavras e falas consigo mesmo; tende a ser mais racional)
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