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PPGO-GeografiaeHistriadoGO1ProfWesleySantos (1)

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CONHECIMENTOS SOBRE O ESTADO DE GOIÁS. 
 
O QUE GERALMENTE AS BANCAS COBRAM: 
1 Formação econômica de Goiás: a mineração no século XVIII, a agropecuária nos 
séculos XIX e XX, a estrada de ferro e a modernização da economia goiana, as 
transformações econômicas com a construção de Goiânia e Brasília, industrialização, 
infraestrutura e planejamento. 2 Modernização da agricultura e urbanização do território goiano. 3 A 
população goiana: povoamento, movimentos migratórios e densidade demográfica. 4 Economia goiana: 
industrialização e infraestrutura de transportes e comunicação. 5 As regiões goianas e as desigualdades 
regionais. 6 Aspectos físicos do território goiano: vegetação, hidrografia, clima e relevo. 7 Aspectos da 
história política de Goiás: a independência em Goiás, o Coronelismo na República Velha, as oligarquias, a 
Revolução de 1930, a administração política de 1930 até os dias atuais. 8 Aspectos da História Social de 
Goiás: o povoamento branco, os grupos indígenas, a escravidão e cultura negra, os movimentos sociais no 
campo e a cultura popular. 
ENTÃO VAMOS CRIAR UMA CRONOLOGIA PARA ESTUDAR? 
1º- Formação econômica de Goiás: a mineração no 
século XVIII. 
2º- A agropecuária nos séculos XIX e XX. 
3º- A estrada de ferro, a modernização da 
economia goiana e o Coronelismo em Goiás. 
4º- A construção de Goiânia e Brasília 
5º- A Modernização da agricultura e urbanização do 
território goiano. 
6º- Aspectos da formação política e populacional de 
Goiás. 
7º- Aspectos Físicos e culturais de Goiás. 
1º PONTO: FORMAÇÃO ECONÔMICA DE GOIÁS: A MINERAÇÃO NO SÉCULO XVIII, OS 
BANDEIRANTES E A COLONIZAÇÃO. 
A MINERAÇÃO NO SÉCULO XVIII 
No final do século XVII, as exportações de açúcar brasileiro (produzido nos engenhos do Nordeste) 
começaram a diminuir. Isto ocorreu, pois a Holanda havia começado a produzir este produto nas ilhas da 
América Central. Com preços mais baixos e boa qualidade, o mercado consumidor europeu passou a dar 
preferência para o açúcar holandês. 
Esta crise no mercado de açúcar brasileiro, colocou Portugal numa situação de buscar novas fontes 
de renda, pois, como sabemos, os portugueses lucravam muito com taxas e impostos cobrados no Brasil. 
Foi neste contexto que os bandeirantes, no final do século XVII, começaram a encontrar minas de ouro 
em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. 
Portugal viu nesta atividade uma nova fonte de renda. A descoberta de ouro no Brasil provocou uma 
verdadeira “corrida do ouro”, durante todo século XVIII (auge do ciclo do ouro). Brasileiros de todas as partes, 
e até mesmo portugueses, passaram a migrar para as regiões auríferas, buscando o enriquecimento rápido. 
Doce ilusão, pois a exploração de minas de ouro dependia de altos investimentos em mão-de-obra (escravos 
africanos), equipamentos e compra de terrenos. Somente os grandes proprietários rurais e grandes 
comerciantes conseguiram investir neste lucrativo mercado. 
 
 
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A fase de conquista do território de Goiás ocorreu no contexto do ciclo do ouro onde se 
desenvolveram bandeiras para verificar as reais possibilidades econômicas da região. 
• A descoberta de ouro no Brasil provocou uma verdadeira “corrida do ouro”, durante todo século XVIII (auge 
do ciclo do ouro). 
• Goiás era conhecido e percorrido pelas bandeiras já no primeiro século da colonização do Brasil. Mas seu 
povoamento só ocorreu em virtude do descobrimento das minas de ouro (século XIII). 
• Nas regiões auríferas, várias cidades cresceram e muitas surgiram neste período. A vida nas cidades 
dinamizou-se, fazendo surgir novas profissões e aumentando as atividades comerciais, sociais e de trabalho. 
• As mudanças no aspecto social fez surgir Teatros, escolas, igrejas e 
órgãos públicos foram criados nestas cidades. 
• No Goiás o legado principal, foram às cidades históricas como 
Corumbá de Goiás, Pirenópolis, e a cidade de Goiás, antiga Vila Boa que 
foi durante 200 anos a capital do território goiano. 
A conquista do interior se deu através das bandeiras – que desbravavam o interior a procura de ouro, 
negros fugitivos e índios para escravizar. 
Definição (o que eram): As entradas e bandeiras foram expedições de desbravamento territorial, que 
ocorreram no Brasil Colônia entre os séculos XVII e XVIII. 
DIFERENÇAS ENTRE ENTRADAS E BANDEIRAS 
- As entradas eram expedições oficiais (organizadas pelo governo) que saiam do litoral em direção ao interior 
do Brasil. (As entradas tinham como objetivo principal fazer o mapeamento do território brasileiro, 
principalmente da região interior. Estas informações eram enviadas a Portugal, com objetivo de 
aumentar o conhecimento e viabilizar a colonização do interior do Brasil.) 
- As bandeiras eram expedições organizadas e financiadas por particulares, principalmente paulistas. 
Partiam de São Paulo e São Vicente principalmente, rumo às regiões centro-oeste e sul do Brasil. (As 
bandeiras tinham como objetivo principal descobrir minas de ouro, prata e pedras preciosas.) 
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BANDEIRA DE BARTOLOMEU BUENO DA SILVA, O ANHANGUERA 
• Costumava-se dizer Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, foi o 
descobridor de Goiás. Mas isso não significa que ele foi o primeiro a chegar no 
estado, e sim, o primeiro a ter intenção de se fixar aqui. 
• Sua bandeira ocorreu entre 1672 e 1740, partiu da região norte do atual estado 
de São Paulo em direção a região centro-oeste do Brasil. Tinha como principal 
objetivo o descobrimento de jazidas de ouro e pedras preciosas. 
• A primeira região ocupada foi a do Rio Vermelho. Fundou-se lá o arraial 
de Sant'ana, que depois seria chamado de Vila Boa, e mais tarde de Cidade de 
Goiás. 
• Nas proximidades de Sant'ana, surgiram numerosos arraiais às margens dos córregos e rios, como centros 
de garimpo: Barras, Ferreiro, Anta, Ouro Fino, Santa Rita, etc. Ao divulgar-se a riqueza das minas recém - 
descobertas, surgiram gente de toda parte do país 
FORMAÇÃO ECONÔMICA DE GOIÁS: A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO. 
• Neste conteúdo, a banca espera que o candidato tenha domínio sobre os principais fatores que 
desencadearam a ocupação e formação do território goiano. 
• Com relação a essa temática as bancas tem cobrado com recorrência questões relacionadas às 
bandeiras e a exploração do ouro em Goiás no século XVIII. 
A EXPLORAÇÃO DO OURO EM GOIÁS 
Com o descobrimento do ouro no Brasil (século XVII), os territórios das minas deveriam dedicar-se 
exclusivamente à produção de ouro, sem desviar esforços na produção de outros bens, que poderiam 
importar. Isto explica o pouco desenvolvimento da lavoura e da pecuária em Goiás nesta época. 
• O Goiás foi o segundo produtor de ouro no Brasil, mas bastante inferior a Minas Gerais. 
• A maior concentração aurífera deu-se em torno das serras dos Pirineus e Dourada. 
• A exploração do ouro em Goiás ocorreu de forma intensa e breve. O ouro explorado no período era 
o de aluvião (encontrado nos vales dos rios, onde sua extração era realizada com o uso de uma 
peneira que separava o ouro da água e da areia). 
• Viver aqui neste período era muito arriscado em razão dos altos preços dos produtos, todos importados, 
inclusive o escravo. 
• A inexistência de uma agricultura capaz de acompanhar o rápido crescimento populacional da região e o 
difícil transporte de suprimentos de outras regiões do país, levaram a um extraordinário aumento dos 
preços dos gêneros alimentícios e a surtos periódicos de fome. 
 
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ENTRE AS PRINCIPAIS RAZÕES PARA O DECLÍNIO DA MINERAÇÃO ESTÃO: 
• As técnicas rudimentares de extração e exploração, 
• A falta de mão de obra para a exploração das minas, 
• A carência de recursos e investimentos capitais.• Após cerca de 50 anos, verificou-se a decadência rápida e completa da mineração. 
• Com o declínio da produção do ouro, várias medidas administrativas foram tomadas, mas sem alcançar 
nenhum objetivo, nem resultado satisfatório. 
A decadência do ouro afetou a sociedade goiana, sobretudo na forma de RURALIZAÇÃO e 
regresso para uma economia de SUBSISTÊNCIA. 
ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DA DECADÊNCIA DA MINERAÇÃO: 
• Diminuição da importação e comércio exterior; 
• Diminuição dos impostos e da mão-de-obra empregada; 
• Redução do comércio interno; 
• Economia em regressão; 
• Ruralização progressiva; (ÊXODO URBANO) 
• Estagnação de cidades e vilas. 
O desenvolvimento da agricultura torna-se necessário, não só para abastecer o mercado interno, 
mas também como veículo de intensificação do comércio externo. 
A SOCIEDADE MINERADORA 
A sociedade que se estrutura nas minas é caracterizada pelo relaxamento dos costumes e pelos 
fugitivos por dívidas ou por passado criminal que ali se refugiam. 
• Os casamentos são raros, predominam as ligações livres. 
• O grande número de escravos e a falta de mulheres brancas conduzem à uma natural miscigenação com 
as negras. Assim os brancos representam uma minoria no contexto populacional. 
• É proibido o casamento entre brancos e indígenas, impedindo assim uma maior miscigenação. 
• A distinção fundamental era de homens livres e escravos. 
• No início da colonização, os escravos predominavam em número, com a decadência da mineração, os 
escravos diminuíram bastante, mas ainda assim a população continuava composta por negros e 
mulatos na sua maioria. 
• Ao tempo da descoberta, eram numerosas as tribos de índios em Goiás, cobrindo todo o seu território. As 
mais importantes eram: Caiapós, Xavante, Goiá, Crixá, Carajá, Acroa, Xerente, etc. 
• Durante o período da mineração, as relações entre índios e mineiros foram exclusivamente 
guerreiras e de mútuo extermínio, onde os índios permaneciam à margem da sociedade sob todos 
os aspectos. 
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• Atualmente a população indígena está reduzida apenas a alguns grupos remanescentes, que vivem na 
miséria, sofrendo alterações profundas na sua cultura, modo de produção, além de perderem quase 
totalmente as suas terras. 
• A sociedade neste período estava dividida entre: minerador (parcela com maior representatividade), 
os índios, mestiços e escravos. 
HORA DE EXERCITAR 
1.Meu Goiás, meu Goiás Terra do Anhanguera E dos Carajás És um tesouro encantado No coração 
do Brasil És privilegiado Por riquezas mil Toda Pátria te bendiz, Goiás. (Nini Araújo. Meu Goiás) Sobre 
o povoamento branco de Goiás no século XVIII, é CORRETO afirmar: 
A) Bartolomeu Bueno da Silva, sertanista protetor dos índios, foi o primeiro branco a chegar a Goiás. 
B) Goiás ainda pode ser chamado de “Terra dos Carajás”, tendo em vista a alta representatividade dos 
indígenas na demografia goiana. 
C) A busca de riquezas minerais estimulou os bandeirantes paulistas a ocuparem o Centro-Oeste brasileiro. 
D) Pode-se afirmar que a Igreja Católica e a Coroa Portuguesa apoiaram as “guerras de extermínio” movidas 
contra os indígenas em Goiás. 
 
2.As minas eram, assim, uma espécie de colônia dentro da colônia [...] isso nos explica o pouco 
desenvolvimento da lavoura e da pecuária em Goiás, durante os cinquenta primeiros anos; todos os 
esforços de capital e de mão de obra deveriam concentrar-se na mineração. Tal sistema não se devia 
exclusivamente aos desejos e à política dos dirigentes; era também decorrente da mentalidade do 
povo. PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta de Sant’anna. História de Goiás (1722-1972). Goiânia: 
Ed. da UCG,1994. p. 16. 
A sociedade goiana desenvolveu códigos sociais bastante peculiares durante o Ciclo do Ouro. A 
profissão de um indivíduo determinava seu prestígio, a partir das necessidades e prioridades 
específicas da época. De acordo com a mentalidade popular do século XVIII 
 
A) o vaqueiro era desprezado, pois tratava-se apenas de um transportador das riquezas produzidas. 
B) o roceiro era considerado importante, pois era o único que produzia alimento na região das minas. 
C) a profissão de mineiro era considerada a mais honrosa, tendo o mais alto status social na capitania. 
D) a atividade de coletor de impostos gozava de grande popularidade, uma vez que representava a Coroa 
 
3.A decadência da mineração do ouro afetou a sociedade goiana no século XVIII provocando: 
A) a sensível urbanização; 
B) aumento da população; 
C) acelerado êxodo rural; 
D) rápido enriquecimento; 
E) crescimento da população rural. 
 
4.Nas alternativas abaixo, identifique a que considerar correta sobre a História de Goiás no final do 
século XVIII: 
A) período áureo, grande circulação de riqueza, intenso povoamento, apogeu da mineração; 
B) crescimento do comércio com outras regiões da colônia, desenvolvimento urbano; 
C) declínio da mineração e empobrecimento da capitania que se volta para as atividades agropecuárias de 
subsistência; 
D) aumento da arrecadação fiscal e da imigração para esta região; 
E) desenvolvimento da indústria como alternativa para o declínio da agropecuária. 
 
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2º PONTO: A AGROPECUÁRIA NOS SÉCULOS XIX E XX 
A característica principal da formação econômica de Goiás, apresenta uma questão básica que 
envolve a transição da economia extrativa mineral para a agropecuária. 
Os esforços continuados do império em estabelecer tal economia acabaram se esbarrando, nas 
restrições legais que foram impostas inicialmente, como forma de coibir tais atividades, a exemplo da 
taxação que recaía sobre os agricultores, e também em outros fatores de ordem econômica como: 
• A inexistência de um sistema de escoamento adequado, o que inviabilizava as exportações pelo alto custo 
gerado. E cultural, onde predominava o preconceito contra as atividades agropastoris, já que a profissão 
de minerador gerava status social na época. 
Desse modo a agricultura permaneceu orientada basicamente para a subsistência em conjunto com 
as trocas intrarregionais. 
Esse processo evidência muito da mentalidade da sociedade da época, apesar do escasseamento 
das minas e a ruralização da população, a mineração exercida de modo precário nunca deixou de existir, o 
que constituiu em mais um obstáculo para a implantação da agropecuária. Outra dificuldade foi a falta de 
mão de obra para a agropecuária, visto que grande parte da população se deslocou para outras localidades 
do país, onde poderiam ter outras oportunidades. 
• A pecuária passa a representar o sustentáculo econômico da província, motivando novas 
migrações para o centro-oeste: baianos, maranhenses, piauienses, mineiros e paulistas. 
• Desenvolve-se a indústria de couros. A província terá um lento progresso, que não chega a representar 
dinamização em sentido global. 
• A existência de uma pecuária incipiente favoreceu o desenvolvimento de vários curtumes nos distritos. 
Conforme Bertran (1988) chegou a existir em Goiás 300 curtumes, no final do século XIX. 
OS FATORES RESPONSÁVEIS PELO DESENVOLVIMENTO DA PECUÁRIA EM GOIÁS FORAM: 
• A província contava com terras devolutas e pastagens nativas; 
• A atividade absorvia pouca força de trabalho; 
• O gasto com capital fixo era pequeno, pois a expansão do rebanho se fazia de 
através do processo natural de reprodução; 
• O gado era uma mercadoria capaz de transportar-se a si mesma. 
 
CONSEQUÊNCIAS DESSE PROCESSO 
Assim, extensas áreas do território goiano foram ocupadas em função da pecuária, dela derivando a 
expansão do povoamento e o surgimento de cidades como Itaberaí, inicialmente uma fazenda de criação, e 
Anápolis, local de passagem de muitos fazendeiros de gado que iam em demanda à região das minas e que 
impressionados com seus campos, aí se instalaram. 
Conteúdo licenciado para Geisileny Pereira - geisi_87@hotmail.comEste povoamento oriundo da pecuária, entretanto, apresentou numerosos problemas. Não foi, por 
exemplo, um povoamento uniforme: caracterizou- se pela má distribuição e pela heterogeneidade do seu 
crescimento. Enquanto algumas áreas permaneceram estacionárias, outras decaíram (os antigos centros 
mineradores), e outras ainda, localizadas principalmente na região Centro-Sul, surgiram e se 
desenvolveram, em decorrência sobretudo do surto migratório de paulistas, mineiros e nordestinos. Com o 
advento do Império, em 1822, o quadro geral da ocupação de Goiás não se modificou sensivelmente. 
Outro problema crucial do povoamento residiu na dificuldade de comunicação com as outras regiões 
brasileiras. Comunicações carentes e difíceis com as diversas regiões do Império, derivadas principalmente 
da pobreza da Província, incapaz de obter meios eficientes para vencer as enormes distâncias que 
separavam Goiás dos portos do litoral, refletiram negativamente sobre o comércio de exportação e 
importação, freiando qualquer possibilidade de desenvolvimento provincial. 
• Desse modo o Estado de Goiás chegou ao século XX como um território inexpressivo 
economicamente e sem representatividade política e cultural. 
• Nesse século iria se concretizar a agropecuária no Estado, como consequência do processo de expansão 
da fronteira agrícola para as regiões centrais do país. 
• Nas primeiras décadas do século em questão, o Estado permaneceu com baixíssima densidade 
demográfica, onde a maioria da população se encontrava espalhada por áreas remotas do território, 
modificando-se apenas na segunda metade do mesmo século. 
• Na segunda metade do século XIX, a pecuária solidificou-se definitivamente como a atividade econômica 
básica da Província, gerando um aumento das áreas ocupadas e a maior fixação do homem ao solo, 
especialmente na região Centro-Sul. 
• Tal crescimento, entretanto, não foi capaz de vencer os grandes obstáculos ao desenvolvimento existentes 
na Província, nem de modificar estruturalmente o quadro de povoamento da região. 
• Foram mantidas, e até acentuadas, as características verificadas anteriormente: dificuldades de 
comunicação, povoamento heterogêneo e disperso, insignificância dos números urbanos, comercialização 
deficiente etc. 
• A maioria dos núcleos urbanos deste período trazia em seu bojo traços evidentes de decadência. 
O deslocamento da fronteira agrícola para as regiões centrais do país foi resultado da própria 
dinâmica do desenvolvimento de regiões como São Paulo, Minas Gerais e o Sul do País, que ao adaptarem 
sua economia com os princípios capitalistas realizaram uma inversão de papéis, onde regiões que eram 
consumidoras de produtos de primeira necessidade passaram a produzir tais produtos e as regiões centrais, 
antes produtoras desses produtos passaram a produzir os produtos industrializados que antes eram 
importados. “Enquanto o Centro-Sul se efetivava como a periferia do capitalismo mundial, outras regiões 
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faziam o papel de periferia do Centro-Sul, ou seja, a periferia da periferia, como já vinha acontecendo no Rio 
Grande do Sul e o Nordeste, por exemplo”. (FAYAD, 1999, p.23) 
A partir da última década do século XIX a aproximação, inicialmente e, posteriormente, à chegada 
das ferrovias ao território goiano constituíram veículo de transformação econômica e de expansão do 
povoamento rumo a novas áreas, seja através da fundação, seja através da estabilização de numerosos 
povoados e sítios de lavoura e criação de gado. Iniciou-se assim a terceira fase de ocupação do territorial 
de Goiás. 
3º PONTO: A ESTRADA DE FERRO E A MODERNIZAÇÃO DA ECONOMIA GOIANA. 
A CONSTRUÇÃO DA ESTRADA DE FERRO DE GOIÁS E SUA IMPORTÂNCIA 
As primeiras manifestações contundentes em favor de dotar o Estado de Goiás de um meio de 
transporte ferroviário, à altura das necessidades locais, aconteceram, na verdade, em 1890. O Decreto n. 
862 de 16/10/1890 concretizou o primeiro Plano Ferroviário com as rotas a serem construídas. 
Em 1896, o Triângulo Mineiro recebeu os trilhos da Estrada de Ferro Mogiana, ficando acertado que 
a cidade de Araguari seria a sede do que anos depois viria a ser a “Goiás”, facilitando-se a integração 
econômica entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. 
Para Goiás, a presença da Estrada de Ferro em seu solo é também o resultado de um grande esforço 
feito por alguns representantes da classe política e intelectual da região. Todavia, é preciso assinalar que a 
ferrovia cortava o cerrado goiano em função dos interesses do sistema capitalista de produção, ou seja, ela 
nasceu de fora para dentro do estado. 
A Estrada de Ferro surgiu como uma alternativa para romper o estrangulamento da economia goiana 
quanto à sua demanda por um meio de transporte que viesse atender as necessidades de escoamento de 
sua produção. 
Até 1952, a Estrada de Ferro Goiás, percorria com os seus trilhos, aproximadamente, 480 km, 
chegando ao seu ponto mais distante em Goiânia. No total, 30 estações serviam à Estrada, onde se 
destacavam as de Araguari, Amanhece, Ararapira, Anhanguera, Goiandira (ponto de ligação com a Rede 
Mineira), Ipameri, Roncador, Pires do Rio, Engenheiro Balduíno, Vianópolis, Leopoldo de Bulhões, Anápolis 
e Goiânia. 
CONSEQUÊNCIAS DESSE PROCESSO 
O expressivo papel das ferrovias na intensificação do povoamento goiano ligou-se a duas ordens 
principais de fatores: de um lado, facilitou o acesso dos produtos goianos aos mercados do litoral; de outro, 
possibilitou a ocupação de vastas áreas da região meridional de Goiás, correspondendo à efetiva ocupação 
agrícola de parte do território goiano. 
• Entre 1888 e 1930, o adensamento e a expansão do povoamento nas porções meridionais de Goiás 
(Sudeste, Sul e Sudoeste) evidenciaram-se através da formação de diversas novas cidades. 
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Ao discorrer a respeito das alterações no comércio regional, provocadas pela chegada dos trilhos da 
estrada em território goiano, fica evidenciado o seu importante papel econômico. As cidades de Goiás, 
servidas pelos trilhos, substituíram Araguari no domínio da economia local, tornando-se significativos centros 
comerciais do estado e controlando, assim, o comércio regional. Araguari, que passara a dominar o comércio 
do estado a partir de 1896, é alcançada pelos trilhos da Mogiana, mas depois de 1915 perdeu grande parte 
deste domínio para as cidades do sudeste goiano. 
• Atualmente, o território goiano é servido por 685 km de trilhos, pertencentes à Ferrovia Centro-Atlântica 
(FCA), subsidiária da VALE e sucessora da antiga Estrada de Ferro Goiás e da Rede Ferroviária Federal. 
• Essa concessionária ferroviária percorre com seus trilhos a região sudeste do estado, passando por 
Catalão, Ipameri, Leopoldo de Bulhões, chegando até Anápolis, Senador Canedo e indo até a Capital 
Federal. 
• A Centro-Atlântica promove o escoamento de boa parte da produção econômica goiana, embora tenha sua 
capacidade de transporte limitada. A frota atual compõe-se, aproximadamente, de 12.000 vagões e 500 
locomotivas. 
• Integra grandes portos como os de Vitória-ES, Santos-SP, Angra dos Reis-RJ, de Salvador (BA) e Porto 
Seco de Anápolis-GO. É um grande corredor de importação e exportação de produtos para Goiás como: 
açúcar, adubos e fertilizantes, derivados de petróleo e álcool, produtos siderúrgicos, soja e farelo de soja, 
fosfato, ferro-gusa, minérios, contêineres de carga geral. 
• Em Goiás o transporte rodoviário é o responsável pelo volume mais expressivo de cargas, contando com 
uma malha de 89.000 km onde, aproximadamente 11.400 km são pavimentados. Em face desse total de 
vias, os trilhos representam menos de 1%, o que demonstra a pouca expressão que as ferrovias têm em 
Goiás, embora seja reconhecida a sua importância para o crescimento e o escoamentoda produção da 
economia local. 
PEGA A DICA 
• O nascimento da Estrada de Ferro Goiás partiu dos interesses paulistas e desejos dos goianos que 
tiveram, nessa ferrovia, um dos alicerces para os seus processos de crescimento. 
• Os trilhos colaboram para o aumento significativo da produção econômica das regiões, expandindo suas 
relações comerciais, por meio de um forte incremento nas importações e exportações. Contudo, está 
Estrada nasceu de fora para dentro, inteiramente identificada com o sistema capitalista de produção, fruto, 
então, da divisão internacional do trabalho. 
• Outra dica importante é que não temos estrada de ferro na região NORTE e NORDESTE DE GOIÁS. 
Algo que sempre cai em provas para tentar enganar você. 
A INDEPENDÊNCIA EM GOIÁS, O CORONELISMO E A OLIGARQUIA NA REPÚBLICA VELHA 
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A INDEPENDÊNCIA EM GOIÁS 
No início do século XIX Goiás é obrigado a ceder área de seu território às províncias 
do Maranhão e Minas Gerais. Pelo alvará de 18 de março de 1809, o norte é desmembrado da ouvidoria 
sediada em Vila Boa, constituindo-se comarca com sede em São João das Duas Barras. O isolamento leva-
o a desligar-se paulatinamente do sul, vinculando-se comercialmente ao Maranhão e ao Pará. A tendência 
à secessão já é latente; após a revolução constitucionalista do Porto, que chegou ao conhecimento dos 
goianos em 24 de abril de 1821, o movimento separatista eclode. 
Em 1821, o Desembargador Dr. Joaquim Teotônio Segurado chegou a proclamar um governo 
autônomo, mas o movimento foi reprimido e a luta pela emancipação do norte goiano ficou estagnada, até 
que em 13 de maio de 1956, lançou o "Movimento Pró-Criação do Estado do Tocantins", como uma 
expressão do desejo emancipacionista do norte de Goiás. 
Durante a Assembleia Nacional Constituinte, ocorreu uma nova tentativa de emancipação da região. 
O artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, estabeleceu condições para a criação do 
novo estado no bojo de uma reforma que extinguiu os territórios federais existentes e concedeu plena 
autonomia política ao Distrito Federal. Dessa forma, em 5 de outubro de 1988, o norte do estado de Goiás 
foi emancipado, passando a se chamar Tocantins, com sua instalação definitiva ocorrendo em 1º de janeiro 
de 1989. Após sua instalação, o Tocantins foi inserido na Região Norte do Brasil, uma vez que, enquanto 
pertencente à Goiás, era parte da Região Centro-Oeste brasileira 
Com a Independência do Brasil, em 1822, a Capitania de Goiás foi elevada à categoria de província. 
Porém, essa mudança não alterou a realidade socioeconômica de Goiás, que continuava vivendo um quadro 
de pobreza e isolamento. As pequenas mudanças que ocorreram foram apenas de ordem política e 
administrativa. 
Nas últimas décadas do século XIX, os grupos locais insatisfeitos fundaram partidos políticos: O 
Liberal, em 1878, e o Conservador, em 1882. Também fundaram jornais para divulgarem suas ideias: 
Tribuna Livre, Publicador Goiano, Jornal do Comércio e Folha de Goyaz. Com isso, representantes próprios 
foram enviados à Câmara Alta, fortalecendo grupos políticos locais e lançando as bases para as futuras 
oligarquias. 
 
 
 
 
 
 
 
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O CORONELISMO NA REPÚBLICA VELHA, AS OLIGARQUIAS. 
• Os clãs que se formaram ao longo do império, já então depositários do poder econômico, dominam a 
política e ascendem junto com a república. 
• Os vícios eleitorais e o coronelismo somados à "política dos governadores", implantada por Campos Salles, 
dão origem às oligarquias que se sucedem no poder até 1930 (quando acontece a revolução de Vargas). 
• A Política dos Governadores ou Política dos Estados foi um acordo durante os primeiros anos da República 
Velha (1889-1930), em que o Governo Federal apoiava os governos estaduais sem restrições e, em troca, 
eles faziam uso de seus coronéis ("coronelismo") e elegiam bancadas pró-governo federal para a quinta 
assembleia legislativa, de forma que nem o governo federal, nem os governos estaduais, enfrentassem 
qualquer tipo de oposição. Campos Sales propôs o nome "Política dos Estados", dizendo que "o que 
pensam os Estados, pensa a União". 
NO ESTADO DE GOIÁS PODEMOS CITAR COMO PRINCIPAIS EXPOENTES DO CORONELISMO: 
• José Leopoldo de Bulhões Jardim: Criador do clã Bulhões no estado de Goiás. Foi notável combatente 
da permanência de Rui Barbosa no Ministério da Fazenda e foi decisivo no plano de estabilização monetária 
do ex-presidente Rodrigues Alves. Foi Ministro da Fazenda e também diretor do Banco do Brasil. 
• José Xavier de Almeida: No início de sua carreira política ligou-se ao grupo bulhonista, com o qual rompeu 
em 1904.Em 1909, após a revolução que depôs o último presidente xavierista, encerrou-se o período de sua 
influência, caracterizado por tendências democráticas e progressistas. 
• Eugênio Rodrigues Jardim: Foi um dos principais fundadores do Partido Democrata de Goiás no ano de 
1909. Nas eleições estaduais de 30 de janeiro de 1915, é eleito senador da República, contudo não assumiu 
o cargo. 
• Antônio Ramos Caiado: Foi fundador e dirigente do jornal A República. Um dos chefes da Revolução de 
1909, que marcou a queda do grupo chefiado por José Xavier de Almeida e o início da etapa de domínio 
político do Partido Democrata (1909-1930). Em 1909 elegeu-se deputado federal por Goiás, reelegendo-se 
em diversas legislaturas. Defendeu Goiás da Coluna Prestes em 1925. Totó teve diversos filhos e netos que 
se levou ao lado da política, como por exemplo o neto Ronaldo Caiado, governador de Goiás. 
O personalismo desses chefes, que se sobrepunham aos poderes legislativo e judiciário, e as 
relações de vassalagem pelo voto caracterizam a política da época. 
CONSEQUÊNCIAS DESSE PROCESSO 
A existência desta articulação da oligarquia dos Bulhões com o governo federal e com os chefes 
políticos do interior parece confirmar em Goiás a “teoria piramidal” discutida por vários autores: no topo desta 
pirâmide, encontrava-se o governo federal; na base, os coronéis, dominando os municípios e fornecendo 
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sustentação eleitoral às oligarquias. Estas, funcionavam como um elo de ligação entre os dois polos – federal 
e municipal – controlando os cargos políticos e moldando a situação estadual à federal. 
Em Goiás parece não ter existido o chamado “sistema coronelístico não institucionalizado”. Goiás, 
na realidade embora fosse um estado atrasado economicamente e com pouca expressão política a nível 
nacional, apresentava internamente partidos políticos relativamente numerosos e solidamente estruturados, 
através dos quais se canalizavam e realizavam as articulações e movimentos da sua vida pública. 
Nenhum político em Goiás, na época, tinha condições de projetar-se fora do sistema partidário, tão 
importante e envolvente era este; o partido dominante representava o único canal possível de defesa e 
manutenção dos interesses de classe. 
• A partir de 1901 o sistema político em Goiás começará a sofrer mudanças. O lento declínio da oligarquia 
dominante aliado à política dos governadores, praticada a nível nacional, abrirão uma brecha à maior 
articulação das forças políticas de Goiás. 
• A oposição se estruturou em função das contradições interpartidárias, da reação no plano nacional, pelos 
movimentos de 1922 e 1924 e do contato com o tenentismo do sudoeste goiano. Sua liderança foi assumida 
por intelectuais e liberais aliados aos políticos dissidentes. 
• Coligaram-se os movimentos aliancistas, e, com a vitória da revolução de 1930, a máquina eleitoral e 
administrativa cheia de falhas, que dominava o estado havia mais de trinta anos, começou a ser 
desarticulada. A intensificação da interiorização e a dinamização econômica caracterizaram o período 
posteriora 1930. 
4º PONTO: A CONSTRUÇÃO DE GOIÂNIA E BRASÍLIA 
A ideia da mudança da capital do Estado surgiu da necessidade de localizá-la, de acordo com os 
interesses econômicos goianos. A primeira capital goiana - Vila Boa, hoje denominada Cidade de Goiás - 
tinha sido escolhida, quando a província era aurífera. 
Legisladores sustentaram por algum tempo, a ideia da mudança. A 1º de junho de 1891, os 
constituintes oficializaram a ideia da transferência da capital, no texto constitucional, ratificando-a na reforma 
de 1898, como na de 1918. havendo disposto esta última, em seu artigo 5º: "A cidade de Goiás continuará 
a ser a capital do Estado, enquanto outra coisa não liberar o Congresso". 
Mas, a concretização da mudança da capital de Goiás só veio acontecer mesmo com o então 
Interventor destinado a vir para Goiás, Pedro Ludovico Teixeira. Pedro tinha o objetivo de tirar o poder dos 
coronéis e a mudança da capital era parte importante dessa estratégia política. 
• A Construção de Goiânia em 1933, é considerada o marco da modernidade da Era Vargas. 
 
 
 
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FATORES PARA A CONSTRUÇÃO DE GOIÂNIA: 
• Integração do interior com o litoral (Marcha para o Oeste). 
• Geografia plana, diferente de Vila Boa que tem relevo irregular. 
• Possibilidade de crescimento. 
• Estratégia política para enfraquecer o coronelismo, na época representado pelo Caiadismo. 
• A mudança do centro administrativo da área de influência dos Caiado. 
• A mudança da capital então envolve fatores políticos e econômicos. 
QUEM FOI PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA? 
• Nasceu na cidade de Goiás em 1891. Cursou medicina na Universidade 
do Brasil. Engajou-se na revolução de 1930 em Rio Verde onde morava e 
exercia a profissão de médico. Com o movimento vitorioso, ele, que havia sido 
preso e estava sendo conduzido para a cidade de Goiás, formou a junta 
governativa com três membros. 
• Logo em seguida, foi nomeado interventor federal pela primeira vez. 
Idealizou a construção de Goiânia e a mudança da Capital, cuja pedra 
fundamental foi lançada dia 24 de Outubro de 1933. A Capital foi transferida em Março de 1937. Pedro foi 
um dos fundadores do PSD em Goiás. Foi eleito Senador em 1968. Morreu, em Goiânia no dia 17 de 
Agosto de 1979, de ataque cardíaco. 
A CONSTRUÇÃO DE GOIÂNIA 
• Em 1932, foi assinado o decreto nº 2.737, de 20 de dezembro, nomeando uma comissão que, sob a 
presidência de D. Emanuel Gomes de Oliveira, então bispo de Goiás, 
escolhesse o local onde seria edificada a nova capital do estado. 
• O Coronel Antônio Pirineus de Souza, sugeriu a escolha de três 
técnicos: João Argenta e Jerônimo Fleury Curado, engenheiros, e de 
Laudelino Gomes de Almeida, médico, para realizarem estudos das 
condições topográficas, hidrológicas e climáticas das localidades de Bonfim, 
hoje Silvânia; Pires do Rio; Ubatan, atualmente, Egerineu Teixeira; e Campinas, hoje bairro goianiense, a 
fim de que, baseada no relatório dos técnicos, a comissão se manifestasse. Reunida em 4 de março de 
1933, a comissão concluiu pela escolha da região de Campinas. A 24 de outubro do mesmo ano, houve o 
lançamento da pedra fundamental, no local onde está a sede do governo estadual. 
• A 20 de novembro de 1935, em meio a uma grande festa instalou-se o Município de Goiânia, onde Pedro 
Ludovico já residia e afirmava: " Para melhor e mais rápido adiantamento das obras de construção da nova 
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metrópole, transferi para cá a sede do Governo do Estado, trazendo comigo logo, a Secretaria-Geral que 
ficará também definitivamente". 
NOME E INSTALAÇÃO DE GOIÂNIA. 
• "Petrônia". Este foi o nome escolhido através de concurso em homenagem a Pedro Ludovico. Porém, 
pelo decreto de número 237, de 2 de agosto de 1935, que criou o município e a comarca da nova Capital, 
ela recebeu o nome de Goiânia. 
• A 7 de novembro de 1935, realizou-se a “mudança provisória”: o governador Pedro Ludovico deixou Goiás 
para fixar sua residência em Goiânia. Em Goiás, ficaram ainda a Câmara e o Judiciário. A mudança definitiva, 
ocorreu em 1937, quando os principais edifícios públicos já estavam concluídos. Cinco anos depois, em 
julho de 1942, foi realizado o “batismo cultural” de Goiânia, com grandes festas e a celebração de vários 
congressos de ordem nacional. A cidade contava com mais de 15.000 habitantes, o dobro que a cidade de 
Goiás com seus 200 anos. 
PEGA A DICA 
• A construção de Goiânia envolve 4 datas que costuma cair em provas. Em 24 de outubro de 1933 
houve o lançamento da pedra fundamental, em 1935 a criação do Município de Goiânia, em 1937 
ocorreu a mudança definitiva e 1942, foi realizado o “batismo cultural” de Goiânia. 
A construção de Goiânia, uma das grandes obras do Brasil na época, devolveu aos goianos a 
confiança em si mesmos. Em vez de pensar-se na grandeza do passado, começou a pensar-se na grandeza 
do futuro. Ao mesmo tempo, a construção de Goiânia significava um primeiro grande impulso para a 
transformação da economia e da política econômica. O governo, até então preocupado quase unicamente 
em manter a ordem, promoveu, pela primeira vez em Goiás, uma obra de grande envergadura, que mobilizou 
as energias latentes. 
 
 
 
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CONSEQUÊNCIAS DESSE PROCESSO 
A partir de 1940, Goiás passa a crescer em ritmo acelerado também em virtude do desbravamento 
do Mato Grosso Goiano, da campanha nacional de “Marcha para o Oeste” e da construção de Brasília. A 
população do Estado se multiplicou, estimulada pela forte imigração, oriunda principalmente dos Estados do 
Maranhão, Bahia e Minas Gerais. 
ASPECTOS HISTÓRICOS E URBANÍSTICOS DE GOIÂNIA. 
Goiânia é um município brasileiro, capital do estado de Goiás. Distante 209 km de Brasília, a capital 
nacional. Com uma área de aproximadamente 739 km², possui uma geografia contínua, com poucos morros 
e baixadas, caracterizada por ser uma região do Planalto Central do Brasil. 
Localizada no centro do seu estado, foi planejada e construída para ser a capital política e 
administrativa de Goiás sob influência da Marcha para o Oeste, política desenvolvida pelo governo Vargas 
para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste brasileiro. Os estreitos laços de 
amizade e interações políticas entre Pedro Ludovico Teixeira e Vargas contribuíram bastante para essa 
empreitada. 
Construída inicialmente para 50 mil habitantes, Goiânia experimentou um crescimento moderado até 
1955. Entretanto, devido a uma série de fatores, como a chegada da estrada de ferro, em 1951, a retomada 
da política de interiorização de Getúlio Vargas, de 1951 a 1954, a inauguração da Usina do Rochedo, em 
1955, e construção de Brasília, de 1954 a 1960, cerca de 150 mil pessoas já habitavam a nova capital em 
1965. Apenas da década de 1960, Goiânia ganhou cerca de 125 novos bairros e tudo isso exigia mais 
infraestrutura, energia, transporte e escolas. 
Sofreu esse acelerado crescimento populacional desde a década de 1960, atingiu um milhão de 
habitantes em 1996. Desde seu início, a sua arquitetura teve influência do Art Déco, que definiu a fisionomia 
dos primeiros prédios da cidade. 
É a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste, sendo superada apenas por Brasília. É um 
importante polo econômico da região, considerada um centro estratégico para áreas como indústria, 
medicina, moda e agricultura. Contudo, tem enfrentado desafios, entre eles a desigualdade social, 
crescentes problemas de trânsito, índices de crime elevados e o clima seco, resultado da poluição e por se 
localizar no cerrado brasileiro. Entretanto, durante a década de 2000, Goiânia destacou-se entre as capitais 
brasileiras por possuir o maior índice de área verde por habitante do Brasil, na época ultrapassada apenas 
para a cidade de Edmonton,no Canadá. 
De acordo com as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população 
é de 1.555.626 habitantes em 2021. É a sexta maior cidade do Brasil em tamanho, com 256,8 quilômetros 
quadrados de área urbana e o décimo município mais populoso do Brasil. Em 2021, a Região Metropolitana 
de Goiânia possuía cerca de 2 613 491 habitantes, sendo a 12ª região metropolitana mais populosa do país. 
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REGIÃO METROPOLITANA DE GOIÂNIA 
Criada em 30 de dezembro de 1999 pela Lei Complementar Estadual de número 27, a Região 
Metropolitana de Goiânia é a primeira do Centro-Oeste do Brasil. 
Com redação dada pela Lei Complementar nº 149 de 15 de maio de 2019 (Diário Oficial do Estado 
de Goiás 30/05/2019): A Região Metropolitana de Goiânia (RMG), instituída para integrar a organização, o 
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, é compreendida pelos Municípios de 
Goiânia, Abadia de 
Goiás, Aparecida de 
Goiânia, Aragoiânia, 
Bela Vista de Goiás, 
Bonfinópolis, 
Brazabrantes, 
Caldazinha, Caturaí, 
Goianápolis, Goianira, 
Guapó, Hidrolândia, 
Inhumas, Nerópolis, 
Nova Veneza, Pires do 
Rio, Santa Bárbara de 
Goiás, Santo Antônio 
de Goiás, Senador 
Canedo, Terezópolis 
de Goiás e Trindade. 
Englobando 
vinte municípios, a 
Região Metropolitana 
de Goiânia ocupa uma 
área de 7.397,203 
km². É a região mais expressiva do estado de Goiás, contendo cerca de 35% de sua população total, um 
terço de seus eleitores, cerca de 80% de seus estudantes universitários e aproximadamente 36,5% de seu 
Produto Interno Bruto. 
A Lei Complementar Estadual de número 78, aprovada em 25 de março de 2010, incluiu na Região 
Metropolitana de Goiânia os municípios de Brazabrantes, Caldazinha, Caturaí, Inhumas, Nova Veneza e 
Teresópolis de Goiás. 
 
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PEGA A DICA 
• Fica ligado nos principais aspectos sobre Goiânia na arte abaixo. 
 
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A CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA 
Em termos estratégicos e econômicos, o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) foi marcado 
pela elaboração e aplicação do Plano de Metas, que estava dividido em seis grandes objetivos: energia, 
transportes, alimentação, indústria de base, educação e, é claro, a construção de Brasília, o que foi chamado 
de meta-síntese. 
Apesar da descrença generalizada de que a nova capital fosse realmente construída, Juscelino 
conseguiu aprovar no Congresso, em 19 de setembro de 1956, a Lei n.º 2.874, que daria seguimento ao 
processo de construção e criaria a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), responsável pela 
execução do projeto. 
Entre os objetivos básicos para a mudança da capital, destacavam-se: 
• Obedecer à Constituição de 1891, reafirmada pela de 1946; integrar o interior do país; gerar empregos; 
ocupar parte da mão-de-obra nordestina; e promover o desenvolvimento do interior do país, contribuindo 
para desafogar a Região Centro-Sul. 
A construção de Brasília expressava o desejo, por parte tanto dos arquitetos e engenheiros quanto 
dos políticos, de modernidade, de igualdade defendida pelo Estado; enfim, de mudança histórica, pois o 
Brasil, pela primeira vez, olhava para seu interior e não para o Oceano Atlântico e a Europa. 
Nessa fase de construção da cidade, alguns nomes se destacaram, Como: 
✓ Israel Pinheiro 
✓ Lúcio Costa 
✓ Oscar Niemeyer 
✓ Bernardo Sayão 
CONSEQUÊNCIAS DESSE PROCESSO 
• O impacto da criação de Brasília para a economia do Centro-Oeste e do estado de Goiás foi grandioso, 
apesar da desigualdade na distribuição de renda. 
• De uma região agreste e inexplorada que, até 1960, representava pouco mais de 1% da produção regional, 
o Distrito Federal (DF) apresentou um acentuado crescimento nos últimos 50 anos até atingir de acordo com 
os últimos dados disponíveis, cerca de 40% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) regional. O percentual 
não leva em consideração a população que habita e trabalha no entorno da capital. 
• O projeto de integração nacional promovido pela construção de rodovias, interligando Brasília e o estado 
de Goiás a todas as capitais estaduais, entre 1968 e 1980, integraram a região de Goiás ao tráfego 
rodoviário, criando condições para a expansão do sistema capitalista. 
• Se tornou possível através da infraestrutura viária que permitiu a penetração de uma população rural 
migrante para o Centro-Oeste e a efetiva integração da região ao comércio nacional, promovendo a 
valorização das áreas ocupadas. 
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• A BR-153 é uma das principais vias de acesso à região central do Brasil, sendo uma rodovia de grande 
importância sobretudo para o estado de Goiás, além da região do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais. A 
BR-153 foi construída em uma época em que o estado de Goiás necessitava de um elo com o restante do 
Brasil, ou seja; o seu surgimento foi preponderante para o desenvolvimento da região. 
PEGA A DICA 
 
• A Construção de Goiânia e Brasília, promoveu a abertura de novas estradas, tornando-se centro de 
ligação dentro do Estado e com outros Estados: favoreceu a imigração, e consequentemente o 
povoamento, acelerando a colonização do Mato Grosso goiano, zona de grande riqueza agrícola; 
criou o primeiro centro-urbano, que se não chegou a constituir-se em centro industrial – como 
esperavam os construtores, tornou-se um dos grandes centros urbanos do país. Por isso, a 
Revolução de 30 e a construção de Goiânia, podem ser tomados como marco de uma nova etapa 
histórica para Goiás. 
• A mudança da capital do país para o Planalto Central, com a construção de Brasília, a partir de 1956, 
no Governo de Juscelino Kubsticheck, o projeto de integração nacional promovido pela construção 
de rodovias, interligando Brasília a todas as capitais estaduais, entre 1968 e 1980, integraram a região 
de Goiás ao tráfego rodoviário, criando condições para a expansão do sistema capitalista. Esses 
fatores foram responsáveis pela expansão agrícola mais recente no Cerrado, resultando, a partir da 
década de 1970, na expansão da agricultura comercial. 
 5º PONTO: A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E URBANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO 
GOIANO. 
MODERNIZAÇÃO DA ECONOMIA GOIANA 
 
A partir de 1915, em função do progressivo escasseamento de terras no Sudeste, a busca de novas 
regiões goianas foi incrementada, havendo a aceleração do devassamento do Centro-Sul de Goiás, que 
passou a exercer forte atração, de um lado devido à fertilidade do solo, de outro, graças ao baixo custo das 
glebas. 
Na medida em que São Paulo, centro da economia dominante, não teve capacidade para absorver 
as levas de imigrantes e migrantes que para ali se dirigiram em escala cada vez mais elevada, a solução 
para o desafogo do excesso de mão-de-obra apresentou-se através do seu deslocamento para as regiões 
periféricas. Assim, o movimento para o Oeste lançou suas raízes. 
A partir de 1930 inaugurou-se uma nova fase no processo de ocupação agrícola de Goiás, sob a 
égide da política de Getúlio Vargas, conhecida como “Marcha para o Oeste”, e sob a influência de novas 
necessidades da economia mundial, que se refletiram diretamente sobre a economia nacional. A expansão 
agrícola de Goiás neste período respondeu a estímulos exógenos, ou seja, aos interesses das classes 
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agrária e industrial de São Paulo. 
Ao longo do tempo, Goiás passou por transformações significativas no que se refere a sua estrutura 
social e econômica. Contudo, em nenhum momento de sua história, desde o início da mineração no século 
XVIII, as mudanças foram tão intensas quanto nas três últimas décadas do século passado e neste começo 
de milênio. 
Neste período o estado se tornouurbano e alcançou os primeiros lugares nos índices de 
urbanização do país. E em consequência disso surgiram diversos problemas sociais e ambientais. 
A partir da última década do século XIX a aproximação, inicialmente e, posteriormente, à chegada 
das ferrovias ao território goiano constituíram veículo de transformação econômica e de expansão do 
povoamento rumo a novas áreas, seja através da fundação, seja através da estabilização de numerosos 
povoados e sítios de lavoura e criação de gado. Iniciou-se assim a terceira fase de ocupação territorial de 
Goiás. 
Tudo isso se deu no decorrer da modernização agrícola gerada pela chegada das inovações 
da Revolução Verde em nosso país por volta da década de 1960, atingindo o nosso estado no início 
da de 1970, que mudou o modelo de apropriação do espaço e, consequentemente, a dinâmica 
econômica e territorial de Goiás. 
Desde então, o estado tem recebido ainda mais imigrantes vindos de diversas unidades da federação 
brasileira, de outras regiões ou do próprio Centro-Oeste, assim como tem se intensificado as migrações 
internas no sentido rural-urbano. Com isso tem se tornado claras as mudanças do padrão populacional 
estadual, de majoritariamente rural – sertanejo, caipira, etc. – a majoritariamente urbano, “moderno”, 
interligado à dinâmica econômica do capitalismo globalizado – verticalizado. 
A chegada da soja, por volta de 1975, em Rio Verde, seguida pela chegada da cana-de-açúcar, 
em Santa Helena, cerca de dez anos mais tarde e o aumento da pecuária intensiva na região sudoeste 
do estado neste mesmo período, marcaram a virada na economia goiana. 
A AGRICULTURA E A PECÚARIA NO ESTADO 
Assim, Goiás se consolidou entre as principais unidades produtoras agrícolas do país, alcançando, 
em 2021: 
• 3º maior produtor nacional de soja, sendo Mato Grosso o maior produtor o que faz de Goiás o 
segundo na região centro-oeste, 
• 1º de sorgo, 
• 1º de tomate, 
• 3º lugar de algodão herbáceo (em caroço), 
• 3º de milho, 
• 2º de cana-de-açúcar, 
• 8º de arroz, 
• 4º de feijão, 
 
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Na pecuária os números não são diferentes, pois o estado possui hoje: 
• 2º maior rebanho de gado de leite, 
• 4º maior produtor de leite, 
• 3º maior rebanho bovino, 
• 6º avícola, 
• 6º suíno, 
• 7º produtor de ovos, 
• 3º que mais abate bovinos, 
• 7º que mais abate suínos, 
• 5º que mais abate aves. 
COMÉRCIO 
O Comércio é uma atividade econômica de grande importância na economia goiana tendo como 
grande força compradora e vendedora de Goiás o seu mercado interno. Há um alto grau de dependência da 
economia goiana do seu próprio mercado. Nas relações comerciais interestaduais a grande parte é 
transacionada com São Paulo. 
No âmbito interno, o comércio varejista é o grande representante na geração de riquezas na atividade 
de comércio. É um setor que vende diretamente para os consumidores finais como supermercados e 
hipermercados, farmácias, concessionárias de veículos, lojas de vestuários, de materiais de construção, de 
móveis e decoração, de eletroeletrônicos, postos de gasolina, livrarias entre outros. Ele contempla cerca de 
75% das empresas do comércio e 70% do seu pessoal ocupado. 
Assim, as atividades do comércio são importantes, pois absorvem grande quantidade de empregos. 
Outro comércio importante para a economia goiana é o externo. Em média, as exportações corresponderam 
a 10% do PIB estadual, aproximadamente. Muito dessa participação se deve às commodities agropecuárias 
exportadas por Goiás. Estas exportações têm crescido de forma substancial desde o início dos anos de 
2000. Ainda, a maior parte das exportações sempre foram encabeçadas pelos complexos soja, carne e 
minérios. 
INDUSTRIALIZAÇÃO, INFRAESTRUTURA E PLANEJAMENTO. 
A transferência da capital do Estado para Goiânia em 1933, efetivada graças à ação decisiva do 
governador Pedro Ludovico Teixeira e a chegada da estrada de ferro a Anápolis (1935), permitindo o 
adensamento populacional no sul, implementaram a programação da expansão agrícola pelo governo 
federal através da criação da Colônia Agrícola Nacional de Goiás (1941), possibilitando o processo de 
modernização de Goiás. 
A eletrificação, em decorrência da criação das Centrais Elétricas de Goiás S.A. (CELG (1955) e a 
conclusão da usina do Rochedo (1956), contribuíram fortemente para o aceleramento da urbanização e 
melhoria da infraestrutura no estado, permitindo os progressos rumo à industrialização. 
A partir da política de Estado de interiorização do desenvolvimento com a implantação de uma 
infraestrutura de transporte nas primeiras décadas do século XX, das mudanças político-institucionais após 
1930 e da construção de Goiânia e Brasília, favoreceu a expansão da fronteira agrícola de Goiás. 
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Sua integração ao circuito do mercado brasileiro apoiou-se no sistema ferroviário. Esses eventos 
estimularam o crescimento e a especialização da agropecuária em Goiás e o incremento da urbanização. 
Já a integração regional foi favorecida pela construção das rodovias que permitiram a circulação interna da 
produção. 
Embora a pecuária ainda estivesse à frente da economia goiana, a agricultura com vistas à 
exportação já começava a desenvolver-se. 
A ECONOMIA GOIANA 
Atualmente, a composição da economia do estado de Goiás está baseada na produção agrícola, na 
pecuária, no comércio e nas indústrias de mineração, alimentícia, de confecções, mobiliária, metalúrgia e 
madeireira. Agropecuária é a atividade mais explorada no estado. 
O IBGE constatou que o crescimento da indústria em Goiás foi impulsionado principalmente pelos 
setores de produtos alimentícios (açúcar cristal, leite esterilizado/UHT/Longa Vida, óleo de soja refinado, 
leite em pó e carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas), coque, produtos derivados do petróleo 
e biocombustíveis (álcool etílico e biodiesel), e veículos automotores, reboques e carrocerias (automóveis). 
De acordo com os últimos dados, a contribuição de Goiás para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro 
foi de 2,8% e, no âmbito regional, sua participação foi de 27,6%. 
A composição do PIB goiano é a seguinte: 
• Agropecuária: 11% 
• Indústria: 27% 
• Serviços: 62 % 
• O setor agropecuário e tradicionalmente a base da economia goiana. Nas três últimas décadas do século 
XX, Goiás foi uma das regiões de fronteira agrícola mais expressivas do país. 
• Apesar da crescente industrialização, a agropecuária continua sendo uma atividade econômica importante 
em Goiás, uma vez que a produção de carnes e grãos impulsiona as exportações. 
• O estado é o terceiro produtor nacional de grãos com uma produção em torno de 22,815 milhões de 
toneladas o que representa 10,8% da produção de grãos brasileira. A pauta agrícola é bastante diversificada 
e composta principalmente por: soja, sorgo, milho, cana-de-açúcar, feijão, tomate, entre outros produtos. 
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• Com o segundo maior rebanho do país. A pecuária goiana é altamente expressiva e posiciona o estado 
entre os maiores produtores do país. O rebanho bovino é o 2º no ranking brasileiro e é formado por 23,62 
milhões de cabeças, com participação de 10,6% no efetivo nacional. 
• A bovino-cultura de corte representa um segmento de importância fundamental para a economia do estado, 
tanto como fonte de divisas, pelos excedentes exportáveis, quanto pelo expressivo contingente de mão-de-
obra ocupado nessa atividade. 
• A suinocultura e avicultura também se encontram consolidadas, principalmente na região Sudoeste 
Goiano. O estado se posiciona, em ambas, no 6º lugar no ranking nacional, cuja produção representa 5,0% 
e 5,3% da produção brasileira, respectivamente. O efetivo desses rebanhos cresceu muito a partir dos anos2000 com a vinda de grandes empresas que atuam no setor de carnes. 
 
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• A soja é o principal produto agrícola do estado. Introduzida na década de 70, a cultura foi aperfeiçoada 
pela obtenção de sementes adaptadas ao cerrado e aplicação de calcário e outros elementos para combater 
a acidez do solo. Com o lançamento de novas variedades de grãos mais resistentes à armazenagem e às 
pragas, registrou-se forte aumento de produtividade. 
• A cana-de-açúcar e outro importante produto do estado sendo o item agrícola mais produzido no 
estado no ano de 2021. 
• A cultura do milho é geralmente associada à criação de suínos e ao plantio de feijão. 
• A mandioca têm caráter de lavouras de subsistência e servem a fabricação de farinha. 
• O extrativismo vegetal inclui babaçu, casca de angico, pequi e exploração de madeira, principalmente 
mogno. 
OS DEMAIS SETORES DA ECONOMIA GOIANA 
No setor de Energia: a produção e distribuição de energia elétrica no estado fica a cargo Enel 
Distribuição Goiás, conhecida anteriormente como Companhia Energética de Goiás (CELG). As principais 
usinas hidrelétricas do estado são Cachoeira Dourada, São Domingos, ambas da ENEL, Serra da Mesa e 
Corumbá I, ambas de Furnas. 
Parte da energia produzida por Furnas abastece o Distrito Federal e a região Sudeste. 
O parque gerador elétrico goiano destaca-se pela geração de eletricidade através de energia 
renovável, principalmente a hidráulica, em função da disponibilidade de fontes e de seus custos de geração 
que são técnica e economicamente viáveis e muito importantes para a sustentabilidade de sua matriz 
energética. 
O parque gerador elétrico compõe-se de 147 usinas em operação com capacidade instalada de 
7.574.929 KW de potência. Desse total, 71,1% são gerados por usinas hidrelétricas e 23,3% por usinas 
termelétricas. Além das usinas em operação, há 18 outras em construção ou com outorga de concessão, 
cujo potencial soma 369.088 kW. A expansão acelerada da indústria sucroenergética permite, além da 
produção de açúcar e etanol, também a implantação de projetos de cogeração, que contribuem para o 
parque gerador elétrico goiano. 
Existem 96 usinas termelétricas em operação em Goiás, cujo potencial de geração soma 
1.761.976kW, sendo os principais combustíveis utilizados o bagaço de cana-de-açúcar e o óleo diesel. 
Ainda, há 5 usinas termelétricas em construção e em outorga que contribuirão com mais 118.780 kW para 
o sistema de geração estadual. 
A energia elétrica é um serviço que caminha para universalização em Goiás. O atendimento a 
consumidores de energia, nos últimos dez anos, aumentou em quase 50%. O setor comercial foi o que 
registrou maior crescimento no número de consumidores. 
 
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Além do crescimento geral de consumidores atendidos, o consumo de energia também apresentou 
expressiva elevação, principalmente o residencial e o comercial. O consumo industrial mantém-se estável. 
Goiás tem capacidade instalada de geração de energia em paralelo com a sua participação na economia 
nacional. A grande oferta de energia elétrica gerada advém de fonte hidráulica, pactuando com a energia 
limpa, sendo que a maior parte é exportada. 
No setor de mineração: Em todo o subsolo do estado existem importantes jazidas de calcário, já 
medidas e em condições de abastecer todos os municípios goianos, seja qual for o ritmo de crescimento do 
mercado de corretivos do solo. Há ainda jazidas consideráveis de ardósia, amianto, níquel, cobre, pirocloro, 
rutilo e argila, além de quantidades menores de manganês, dolomita, estanho, talco e cromita. 
Encontram-se ainda ouro, cristal-de-rocha, pedras preciosas (esmeraldas) e pedras semipreciosas. 
O estado possui excelente infraestrutura para extração de minerais não ferrosos, principalmente ouro, 
gemas, fosfato e calcário, além de minérios estratégicos, como titânio e terras raras. 
A indústria da mineração em Goiás é bastante diversificada, apresentando segmentos modernos e 
gestão similar às das grandes corporações internacionais, ajustando-se ao cenário da economia global. São 
sete polos distribuídos pelo estado, com produção de cobre, ouro, cobalto, níquel, nióbio, fosfato e 
vermiculita que ocupam posições importantes na cadeia produtiva nacional. 
 
A INDÚSTRIA DO ESTADO DE GOIÁS 
• A diversificação produtiva da indústria goiana vem ocorrendo devido aos investimentos de grandes 
empresas privadas aqui instaladas ou em instalação. 
• Goiás é hoje destaque na indústria de alimentos e bebidas, mineração, fármacos, fabricação de automóveis 
e etanol. 
• É um dos estados líderes no ranking nacional da produção de commodities minerais e agrícolas e de 
medicamentos genéricos. 
• Está, também, inserido na geografia da indústria automotiva nacional com grandes montadoras de veículos 
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com cerca de 1,8% na indústria automotiva brasileira. A expectativa é de que Goiás se tornará o terceiro no 
ranking de produção automotiva do país. 
• O estado é o 2º maior produtor nacional de cana-de-açúcar (76 milhões de toneladas) e, em 
decorrência disso, Goiás é o 2º maior produtor nacional de etanol cuja produção na safra 2020/2021 
atingiu 4,6 bilhões de litros. Ainda, na produção de açúcar o estado é o 4º maior com 2,3 milhões de 
toneladas. Para tanto, o número de usinas implantadas em Goiás aumentou bastante. Atualmente há 
36 usinas em atividade, uma em implantação e duas suspensas. 
• Um elemento coadjuvante de grande importância ao crescimento econômico foi a implantação dos distritos 
industriais, nos municípios de Anápolis, Itumbiara, Catalão, São Simão, Aparecida de Goiânia, Mineiros, 
Luziânia, Ipameri, Goianira, Posse, Porangatu e Iporá. 
 
TRANSPORTES E COMUNICAÇÃO 
Outro setor que sofreu profundas transformações foi o setor de transporte e comunicações. Na 
década de 70, em consonância com as diretrizes federais, o estado de Goiás iniciou a implantação dos 
primeiros corredores de exportação, conceito que definiu rotas de transporte destinadas a ligar as áreas 
produtivas a algum porto, com prioridade para os excedentes agrícolas. 
Posteriormente, essas diretrizes foram aplicadas ao abastecimento, visando a articular os sistemas 
de armazenagem e escoamento de uma determinada área geográfica, de forma a adequar os fluxos das 
fontes de produção até os centros de consumo ou terminais de embarque, com destino ao mercado externo 
ou a outras regiões do país. 
No estado de Goiás estabeleceu-se uma rede rodoviária capaz de dar sustentação ao transporte das 
regiões produtoras de grãos e minerais para os pontos de captação de cargas ferroviárias de Goiânia, 
Anápolis, Brasília, Pires do Rio e Catalão. 
• Tal como ocorreu no restante do país, o transporte ferroviário e fluvial em Goiás foi relegado a segundo 
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plano, devido à opção pelo transporte rodoviário. 
• A malha rodoviária goiana é composta de 28,0 mil km de rodovias dos quais cerca de 53% são 
pavimentados. Há 1.278,7 km de rodovias duplicadas sendo 60% delas federais e o restante estaduais. As 
principais rodovias federais do estado são a BR-153 que atravessa toda sua extensão ligando o norte ao sul 
do país, a BR-060, que liga Goiânia a Brasília bem como o sudoeste goiano e a BR-050, que liga o Distrito 
Federal ao sul do Brasil. 
• Na área de escoação da produção goiana os principais troncos utilizados para atingir os pontos de 
transbordo ferroviário, sobretudo para a soja e o farelo, são: a BR-153, a GO-060, a BR-020, em seu outro 
flanco a BR-060, a BR-452, e a BR-364-365 são opção para o escoamento da produção do estado de Goiás. 
• Outro importante meio de transporte e a Hidrovia Tietê-Paraná tem como trecho mais relevante o percursoentre São Simão-GO e Pederneiras (SP), sendo responsável pelo transporte de grande parte de grãos e 
farelos do Centro Oeste, o que favorece de forma econômica e segura o escoamento de parte da produção 
goiana de grãos. 
• E a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) que atende o sudeste do estado e o Distrito Federal. A FCA tem 7.080 
km de extensão e é considerada o principal e mais eficiente eixo de conexão entre as regiões Nordeste, 
Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. 
Estação Aduaneira Interior – Porto Seco de Anápolis 
O Porto Seco Centro Oeste S/A é um terminal alfandegado de uso público destinado à armazenagem 
e à movimentação de mercadorias nacionais, importadas ou destinadas à exportação, sendo utilizado como 
facilitador das operações de comércio exterior. Atende aos setores de agricultura, siderurgia, construção e 
farmoquímicos; produtos florestais e minerais; bens de consumo (alimentos, bebidas e têxteis) e bens 
duráveis (automobilístico e eletroeletrônico), entre outros. Há uma área de aproximadamente 400 mil m² com 
estrutura e com capacidade para atender fluxo de mercadorias do mercado interno e externo. Oferece 
vantagens competitivas para as empresas que buscam viabilizar a armazenagem e a movimentação de suas 
cargas com total segurança e confiabilidade. 
Em termos de logística, a localização do Porto Seco goiano é a melhor de todo o interior brasileiro. 
Ele está situado na cidade de Anápolis, distante 53 km da capital do estado, Goiânia, e 159 km de Brasília, 
local de entroncamento de importantes rodovias. Quando em operação, a Ferrovia Norte-Sul será ligada ao 
ramal ferroviário da FCA - Ferrovia Centro-Atlântica. Por associar os modais rodoviário e ferroviário, pelo 
Porto Seco de Anápolis podem ser transportados os mais diversos tipos de cargas, interligando todo o 
mercado do Centro-Oeste a outros pontos do país. 
 
 
 
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MEIOS DE COMUNICAÇÃO 
• Os jornais de maior circulação são O Popular, a Tribuna de Goiás, o Diário Oficial do Estado e o Diário do 
Município, em Goiânia. 
• Em Anápolis, circulam A Imprensa e Tribuna de Anápolis; na antiga capital, Goiás, circula o Cidade de 
Goiás. 
• Há várias emissoras de rádio em AM e FM. 
• A principal emissora de televisão é a TV Anhanguera, pertencente à Organização Jaime Câmara. 
 
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AS REGIÕES GOIANAS E AS DESIGUALDADES REGIONAIS. 
O estado de Goiás foi dividido em 10 (dez) regiões para fins de planejamento estratégico 
governamental. As Regiões de Planejamento do Governo do Estado são integrantes da Lei do PPA 
2004/2007 e foram definidas segundo os critérios abaixo: 
• A Região do Entorno do Distrito Federal foi definida conforme o estabelecido na Lei de criação da Ride: 
Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno – Lei Complementar (Constituição Federal) nº 94, 
de 19 de fevereiro de 1998. 
• A Região Metropolitana de Goiânia (Grande Goiânia mais Região de Desenvolvimento Integrado) é 
definida pela Lei Complementar Estadual nº 27 de dezembro de 1999, alterada pela Lei Complementar 
Estadual nº 54 de 23 de maio de 2005. 
• As regiões do Norte Goiano e do Nordeste Goiano, constantes no primeiro PPA (2000-2003), foram 
delimitadas em função de sua homogeneidade em termos de condições socioeconômicas e espaciais e 
como estratégia de planejamento para investimentos governamentais tendo em vista minimizar os 
desequilíbrios regionais. 
• As outras seis regiões foram definidas tendo como critério os principais eixos rodoviários do Estado. 
Todos os municípios cujas sedes utilizam o mesmo eixo rodoviário para o deslocamento à Capital do Estado 
foram considerados pertencentes a uma mesma região de planejamento. 
 
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CONSEQUÊNCIAS DESSE PROCESSO 
Contudo, todo esse aparente progresso não traz só benefícios, pois de acordo com Matos (2006, p. 
71), “muito embora a modernização tenha atingido direta ou indiretamente todo o país, está se processou 
de forma espacialmente concentrada e socialmente seletiva”, o que a torna conservadora e excludente 
(GRAZIANO DA SILVA, 1982). E isto gerou problemas sociais graves tanto de âmbito rural quanto urbano. 
Como exemplo disso, temos os processos de “metropolização” e “periferização” desenvolvidos na 
capital goiana, que hoje já conta com mais de 1,5 milhões de habitantes, chegando a mais de 2,5 milhões 
se incluirmos na contagem a população total de sua região metropolitana. 
E em consonância com o que tem ocorrido em nível nacional, as cidades que compõem a Região 
Metropolitana de Goiânia têm crescido em ritmo mais acelerado que a própria capital nas últimas duas 
décadas. Neste processo Goiânia se tornou uma cidade desigual e segregada, marcada pela diferenciação 
espacial entre o centro e a periferia (GOMES, 2007). 
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Isso ocorre devido ao intenso processo de valorização do solo nas cidades, que se dá por que: “O 
espaço urbano aparece como movimento historicamente determinado num processo social. O modo de 
produção do espaço contém um modo de apropriação, que hoje está associado à propriedade privada da 
terra”. Esse processo tem forçado, dia após dia, a população de baixa renda a se direcionar para as áreas 
mais afastadas das porções centrais de Goiânia ou mesmo para suas vizinhas, como Aparecida de Goiânia, 
Senador Canedo e Trindade. 
A consequências do processo de modernização agrícola de Goiás e de sua urbanização, 
amplamente induzida pelo primeiro processo, ocorrem, segundo Oliveira (2001), porque: o progresso nos 
moldes ocidentais remete à ideia de crescimento econômico, sendo medido pelo acúmulo de riquezas 
materiais produzidas ou apropriadas. Assim, um povo desenvolvido seria aquele que acumularia maior 
riqueza. Não há vinculação direta com o bem-estar social e ambiental, muito embora se espere que esses 
objetivos sejam também atingidos através da riqueza econômica. 
Diante de tudo isso, podemos dizer com base em Freitas (2007) que: devemos compreender o 
processo de urbanização menos como causa do que consequência da modernização econômica do 
território. Essa urbanização deriva portanto das novas necessidades de uso do território no sentido de 
favorecer a circulação de mercadorias e, por conseguinte, a realização da mais-valia social nesse processo 
de circulação. Toda a estrutura desenvolvida a partir do processo de urbanização tem como objetivo 
primordial à organização do território para absorver os processos engendrados pela nova dinâmica 
econômica. 
Sendo assim, podemos relacionar o que Morais (2006) chamou de “captura do território goiano pelo 
capital”, com o processo de urbanização de nosso estado. Isso porque, conforme Goiás foi se consolidando 
nas relações de mercado, o seu papel na atual divisão nacional e internacional do trabalho – o de produtor 
e exportador de gêneros agropecuários, industrializados, semi-industrializados e mesmo não- 
industrializados – foi também dando forma ao seu processo de urbanização. As cidades cresciam devido ao, 
cada vez mais intenso, êxodo rural, condicionado pela modernização do campo. 
O abandono forçado ou “espontâneo” do espaço agrário goiano, somado ao aumento da migração 
inter-regional em direção a nosso estado, teve papel importante na consolidação da RMG e da Região do 
Entorno de Brasília. Todos esses fatores condicionaram o desenvolvimento urbano de Goiás como um 
processo desigual e concentrador tanto de renda, quanto de pessoas. 
 
 
 
 
 
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6º PONTO: ASPECTOS DA FORMAÇÃO POLÍTICA E POPULACIONAL DE GOIÁS. 
O POVOAMENTO BRANCO, OS GRUPOS INDÍGENAS, A ESCRAVIDÃOE CULTURA NEGRA 
EM GOIÁS 
Goiás fora descoberto por paulistas e era um terreno teoricamente pertencente à Capitania de São 
Paulo. Por isso, de início, foi considerado um território de minas dentro da Capitania de São Paulo. Depois 
de vinte anos, Goiás tinha crescido tanto, em população e em importância, que não podia continuar sendo 
governado à distância por São Paulo. A Corte portuguesa decidiu tornar Goiás independente de São Paulo, 
elevando-o à categoria de Capitania. O território goiano passou então a ser denominado Capitania de Goiás, 
título que conservaria até a independência, quando se tornou Província. 
A POPULAÇÃO DE GOIÁS 
• A primeira informação sobre a população de Goiás são os dados da capitação de 1736, havia mais de 
10.000 escravos adultos. O total da população? Menos de 20.000, pois os escravos deviam constituir mais 
da metade da população. 
• Entre 1750 e 1804, parece que a decadência da mineração se traduziu numa diminuição da população. 
• Não se importavam mais escravos para suprir as mortes, bastantes brancos e livres emigravam para outros 
territórios. O censo de 1804 deu 50.000 habitantes para Goiás. Uma diminuição de quase 20%. 
• No censo de 1940, só quatro cidades passavam dos 7 mil habitantes: Goiânia, 15 mil, Anápolis, 9.500, 
Goiás, 8 mil e Ipameri, 7 mil. 
AS CLASSES DIRIGENTES: O POVOAMENTO BRANCO 
• Os brancos foram sempre uma minoria, mas com a decadência da mineração, está minoria foi-se tornando 
cada vez mais exígua. Ao acentuar-se a decadência, muitas famílias brancas migraram para outras regiões. 
Em 1804, os brancos constituíam pouco menos de 14% da população. 
• Mesmo entre os brancos a pobreza era geral, mas ser branco continuava sendo uma honra e um privilégio, 
contam os historiadores. 
• Os dias de apogeu da mineração foram breves. Então, ser rico, “mineiro poderoso” era possuir 250 
escravos ou mais. Não faltaram mineiros que em Goiás possuíam este número de escravos. Com a 
decadência, tornaram-se raros os que tinham 12 escravos. 
A ESCRAVIDÃO E A CULTURA NEGRA 
A que se devia esta tendência à diminuição do número relativo de escravos nos territórios de 
mineração? A várias causas, decorrentes todas da própria decadência da mineração. Podemos analisar 
como mais importantes. 
A diminuição ou estancamento na importação de escravos. Em Goiás deixaram de importar-se 
escravos a partir de 1775, pois a decadência em produção e produtividade das minas fazia com que os 
mineiros tivessem perdido todo crédito junto às companhias importadoras de escravos. Não entretanto novos 
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escravos, e sendo a taxa de natalidade entre eles bastante inferior à do resto da população, é lógico que a 
longo prazo a proporção da população escrava tendia a diminuir. 
• A diminuição da produtividade do trabalho escravo: Ao diminuir a produtividade, chegava um momento 
em que o trabalho escravo quase não pagava os próprios custos e, resultava mais barato, e sobretudo mais 
seguro, o trabalho assalariado ou semi-assalariado. 
• A compra da liberdade: O regime de trabalho do escravo nas minas era realmente duro e desumano, 
mas tinha algumas compensações com o respeito ao escravo destinado a outras ocupações. O escravo 
podia trabalhar para si em dias de feriados e em horas extras. 
• A miscigenação: Pelos registros dos batizados, podemos constatar como esta situação era parecida em 
Goiás. Estes filhos de escrava com branco às vezes recebiam a liberdade no momento do batizado, outros 
ficavam escravos toda a vida. 
• O tipo de trabalho: O controle rigoroso do trabalho escravo, próprio à mineração e à lavoura de 
monocultura, era praticamente impossível na pecuária extensiva. 
A vida do escravo nas minas era extraordinariamente dura. 
• Em primeiro lugar todos os males do garimpo: trabalho esgotador, má alimentação, as graves doenças. 
A isto há que acrescentar os males da falta de liberdade: arbitrariedades, castigos. Eram considerados mais 
como cousas que como pessoas. 
Em consequência do árduo trabalho e da escassez de vantagens que habitualmente lhes cabiam por 
sorte – escreve Boxer -, a vida de um escravo trabalhador era, quase sempre, sórdida, brutal e curta. 
Martinho de Mendonça, depois de fazer exaustivas investigações em Minas Gerais, no ano de 1734, 
declarou que os senhores não esperavam, normalmente, conseguir mais de doze anos de trabalho dos 
escravos que compravam. 
Uma das formas de resistência do negro contra o regime escravocrata era a formação dos 
quilombos. Os quilombos eram formados pelos negros que recusavam a exploração do regime e fugiam 
para as florestas de difícil acesso, formando comunidades. 
Após a abolição da escravatura, o quilombo continuou sendo, para muitos, a única forma de 
sobreviver em liberdade, uma vez, que os libertos foram jogados nas ruas sem nenhuma assistência. 
Atualmente, os remanescentes dessas comunidades quilombolas têm seus direitos assegurados pela 
Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010 (Estatuto da Igualdade Racial), suas manifestações culturais e modo 
de vida são protegidos pelo Estado. De acordo com o Ministério da Cultura (2014), atualmente há no Brasil 
2.408 comunidades quilombolas certificadas pela FCP (Fundação Cultural Palmares) em 24 unidades da 
federação, dessas, 207 comunidades têm título definitivo do território. 
No Estado de Goiás, segundo dados da SUPIR – Superintendência de Promoção e Igualdade Racial, 
existem 135 comunidades quilombolas reconhecidas pela FCP, distribuídas em 35 municípios. 
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O maior aglomerado quilombola do Brasil fica em Goiás, a Comunidade Kalunga que 
consequentemente também é a maior em extensão populacional com cerca de 4 mil pessoas. 
A Comunidade Kalunga está localizada nos municípios de Teresina, Monte Alegre e Cavalcante, 
situados no norte do Estado de Goiás e sul do Estado do Tocantins. As áreas destinadas aos Kalungas 
foram reconhecidas pelo governo do estado em 1991 e correspondem a 253.191 hectares de terras. 
As manifestações culturais da comunidade Kalunga se caracterizam pelo trabalho coletivo, a maioria 
das festas estão ligadas à divindades católicas. 
A maioria das festas já se realizavam nas sociedades antigas como forma de agradecer pela colheita 
e condições climáticas para o cultivo, contudo, eram consideradas práticas pagãs que foram assimiladas 
pelo Catolicismo, nesse sentido, nas festas religiosas da Comunidade Kalunga as práticas de matriz 
africanas estão indissociáveis do catolicismo. 
• As principais festas são: Festa de São João, Nossa Senhora das Neves, Nossa Senhora d‘Abadia, Nossa 
Senhora do Livramento, Nossa Senhora Aparecida, São Sebastião, Folia de Reis, Folia do Divino Espírito 
Santo e São Gonçalo, dentre outras. 
A SOCIEDADE MESTIÇA 
Ao mesmo tempo que diminuía o número de escravos, aumentava, como é lógico, o número de 
negros livres ou “forros”. Na capitação de 1745, os negros “forros”, que pagaram capitação, foram 120, e o 
número de escravos chegava quase a 11.000. No recenseamento de 1804, os negros livres eram em número 
de 7.936, 28% do total de negros. 
Maior era, ainda, a progressão dos mulatos. A ausência de mulheres brancas nas minas foi a 
determinante de uma mestiçagem, em grande escala, entre branco e negros, até então desconhecida no 
Brasil. 
Depois de algum tempo, havia mulatos em todos os níveis da sociedade: no exército, no sacerdócio, 
entre os grandes proprietários. Mas nem o negro livre, nem o mulato eram socialmente bem aceitos. 
Escravos, negros e mulatos apareciam muitas vezes equipados nas expressões correntes e mesmo nos 
documentos oficiais, como formando a ralé da sociedade. 
OS ÍNDIOS 
• Ao tempo da chegada dos bandeirantes, eram numerosas as tribos de índios em Goiás, cobrindo todo o 
seu território. Podemos citar entre as mais importantes: Caiapó,

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