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Reflexões sobre o texto: Participação dos pais no desempenho escolar dos filhos, do livro Qualidade do Ensino: a contribuição dos pais de Vitor Henrique Paro

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Reflexões sobre o texto: Participação dos pais no desempenho escolar dos
filhos, do livro “Qualidade do Ensino: a contribuição dos pais” de Vitor
Henrique Paro
Disciplina: Gestão educacional com alunos e família
Participação dos pais no desempenho escolar dos filhos, de Vitor Paro
Desde cedo estamos inseridos na vida escolar e, nela, somos colocados em
patamares dentro da sala de aula. Como em qualquer ambiente heterogêneo, há
crianças com maior facilidade para algumas disciplinas, algumas crianças para
outras e isso o que não é valorizado. Ao contrário, aparentemente algumas técnicas
pedagógicas dos professores em sala de aula se baseiam em colocar as crianças
em “rankings”, estimulando a competitividade: algumas são as melhores, as “mais
inteligentes” e outras são as “mais burras”. Esta crença de que o mérito por ser o
melhor e a vergonha de ser o pior funciona como estímulo a aprendizagem está
cada dia mais sendo refutada de acordo com as experiências empíricas dos e das
professores e professoras.
Criar vínculos, pensar maneiras diferentes para que a aprendizagem
aconteça, novas metodologias, novas formas de explicar, entendendo as crianças
como seres singulares, que vivem em um ambiente coletivo, são os pontos de
partida para a mudança e para a tentativa de acolher a todas as crianças, não
deixando de lado e estereotipando quem não se encaixa dentro do que o/a
professor/a espera.
Alguns questionamentos devem ser feitos a partir das experiências em
sala de aula: as avaliações e deveres de casa realmente ajudam as crianças a
aprender de maneira mais eficaz? Estamos apenas cumprindo procedimentos
arcaicos que não cumprem seu objetivo? Se as crianças não têm tempo, por algum
motivo, para fazer lição de casa não são elas que devem procurar tempo para
fazê-lo, mas a escola que deve rever a finalidade, a eficácia e a necessidade de
tantos deveres de casa. A mesma coisa acontece com avaliações, que por vezes
causam demasiada ansiedade e frustração nas crianças, ao invés de cumprir seu
papel avaliativo de entender onde o aluno está com mais dificuldade, para que a
própria criança possa compreender onde a defasagem é maior, e o que trabalhar
para ajudar na compreensão das disciplinas.
Cada vez mais a vida é afastada do ambiente escolar. Cada vez mais
as crianças decoram conteúdos, os quais não necessariamente entendem, para
conseguir ter uma boa avaliação ao final dos semestres. Cada vez mais a educação
e a escola criam um abismo entre si; a escola esquece os objetivos da educação e
traz os objetivos pedagógicos como essenciais para a formação de seres humanos.
A Educação e a Pedagogia precisam se reconciliar, de um ponto de vista reformista
ou romper uma com a outra, de um ponto de vista revolucionário, para que as
nossas crianças possam, de fato, aprender conteúdos necessários à vida, à
formação integral de cidadãos e cidadãs, sem competitividade, sem que a
dominação seja a principal base aliada da educação, cuidando de aspectos
sócio-emocionais das crianças, sem criar estereótipos, mas compreendendo a
singularidade de cada um, de cada contexto, de cada história, e adaptando a escola
para um ambiente da diversidade, do acolhimento, da educação, da liberdade.
Em relação ao conselho de classe, é importante que este seja um
processo e não ocorra apenas no final do ano. Os pré-julgamentos do estudante no
decorrer do ano letivo não são produtivos. Há a necessidade de entender um aluno
como um dentro de um coletivo, obtendo e reconhecendo as singularidades de cada
um e cada uma nas atividades pedagógicas propostas, assim como ocorre nas
avaliações. A proposta do conselho de classe é que ele seja humanizado,
processual e que pense no processo de aprendizagem de cada aluno. O texto
menciona, que, o importante não é avaliar o aluno por uma nota, mas por tudo que
ele representa em sua totalidade. Devemos compreender a avaliação através de
seus processos, dentro de uma perspectiva, para que os alunos obtenham
qualidade no ensino em todo ano letivo.
A questão da disciplina é vista de forma diferente por diferentes
educadores. O autor mostra que alguns educadores vêem a disciplina como falta de
educação vinda dos pais, de casa e de como a família age com as crianças. Outros
acreditam que a escola, quando dá motivação para os alunos com propostas que
despertem seus interesses e os façam trabalhar, consegue diminuir a questão da
indisciplina. O texto em questão dá o exemplo de uma educadora que acredita que
há a necessidade de que a sala de aula tenha regras claras, normas, que sejam
capazes de criar hábitos nos alunos na maneira como se comportam em sala de
aula. Há também a visão de que o diálogo é muito importante para que o trabalho
possa fluir da maneira como se espera e como ele influencia na forma como os
alunos trabalham nas aulas. É necessário ser firme, mas também manter o diálogo
porque é preciso saber quais são as condições de cada aluno, sua vida fora da
escola; às vezes, o estudante está passando por algum problema em casa e isso
vai interferir em seu comportamento. As crianças acabam agindo mal e não
melhoram enquanto o problema não estiver resolvido, por isso, é importante que
haja esse diálogo e que o professor/educadores estejam disponíveis para os alunos,
que não sejam apenas uma figura de autoridade o tempo todo.
Outra visão presente no texto diz sobre a noção de que, em uma
escola, não são apenas os professores que são educadores, mas todos os
funcionários, toda a comunidade escolar, principalmente aqueles que têm mais
contato com os alunos, com as famílias e a comunidade. Essa pessoa vai saber
ouvir os alunos e considerar suas particularidades e até mesmo passar essas
informações para o professor, antes de que atitudes mais drásticas possam ser
tomadas.
Segundo o texto, de nada adianta usar a questão da avaliação como
uma punição para que os alunos se comportem melhor, principalmente naquelas
escolas onde sabe-se que não vai haver a reprovação. Mesmo onde há reprovação,
não é a nota final do aluno não deveria importar, mas sim, o quanto ele aprendeu,
se empenhou e se envolveu com os assuntos que aprendeu na sala, seu processo
de aprendizagem e onde está faltando atenção para que aprenda mais, não apenas
conteúdos, mas como viver em sociedade. É importante que haja uma firmeza nas
ações dos professores, principalmente com as populações que são menos
privilegiadas, porque muitas vezes, as figuras mais importantes na vida da criança,
os exemplos de ética e boas atitudes estão na escola; mesmo as crianças ficam
muito tempo sozinhas em casa e não tem uma referência de como se comportar,
tendo na escola suas maiores referências.
Outro ponto que consideramos importante é o respeito que o
professor tem com os alunos e com os conteúdos que deseja que sejam discutidos.
Em uma escola democrática, onde os alunos não devem ficar sentados e calados
ouvindo o professor falar, não é possível que as salas sejam extremamente
silenciosas e sem ruídos; pelo contrário, a conversa, as discussões devem existir,
mas deve-se deixar claro que todos precisam participar para a construção das
ideias e dos projetos. Ao mesmo tempo que é dada a voz aos alunos, eles também
precisam ser chamados atenção quando não estão colaborando ou contribuindo
com os outros colegas - respeitar o momento de fala dos outros alunos é muito
importante para o funcionamento desse ambiente democrático. Isso é mostrar
respeito por todos os alunos e também uma forma de demonstrar carinho, já que o
maior desejo do professor em escolas assim é que haja o respeito pelo
conhecimento e a possibilidade e realidade de construção em conjunto.
Um dos fatos mais importantes para que os professores possam
desenvolver suas funções são as condições de trabalho que a estrutura da escola
oferece. O mesmo deve ser pensado para os alunos. Não basta apenas ter a força
de vontade para dar aula, o professor precisa ter recursos adequados, materiais
suficientes,que favoreçam os momentos de ensino/aprendizado. Isso ocorre
também em relação aos alunos. Muitas vezes algumas tarefas são exigidas dos
alunos mas espera-se que algo seja feito em casa. Se não existem condições
físicas, materiais ou de apoio em casa, essas tarefas devem ser repensadas.
Outra questão a ser refletida é falta de professores na escola, que
acaba prejudicando os alunos. Um relato de uma mãe é colocado no texto. Ela fala
de como acha importante que em aulas vagas os alunos poderem fazer um trabalho
de pintura ou de leitura, além de ressaltar a importância de haverem recursos e
materiais para que esses momentos aconteçam. Além disso, o número de alunos
nas salas de aula dificulta o trabalho do professor. O professor precisa dar conta de
corrigir lições, resolver problemas, dar notas, feedback, realizar reuniões
pedagógicas, encontros com as famílias e todas as questões de 30, às vezes 40
alunos.
De acordo com o texto, “O elevado número de alunos por classe, na
escola pública brasileira, é uma das maiores faltas de consideração para com o
ensino perpetrada pelos poderes públicos. Colocar especialmente nas primeiras
séries do ensino fundamental, 35, 40, 45, até 50 alunos para que um mesmo
professor dê conta de educar é a verdadeira consubstanciação da farsa em termos
de ensino público. todos aqueles que têm pelo menos os rudimentos de
conhecimento pedagógico sabem que o ideal, em termos pedagógicos, deveria
estar por volta de 20 no máximo 25 alunos”.
Isso mostra que, além do professor ter de lidar com condição física
da escola, também precisa resolver o problema de ter 40 alunos em uma sala com
um espaço físico que não comporta esse número de alunos. As dificuldades para
dar aula e promover um ensino significativo para os alunos envolve todas essas
questões. Acreditamos que analisando a dificuldade que os professores passam
para dar aula para compreender, de fato, como isso ocorre, as coisas tenderão a
fluir melhor, a responsabilidade não será só apenas do profissional mas sim de toda
escola e família, já que é um trabalho feito em conjunto.
Segundo o autor, muitos dos professores não têm a iniciativa de
trabalhar junto com os pais, e isso acontece realmente, muitas vezes. Os pais não
têm interesse de acompanhar os processos dos filhos e o professor acaba abrindo
mão dessa possibilidade e deixa de ter o contato com a família, o que dificulta a
possibilidade de encontrar soluções para os problemas. É fundamental que os
professores busquem ser mais próximos, mesmo que haja um desconforto, porque
apenas assim a parceria entre escola e família será eficiente.
Para isso, existem estratégias que vão ajudar ambas as partes a
caminharem juntos. Fazer as lições de casa com o auxílio dos pais é um grande
avanço quando há a ausência disso. A contribuição da família é necessária e
quando há essa parceria, o sentido do trabalho começa a aparecer para os pais
também. Ter uma equipe multidisciplinar também pode ajudar bastante no processo
de desenvolvimento das crianças. Essa equipe, trabalhando em conjunto, ajudará a
pensar no aluno como um todo, analisar todas as questões referentes à
aprendizagem, eliminar a ideia de que os alunos devem ser separados entre os
“avançados” e atrasados. Cada aluno tem seu tempo para aprender e deve-se,
dentro de um ambiente de trabalho sério como deve ser qualquer escola, respeitar e
entender as particularidades de cada um para que não haja pré-julgamentos.
Sobre a reunião de pais, o autor salienta a ideia de que existe uma
falta de iniciativa dos professores para que haja a participação mais ativa dos pais
no ambiente escolar das crianças. Principalmente nas reuniões pedagógicas,
devemos pensar nos motivos desse cenário. Dentre os motivos descritos pelo autor,
destacamos:
● A linguagem usada pelos professores que muitas vezes dificulta o
entendimento dos pais sobre o que está sendo dito. Isso afasta os pais de um
diálogo, o que é fundamental para o desenvolvimento e evolução daquele
aluno.
● Pais que preferem ignorar o comportamento (que nem sempre é o que se
espera por parte da escola e dos próprios pais) daquele aluno e preferem não
comparecer.
● Famílias que acreditam que a educação/comportamento dos alunos dentro
da escola deve ser de responsabilidade somente do governo e da própria
escola.
● Cultura a desvalorização à educação escolar, o que coloca como algo natural
o fato de os pais não participarem das reuniões.
Em grupo, concordamos com muito com o que o texto fala, mas
achamos importante ter o entendimento do sistema no qual estamos inseridos.
Muitas vezes existe o impedimento de um pai participar de uma reunião escolar pelo
fato de ser necessário faltar do trabalho e o chefe achar que não seria algo
importante. Mesmo sendo um direito garantido por lei, muitos preferem não se
indispor dentro do ambiente de trabalho por essa questão. Seria de grande utilidade
que não existisse restrição de horário, que os pais, principalmente da escola
pública, pudessem ter o direito ao atendimento em horários flexíveis, de forma a
garantir sua presença.
Isso remete a um caso, onde em uma reunião em uma EMEI uma mãe
disse para todos que estavam ali escutarem: “Recebi um bilhete que falava que eu
tinha que participar dessa reunião de qualquer maneira, estou aqui hoje porque
consegui uma pessoa para ir fazer minha faxina (trabalho dela), talvez falte algum
alimento na minha casa por conta disso, mas eu vim. Eu me importo com os meus
filhos sim, só que vim para São Paulo eu e o pai deles, nos separamos e agora sou
sozinha, não posso perder o emprego com 3 crianças e precisando pagar um
aluguel e quando mando as crianças doentes para a escola é porque não tenho
onde deixá-los”. Ficamos a pensar no julgamento que era comum de se fazer pela
ausência das mães nas reuniões. Coisas que parecem simples para as pessoas de
dentro da escola, pessoas que estão inseridas no ambiente escolar e educacional,
podem ser extremamente difíceis para outras e isso deve ser levado em
consideração.
Refletimos também sobre o desgaste causado nos responsáveis que
sempre comparecem às reuniões e sempre recebem críticas ou ouvem coisas não
muito boas sobre algum aluno. Pensamos na importância de “ser colo” para esses
responsáveis, de conseguir entender a dificuldade que eles estão passando e os
motivos que podem ter contribuído para esse comportamento, não aceitável pela
sociedade e como poderíamos trabalhar em cima dessa causa, como seria possível
ajudar efetivamente esse aluno e esses responsáveis, que na maioria das vezes
não possuem orientações adequadas e estão fazendo o seu melhor, porém está
sendo insuficiente.
Chegamos a conclusão de que a melhor solução é a aproximação da
escola, tanto dos pais quanto da comunidade. A escola precisa ser um local de
troca, de aprendizagem e principalmente de acolhimento. Esse distanciamento
acontece porque os responsáveis não encontram empatia, equidade e afetividade
nesse local, temem ir nas reuniões de seus filhos na certeza de que serão avaliados
e julgados; e quem gosta de estar nesse papel? É necessário que haja essa
aproximação, seja através de uma conversa informal em uma festa junina de um
professor com um pai, ou um telefonema quando a criança falta somente para saber
se está tudo bem ou até mesmo desejando um bom trabalho no momento da
entrada daquele responsável que ainda vai levar a criança, ou um bom descanso
para quem vai buscar.

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