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Prova de Geohistória

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UFF - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
 
Prova: Questões sobre o texto Sobre a Memória das Cidades 
 
 
1º Questão: Qual a defesa do professor Maurício Abreu sobre a valorização do passado, 
tratado em seu texto? (2 pontos) 
 Conforme o texto, após um longo período em que se admirava o que era novo e atacava 
as heranças vindas da antiguidade, a rotina urbana brasileira atualmente vem se 
recuperando e revalorizando a preservação de vestígios passados através de discursos e 
projetos que pregam essa restauração, justificando a necessidade de preservar a “memória 
urbana”. É citado na obra que o passado é uma das dimensões mais importantes da 
singularidade. O autor então defende a procura do passado em termos da preservação das 
tradições vitais de uma sociedade, contudo explica que a mesma pode ser perigosa se 
levada ao extremo. (p.3) 
 
2º Questão: A partir do texto, defina memória individual, fazendo referências aos autores 
citados no texto. (2 pontos) 
 De acordo com a obra escrita a memória individual é por definição subjetiva e única. 
Para Poulet em sua análise sobre a a obra de Proust “Em busca do tempo perdido” a 
ligação que se estabelece entre espaço e tempo é fundamental no campo da memória 
individual. 
 Segundo Bosi, Costa e Mehy a memória individual ou seus registros podem contribuir 
para a recuperação da memória das cidades através das lembranças dos momentos 
urbanos já passados, eles ainda ressaltam que a importância desse resgate para a 
identidade de um lugar é inquestionável. (p.7) 
 
3ª Questão: A partir do texto, explique a diferença entre Memória Individual e Memória 
Coletiva. (3 pontos) 
 Toda memória é ao mesmo tempo individual e coletiva, estando associada à capacidade 
de armazenar informações. Seja ela coletiva ou individual sempre será seletiva, portanto 
em concordância com o texto a memória individual é definida por ser subjetiva e única, 
sendo possível fazer dela o que bem queremos. Ela contribui para a recuperação da 
memória das cidades através de seus registros guiados pelas lembranças de momentos já 
passados. Outro ponto para se atentar é o seu espaço que não é um espaço euclidiano. 
 Já a memória coletiva é uma memória intersubjetiva e compartilhada. Segundo 
Halbwasch, a resistência do espaço da memória coletiva não é a mesma da memória 
individual. Para ele memória coletiva e individual se envolvem mas não se confundem. 
Ela evolui de acordo com suas leis. Ela é um conjunto de lembranças construídas 
socialmente. A memória coletiva para ele é uma corrente de pensamento contínuo que 
considera apenas aquilo que ainda vive na consciência do grupo. Ele diz que a memória 
compartilhada, por definição, sempre excede os limites do tempo atual porém não pode 
mergulhar infinitamente no passado. Ela está sempre se transformando e se redefinindo. 
A memória coletiva é uma memória viva. Halbwash chama atenção para a mesma, 
argumentando que a memória coletiva se eterniza muito mais em registros, documentos 
do que em formas materiais registradas na paisagem. (p.7-8-9) 
 
4º Questão: Apresente as ideias do professor Maurício Abreu sobre a relação entre 
Geografia, História e Memória. (3 pontos) 
 De acordo com Mauricio de Abreu a geografia pode contribuir muito para a recuperação 
da memória das cidades, da memória dos lugares e para essa contribuição ser eficaz, é 
importante que algumas barreiras intra-disciplinares sejam ultrapassadas. Como a história 
e a memória a geografia também não é neutra. Por essa razão, a definição e interpretação 
daquilo que os geógrafos clássicos chamavam de fato geográfico também depende do 
contexto em que o pesquisador se insere. A geografia pode igualmente ser manipulada 
como a memória, apesar desses percalços, a geografia, assim como a história, tem o 
mesmo compromisso com a verdade, diferente da memória.(p.15)

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