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CENTRO EDUCACIONAL FOCUS CURSO TÉCNICO EM ENFERMGEM DISCIPLINA HIGIENE E PROFILAXIA PROFª RAQUEL JACOS HIGIENE E PROFILAXIA Grajaú-MA 2019 FLORENCE NIGHTINGALE Nascida em Florença, Itália, em 12 de maio de 1820, tendo sido educada em padrões superiores ao que recebiam as mulheres na época, com expressivo conhecimento em ciências, matemática, literatura e artes, além de filosofia, história, política e economia, dando-lhe um caráter bastante diferenciado em seu tempo. Fazendo parte da aristocracia inglesa, tinha aspirações em relação ao trabalho social. Essas características levaram-na ao envolvimento na Guerra da Crimeia, com postura revolucionária em relação às condições de assistência prestadas aos soldados ingleses feridos na frente de guerra, resistindo à burocracia e buscando melhorar a qualidade dessa assistência, brigando por materiais específicos, além de alimentos, leitos e material de higiene ambiental e pessoal nos alojamentos assistenciais. Envolvida pela busca incessante de uma qualidade nesta assistência, Nightingale criava condições para o bem-estar dos feridos de guerra ou não, incentivando e exigindo infraestrutura humanitária e social, como lavanderia, biblioteca, redação de cartas e até meios para que os soldados tivessem como economizar seus salários, além de um hospital para as famílias que estivessem nas frentes de batalhas. Preocupava-se com o conforto aos enfermos e aos que estavam em estado terminal, envolvendo-se em questões administrativas de eficácia e eficiência plenamente reconhecidas por seus superiores. Finda a guerra, dedicou-se ao ensino da enfermagem, estimulando e abrindo escolas de enfermagem, marcando sua época na profissão. Faleceu em 13 de agosto de 1910, e esta data é até hoje celebrada na Igreja de St. Margaret, em East Wellow, Inglaterra, sendo considerada como a mãe da enfermagem moderna. Em Kaiserwerth, Alemanha, surgiu a primeira escola de enfermagem organizada no mundo, em 1836, que ensinava às camponesas locais noções de higiene ambiental e pessoal. Em 1850, por 14 dias Nightingale realizou visita a esta escola, candidatando-se à mesma e manifestando seu desejo de tornar-se enfermeira, tendo sido admitida em 6 de julho de 1851, permanecendo lá por três meses, levando para a Inglaterra os conhecimentos adquiridos, onde se envolveu na luta por reformas na área de saúde e bem-estar dos cidadãos ingleses. Ela não concordava com as condições no país, que restringia a participação da mulher na política social e governamental. Sua missão na Crimeia, na vida militar, foi extremamente penosa, pela rejeição à figura da mulher nesse tipo de condição. Encontrou no campo de batalha alojamentos assistenciais precários e infestados de insetos, ratos, com esgoto a céu aberto, possibilitando a ocorrência de infecções letais e transmissíveis entre os feridos e sadios. A taxa de mortalidade, nos níveis de 43%, era caracterizada muito mais pela transmissão de contaminantes e biológicos do que por ferimentos na batalha. A sua intervenção ambiental reduziu, em menos de seis meses, esta taxa para apenas 2,2%, conquistando reconhecimento e respeito pelo trabalho desenvolvido. Seus relatórios manuscritos foram entregues ao Ministro da Guerra na época, Sidney Herbert, com aplicações estatísticas, iniciando o movimento de reforma hospitalar no país. Este trabalho rendeu-lhe reconhecimento e admissão como membro da Royal Statistical Society, em 1858, sendo considerada, com inteira justiça, como a primeira enfermeira pesquisadora no mundo. Nightingale utilizou intensamente a observação dos fatos e eventos, associando-os à incidência e prevalência dos agravos e da doença como abordagem dos cuidados de enfermagem a serem desenvolvidos. Esses conhecimentos e a sábia utilização de conceitos administrativos organizacionais e estruturais se instituíram no principal enfoque de seu trabalho, com adequado controle ambiental, envolvendo indivíduos e famílias no processo. Enfatizava a importância da ventilação e iluminação nos quartos dos pacientes, escrevendo “Notes and Nursing”, como forma de orientação aos cuidados em Enfermagem, que se constituiu em um marco sobre a organização e manipulação dos ambientes dos enfermos. Interpretava a doença como um processo reparador, definindo a enfermagem como diagnóstico e tratamento das respostas humanas aos problemas de saúde vigentes ou potenciais. Escreveu também “Notes on hospitals in introductory notes lyingin institutions” (primeiros centros de maternidade). A influência do ambiente sobre o ser humano e sobre a natureza crítica do equilíbrio entre eles foi a principal característica de seu trabalho científico. Nightingale foi a primeira a incentivar a existência de instituições específicas para a maternidade, afastada dos enfermos, por meio de análise de dados sobre a mortalidade neonatal e no parto, recomendando cuidados ambientais e a lavagem persistente das mãos para eliminar a febre puerperal, principal causa da mortalidade na época. Também trabalhou com enfoque nas características ambientais gerais, como iluminação, ruído, ventilação, higiene ambiental, cama, roupa de cama e nutrição. O desequilíbrio entre estes exigiria maior energia do indivíduo, assim, originando o estresse e prejudicando a recuperação e reabilitação do enfermo. Seus conceitos e ideias se estendiam, inclusive, aos domicílios, ressaltando a importância da água pura e higiene ambiental e pessoal como fatores de saúde. Acreditava que a pessoa poderia adoecer se respirasse seu próprio ar, sem renovação, e preocupava-se com o ambiente externo às casas como fator de desequilíbrio (poluição, gases, excrementos). Tinha atenção especial com os utensílios dos enfermos, como louças. Cuidava, com a mesma atenção, da temperatura dos ambientes. Com relação à luz, enfatizava a importância da luz solar para a saúde e alertava para o fato de os hospitais da época não atentarem para esse aspecto durante suas respectivas construções. Quanto ao ruído, era bastante enérgica e rigorosa com relação aos sons ambientais que importunavam os pacientes e exigia que a enfermeira sob seu comando estivesse sempre atenta a essa questão. Sua preocupação com a saúde ambiental chegava, inclusive, às cores, quadros e pinturas do ambiente como fator de conforto e bem-estar, e defendia processos terapêuticos pelo lazer, trabalhos manuais, leitura e escrita. Quanto às roupas de cama e colchões, preocupava-se com a questão da permeabilidade destas superfícies. Nessa observação, levantou que o adulto exalava, aproximadamente, 1,5 litros de umidade pelos pulmões e pele nas 24 horas, constituindo-se em matéria orgânica que impregnava as roupas, favorecendo o desequilíbrio de saúde pelo desconforto causado, lembrando sempre o cuidado que o enfermeiro precisava ter em não se inclinar ou sentar-se na cama, e que esta deveria estar próxima à janela e à luz solar. Entendia que essas roupas, se não bem cuidadas e ajustadas à cama, causavam lesões na pele do enfermo pela pressão exercida em pontos específicos. Suas observações atingiam também o aspecto nutricional, identificando que as refeições em pequenas e regulares porções favoreciam a recuperação do enfermo. Embora suas preocupações tivessem como foco o ambiente físico, Nightingale não se descuidava do ambiente “social e psíquico do enfermo, tendo incluído em seu primeiro livro um capítulo sobre esse aspecto, denominado “Conversando sobre Esperanças e Conselhos”, observando a relação entre doença, morte e pobreza, com observações e estudos estatísticos e epidemiológicos que fundamentavam inúmeras cartas e protestos aos governantes. Apregoava como objetivo principal para a enfermagem que o melhor a ser feito seria colocar opaciente na melhor condição para que a natureza aja sobre ele, e que este deveria ter o menor gasto possível de energia com os fatores ambientais que possam causar desequilíbrios. Florence acreditava que a enfermagem deveria estar atenta não somente aos enfermos, mas também aos sadios, buscando meios de promoção da saúde. Acreditava que a enfermagem poderia atuar no ambiente como um todo, para que o enfermo obtivesse o equilíbrio necessário e, assim, a natureza faria o resto para a recuperação e reabilitação. Dizia, em seus escritos, que a mais importante lição prática a ser dada às enfermeiras é ensiná-las a observar (e como observar) que sintomas indicam melhora/piora, quais são importantes ou não, quais evidenciavam negligência ou não. Esse conceito, tão atual, mostra que já naqueles dias Nightingale conseguia evidenciar a importância da observação como método primário de coleta de dados, para avaliar respostas do cliente à intervenção. CONCEITOS HIGIENE Higiene significa limpeza; asseio; interrelação entre o homem e o meio ambiente, no sentido da preservação da saúde. Existem vários tipos de higienização, a individual (banho, cabelos, unhas e mãos, boca, dentes e vestuário), coletiva (saneamento básico, água, esgoto, lixo, vetores), a mental (equilíbrio, costumes morais e sociais), do trabalho (riscos físicos, químicos e biológicos), e ambiental (limpeza de moveis, utensílios e estrutura). PROFILAXIA Profilaxia é a aplicação de meios que tendem evitar doenças ou contágios. As medidas profiláticas interompem a interação entre o agente causador da doença e o organismo. Alguns exemplos de doenças sujeitas a profilaxia são peste bubônica, hepatite, verminoses, DSTs, infecções hospitalares. Higiene e profilaxia estão intimamente ligadas, pois a higienização, em todas as suas formas, evita a transmissão e/ou contágio por agentes infecto-contagiosos, logo é uma medida profilática. Higiene é parte da medicina que estuda os meios próprios para conservar a saúde, permitindo o funcionamento normal do organismo e a harmonização das relações entre o homem e o meio no qual vive. Dentre as condições desejáveis para uma habitação higiênica, temos como necessário o ar puro, isento de poeiras, gases tóxicos e de germes tóxicos. A iluminação solar e outra condição básica, pois mata os micróbios. INFECÇÃO E CONTAMINAÇÃO Infecção É uma contaminação provocada ao ser humano por agentes biológicos. Exemplos: Vírus, bactéria, protozoário, fungo. Contaminação É a disseminação de um agente químico ou biológico no ambiente ou no organismo humano. Obs.: Nem toda contaminação é uma infecção. 1. Infecção Relacionada aos Serviços de Saúde (IRSS). É toda infecção que ocorre após 72 horas da admissão do paciente, ou mesmo após a alta, e que tenha relação com procedimentos realizados nos serviços de saúde. 2. Infecção Comunitária. É toda infecção adquirida na comunidade e que não tem relação com procedimentos realizados nos serviços de saúde. Infecção Hospitalar · Cruzadas – Provocada por uma cepa que penetra no organismo do enfermo que está com o sistema defensivo gravemente afetado, procedendo de um portador ou através de fômites de outros doentes*. · Superinfecção hospitalar – É um quadro clínico, causado por uma nova bactéria que atua como agente continuando o processo infeccioso do qual o doente é portador*. · Infecção oportunista – É a infecção provocada por germes não patogênicos de um organismo comprometido, como é o caso do doente*. Microorganismo Comuns nas IRSS Pseudomonas aeruginosas Septicemia e Infecções cutâneas Klebisiella pneumoniae Infecções respiratórias Proteus sp. Infecções urinárias Stafilococcus aureos Infecções cutâneas e respiratórias Streptococcus Infecções respiratórias Medidas Preventivas de IRSS 1. Isolamento hospitalares 2. Classificação de áreas 3. Classificação de artigos 4. Tratamento de artigos 5. Higienização das mãos 6. EPI 1. Isolamento Hospitalares Isolamento Total ou Restrito Isolamento Reverso ou Protetor Isolamento Respiratório: Aerossóis e gotículas 2. Classificação das áreas Críticas Semi – Críticas Não Críticas · Área Crítica - É um local onde poderão ter ou não ter pacientes, com alto grau de contaminação. Exemplo: UTI’S e o Expurgo (local onde ficam os restos dos materiais contaminados, o material esterilizado nunca deverá passar por esse local.). ·Semi - Crítica – É uma área que SEMPRE terão pacientes infectados ou não. Exemplo: Enfermarias e Quartos Hospital. ·Não Crítica – NUNCA terão pacientes, onde o risco de contaminação é mínimo. Exemplo: Corredor e Recepção. 3. Classificação dos Artigos São os instrumentos usados nos hospitais. E são classificados em: Artigos Críticos – É aquele que entra em contato com a corrente sanguínea ou com as mucosas não integradas. Exemplo: Pinças. Artigos Semicríticos – São aqueles que entram em contato com as mucosas íntegras ou a pele não intacta. Exemplo: Sonda. Artigos Não-Críticos – São aqueles que entram em contato apenas com a pele íntegra. Exemplo: Termômetro. · Todos os artigos considerados críticos devem esterilizados ou descartados. · Todos os artigos considerados semicríticos devem passar pelos processos de desinfecção ou esterilização. 4. Tratamento dos artigos hospitalares Conceitos Básicos Assepsia Antissepsia Desinfestação Desinfecção Degermação Esterilização Estão relacionadas aos conceitos de tratamento dos artigos, como sabemos a maior probabilidade de microorganismos, será maior o risco de infecção e quando é menor a probabilidade será menor o risco de infecção. Assepsia: É a redução de quantidade de microorganismos de superfícies inanimadas. Antissepsia: É a redução de quantidade micro-organismos da superfície da pele e da mucosa. Desinfestação: É a redução da quantidade e artrópodes ou roedores da pele ou do ambiente. Degermação: É a redução da quantidade de germes, por meio de degermantes. Exemplos: sabão e detergentes. Esterilização: é o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as formas de microorganismos presentes: vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um aceitável nível de segurança. O processo de esterilização pode ser físico, químico, físico- químico. 5. Lavagem das mãos As mãos são os principais veículos de transmissão dos microrganismos de um indivíduo para outro. A lavagem das mãos é uma rotina simples, eficaz, e de maior importância na prevenção e controle da disseminação de infecções. Uma eficaz lavagem e desinfecção das mãos implica em manter as unhas curtas e sem esmalte; ausência de anéis, pulseiras e relógios de pulso; utilização de uma técnica que abranja toda a superfície das mãos. Patógenos podem ser transmitidos pelas mãos através de microbiota presente na pele do paciente ou em objetos próximos a ele; capacidade de sobrevivência do microrganismo por alguns minutos nas mãos; lavagem ou antissepsia inadequada ou omitida; agente inapropriado para higiene das mãos contaminadas para outro paciente. A lavagem das mãos deve ser feita sempre antes de prestar cuidados a doentes cujas barreiras naturais contra a infecção estejam comprometidas, antes de prestar cuidados a doentes particularmente debilitados, antes de manipular medicamentos ou material esterilizado, após ocorrer contaminação das mãos com fluidos orgânicos, manipular roupa suja ou materiais contaminados, utilizar os sanitários ou remover as luvas. Se houve ou se suspeita de exposição à possíveis agentes patogênicos que formam esporos, incluindo casos de Clostridium difficille, deve-se lavar as mãos adequadamente com água e sabão. O uso de uma solução à base de álcool é o métodoescolhido para desinfecção das mãos de forma rotineira, se as mãos não estiverem visivelmente sujas. Quando lavar as mãos - No início e no fim do turno de trabalho. - Antes de preparar medicação. - Antes e após o uso de luvas. - De utilizar o banheiro. - Antes e depois de contato com pacientes. - Depois de manusear material contaminado, mesmo quando as luvas tenham sido usadas. - Antes e depois de manusear catéteres vasculares, sonda vesical, tubo orotraqueal e outros dispositivos - Após o contato direto com secreções e matéria orgânica. - Após o contato com superfícies e artigos contaminados. - Entre os diversos procedimentos realizados no mesmo paciente. - Quando as mãos forem contaminadas, em caso de acidente. - Após coçar ou assoar nariz, pentear os cabelos, cobrir a boca para espirrar, manusear dinheiro - Antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar. - Após manusear quaisquer resíduos. - Ao término de cada tarefa. - Ao término da jornada de trabalho. Técnica de lavagem das mãos 1. Retirar anéis, pulseiras e relógio. 2. Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia. 3. Colocar nas mãos aproximadamente 3 a 5 ml de sabão. O sabão deve ser, de preferência, líquido e hipoalergênico. 4. Ensaboar as mãos friccionando-as por aproximadamente 15 segundos. 5. Friccionar a palma, o dorso das mãos com movimentos circulares, espaços interdigitais, articulações, polegar e extremidades dos dedos (o uso de escovas deverá ser feito com atenção). 6. Os antebraços devem ser lavados cuidadosamente, também por 15 segundos. 7. Enxaguar as mãos e antebraços em água corrente abundante, retirando totalmente o resíduo do sabão. 8. Enxugar as mãos com papel toalha. 9. Fechar a torneira acionando o pedal, com o cotovelo ou utilizar o papel toalha; ou ainda, sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos. Proteja-se: - Lave corretamente as mãos; - Utilize corretamente os equipamentos de proteção individual - EPI. Lembretes técnicos: - O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos. - Manter líquidos anti-sépticos para uso, caso não exista lavatório no local. - Tem-se comprovado que a contagem de microrganismos sob as unhas e quando se está usando anéis, relógios e pulseiras é mais alta. - Mantenha as unhas tão curtas quanto possível, e remova todas as jóias antes da lavagem das mãos. - Realize o mesmo procedimento a cada paciente ou ensaio. - A lavagem das mãos deve ser feita em uma pia distinta daquela usada para a lavagem do instrumental, vidrarias ou materiais de laboratório. - Deve-se evitar lesionar as mãos. Caso as luvas sejam rasgadas ou puncionadas durante quaisquer procedimento, elas devem ser removidas imediatamente, e as mãos devem ser lavadas cuidadosamente. - Profissionais com lesões nas mãos ou dermatites devem abster-se, até o desaparecimento dessas lesões, de cuidar de pacientes e de manipular instrumentos, aparelhos ou quaisquer materiais potencialmente contaminados. No caso de dúvida "LAVE SUAS MÃOS" UNHAS Cortar as unhas e mantê-las sempre limpas são medidas importantes para prevenir certas doenças. Quando a pessoa coloca a mão na boca, a sujeira armazenada debaixo das unhas pode dar origem a verminoses e outras doenças intestinais. Além disso, devemos valorizar os aspectos estéticos relacionados à beleza das unhas. Recomenda-se não utilizar adornos (anéis, pulseiras, relógios, colares, piercing, brincos) durante o período de trabalho. Manter os cabelos presos e arrumados e unhas limpas, aparadas e sem esmalte. Não utilizar unhas postiças. Os profissionais do sexo masculino devem manter os cabelos curtos e barba feita. O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) deve ser apropriado para a atividade a ser exercida Ah!... Seria muito bom procurar eliminar o hábito de roer unhas. 6. EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) São quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade. Um equipamento de proteção individual pode ser constituído por vários meios ou dispositivos associados de forma a proteger o seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos. O uso deste tipo de equipamentos só deverá ser contemplado quando não for possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a atividade. EPIs essenciais: Óculos: proteção dos olhos contra radiação, respingos de secreções medicamentos e diversas outras substâncias; Máscaras: proteção respiratória contra fungos, bactérias e demais agentes contaminantes; Luvas: utilizada na proteção direta contra riscos físicos e biológicos; Toucas: proteção contra a absorção de partículas encontradas em locais de atendimento; Avental descartável: protege a pele contra respingos de sangue, secreções, fluidos corporais, entre outras partículas existentes nos locais de atendimento. Luvas esterilizadas e de procedimento As luvas esterilizadas, denominadas luvas cirúrgicas, são indicadas para a realização de procedimentos invasivos ou manipulação de material estéril, impedindo a deposição de https://www.epi-tuiuti.com.br/produtos/epi/oculos-de-protecao/oculos-ss-1-incolor/ https://www.epi-tuiuti.com.br/produtos/epi/mascaras-de-protecao/mascaras-de-protecao-descartaveis/mascara-de-tnt/ https://www.epi-tuiuti.com.br/produtos/epi/luvas-de-protecao/luvas-latex-nitrilico/luva-nitrilica-sensiplus/ https://www.epi-tuiuti.com.br/produtos/epi/toucas-de-protecao/touca-em-tnt-branca/ https://www.epi-tuiuti.com.br/produtos/epi/avental-de-seguranca/avental-de-raspa/avental-de-raspa-barbeiro-2/ microrganismos no local. Exemplos: cirurgias, suturas, curativos, cateterismo vesical, dentre outros. As luvas de procedimento são limpas, porém não esterilizadas, e seu uso é indicado para proteger o profissional durante a manipulação de material, quando do contato com superfícies contaminadas ou durante a execução de procedimentos com risco de exposição a sangue, fluidos corpóreos e secreções. Não há nenhum cuidado especial para calçá-las, porém devem ser removidas da mesma maneira que a luva estéril, para evitar que o profissional se contamine. Dica: todos os equipamentos de proteção individual devem ser fornecidos gratuitamente pela empresa e precisam estar em perfeitas condições de uso, atendendo todos os requisitos técnicos de segurança e funcionamento, conforme determina a legislação vigente. FONTE DE INFECÇÃO RELACIONADA AO PACIENTE Na maioria das vezes, a pessoa hospitalizada tem seus mecanismos de defesa comprometidos pela própria doença, tornando-se mais susceptível às infecções. Além disso, a infecção hospitalar pode ser predisposta por fatores tais como: Idade - os idosos são mais susceptíveis às infecções porque apresentam maior incidência de doenças básicas que acabam debilitando e afetando seu sistema imunológico, e pelas alterações de estrutura e funcionamento do organismo; Condições de higiene - a integridade da pele e da mucosa funciona como barreira mecânica aos microrganismos. A camada externa da pele é constituída por células que se renovam e descamam continuamente; como consequência, diversos tipos de sujidades a ela aderem com facilidade e microrganismos multiplicam-se intensamente em toda a sua superfície; Movimentação - a imobilidade no leito, causada por distúrbios neurológicos ou fraqueza, torna o paciente mais susceptível às infecções. Nessas condições, apresenta maiores chances de desenvolver úlceras de pressão, que causam ruptura na pele e facilitam a penetração de microrganismos; Certas enfermidades - como a Aids, em consequência da diminuição da defesa orgânica causada pela própria doença; Estado denutrição - a carência de proteínas e de outros nutrientes prejudica a formação e renovação das células do nosso corpo, causando diminuição da resistência e retardamento do processo de cicatrização de feridas. Ao prestar qualquer cuidado ou execução de uma técnica, é fundamental que o profissional de enfermagem contemple o paciente em sua dimensão biopsicossocial. Para diminuir os riscos de o paciente vir a desenvolver infecção durante sua internação, a enfermagem implementa cuidados bastante diversificados, de acordo com as condições e necessidades que cada um apresenta. Higienizando a boca A higiene oral frequente reduz a colonização local, sendo importante para prevenir e controlar infecções, diminuir a incidência de cáries dentárias, manter a integridade da mucosa bucal, evitar ou reduzir a halitose, além de proporcionar conforto ao paciente. Em nosso meio, a maioria das pessoas está habituada a escovar os dentes - pela manhã, após as refeições e antes de deitar - e quando isso não é feito geralmente experimenta a sensação de desconforto. Material necessário: bandeja escova de dentes ou espátula com gazes creme dental, solução dentifrícia ou solução bicarbonatada copo com água (e canudo, se necessário) cuba- rim toalha de rosto lubrificante para os lábios, se necessário luvas de procedimento. Avaliar a possibilidade de o paciente realizar a própria higiene. Se isto for possível, colocar o material ao seu alcance e auxiliá-lo no que for necessário. HIGIENE CORPORAL A pele tem milhões de glândulas especiais que produzem suor, e outras que produzem uma substância parecida com o sebo. A falta de banho provoca o acumulo progressivo dessas substâncias, que se somam às sujeiras exteriores (poeiras, terra, areia, etc.). A conseqüência de um banho mal tomado é o aparecimento de vermelhidão na pele, além do odor desagradável, o risco de aparecimento de piolhos e sarna, micoses, seborréia, infecções urinárias e corrimento vaginal nas meninas. O banho é importantíssimo e é indispensável à saúde do corpo. O banho de duche é o mais econômico, o mais prático e o mais higiênico. Depois do banho, certifica-te que estejam bem limpos e secos os espaços entre os dedos, virilhas, ouvidos, nariz e outras dobras. Inúmeras doenças, principalmente da pele, dermatoses, impetigo, larva geográfica e micose de praia, por exemplo, decorrem de falta de higiene. O cheiro do corpo pode afetar o relacionamento social, o banho diário utilizando-se uma escova para escovar as axilas com espuma de sabão e a aplicação de um desodorante comum ao local, após o banho, é talvez a melhor solução para se evitar o mau cheiro axilar. Para o mau hálito são apontadas causas variadas, como refluxos do estômago que alcançam a garganta, inflamação das gengivas, simples presença de alimentos envelhecidos retidos entre os dentes, cárie dentária e também às amígdalas que, mesmo que estejam sadias, em alguns casos têm uma estrutura que facilita a retenção de resíduos. A pessoa deve procurar junto aos profissionais em cada área a possível causa do problema. O cabelo, independentemente do estilo, deve estar sempre limpo e bem cortado, e a barba feita. Barba e cabelos crescidos e sujos geram, além de mau cheiro, coceiras devidas à foliculite e a parasitas do couro cabeludo. Após um dia de suor e poeira, tomar um bom banho lavando bem a cabeça. O aperto de mão quando esta está suada, suja e pegajosa e as unhas dos dedos estão crescidas e abrigam sujeira, causa repulsa. BANHO NO LEITO Os hábitos relacionados ao banho, como frequência, horário e temperatura da água, variam de pessoa para pessoa. Sua finalidade precípua, no entanto, é a higiene e limpeza da pele, momento em que são removidas células mortas, sujidades e microrganismos aderidos à pele. Os movimentos e a fricção exercidos durante o banho estimulam as terminações nervosas periféricas e a circulação sangüínea. Após um banho morno, é comum a pessoa sentir-se confortável e relaxada. A higiene corporal pode ser realizada sob aspersão (chuveiro), imersão (banheira) ou ablusão (com jarro banho de leito). O autocuidado deve ser sempre incentivado Assim, deve-se avaliar se o paciente tem condições de se lavar sozinho. Caso seja possível, todo o material necessário à higiene oral e banho deve ser colocado na mesa-de-cabeceira ou carrinho móvel do lado da cama, da forma que for mais funcional para o paciente. A enfermagem deve dar apoio, auxiliando e orientando no que for necessário. Para os pacientes acamados, o banho é dado no leito, pelo pessoal de enfermagem. Convém ressaltar que a grande maioria deles considera essa situação bastante constrangedora, pois a incapacidade de realizar os próprios cuidados desperta sentimentos de impotência e vergonha, sobretudo porque a intimidade é invadida. A compreensão de tal fato pelo profissional de enfermagem, demonstrada ao prover os cuidados de higiene, ajuda a minimizar o problema e atitudes como colocar biombos e mantê-lo coberto durante o banho, expondo apenas o segmento do corpo que está sendo lavado, são inegavelmente mais valiosas do que muitas palavras proferidas. O banho no leito, como qualquer outro procedimento, requer prévio planejamento e organização dos materiais e roupas da unidade - considerando as especificidades do paciente. Inicialmente, retirar o cobertor do leito do paciente, dobrá-lo e inseri-lo entre os lençóis e colcha limpos, devidamente organizados na ordem de utilização. Para facilitar a tarefa, solicitar ou trazer o paciente o mais próximo da borda da cama. Antes de iniciar o banho, elevar um pouco a cabeceira da cama, para evitar que o paciente aspire líquido. Tradicionalmente, costuma-se lavar primeiro o rosto, braços, região ventral, membros inferiores, dorso e genitais, contudo é importante que o profissional de enfermagem avalie o estado geral do paciente e estabeleça a melhor maneira de prestar o cuidado, sempre lembrando que a higiene deve ser realizada da região mais limpa para a mais suja, evitando-se levar sujidade e contaminação às áreas limpas. Ao se posicionar o paciente de lado, para lavar o dorso, habitualmente se realiza uma massagem de conforto para ativar a circulação local. Quando do banho, expor somente um segmento do corpo de cada vez, lavando-o com luva de banho ensaboada, enxaguando-o - tendo o cuidado de remover todo o sabão - e secando-o com a toalha de banho. Esse processo deve ser repetido para cada segmento do corpo. A secagem deve ser criteriosa, principalmente nas pregas cutâneas, espaços interdigitais e genitais, base dos seios e do abdome em obesos - evitando a umidade da pele, que propicia proliferação de microrganismos e pode provocar assaduras. Procurando estimular a circulação, os movimentos de fricção da pele devem preferencialmente ser direcionados no sentido do retorno venoso. Na higiene íntima do sexo feminino, a limpeza deve ser realizada no sentido ântero- posterior; no masculino, o prepúcio deve ser tracionado, favorecendo a limpeza do meato urinário para a base da glande, removendo sujidades (pêlos, esmegma, urina, suor) e inibindo a proliferação de microrganismos. A seguir, recobrir a glande com o prepúcio. Durante todo o banho o profissional de enfermagem deve observar as condições da pele, mucosas, cabelos e unhas do paciente, cuidando para mantê-lo saudável. Ao término do banho, abaixar a cabeceira da cama e deixar o paciente na posição em que se sinta mais confortável, desde que não haja contra-indicação. Avaliar as possibilidades de colocá-lo sentado na poltrona. Providenciar o registro das condições do paciente e de suas reações. CABELOS A boa higiene de uma pessoa hospitalizada se reflete na limpeza dos cabelos e do couro cabeludo, na limpeza de todo o corpo e na higiene íntima. A cavidade oral e a limpeza das gengivas, prótese e dosdentes também é fundamental. Finalidade A lavagem dos cabelos é um procedimento de extrema importância no plano assistencial aos pacientes e na transmissão de microorganismos. As medidas de higiene cobrem várias necessidades físicas básicas que os pacientes são, normalmente, incapazes de satisfazerem sozinhos. É de responsabilidade dos profissionais de enfermagem incluir na avaliação a higiene corporal dos pacientes, de forma a prestarem à assistência da prática de hábitos rotineiros de higiene quando o paciente for incapaz de realizá-lo. Frequentemente, os doentes se sentem preocupados com os odores desagradáveis, um motivo que torna a boa higiene essencial ao indivíduo doente. A sensação de limpeza e frescor melhora seu estado de ânimo. O cuidado com os cabelos dos pacientes é um dos elementos que promovem a sensação de conforto por estar vinculado a sua aparência pessoal. Ressaltando a higiene do cabelo, pois o cabelo é a moldura do rosto dos pacientes. Sendo que na higienização dos cabelos podemos: Promover a limpeza dos cabelos e couro cabeludo; Proporcionar conforto ao paciente; Estimular a circulação do couro cabeludo; Evitar o aparecimento de caspa, pedículos e infecções. Devem estar sempre lavados (duas vezes por semana no mínimo) e penteados. Devem ser cortados regularmente. Nos cabelos acumulam-se poeiras e gorduras que precisam ser eliminadas. É sempre agradável observarmos cabelos limpos, brilhantes, cheirosos e bem cortados. Os cabelos grandes e sujos facilitam o aparecimento e a multiplicação de piolhos. OBS: Quando falamos em higiene, não podemos esquecer que tudo em nossa volta precisa de cuidados para manter-se limpo e organizado só assim terá uma vida mais saudável. Entre todas essas ações de cuidados com a higiene, o ministério da saúde, especifica cada uma delas como: Higiene da mulher; Higiene da criança, primeira infância, segunda infância, terceira infância; Higiene na adolescente; Higiene dos idosos. HIGIENE NO LOCAL DE TRABALHO A higienização do local de trabalho deve ser completa e constante para impedir a contaminação, levando a proliferação e/ou agravo de doenças transmissíveis; retirando além de ácaros e poeiras, os microorganismos presentes no ambiente de trabalho; e evitando, ainda, ratos, baratas e aranhas. A higiene do local deve ser feita com produtos de limpeza sem cheiro forte, para não gerar alergias ou incomodo aos pacientes; de maneira planejada e eficaz para melhor aproveitamento do tempo; sem invadir o espaço dos presentes ou gerar qualquer tipo de conflito com os mesmos. Manter o ambiente arejado e com iluminação solar são ações que não possuem custo e auxiliam na higienização do espaço físico. SAÚDE DO TRABALHADOR Sabemos que adequadas condições de trabalho são essenciais à preservação e manutenção da saúde física e mental. Portanto, a discussão do tema saúde e trabalho deve necessariamente considerar as relações existentes entre o homem que trabalha e o ambiente onde exerce sua atividade. Ao longo do tempo, esse ambiente sofreu modificações, do mesmo modo que as relações de trabalho. Atualmente, a evolução técnico-científica exige do trabalhador maior habilitação para o exercício de suas atividades, colocando-o diante da competição pelo mercado de trabalho. Além disso, a crescente expectativa de lucros por parte dos empresários aumentou significativamente a exploração da força de trabalho, piorando as condições de vida e trabalho. A compreensão da idéia de que as condições de trabalho estão subordinadas à expectativa de obtenção de lucros facilita o estudo do meio ambiente de trabalho, espaço onde os trabalhadores sofrem as conseqüências dos baixos investimentos em medidas de prevenção e controle individuais e coletivos. A compreensão da idéia de que as condições de trabalho estão subordinadas à expectativa de obtenção de lucros facilita o estudo do meio ambiente de trabalho, espaço onde os trabalhadores sofrem as conseqüências dos baixos investimentos em medidas de prevenção e controle individuais e coletivos. Hoje, a inter-relação entre as áreas de saúde, meio ambiente e educação tem contribuído para as discussões que envolvem a qualidade devida do trabalhador. Nesse sentido, algumas organizações têm investido na realização de cursos de humanização do serviço, em ações voltadas para a melhoria das relações entre os trabalhadores, redução do estresse e fornecimento de equipamentos de proteção individual e coletiva. O que devemos lembrar é que essas medidas não são benefícios graciosamente oferecidos pelos empregadores. Cada conquista obtida envolve lutas e um jogo de forças entre o Estado, as empresas e a sociedade civil, organizada em sindicatos e associações. É um direito conquistado. Além disso, você, trabalhador (a), não pode perder de vista que, por mais que tenham ocorrido mudanças, ainda há muito a ser corrigido. Como profissional da área de saúde, faz-se necessária sua compreensão acerca do controle dos agentes físicos, biológicos e químicos fundamental para a garantia da saúde. Há como discutir esse assunto sem tentar explicar, mesmo que de forma breve, as razões que levam os empregadores a menosprezar as medidas de prevenção e controle da saúde de seus trabalhadores? Após refletir sobre a relação trabalho e saúde, como é o dia-a-dia enfrentado pelos profissionais de enfermagem nos serviços de saúde? Será que seus direitos têm sido garantidos e a legislação, cumprida? Por exemplo, já pensou a respeito do pagamento da insalubridade? Vale a pena nos submetermos a um trabalho que nos tira o que temos demais precioso, nossa saúde, em troca de um percentual a mais no salário? É claro que não! Entretanto, muitos desses trabalhos considerados insalubres devem ser realizados. Porém, queremos trazer para reflexão a idéia de que muitas das condições insalubres às quais os trabalhadores brasileiros estão submetidos poderiam ser eliminadas com investimentos em tecnologias mais avançadas. Mais uma vez, deparamos com a estreita relação entre trabalho, meio ambiente e saúde, que precisa ser melhor compreendida. O profissional possui responsabilidades que se referem tanto às questões ligadas à própria condição de trabalho quanto à identificação de problemas relacionados à saúde do trabalhador, à vigilância sanitária e aos serviços de saúde das empresas. A lesão por esforços repetitivos, os níveis de ruídos dos equipamentos, o uso de produtos tóxicos, a falta de investimentos na adoção de certas tecnologias disponíveis no mercado que poderiam reduzir os riscos de doenças e a não melhoria das condições do ambiente de trabalho continuam sendo uma realidade. Os trabalhadores precisam conscientizar-se das responsabilidades que devem ser cobradas dos governos e das empresas que desobedecem às normas e às políticas de preservação do meio ambiente e de saúde do trabalhador. Tais políticas como a Política Nacional de Saúde do Trabalhador, por exemplo, são resultado de movimentos sociais que, de forma organizada, procuram identificar o descumprimento de determinadas normas e políticas e influenciar a adoção de estratégias que favoreçam a sociedade, em geral, e os trabalhadores, em particular. O objetivo das lutas que cada organização social busca empreender é a melhoria do acesso do homem a alternativas mais adequadas no trato da questão da saúde e do meio ambiente. Chamamos a atenção, no entanto, para o fato de que a principal questão a ser discutida não é simplesmente a existência de normas, mas se estas são ou não respeitadas ou cumpridas. Cada um de nós deve compreender a seriedade requerida pelo assunto. Apesar de existir uma política geral de saúde do trabalhador, em vista da dimensão territorial do país e das características políticas, sociais, econômicas, culturais e de desenvolvimento de cada região e ou estadosuns são mais industrializados, como São Paulo; outros, mais agrícolas há significativas diferenças que impossibilitam comparar a situação de saúde dos trabalhadores nos diferentes estados brasileiros. Para melhor entendimento, procure conhecer os dados relativos ao seu estado e ou município e tente sugerir ações que possam ser implementadas para a melhoria do quadro. Uma das dificuldades que certamente você encontrará é o fato de que, muitas vezes, os dados oficiais não correspondem à realidade, pois várias doenças profissionais sequer são notificadas. Esse problema, a subnotificação, é gravíssimo porque, além de demonstrar a insensibilidade e ou desconhecimento daqueles que deixam de fornecer informações, revela que muitos ignoram ou desconsideram que a elaboração de um planejamento adequado depende do fornecimento de dados reais. Há muitas razões que justificam a existência da sub-notificação. Grande parte dos trabalhadores brasileiros, por exemplo, não possui carteira assinada e geralmente desconhece seus direitos. Quando sofre uma doença profissional, não tem nenhum tipo de proteção. E o que o auxiliar de enfermagem pode fazer frente a essa situação? Primeiramente, precisa saber que essa questão é tão importante que mereceu, por parte do Ministério da Saúde, a criação do Programa de Saúde do Trabalhador cujo objetivo é a promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde do trabalhador, atuando com vistas a: -intervir na realidade atual, modificando-a por meio de ações voltadas para o investimento na qualificação dos processos de trabalho; -melhorar as relações que ocorrem no ambiente de trabalho, investindo em recursos humanos, qualificando o profissional, melhorando as relações interpessoais e reduzindo o estresse físico e mental; -orientar a adoção de medidas que promovam a redução da incidência de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais; -adotar medidas de orientação ao trabalhador, às empresas e à sociedade em geral. A indagação sempre feita em situações como esta é: a quem compete agir? A ação compete a todos, no limite exato de suas responsabilidades sociais, legais e compromisso ético: -compete ao Estado: - porque é responsável pela assistência médica ao doente e àquele que sofreu acidente no trabalho, por meio do devido atendimento na rede pública de saúde; -compete às empresas: – que devem estabelecer as condições necessárias à existência de um ambiente de trabalho com condições sanitárias adequadas e desenvolver ações que objetivem a criação de um ambiente mais humanizado, de respeito e compromisso com a qualidade de vida de seus trabalhadores, incluindo-se a manutenção dos serviços de saúde e a responsabilidade pelos danos causados à saúde do trabalhador; -compete aos sindicatos: - que devem conscientizar os trabalha-dores sobre os direitos, bem como pressionar setores do governo e da classe empresarial para que cumpram sua responsabilidade; -compete ao trabalhador: - exigir as condições mínimas necessárias ao desenvolvimento de suas atividades, de modo a garantira manutenção de sua saúde, e se dispor a participar de programas de capacitação; -compete a todos: - estar atentos às situações de descumprimento legal e exigir que os órgãos competentes assumam suas responsabilidades. A busca de qualidade de vida no trabalho Esse aspecto passa, necessariamente, por uma nova forma de olharas empresas e seus trabalhadores. França, referindo-se ao enfoque biopsicossocial que deve nortear essa nova realidade, afirmam que no contexto do trabalho esta abordagem pode ser associada à ética da condição humana a qual busca desde a identificação, eliminação, neutralização ou controle dos riscos ocupacionais observáveis no ambiente físico, padrões de relações de trabalho, carga física e mental requerida para cada atividade, implicações políticas e ideológicas, dinâmica da liderança empresarial e do poder formal e informal até o significado do trabalho em si, relacionamento e satisfação. O enfermeiro e o auxiliar de enfermagem do trabalho devem estar atentos para que sua atuação não se restrinja as ações de prevenção de atendimentos a quem sofre acidentes e ou apresenta doenças relacionadas à ocupação. Esses profissionais precisam ver-se como indispensáveis no processo de modernização das empresas, motivando-as a implementar programas que busquem a humanização e melhoria das relações de trabalho, entendendo que prevenção, manutenção, promoção e recuperação da saúde dependem de investimentos que valorizem os aspectos humanos, do envolvimento de todos e do comprometimento com o crescimento harmônico dos recursos humanos o que, conseqüentemente, trará melhor qualidade de vida no ambiente profissional. ENFERMAGEM: TRABALHADOR DA SAÚDE Ao cuidar de seus clientes, os integrantes da equipe de enfermagem devem também preocupar-se com os cuidados necessários à preservação de sua própria saúde, seja na realização de técnicas de acordo com o preconizado, seja exigindo dos responsáveis às condições necessárias para tal, uma vez que são bastante suscetíveis a situações de risco e acidentes. Assim, devem exigir um tratamento digno, pois têm o direito de ser devidamente capacitados para o exercício de suas atividades, bem como receber acompanhamento e controle de suas condições de saúde, e equipamentos de proteção individual (máscaras, luvas, aventais, calçados, sapatilhas, óculos, lençóis, etc.) necessários ao desenvolvimento do trabalho o que não pode ser negligenciado. Como conseqüências de nossa especificidade de trabalho, corremos o risco de vir a ter os seguintes problemas. ACIDENTES OCUPACIONAIS Acidentes com material pérfuro-cortante Os profissionais devem ser orientados quanto aos diversos riscos no manuseio desses materiais, tendo em vista os riscos aí envolvidos e o descaso quanto ao seu manuseio e eliminação. Exemplo: corriqueiramente, vemos profissionais reencaparem às agulhas após sua utilização, o que é completa-mente incorreto. Contato com produtos químicos Mais acentuado no ambiente hospitalar, seja durante o manuseio de medicamentos que acabam sendo inalados quando de seu preparo, seja pelo contato com produtos utilizados em desinfecção, esse fato igualmente não recebe a devida atenção. Contato com secreções e eliminações A probabilidade de adquirir uma doença infecto-contagiosa representa sério problema entre os profissionais de saúde. Para sua minimização, as instituições devem dar especial atenção aos programas de educação continuada, vacinação, monitoramento periódico da incorporação de novos hábitos e fiscalização da utilização dos equipamentos de proteção individual.
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