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TCC- POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES AUTISTAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL-FORMATADO

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PEDAGOGIA
ALINE CRISTINI RIBEIRO BUENO D7935F9
CAROLAINE VEDOVETO GIANNONE D845900
CAROLYNE SOARES BERTOLDO GODINHO D1333E6
JÉSSICA SOARES TRINDADE D79GCG1
KELI CORRÊA SILVA D62ECA7
MIRIA GOMES DE OLIVEIRA MARIANO D82AHE0 
METODOLOGIAS ATIVAS: POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES AUTISTAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
JUNDIAÍ/SP
2020
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PEDAGOGIA
ALINE CRISTINI RIBEIRO BUENO D7935F9
CAROLAINE VEDOVETO GIANNONE D845900
CAROLYNE SOARES BERTOLDO GODINHO D1333E6
JÉSSICA SOARES TRINDADE D79GCG1
KELI CORRÊA SILVA D62ECA7
MIRIA GOMES DE OLIVEIRA MARIANO D82AHE0 
METODOLOGIAS ATIVAS: POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES AUTISTAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Pedagogia, da disciplina Projeto e Prática de Ação Pedagógica, da Instituição Universidade Paulista de Jundiaí
 Orientadora: Professora Célia Roncato
JUNDIAÍ/SP 
2020
Folha de Catalogação
ALINE CRISTINI RIBEIRO BUENO D7935F9
CAROLAINE VEDOVETO GIANNONE D845900
CAROLYNE SOARES BERTOLDO GODINHO D1333E6
JÉSSICA SOARES TRINDADE D79GCG1
KELI CORRÊA SILVA D62ECA7
MIRIA GOMES DE OLIVEIRA MARIANO D82AHE0 
METODOLOGIAS ATIVAS: POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO DE ESTUDANTES AUTISTAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Graduação em Pedagogia, da disciplina Projeto e Prática de Ação Pedagógica, apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Aprovado em ______de_______________de 2020
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________
Profa. 
_____________________________________
Profa. 
_____________________________________
Profa. 
		São Paulo, ___de ____________de2020
	Dedicamos este trabalho para a pessoa que desde o primeiro instante que a conhecemos transbordou paixão, dedicação e extremo cuidado com a Arte de ensinar, principalmente quando nos conta de suas experiências com a Educação Inclusiva, onde aos poucos nos inspirou e nós fez entender o real significado da nossa profissão, nós fez ver que nossa arte está além do ABC, temos o poder de destruir muros e construir pontes infinitas, onde guiamos nossos alunos para a realização de seus sonhos, mostrando que nada é impossível quando se tem determinação.
	E com esses pensamentos e sensações, nós fez seguir em frente, mesmo em meio a greves, pandemia e instáveis conexões de internet, se dedicou para construir a ponte em nossas vidas, nos mostrando sempre o melhor caminho e o certo a se fazer, agradecemos de todo o coração por termos você Professora Célia Roncato, em nossas vidas.
AGRADECIMENTOS 
À Deus por iluminar, dar energia, saúde, e força para enfrentarmos cada obstáculo e concluir este trabalho.
A nossos familiares e amigos que nos apoiaram em cada etapa do curso, principalmente na realização do trabalho, que não nos deixaram desistir, sempre nos motivando.
À orientadora Célia Roncato, pelas dicas, explicações, atenção, orientações dadas em todo processo de realização do trabalho e por conduzir nossa equipe com muita responsabilidade, paciência e carinho.
A todos os professores do curso de Pedagogia da Universidade Paulista UNIP, que compartilharam seus conhecimentos e deram todas as orientações necessárias, que permitiram a entrega deste trabalho.
A todos que forneceram informações, ideias e colaboraram com nossa pesquisa.
Enfim a todos que contribuíram nesta parte tão importante do curso.
RESUMO
Nessa pesquisa, propomos discussões destinadas à educação matemática, com o objetivo de analisar o processo de ensino e de aprendizagem de alunos autistas, numa perspectiva inclusiva; entendemos que um dos maiores obstáculos enfrentados pelas instituições de ensino para incluir um aluno que possui algum tipo de deficiência no ambiente escolar, é a dificuldade que os professores encontram para lidar com essa temática, muitas vezes sentindo-se despreparados, esquecendo-se de direcionar o olhar para as habilidades de todos os alunos. Neste sentido, através de indagações centradas nas potencialidades de todos os alunos, propomos com o estudo apresentar práticas educativas que possam possibilitar o desenvolvimento cognitivo, afetivo, psicológico e social do aluno. Então, existe a necessidade da utilização de mecanismos que auxiliem o desenvolvimento dos alunos com público alvo da educação especial para que possam se desenvolver integralmente, como por exemplo, o uso de recursos digitais e da tecnologia como sintetizadores de voz, computadores, tablets, os softwares ou aplicativos que permitem a comunicação e a aprendizagem de crianças, especificamente de estudantes com autismo. 
Nesse contexto, alguns caminhos por nós adotados foram o uso desses recursos, por acreditarmos que possam contribuir para a inclusão, aprendizagem e desenvolvimento do aluno. O destaque foi para o uso de aplicativos como auxiliar nos contatos com os conhecimentos e, também, um momento de todos os estudantes interagirem, permitindo que desenvolvam habilidades de relacionamento interpessoal, facilitando o processo de alfabetização e o de socialização. Os aplicativos disponibilizados tendem a auxiliar os alunos na aprendizagem, além de possibilitar a aprendizagem de maneira divertida, contribuindo para a produção do conhecimento, principalmente na aprendizagem matemática, permitindo que o estudante construa conceitos matemáticos, se desenvolva academicamente, mostrando maior interesse e participação nas aulas. 
Os resultados revelam evidências de que o estudante com autismo tende a aprender com maior facilidade quando utilizando recursos que lhes permitam uma maior participação ativa na construção da própria aprendizagem, especificamente os jogos digitais. Entendemos, então, que estas tecnologias digitais não somente são importantes para o aluno autista, mas para todos pois possuem uma diversidade enorme de atividades que favorecem a aprendizagem.
Palavras-chaves: Educação Inclusiva. Aprendizagem Matemática. Estudantes com Transtorno do Espectro Autistas. 
ABSTRACT
In this research, we propose discussions aimed at mathematics education, and in this context our goal is to analyze the teaching and learning process of autistic students, in an inclusive perspective; we understand that one of the biggest obstacles faced by educational institutions to include a student who has some kind of disability in the school environment, is the difficulty that teachers find to deal with this theme, often then feeling unprepared, forgetting to look at the skills of all students. In this sense, through inquiries centered on the potential of all students, we propose with the study to present educational practices that that can enable the cognitive, affective, psychological and social development of the student. Thus, there is a need to use mechanisms that assist the development of students with a special needs education so that they can fully develop, such as, for example, the use of digital resources and technology such as speech synthesizers, computers, tablets, software or applications that allow children to communicate and learn, specifically students with autism. 
In this context, some ways we adopted were the use of these resources, as we believe that they can contribute to the inclusion, learning and tools of the student. The highlight was the use of that equipment in contacts with knowledge and also a moment for all students to interact, allowing them to develop interpersonal skills, facilitating the process of literacy and socialization. The available applications tend to assist students in learning, in addition to enabling learning in a fun way, contributing to the production of knowledge, especially in mathematical learning, allowing the student to build mathematical concepts, develop academically, showing greater interest and
participation in classes. 
The results reveal evidence that the student with autism tends to learn more easily when using resources that allow them to participate more actively in the construction of their own learning, specifically digital games. We understand, then, that these digital technologies are not only important for the autistic student, but for everyone because they have a huge diversity of activities that favor learning.
Keywords: Inclusive Education. Mathematical Learning. Students with Autism.
LISTA DE ILUSTRAÇÃO
QUADRO 1 - FACILITADOR PAUTA DO OLHAR: CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS	20
QUADRO 2 - EXEMPLOS DE JOGOS	42
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BNCC - Base Nacional Comum Curricular
CADEME - Campanha Nacional de Educação e Reabilitações de deficientes mentais
LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC – Ministério da Educação
TEA - Transtorno do Espectro Autista
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	13
CAPÍTULO 1 – ASPECTOS EDUCACIONAIS BRASILEIROS	15
1.1	A História da Educação	15
1.2	A Educação no Brasil	18
1.3	A Educação Matemática	22
1.4	A Organização do Trabalho Pedagógico	24
CAPÍTULO 2 – EDUCAÇÃO INCLUSIVA	26
2.1	Educação Inclusiva das Pessoas com Deficiências	26
2.2	A Educação Inclusiva no Contexto Histórico do Brasil	27
2.3	A Educação Inclusiva e o Transtorno do Espectro Autista	35
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIAS ATIVAS: POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM	39
3.1	Metodologias Ativas e o Aluno Autista	39
3.2	Tecnologias Digitais, Autistas e Matemática	40
4	CONSIDERAÇÕES FINAIS	45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	47
INTRODUÇÃO
A revista Mundo da Inclusão, da Editora Minuano (ano 3 – n. 35), apresenta uma entrevista realizada com uma pedagoga que descreve os primeiros momentos vivenciados com uma aluna autista, e sua experiência em relação ao ensino e a aprendizagem dessa aluna. Ela relata que quando conheceu a aluna Nina, procurou se informar, buscando por pesquisas e relatos; entretanto, o que ela encontrou foram informações de cunho médico, provocando a impressão de que sua aluna iria viver num mundo a parte, com pouco contato afetivo e sem expressar seus desejos. Mas com o passar do tempo, a convivência com Nina mostrou que cada indivíduo tem suas particularidades e que não se deve apoiar em diagnósticos. A pedagoga enfatiza que a experiência com a estudante lhe trouxe muitos ganhos e acrescenta que aprendeu a estar atenta ao foco de preocupação, pois segundo ela todos os alunos devem ser privilegiados com carinho e atenção às suas necessidades e questões individuais.
A entrevista nos permitiu entender a necessidade de pesquisas e estudos que ampliassem nossa visão a respeito da inclusão de estudantes com deficiência na escola regular, especificamente os estudantes com Transtorno Global do Desenvolvimento. Desta forma, o estudo tem por objetivo analisar o processo de ensino e de aprendizagem de alunos autistas, numa perspectiva inclusiva; para isso vamos averiguar as dificuldades enfrentadas por estes alunos ao longo da história da educação, no que diz respeito ao processo de ensino e aprendizagem, visando essa inclusão no âmbito escolar. Com práticas pedagógicas diversas, consideramos a possibilidade de auxiliar os professores no lidar com alunos com TEA.
Tomamos como ponto de partida a Educação Matemática por admitirmos uma maior dificuldade dos alunos, de uma maneira geral. Buscamos, então, considerar a possibilidade do uso de metodologias ativas como uma proposta com possibilidades inclusivas, além de inovadoras. Entendemos que a adoção de tecnologias digitais e jogos, pode ser uma forma de incluir todos os alunos em um único ambiente. 
Nossas indagações centram-se na importância de direcionar a educação para as capacidades dos alunos e não para as impossibilidades; neste sentido, embasamos nossas indagações nos questionamentos: quais as possibilidades de aprendizagem de um aluno com autista? Quais os possíveis caminhos pedagógicos que um professor pode utilizar para que essa inclusão seja efetiva? 
Assim, no capítulo 1 descrevemos a trajetória da educação ao longo dos tempos, trazendo um conhecimento geral sobre o que a literatura apresenta a respeito da educação, destacando as principais civilizações que praticaram a educação, perpassando pela Europa até chegar as Américas. Além disso, propomos reflexões a respeito dos processos de ensino e de aprendizagem dos anos iniciais do ensino fundamental, tendo sempre o foco na educação matemática.
No capítulo 2, descrevemos os propósitos da educação inclusiva no contexto educacional ao longo dos anos no Brasil: como surgiu, quais práticas deram origem ao que chamamos hoje de educação inclusiva, destacando as políticas públicas que regem esse modelo educacional e quais os objetivos, apontando algumas das obstáculos que precisam ser derrubados. Ainda neste capítulo, centralizamos nosso estudo no Transtorno do Espectro Autista (TEA), contando um pouco sobre as dificuldades que os alunos autistas enfrentam nas escolas de ensino regular, destacando a necessidade de práticas educativas inclusivas e inovadoras.
No capítulo 3, apresentamos algumas possibilidades de aprendizagem matemática utilizando metodologias ativas, que possam atender as necessidades de cada aluno; entendemos como caminhos alternativos o uso de recursos tecnológicos, especificamente com jogos, destacando a importância de um olhar reflexivo do professor, visando estimular e diminuir as barreiras que venham a dificultar a aprendizagem dos alunos.
CAPÍTULO 1
ASPECTOS EDUCACIONAIS BRASILEIROS
Recomece, se refaça, relembre o que foi bom, reconstrua cada sonho, redescubra algum dom, reaprenda quando errar, rebole quando dançar, e se um dia, lá na frente, a vida der uma ré, recupere sua fé e RECOMECE novamente. Recomece (BESSA, 2018)
No capítulo 1 propomos um estudo relacionado à educação, expondo a evolução desde os primórdios da civilização, apresentando as mudanças educacionais que ocorreram, tendo como início a educação no Antigo Eito. A partir daí, temos um parâmetro de como a educação mudou no decorrer dos tempos, até os dias atuais, com a visão de formar cidadãos críticos e com a autonomia. Na sequência, apresentamos reflexões voltadas à educação de um modo geral.
1.1 A História da Educação
	O ser humano ao longo dos tempos desenvolveu maneiras e formas de se comunicar, de ler, de escrever, de desenhar, de calcular, de criar, plantar, ou seja, as primeiras civilizações possuíam conhecimentos acumulados, transmitidos de geração em geração. Hoje a história da educação é dividida em alguns períodos históricos, que apresentaremos a seguir.
	Segundo Manacorda (2010), a educação no Antigo Egito acontecia no seio familiar, entre as classes nobres, tendo como finalidade o poder, de forma que o ensino era constituído de preceitos comportamentais e morais, sendo rigorosamente passados de pai para filho e de mestre para discípulo. 
	Os jovens, então, eram formados na educação militar, ensinados e treinados para o combate, aprendendo a correr, a caçar, a pescar e a atirar com arco. Mais tarde esse treinamento militar para a guerra dá origens às competições e duelos esportivos da época.
	Com a necessidade de pessoas para ocupar cargos administrativos no governo, os jovens começaram a ser educados para o ofício de escriba (curiosidade... a pessoa que queria desempenhar a profissão de escriba estudava 14 anos para aprender os hieróglifos), aprendendo a ler escrituras antigas e a escrever nos rolos de papiros, os quais se apropriavam da cultura do conhecimento e da sabedoria ao ler os escritos antigos. 
	Com relação à educação na Grécia, Manacorda (2010), ressalta que ainda se seguia o modelo do Antigo Egito, onde o principal objetivo era educar para o poder. Mas com o passar do tempo, surgiu a escola Pitagórica, propondo uma nova concepção de educação, tendo o jovem como fundamento da sociedade. Nessa escola havia quatro graus de instrução, os matemáticos, os físicos, os músicos e os cientistas.
	Em Roma, a
primeira educação acontecia na família, por intermédio da mãe, que até os sete anos de idade de seus filhos, ela era responsável por cuidar e ensinar. Nessa primeira infância, as crianças tinham contato com as letras do alfabeto, com jogos e brincadeiras. Após os sete anos, a responsabilidade de educar os filhos, era do pai, ele quem ensinava a educação religiosa, moral e cívica, como apresenta Manacorda (2010).
	Assim, como na Grécia, em Roma também havia a educação física, permitida somente para os homens, que eram preparados para a guerra. A educação na escola era também para homens e tinha como objetivo formar um homem completo, que aprendia um pouco de tudo, língua, leitura, escrita, gramática, música, dança, ciências naturais, astronomia, filosofia, matemática, geometria e lógica. Manacorda (2010) destaca que nessa época era muito comum o castigo e a punição nas escolas, pautada numa educação tradicional, baseada na repetição e memorização. Esses aspectos, hoje tidos como aspectos negativos da educação causavam tédio e medo, fazendo com que os alunos não gostassem de frequentar a escola.
	Com o passar do tempo surgem as escolas cristãs, com o objetivo de ensinar a doutrina da nova religião. Nesse período entra em discussão qual deveria ser a função da escola cristã. Alguns padres aceitavam o ensino comum de gramáticas e ciências, já outros tinham resistências, pois acreditavam que nas escrituras sagradas continha tudo o que se deveria aprender.
	Com relação a idade média, foi um período que durou vários séculos. O estado e a igreja cristã tiveram seu poder enfraquecido, porém a administração do domínio foi parar nas mãos de romanos e, através disso, surgiu novas iniciativas para se concretizar novamente os modelos de educação cristã. Manacorda (2010, p.114) esclarece que a função o ofício de ensinar [...] “diversamente dos antigos levitas do povo hebraico, não é conquistada exercendo primeiramente a força das armas. O “dizer” e o “fazer” aqui são nitidamente distintos: isto é típico da sociedade cristã”. 
	O autor descreve, ainda, que a cultura monástica possui uma estrutura de vida rigorosa com a base de regras e punições severas. Os pais ofereciam seus filhos ainda pequenos aos conventos para uma vida monástica. Sobre os membros do clero regular, os monges, existiam os leigos e os intelectuais. Com o passar dos anos houve a revolução que sucedeu a abertura da educação para todos, em especial as classes subordinadas e inferiores.
Em meados entre o século VIII ao século XI, a igreja de Roma permaneceu como a principal fonte de instrução. Segundo Manacorda (2010, p.142) [...] “A ciência é dom de Deus, portanto não pode ser vendida”.
	 Contudo, ao longo do tempo, ser mestre tornou-se uma função de dignidade e, com o tempo os mestres começaram a vender seus ensinamentos, sendo esta a principal característica da época feudal. Na metade do século XI surgiram as universidades medievais com o ensino das artes liberais, medicina e jurisprudência. 
	Na Idade Moderna, a escola ainda tinha grande influência da igreja, sendo dirigida por papas e monges. Durante o processo de evolução da sociedade e do mundo, a educação vai se modernizando e, através das literaturas, vão surgindo novos conteúdos conforme a necessidade e os interesses das classes emergentes. O movimento do humanismo surge com a volta da leitura dos clássicos, latinos e gregos, e com esses clássicos, surgem homens intelectuais e grandes pensadores.
	Os tempos foram passando e, na Idade Moderna, o marco de transformação foi a preocupação com a educação, em que as famílias percebem que o fundamental para os novos tempos não era só a educação social da criança, mas também o ensino da cultura, ideologia e uma profissão, mudanças impostas como reflexo das alterações dos pensamentos sociais. A moral da época permitiu que as famílias vissem as crianças como um ser pertencente à sociedade, e a atenção passa a ser não apenas para o primogênito, mas para todos os filhos que o casal viesse a ter. Ao lado da família a escola participava e instruía, formava e ensinava, mas não apenas conhecimentos pedagógicos, como também comportamentos sociais que se uniam a aprendizagem de diversos saberes. Aranha (1989, p.104) esclarece que [...] “Educar se torna uma questão de moda e uma exigência dentro da nova concepção de homem”.
	Nos séculos XVI e XVII o que definiu a educação foi a criação da classe escolar, com o objetivo de separar os alunos de acordo com as diferentes idades e com a implantação de uma nova pedagogia, além de reconhecer a infância como um período de aprendizado sistematizado, o que foi o primeiro passo para a evolução escolar, pois até então, crianças, jovens e adultos eram acolhidos num mesmo espaço escolar.
	Apesar da preocupação com a educação de crianças e adolescentes, a escola dessa época ainda passou por muitas transformações, tanto positivas quanto negativas, até chegarmos ao período contemporâneo, marcado pela busca em romper com o formato de um ensino tradicional caminhando para um ensino que atendesse as reais necessidades do aluno. Com o passar do tempo a igreja perde o poder sobre as escolas, passando estas a serem de responsabilidade do estado.
	Quais os principais destaques para a educação no Brasil? Na sequência, abordaremos os levantamentos históricos para a educação no Brasil.
 
2 
1.2 A Educação no Brasil
	A educação no Brasil teve início com os indígenas que orientavam e ensinavam suas crianças para o trabalho na aldeia, tais como: pescar, caçar, cozinhar entre outras atividades.
	Com a chegada dos Jesuítas no território brasileiro em 1549, criou-se a primeira escola elementar localizada em Salvador. Os jesuítas ficaram no Brasil 210 anos e, no ano de 1749, foram expulsos por Marquês de Pombal que, no ano de 1759, publica um decreto que fecha todas as Escolas Jesuíticas, ficando desta forma a educação brasileira inexistente durante um período. Em 1808, com a chegada da família Real Portuguesa, a situação da Educação Brasileira avança consideravelmente e para atender às necessidades da corte portuguesa, são criadas escolas de medicina, empresas e academias militares, Aranha (1996, p.150) acrescenta que [...] “no século XIX ainda não há propriamente o que pode ser chamada de uma pedagogia brasileira”.
	A Era Vagas, após a Primeira República, traz uma revolução, criando o Ministério da Educação e Saúde Pública. Um ano depois, também foi implantada a Reforma de Francisco Campos, organizando o ensino secundário e superior. Com o fim da Era Vargas, em 1954, surge uma estrutura de educação composta por ensino primário, ensino ginasial e o ensino colegial com duração de três anos.
	Dez anos depois acontece uma Intervenção Militar e, durante esse período, a educação enfrentou alguns desafios principalmente no que diz respeito a alfabetização de crianças, jovens e adultos, em função da enorme dificuldade de acesso ao ensino público. Em 1985, com o fim desse regime, a educação foi repensada surgindo várias propostas, entre elas a efetivação do direito fundamental de todos os cidadãos serem atendidos com um ensino gratuito e laico mantido pelo estado.
	No ano de 1988, com a criação da Constituição Cidadã, surgem leis para reger a educação, que passa a se destacar como um direito de todos. A responsabilidade da educação é dever do estado e da família, sendo ela fomentada pela sociedade, ou seja, a educação se molda de acordo com as necessidades da sociedade. As discussões dos propósitos de educação para todos envolveu a educação dos estudantes com deficiência, fato que abriu novas possibilidades educacionais como veremos logo adiante. 
	No ano de 1971 é estabelecido a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), essa lei determinou que o objetivo da primeira etapa da educação infantil, seria o desenvolvimento integral da criança até os cinco anos, complementando a ação da família e da comunidade, e nos anos seguintes deveria ser vinculada ao mundo do trabalho e à prática social. A educação era dividia em 1º e 2º grau, no
1º grau a educação era geral e no 2º grau a educação qualificava para o trabalhado e preparava para o exercício da cidadania.
	Todos esses períodos históricos, como revoluções e reformas, contribuíram para a formação da educação dos dias atuais, todo esforço e luta para que a educação fosse um direito de todos, priorizando o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e moral.
	A educação infantil é uma etapa muito importante na formação do indivíduo. Os pais e responsáveis, coordenadores pedagógicos e os professores devem cuidar, observar a atmosfera escolar e analisar como as crianças estão inseridas no universo da educação, para melhor atender ao desenvolvimento delas na construção de sua totalidade e autonomia. No artigo 29, da Lei nº 9.394, diz que:
[...] A Educação Infantil é conceituada como a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos e sociais, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996).
	Através da alfabetização, a criança aumenta a percepção do mundo em que vive, busca por novos desafios, apresenta curiosidade e sente mais necessidade de apreender mais sobre o mundo; assim, o educador deve estimular a criança com a pré-leitura e pré-escrita, apresentando os materiais educacionais indicados. De acordo com Teberosky (2005), o ambiente alfabetizador.
[...] é aquele em que há uma cultura letrada, com livros, textos digitais ou em papel, um mundo de escritos que circulam socialmente. A comunidade que usa a todo momento esses escritos, que faz circular as ideias que eles contêm, é chamada alfabetizadora (TEBEROSKY,2005).
	Desta forma a criança terá maior facilidade em aprender no período do ingresso ao término escolar, interagindo com o meio educacional. A aprendizagem na educação infantil deve partir de uma proposta pedagógica, que tenha como princípio o respeito ao âmbito social no qual a criança vive, bem como, valorizando o saber, o conhecimento que ela traz para a escola.
	Os educadores que trabalham com as crianças, precisam se conscientizar de que o seu trabalho não é apenas preparar as crianças para as séries iniciais do ensino fundamental, e sim para o resto de suas vidas, pois a aprendizagem das séries iniciais será a base do pilar para as demais séries vindouras.
	O Quadro 1 “PAUTA DO OLHAR: CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS”, é elaborado seguindo a sugestão da BNCC Brasil (2018), com intuito de auxiliar os professores a identificar os desenvolvimentos das crianças.
QUADRO 1 - FACILITADOR PAUTA DO OLHAR: CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS
	CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS
	DO QUE SE TRATA? O QUE AS CRIANÇAS NAS CONTAM? O QUE OBSERVAR?
	O EU, O OUTRO, O NÓS
	Percepção do próprio corpo, limites, habilidades e singularidades.
	Expressão de sentimentos, desejos e necessidades. Percepção do efeito das próprias ações.
Ações de empatia.
	Pesquisa, curiosidade,
autonomia no brincar e nos
cuidados de si e do outro.
Colaboração e
compartilhamento.
	Relação: interação (adultos e
crianças). Brincadeiras individuais, lado a lado e em grupo.
	CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS
	Autonomia e segurança
para buscar objetos, pessoas, se deslocar e brincar
	O corpo que brinca, enfrenta
desafios e busca controle, posicionamento espacial, deslocamentos, adequação de gestos e movimentos.
	O corpo como comunicador:
gestos e movimentos expressivos.
	Cuidado com o próprio corpo, higiene, alimentação e bem estar.
	ESCUTA, FALA,
PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO
	Expressão oral e diálogo:
balbucias, fala e brincadeiras
com a oralidade.
	Narração de acontecimentos,
criação de enredos, recontos.
	Compreensão da fala do
adulto/outras crianças e
diferenciação da intenção do discurso
	Elaboração e expressão de
hipóteses e explicações.
	TRAÇOS, SONS, FORMAS E IMAGENS
	Brincadeira e pesquisa de
sons, ritmos, músicas, gestos, movimentos e dança.
	Pesquisa e experimentação
de marcas gráficas com diferentes riscadores e
suportes: texturas, planos, cores, formas e volumes.
	Exploração da transformação
de materiais (tintas, massas, argila), bi e
tridimensionalidade. Exploração de materiais de largo alcance ("não
estruturados").
	Faz de conta, fantasia e
imaginação, encenação, manifestações culturais, e artísticas.
	ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES E TRANSFORMAÇÕES
	Exploração das características dos objetos e materiais: odor, sabor, sonoridade, forma, peso, tamanho, posição, plasticidade etc. Posição, plasticidade etc.
	Vivência e pesquisa de transformação de materiais, fenômenos naturais (clima, tempo, relevo) físicos químicos. Elaboração de hipóteses (a partir de 24meses).
	Estratégias para realizar classificação, ordenação, transferência, medição, quantificação.
	Relação e experiências com a natureza, ciclos de vida, diversidade de espécies, relações entre seres vivos, ambiente, água, ar terra e fogo (luz, sol, energia).
	
	
	
	
	
FONTE: tempodecreche.com.br
	O quadro apresentado é um método utilizado para apoiar o professor no planejamento da prática educacional, para que, através do processo da observação o professor busque entender o que ainda não foi explorado. Através dos campos de experiências, planejamento, observação, olhar reflexivo e questionamentos, é possível avaliar como a criança pensa, age, cria, faz e interage.
1.3 A Educação Matemática 
Com base nos estudos apresentado no documento Base Nacional Comum Curricular (BNCC), podemos observar a importância da matemática no nosso cotidiano. Segundo a BNCC (BRASIL, 2017), todos os indivíduos devem ter conhecimento da matemática, pois ela está presente em tudo na nossa vida, mesmo que muitas vezes não fazemos essa relação; entretanto, isso pode acontecer nas pequenas tarefas, como por exemplo, ir ao mercado fazer compras. 
Não é raro observarmos estudantes questionando: para quê aprender matemática? Isso ocorre por não terem a noção do espaço ocupado pela matemática em nosso cotidiano. Usamos cálculos mentais programando um intervalo de tempo para chegar em determinado lugar ou mesmo fazer alguma atividade, como por exemplo nos cálculos de quantidades e medidas na elaboração de receitas culinárias. Em suma, um conhecimento necessário, como descreve a BNCC (2017).
O conhecimento matemático é necessário para todos os alunos da Educação Básica, seja por sua grande aplicação na sociedade contemporânea, seja pelas suas potencialidades na formação de cidadãos críticos, cientes de suas responsabilidades sociais (BRASIL,2017, p. 265).
Como podemos perceber os cálculos e números incentivam os estudantes a uma prática além dos muros da escola, em um aprender a ler e a escrever o mundo com a matemática. Essa leitura do mundo com a matemática é abordado pelos autores da BNCC (2017), como letramento matemático, que é o indivíduo possuir habilidade individual de perceber a matemática em vários contextos: desenvolver raciocínios lógicos, ter capacidade de relacionar o mundo real com o mundo abstrato, identificar e compreender o papel da matemática no mundo em que vivemos, ou seja, ler e escrever matematicamente.
A função do professor nos ensinos iniciais, por sua vez, é de preparar a cognição dos alunos, contribuindo para a formação deles como um todo e auxiliá-los no ingresso da sociedade como um cidadão crítico. Além disso, é válido trabalhar com a utilização de jogos que auxiliam a aprendizagem de maneira lúdica e divertida.
É também o letramento matemático que assegura aos alunos reconhecer que os conhecimentos matemáticos são fundamentais para a compreensão e a atuação no mundo e perceber o caráter de jogo intelectual da matemática, como aspecto que favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico e crítico, estimula a investigação e pode ser prazeroso (fruição) (BRASIL, 2017, P.266).
As competências que estão ligadas ao letramento matemático estão relacionadas á formação de indivíduos, que devem resolver problemas reais da sociedade. Dessas competências podemos citar: reconhecer que a matemática faz parte do nosso dia a dia, do nosso trabalho e contribui para
a solução de problemas e isso permanecerá durante a vida toda; Ter habilidades de raciocínio lógico, desenvolvidas em vários contextos; ter capacidade de argumentar com convicção, compreender vários campos da matemática; saber lidar com situações complexas; utilizar metodologias e tecnologias que auxiliam na resolução de problemas.
Já nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os estudantes começam a desenvolver habilidades de cálculos, criar hipóteses e decidir quais operações devem ser feitas na hora de resolver determinados problemas. Dessa forma para os autores da BNCC (2017), aprender matemática está atrelado a compreender conceitos matemáticos e, com a utilização de instrumentos pedagógicos diversificados, como os recursos com jogos, livros, vídeos e o uso da internet, pode ajudar o aluno a construir os conhecimentos.
Na Matemática escolar, o processo de aprender uma noção em um contexto, abstrair e depois aplicá-la em outro contexto envolve capacidades essenciais, como formular, empregar, interpretar e avaliar – criar, enfim –, e não somente a resolução de enunciados típicos que são, muitas vezes, meros exercícios e apenas simulam alguma aprendizagem (BRASIL, 2017, p. 277).
A esse processo de aprender podemos denominar de alfabetização, especificamente quando consideramos a matemática, podemos admitir a alfabetização matemática. É preciso, então, um planejamento adequado de cada etapa, que o docente deverá realizar na intenção de auxiliar o estudante nesse processo. O primeiro passo diz respeito ao ambiente; a sala de aula deve ser um ambiente formativo, pautado no processo de alfabetização e de expansão de habilidades, devendo contribuir para a imersão do aluno na apropriação de conhecimento de diferentes linguagens, como por exemplo, as gestuais, a escrita, a fala e, até mesmo, na linguagem dos números, formas e espaços, possibilitando ao aluno não só o conhecimento dos cálculos, mas a visão do mundo.
Ao docente compete, portanto, proporcionar ao discente um ambiente com diferentes objetos e instrumentos pedagógicos: cartazes, tabelas, jogos que destacam a ludicidade e a possibilidade de utilização de ambientes virtuais. As brincadeiras também podem acompanhar esse construir da aprendizagem matemática, pois através delas e adicionando o uso de músicas e danças, é possível desenvolver a interação e descobertas múltiplas em um único lugar. Essa organização do trabalho pedagógico na alfabetização matemática deve estar atrelada ao planejamento, organização da sala e a pesquisa quanto aos recursos disponíveis. 
1.4 A Organização do Trabalho Pedagógico
 
O planejamento deve envolver as diversas maneiras de estruturar o ensino para que o mesmo seja divertido e atrativo aos alunos, com propostas pedagógicas destacando a inovação e o uso de recursos metodológicos variados, sempre admitindo o aluno como ser ativo. É a valorização dos saberes que são construídos com base em uma postura investigativa e crítica, na qual o professor atua como mediador do conhecimento. 
Ao mesmo tempo, com o avanço dos conhecimentos tecnológicos, é natural que ocorram mudanças também educacionais. Então, um dos possíveis caminhos para a estruturação do ensino frente às mudanças sociais, é a utilização de denominadas de metodologias ativas. Bacich e Moran (2018) destacam a existência de uma considerável variedade de estratégias metodológicas, dentre elas os autores apontam para as metodologias ativas e as tecnologias digitais como um meio de auxiliar o estudante na aprendizagem. Uma pergunta se destaca: o que são as metodologias ativas?
Para essa compreensão, é importante entendermos no que consiste uma aprendizagem ativa. Bacich e Moran (2018, p.2) esclarecem que desde o nascimento, a pessoa está frente à aprendizagem ativa, com desafios “que ampliam nossa percepção, conhecimento e competências para escolhas mais libertadoras e realizadoras”. Neste sentido, os autores complementam, ainda, que as metodologias ativas constituem possíveis caminhos para que os estudantes tenham o contato com o conhecimento, e podem acontecer com materiais interessantes, estimulantes, impressos ou digitais, com desafios, tarefas, histórias, jogos, em um caminhar individual ou coletivo.
Bacich e Moran (2018, p.12) esclarecem que “a diversidade de técnicas pode ser útil, se bem equilibrada e adaptada entre o individual e o coletivo”; dessas técnicas, podemos citar o uso de jogos, histórias, abordagens com problemas, projetos, aulas invertidas, aprendizagem baseada em investigação e em problemas. A aula investida consiste nos estudantes pesquisar e compartilhar o conhecimento obtido por meio da pesquisa e o professor complementar, mediando na elaboração de novas práticas de aprendizagem, motivando e ajudando os alunos que desenvolvam autonomia perante os desafios futuros no ambiente de trabalho e na sociedade. O educador deve estimular os alunos com novos desafios, fugindo da metodologia tradicional de ensino. Através da utilização das plataformas digitais, como: jogos roteirizados, atividades de leitura, histórias, vídeos, etc., estando adequada a faixa etária de aprendizagem.
As atividades desenvolvidas com as técnicas para a aprendizagem ativa buscam, também, o estímulo e a socialização da aprendizagem, promovendo o acesso à informação, onde o lazer e as pesquisas se misturam. Atualmente no Brasil já temos algumas escolas com esta metodologia de ensino, as quais os alunos vêm se destacando das demais escolas, demonstrando a importância do modelo educacional ativo. O ensino e a aprendizagem da matemática diante desse contexto, com atividades diferenciadas, ajudam os alunos a desenvolverem habilidades como imaginação, memorização, noção de espaço e atenção, absorvendo o conhecimento de forma descontraída e dinâmica. 
Existem diversas maneiras e caminhos para se chegar ao desenvolvimento e autonomia da criança e, para nós, o uso de metodologias ativas e tecnologias digitais no processo de ensino e de aprendizagem se destacam como um meio alternativo, buscando suprir sua dificuldade de cada aluno e permitindo que ele se desenvolva tanto cognitivamente quanto socialmente.
CAPÍTULO 2
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Finda todo preconceito.
É como se no seu peito.
Coubesse o mundo inteiro.
Com todo tipo de gente.
E aceita que o diferente.
É só alguém verdadeiro.
Amor ideal (BESSA,1986)
No capítulo 2, descrevemos os propósitos da educação inclusiva desde o início, entre lutas e combate à discriminação e exclusão. No início de 1969 algumas pessoas já notaram que a sociedade excluía as pessoas com necessidades de apoios. No decorrer do tempo, no Brasil a primeira iniciativa da inclusão com o consentimento surgiram a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Declaração Mundial de Educação para todos. Seguindo os estudos, chegamos na Declaração de Salamanca, que prevê o direito de educação a todos e ensino igualitário, independente das necessidades de apoios educacionais de cada aluno. 
Na sequência do texto, apresentamos os entendimentos para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), considerado um transtorno do neurodesenvolvimento. Admitimos que, com o passar dos anos, surgiram várias contribuições e apoios às pessoas com Autismo, dando suporte para a integração desse grupo de indivíduos no espeço educacional.
2.1 Educação Inclusiva das Pessoas com Deficiências
Sabe-se que durante muitos anos, as pessoas com deficiência não podiam fazer parte da sociedade sendo discriminadas e excluídas nos meios sociais. A inclusão das pessoas com deficiência passou por muitas lutas, enfrentando barreiras no combate à discriminação e exclusão, reivindicando seus direitos para que pudessem conquistar igualdade. Hoje a educação inclusiva passou a ser obrigatória com diversas leis que asseguram os direitos das pessoas com deficiência além de um ensino de qualidade onde devem ser utilizados materiais e metodologias adequadas no processo de ensino e aprendizagem do aluno.
2.2 A Educação Inclusiva no Contexto Histórico do Brasil
Anos atrás já existiam
discussões a respeito da inclusão. Em 1969 muitos países já questionavam e apresentavam artigos demonstrando que a forma como os deficientes eram tratados não estava correta.
Seguindo a linha da política de exclusão de nossos indígenas, Figueira (2017) relata que desde o nascimento as crianças diferentes já eram rejeitadas, pois a tribo acreditava que a criança traria maldição para a tribo. A exclusão desses indivíduos acontecia através do abandono em matos, jogados pela montanha ou acabavam sendo sacrificados. O motivo desses acontecimentos se justificava pelo modelo pré-estabelecido pela tribo que a pessoa deveria possuir os requisitos padrão, sendo este forte, sadio e robusto.
No início da colonização surgiu a medicina Jesuítica e os primeiros hospitais com poucos recursos que não atingiram a meta de suprirem a necessidade da época. Contudo, o Brasil foi tomado por violências e principalmente por grandes enfermidades. Foi por volta desse período que surgiu a primeira iniciativa da educação especial idealizada por Manuel de Andrade de Figueiredo (1670-1735), quando o governo pretende favorecer a educação para formar bons cidadãos, tendo em vista que a boa formação do aluno depende do conteúdo passado pelo professor conforme a necessidade de cada criança.
Mediante a iniciativa de Figueiredo, houve a primeira tentativa de executar a educação especial no período Jesuítico que ocorreu no Brasil entre os anos de 1549 a 1759, quando os jesuítas solicitaram os conselhos sobre os recursos pedagógicos que auxiliavam pessoas com deficiências mentais de Figueiredo em seus registros históricos. 
Figueira (2017) relata segundo as recomendações escritas por Manuel de Andrade de Figueiredo (1670-1735) o sujeito que recebia um castigo severo acabava perdendo o interesse de aprendizagem e fugia da escola, portanto o sujeito deve ser ensinado com paciência, sem punições, verificando sua capacidade, sempre sendo estimulando, desenvolvendo seu cognitivo, para que dessa forma possa progredir nos estudos. Em seu texto o autor cita um exemplo de assistencialismo no qual as crianças que eram abandonadas por suas mães e eram excluídas da sociedade indígena, porém eram recolhidas pela casa de muchachos para serem educados conforme a doutrina da igreja. Contudo, ao chegarem na adolescência tinham que abandonar a casa e buscar sua independência. Ao sair da casa, alguns voltavam para seus povos, outros não tinha para onde ir e se alojavam nas ruas, entretanto eram excluídos por não pertencerem a uma etnia. Com o passar dos anos, por volta de 1726 – 1950, surgiu a roda dos expostos no Brasil, por conta do alto índice de mortalidade infantil.
Figueira (2017) relata que entre 1957 a 1990, o governo federal teve a iniciativa de apoiar as campanhas relacionadas às pessoas com deficiências. Essas campanhas tinham por finalidade delegar a liberdade de frequentar ambientes sociais, principalmente escolares e ser respeitado pela sociedade como um membro de direitos. Em seguida surgiu a Campanha Nacional de Educação e Reabilitações de deficientes mentais (CADEME), mas somente em 1994 realizou-se a sistematização e organização do documento contendo ações políticas contundentes, beneficiando a educação especial.
Segundo Souza (2019), ao longo dos tempos, houve muita resistência em relação à aceitação social das pessoas que apresentavam algum tipo de deficiência física ou intelectual, ficando as mesmas às margens da vida em sociedade. Durante muitos anos de luta no processo de reivindicação e de conquista do direito das pessoas com deficiência, foram criadas políticas públicas para assegurar seus direitos sociais, ao mesmo tempo o combate a exclusão social dessas pessoas. A seguir apresentaremos algumas das políticas públicas que contribuíram para a inclusão da pessoa com deficiência no ambiente escolar.
As primeiras contribuições foram internacionais, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Declaração Mundial de Educação para todos. As duas declarações defendem o direito a todos, em especial a Declaração Mundial de Educação para Todos, que destaca uma atenção especial às necessidades básicas de aprendizagem de cada aluno. Outra contribuição, essa considerada como o marco da educação inclusiva, foi a Declaração de Salamanca, documento estruturado para fundamentar o processo de inclusão escolar e educação igualitária a todos os indivíduos da sociedade.
Segundo as concepções da Declaração, toda criança seja ela deficiente ou não, tem direto a educação independente de sua cultura, religião, de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. E mesmo que não tenha frequentado a escola no período de infância também pode atualizar os estudos na fase adulta. Pais e responsáveis também possui o direito de participação nas atividades escolares de seu filho (a).
O direito de todas as crianças a educação foi proclamado na Declaração de Direitos Humanos e ratificado na Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Toda pessoa com deficiência tem o direito de manifestar seus desejos quanto a sua educação, na medida de sua capacidade de estar certa disso. Os pais têm o direito inerente de serem consultados sobre a forma de educação que melhor se ajuste nas necessidades, circunstâncias e aspirações de seus filhos (BRASIL, 1994, p.5-6).
As pessoas com deficiência devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades. A Declaração de Salamanca prevê que os governos orientem sistemas educacionais para que possam ser capazes de educar todas as crianças, pois em cada uma delas há diferenças, necessidades e dificuldades inerentes; além disso, também prevê a existência de uma educação de qualidade para todos, que deve ser centrada no objetivo das diversidades, para atender às necessidades específicas de cada um. 
A partir de um momento histórico esses indivíduos, que antes eram esquecidos, abandonados e rejeitados pela sociedade, passam a ganhar espaço na educação, começando a ser valorizados e reconhecidos como pessoas que necessitam de respeito e educação de qualidade. De acordo com a Declaração de Salamanca todas as crianças devem aprender juntas com uma pedagogia capaz de ensinar e promover o crescimento a todas elas; os professores devem ser capacitados e colaboradores de projetos desenvolvidos ao longo do tempo, para que sejam trabalhados em diferentes formas de ensino, conteúdos e avaliações dos processos de ensino e de aprendizagem. Devem ter conhecimento das possibilidades e limitações de cada aluno.
É preciso repensar a formação de professores especializados, a fim de que estes sejam capazes de trabalhar em diferentes situações e possam assumir um papel - chave nos programas de necessidades educativas especiais. Deve ser adoptada uma formação inicial não categorizada, abarcando todos os tipos de deficiência, antes de se enveredar por uma formação especializada numa ou em mais áreas relativas a deficiências específicas (BRASIL, 1994. p. 28).
Os princípios defendidos são que as escolas e seus projetos pedagógicos se adequem às necessidades dos indivíduos nela matriculados, (art. 11º, p 13) e não que os indivíduos devem se adequar a escola e seus projetos. As instituições de ensino devem obter uma capacidade de inclusão permitindo combater atitudes discriminatórias, criando-se comunidades acolhedoras e construindo uma sociedade inclusiva para alcançar uma educação para todos. As instituições de ensino devem apresentar um currículo adaptado e flexivo, que mantém a contribuição para igualdade de direito entre as pessoas, que respeite acima de tudo as diferenças individuais, garantindo não só o acesso a essa educação, mas também, a permanência desses indivíduos até a sua formação. Desta forma, a escola inclusiva deve ter como função fazer com que todos os alunos vivam em uma harmoniosa convivência.
As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais,
linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem-dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas (BRASIL, 1994, p. 17-18).
Através disso, podemos observar que a Declaração de Salamanca (1994) apresenta alternativas, apresentando propostas de igualdade entre os indivíduos no que diz respeito a educação de qualidade.
No âmbito nacional, temos contribuições da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), que assegura a educação de todos os cidadãos, independentemente de sua condição. Temos também as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.394 (BRASIL, 1996), a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, Lei nº 12.764 (27 de dezembro de 2012) que formam a legislação vigente. Espectro do Autismo (BRASIL, 2012b), termo utilizado na legislação, designa que o indivíduo com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que deve ser considerado uma pessoa com deficiência para todos os efeitos legais: pessoa com Transtorno Global do Desenvolvimento. 
 A Política Nacional de Educação Inclusiva foi elabora pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de 2008. A presente unidade apresenta o processo de implantação da Educação Inclusiva no Brasil, analisando o papel da Educação Especial no âmbito das políticas. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva visa a uma ação política, social, cultural e pedagógica.
Com base nos fatos, e eventos mundiais e ações nacionais, anteriormente discutidos, em defesa da inclusão de alunos em situação de exclusão no País, o Ministério de Educação (MEC) redimensionou a atuação da Educação Especial, até então considerada atuação paralela à educação regular, e que:
[...] se organizou tradicionalmente como atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum, evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levavam à criação de instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. Essa organização, fundamentada no conceito de normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clínico-terapêuticos fortemente ancorados nos testes psicométricos que, por meio de diagnósticos, definem práticas escolares (BRASIL, 2008, p. 9-10).
O objetivo é assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado; formação de professores para os atendimentos educacionais especializados e demais profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação inter setorial na implementação das políticas públicas.
	Dentre as políticas voltadas à educação inclusiva no Brasil, outro documento existente é o Estatuto da Pessoa com Deficiência (2015), que foi elaborado com o intuito de promover a vida em sociedade de forma igualitária, sem discriminação ou objeção em prestação de serviços. Analisando nosso meio escolar, todas as escolas devem cumprir as obrigatoriedades, proporcionando aos brasileiros as devidas condições de ensino e de aprendizagem e a igualdade social, garantindo que todos os órgãos públicos e privados prestem os devidos serviços com qualidade e sem preferências, garantindo também a permanecia de um acompanhante em todos os lugares frequentados, até mesmo no ambiente escolar, onde a escola deve proporcionar um atendimento diferenciado e com as particularidades de aprendizagem de todos atendidas. 
No artigo 4º, no capítulo 2 do Estatuto diz que: “Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”. Incluindo, assim, todas as pessoas com impedimento em longo prazo, sendo ele físico, mental, intelectual ou sensorial, o que assegura que a inclusão no sistema educacional ocorra em todos os níveis de aprendizagem ao longo de toda a sua vida, proporcionando o desenvolvimento máximo de todas as suas capacidades e também de novas habilidades, preservando o seu direito de conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. 
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem (BRASIL, Art. 27°, cap. 4).
Mesmo que como cidadão brasileiro a pessoa com deficiência deva ser tratada de forma igual, os professores e as instituições de ensino têm a obrigatoriedade de elaborar um plano de ensino individualizado, conforme a necessidade do aluno, para que mesmo dentro de suas limitações o mesmo seja capaz de aprender o que é ensinado em sala de aula, porém de forma diferenciada, para que ele entenda e seja capaz de desenvolver suas habilidades físicas e intelectuais. 
Aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena (BRASIL, Art. 27°, cap. 4, parágrafo II).
O principal objetivo e propósito da Educação Inclusiva, é incluir o cidadão no ambiente escolar, independente de suas condições, deficiências, ou diferenças, sejam elas físicas, mentais ou culturais, isto é, acabar com os preconceitos e padrões pré estabelecidos, mudar o olhar, buscar inovar, acabar com as exclusões e isolamento das pessoas que são diferentes, pois a sociedade não é homogênea, e sim formada pela diversidade.
Com o objetivo de substituir o isolamento das pessoas com deficiência, que estavam em instituições voltadas para o ensino especial e, por esse motivo, sem ter convívio com a sociedade em geral, a educação especial no Brasil se organizou em um atendimento educacional especializado, uma Educação Inclusiva. Porém as escolas públicas ainda hoje enfrentam dificuldades pedagógicas e administrativas para promover um ensino de qualidade para aqueles que possuem alguma deficiência.
Tornar realidade a educação inclusiva, por sua vez, não se efetuará por decreto, sem que se avaliem as reais condições que possibilitem a inclusão planejada, gradativa e contínua de alunos com necessidades educacionais especiais nos sistemas de ensino. Deve ser gradativa, por ser necessário que tanto a educação especial como o ensino regular possam ir se adequando à nova realidade educacional, construindo políticas, práticas institucionais e pedagógicas que garantam o incremento da qualidade do ensino, que envolve alunos com ou sem necessidades educacionais especiais (BRASIL/MEC/SEESP,2001, p.30).
Desta forma, vê-se a necessidade da revisão inicial dos professores e até mesmo uma sensibilização das diferenças dos seus alunos, recordando sempre que a deficiência gera dificuldades ou impossibilidade de execução de algumas atividades. Porém todas as crianças podem aprender desde que o professor tenha um olhar reflexivo para as habilidades que a criança possui, trabalhando com as aptidões de cada um. Portanto, a Educação Inclusiva propõe uma pedagogia ativa que beneficie todas as crianças. No item 4 da Declaração de Salamanca (1994) onde observamos descrições
da Estrutura da Educação Especial.
[...] assume que as diferenças humanas são normais e que, em consonância com a aprendizagem de ser adaptar às necessidades da criança, ao invés de se adaptar a criança às assunções pré-concebidas a respeito do ritmo e da natureza do processo de aprendizagem. Uma pedagogia centrada na criança é benéfica a todos os estudantes e, consequentemente, à sociedade como um todo (BRASIL,1994, p.4).
Uma pedagogia que se alicerça na criança, atende a auxiliar a aprendizagem de todos e, diante disso, o combate às atitudes discriminatórias deve centrar-se salas de aula acolhedoras com olhares direcionados a uma sociedade inclusiva, sem nenhum tipo de exclusão ou prejuízo.
Quando não há ambiente apropriado e condições adequadas à inclusão, a possibilidade de ganhos no desenvolvimento cede lugar ao prejuízo para todas as crianças. Isso aponta para a necessidade de reestruturação gral do sistema social e escolar para que a inclusão se efetive (CAMARGO; BOSA, 2009, p.70). 
Um dos maiores obstáculos enfrentados pelas instituições para incluir um aluno que possui algum tipo de deficiência no ambiente escolar, é a dificuldade que os professores encontram para lidar com essas diferenças. Segundo Souza (2019, p.35), isso ocorre que quando o professor não sabe lidar com a situação de um aluno com deficiência e deixa esse aluno por conta de uma cuidadora, o que faz com que esse aluno não participe efetivamente da aula, proporcionando um processo de aprendizagem de forma isolada. Por esse motivo, os propósitos da Educação Inclusiva buscam romper com essas práticas, sendo fundamental, portanto, ao corpo estudantil e aos professores, iniciar uma mudança de postura, novas propostas pedagógicas, que acolham esse aluno e o incluam no ambiente escolar. 
Mais que incluir o aluno no ambiente escolar é importante propor um olhar diferenciado, ou seja, não olhar apenas para suas dificuldades do aluno, destacando aquilo que não é capaz de fazer, mas olhar para suas habilidades, aquilo que ele consegue fazer, pois independente de sua deficiência, ele é um sujeito dotado de potencialidades. Além disso, a ideia é proporcionar estímulos que atendam às necessidades de cada aluno, como acrescenta Souza (2019). A autora destaca ainda que os estímulos vão desde a interação social, até a disponibilização de recursos que auxiliam e compensam as limitações dos alunos.
Para que a escola seja inclusiva é necessário que a equipe escolar aceite a existência da diversidade, incluindo, então, todos os alunos nas propostas de ensino e aprendizagem. Independente de sua condição é necessário que haja formação continuada dos professores, preparando-os para enfrentar os novos desafios, além de disponibilizar materiais adaptados que atendam as necessidades de cada aluno. Trabalhar com a ludicidade através de brincadeiras, música, jogos, livros para que o aluno que outrora se encontrava excluído se sinta realmente incluso no ambiente escolar é o que permite o sucesso em seu desenvolvimento.
2.3 A Educação Inclusiva e o Transtorno do Espectro Autista
No documento Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, há espaço para alunos com transtorno global do desenvolvimento, o que inclui as pessoas com diagnóstico de TEA (BRASIL, 2008). Em 2012 é instituída Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA, a lei Nº 12.764. Neste documento são firmados os critérios que constituem uma pessoa com TEA, recordando de que elas são consideradas pessoas com deficiência para efeitos legais. No documento afirma-se ainda que há o direito à educação sem qualquer tipo de discriminação, tendo como base a igualdade de oportunidades, de pleno acordo com os preceitos da Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. No caso do TEA a criança deve ser incluída em classe comum, e em havendo a necessidade, tem o direito a um acompanhante especializado. Referindo-se às atividades de comunicação, interação social, locomoção, alimentação e cuidados pessoais, de acordo com o decreto Nº 8.368, de 2 de dezembro de 2014.
Segundo Mello (2003) o autismo foi descrito pela primeira vez em 1943, por um médico austríaco, chamado Leo Kanner, que em seus estudos acompanhou o caso de um menino chamado Donald. Ele descreveu que, entre as crianças com as características, algumas se comportam de forma diferente, com dificuldade de estabelecer relações interpessoais e dotadas de habilidades excepcionais. Ainda hoje as pessoas com autismo são pouco compreendidas, pois muitas vezes as pessoas à sua volta desconhecem o transtorno e compreendem suas atitudes como sendo deficiências mentais. 
Segundo Gaiato (2018), psicóloga especialista em autismo e neurocientista, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) mais conhecido como autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento; a autora relata que “isso significa que algumas funções neurológicas não se desenvolvem como deveriam” (GAIATO, 2018, p.12), ela ressalta que “por apresentar vários sintomas diferentes de socialização inadequada, dificuldade de comunicação e interesses restritos” (GAIATO, 2018, p.10), acarretam dificuldades no aprendizado acadêmico e no desenvolvimento social da criança, gerando prejuízos algumas vezes na linguagem e na comunicação.
Muitas das crianças diagnosticadas pelo transtorno, ainda enfrentam barreiras, no que diz respeito à inclusão, tanto na escola como na sociedade. Muitas ainda não frequentam a escola regular e sofrem a exclusão na sociedade, além disso, as crianças que estão matriculadas no ensino regular enfrentam no dia a dia exclusões e dificuldades. A inclusão propõe superar essas dificuldades, com intervenções da psicologia e da pedagogia, a fim de contribuir para o desenvolvimento da criança. 
Para que a inclusão das pessoas com o transtorno do espectro autista seja efetiva, tanto na escola quanto no meio social, é necessário o apoio de políticas públicas para assegurar seus direitos e conscientizar a respeito do autismo. Até 2012 não existia nenhuma lei específica que regia os direitos dos estudantes com TEA, mas, após a promulgação da Lei nº12.764/12 Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (BRASIL, 2012) assegurou-se os direitos das pessoa com TEA, reconhecendo os mesmos dentro da classificação de deficientes, onde os direitos são os mesmos. 
No Brasil, até então não existia nenhum dado oficial estatístico sobre as pessoas com transtorno do espectro autista. Foi a partir de 2019 que foi sancionada a lei que inclui dados sobre o autismo no Censo 2020, o que contribui para a conscientização e importância da inclusão dessas pessoas. Outra contribuição com atenção as pessoas com TEA foi a Associação Brasileira de Autismo fundada em 1988, com o objetivo de integrar, coordenar e representar, em nível nacional e internacional as pessoas com Transtorno do Espectro Autista. 
Souza (2019, p.25,26) esclarece que a etimologia do termo autismo tem relação com o voltar-se a si mesmo uma vez que encontramos: “autos, que significa em si mesmo, e ismo, que significa ‘voltado para’”. Souza (2019, p.49) complementa que muitos estudantes sofrem do que ela chama de “Síndrome do Diagnóstico”, uma vez que muitos docentes ao se depararem com um aluno autista busca realizar entendimentos em manuais, como os apresentados anteriormente. Para a pesquisa aqui apresentada, nossos entendimentos serão direcionados a propor caminhos que possam auxiliar a aprendizagem de todos os estudantes, independente da demanda de suporte educacional.
Atualmente, depois de muitos anos de estudos e descobertas sabe-se que esse transtorno possui possibilidades de intervenções para que a criança possa se desenvolver, caso a criança seja diagnosticada cedo, para que seja acompanhada e receba uma educação capaz de atender à necessidade de suporte de cada estudante. A inclusão do aluno autista deve ocorrer desde a educação infantil, para permitir que a criança tenha um bom desenvolvimento. A educação escolar deve
oferecer, então, os desenvolvimentos, cognitivo, social, psicológicos e afetivos, preparando-os para o convívio em sociedade. O professor irá trabalhar como mediador, acreditando que cada um tem seu potencial.
Com relação à educação das crianças com TEA, tem-se um desafio, visto que algumas crianças com esse transtorno possuem dificuldades no campo das relações sociais e comportamentais, sendo que algumas apresentam dificuldades na linguagem e, para suprir essas dificuldades, muitas docentes fazem uso de ferramentas tecnológicas, isto porque é comum que as crianças com TEA consigam lidar com a tecnologia de maneira fácil, com pouca necessariamente de apoio, desenvolvendo a capacidade cognitiva dos alunos.
O processo de ensino e aprendizagem de crianças autistas geralmente precisa de um planejamento, que proponha diferentes métodos e meios alternativos, que auxiliem na aprendizagem e na comunicação, principalmente para os estudantes que apresentarem necessidade de suporte verbal. Por isso, existem sistemas que contribuem para melhorar a comunicação desses alunos.
Segundo Mantoan (2008, p.85): 
Ao receber uma criança com autismo, evidencia-se a impossibilidade de atuarmos sob a lógica da prontidão de objetivos e planejamentos pré-concebidos, com a organização de espaços e tempos rígidos. Faz-se necessário investir tempo no conhecimento desse aluno através do cotidiano escolar para que se possa estabelecer estratégias pedagógicas e reconhecer as possibilidades de aprendizado (MANTOAN, 2008, p.85). 
Dessa maneira surge a necessidade da formação de docentes a fim de que estejam preparados para acolher essas crianças e para que possa favorecer o processo de inclusão e aprendizagem. Conhecer sobre o TEA e suas características e possíveis intervenções pedagógicas pertinentes é de suma importância, principalmente para desfazer quaisquer preconceitos com esses estudantes. O Ministério da Educação em parceria com universidades públicas oferecem capacitação aos professores pelo Programa de Formação Continuada de Professores em Educação Especial. Esse é um tema pertinente no que diz respeito à formação de professores preparados para atender às necessidades do aluno autista, pois o objetivo desse programa é formar professores para atuar em sala de aula utilizando recursos multifuncionais, o que facilita na aprendizagem de pessoas com o TEA.
Precisamos de práticas educativas que não limitem os processos educacionais dos autistas, não reconhecendo somente as dificuldades, déficits e suas impossibilidades, mas práticas que possibilitem o desenvolvimento cognitivo, afetivo, psicológico e social do aluno. O conhecimento destas necessidades deve ser usado pelos professores para propor métodos adequados para que haja uma construção dos conhecimentos. O sucesso no ensino e aprendizagem do aluno autista depende do professor que deve ter uma formação adequada, como já elencamos ao decorrer do texto, para que possa fazer uso de métodos adequados, que atendam às necessidades dos alunos, que façam a criança interagirem com outras crianças e também que contenham rotinas que possam possibilitar que as crianças com o transtorno se organizem no espaço e tempo possibilitando sua aprendizagem.
A formação de profissionais da educação possibilitará a construção de conhecimento para práticas educacionais que propiciem o desenvolvimento sócio cognitivo dos estudantes com transtorno do aspecto autista. (NOTA TÉCNICA N°24/2013/MEC/SECADI/DPEE).
Devemos ressaltar que existem vários caminhos a serem utilizados na aprendizagem de alunos autistas, como abordaremos no próximo capítulo. Porém, para que haja sucesso, os envolvidos na educação destes alunos devem conhecer a capacidade de cada um e a necessidade de acessibilidade educacional e propor práticas pedagógicas que atendam a suas necessidades de suporte. Assim, no tópico seguinte propomos alguns desses caminhos.
CAPÍTULO 3
METODOLOGIAS ATIVAS: POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM
“O futuro dos seres humanos depende da educação. Toda tecnologia e sua adaptação trabalhada hoje forma uma série de caminhos para o ser de amanhã percorrer” (Leonardo Tomé).
	No capítulo 3 propomos estudos relacionados às metodologias ativas, explicando a importância, consequências e como podem ser trabalhadas no dia a dia do aluno e professor. A intenção é estimular a aprendizagem de todos os alunos, integrando os estudantes autistas no contexto das atividades escolares com o auxílio da tecnologia.
	Os  aplicativos educacionais são alguns dos recursos tecnológicos  que o professor pode utilizar, desde que bem planejados, para cativar a interação dos alunos e criar um ambiente diferenciado na aprendizagem de todos. 
3 
3.1 Metodologias Ativas e o Aluno Autista
Para auxiliar o ensino de uma maneira geral e, especificamente, do aluno com TEA, existem alguns recursos e caminhos que podem ser utilizados, como a sala de recursos, o uso de computadores, jogos e brincadeiras; dessa forma, o aprendizado tende a atender às demandas do aluno. Como vimos, um dos objetivos do uso de metodologias ativas é adequar o ensino de acordo com a necessidade de cada aluno, além de promover estímulos através de intervenções no processo educacional, fato que contribui para que o aluno supere suas dificuldades. Entendemos que este também deva compor um diferencial em se tratando de um aluno com TEA, com o olhar do professor focado na capacidade do aluno, no que ele tem a oferecer e não nas suas dificuldades. 
 Souza (2019, p.52) entende que “[...] o trabalho pedagógico com estudantes com TEA exige uma metodologia que venha a atender às suas necessidades”; uma das prioridades é a possibilidade de construção de espaços e momentos de aprendizagem, em que o aluno pode partir de seus próprios interesses e aprenda pelo prazer de aprender, além de “focar na construção de laços sociais, de modo a favorecer o acesso a elementos culturais” (SOUZA, 2019, p.52). É preciso, então, uma nova postura do professor, adotando mecanismos de mediação para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem das crianças com TEA. 
Os processos de mediação dentro do ambiente escolar são importantes para a pessoa com TEA, uma vez que é por meio deles que se torna possível voltar o olhar não para a patologia, mas para as singularidades do sujeito e, assim, estabelecer ações compensatórias que permitam que a criança com TEA, mediante o contato com o outro por meio de processos de mediação, construa aprendizagens significativas (SOUZA, 2019, p.56)
Existe a necessidade da utilização de mecanismos que auxiliem o desenvolvimento dos alunos com TEA, para que possam se comunicar e interagir. Por exemplo, os recursos de baixa tecnologia e os de alta tecnologia; os de baixa tecnologia são de baixo custo ou de confecção caseira, que podem permitir que o professor identifique as necessidades de comunicação do aluno, através de objetos como gravuras, fotografias, cartões com pictogramas, agendas e calendários com símbolos. Já os recursos de alta tecnologia como sintetizadores de voz, computadores, tablets, os softwares ou aplicativos que permitem a comunicação e a aprendizagem de crianças com TEA.
3.2 Tecnologias Digitais, Autistas e Matemática
Souza (2019) conta sobre um estudo que teve como foco compreender o processo de aprendizagem das operações matemáticas de adição e subtração, utilizando como base, técnicas de ensino e observação do repertório do participante. A autora propõe, então, possibilidades de aprendizagem matemática dos estudantes autistas, utilizando para tanto os meios tecnológicos e digitais que, segundo ela, possibilitam estabelecer diferentes encaminhamentos pedagógicos e, diante das necessidades e dos recursos disponíveis, é possível estabelecer relação na área de educação matemática. A utilização da tecnologia precisa ser planejada, estabelecendo relações de como utilizá-la, quando, onde e para quê, refletindo como um meio em que:
É necessário que o professor entenda a tecnologia como um instrumento de intervenção na construção da
sociedade democrática contrapondo-se a qualquer tendência que a direcione ao tecnicismo, a coisificação do saber e do ser humano (BRITO, 2006, p. 16). 
Em se tratando de estudantes com TEA, devemos refletir quanto ao uso de um determinado recurso tecnológico, se este será funcional ao aluno, respeitando o processo de maturação de sua estrutura cognitiva. Os softwares educacionais são alguns desses recursos, desde que sejam viabilizados com planejamento estruturado através de objetivos, encaminhamentos sistematizados e adequados às necessidades individuais do aluno. Alguns aplicativos educacionais, como exemplo: jogos da memória, quebra-cabeças, recorte e colagem de figuras e palavras, elementos sonoros etc., buscam de forma simples diminuir as dificuldades dos alunos com TEA, visando estimular a aprendizagem por meio de informações audiovisuais. 
O principal é que o professor utilize os meios tecnológicos em sala de aula, proporcionando outras maneiras de trabalhar a interação social com a participação dos demais alunos, em um único ambiente educacional. Em sala é viável ao professor trabalhar em conjunto com os demais alunos, favorecendo a aprendizagem colaborativa, auxiliando a prevenir reações inadequadas que são causadas pela falta de entendimento social.
Nesse contexto, a tecnologia vem contribuir para que a inclusão seja o mais natural possível. No caso de alunos autistas, o uso de aplicativos que auxiliem a criança a interagir, permitindo que desenvolvam habilidades de relacionamento interpessoal, facilitando o processo de alfabetização e o de socialização. Entendemos que as questões que compreendem as tecnologias na educação especial e inclusiva, devem ser desenvolvidas em várias extensões de formações dos professores, sendo um processo que necessita de grandes pesquisas cientificas e que ajudarão na relação entre teoria e prática da prática educacional. Contudo, as evoluções tecnológicas também precisam ser trabalhadas nas ações de integração digital e social, na criação de ferramentas de ensino e em complementar o trabalho do docente.
Considerando o uso das tecnologias digitais como meios alternativos numa perspectiva educacional e pedagógica, os aplicativos disponibilizados atualmente além de auxiliar os alunos na aprendizagem, possibilitam a aprendizagem de maneira divertida, contribuindo para a produção do conhecimento. Essas tecnologias são utilizadas como uma estratégia que facilita a forma de comunicação, de interação social, com vários estímulos e interação, como o visual da criança autista, instigando sua atenção. A seguir, no Quadro 2, apresentamos alguns exemplos de aplicativos que podem auxiliar a aprendizagem matemática de todos os estudantes, especificamente os com autismo:
QUADRO 2 - EXEMPLOS DE JOGOS
	Jogo
	Objetivo
	Desenvolvimento
	Contar cubos
	O objetivo deste jogo é que o aluno conte os cubos em menos tempo possível. O jogo permite que a criança estabeleça relação entre o número e a quantidade.
	Inicia-se o jogo com a criança clicando na tecla start duas vezes, em seguida, ela deverá contar a quantidade de cubos e imediatamente clicar no número correto, em seguida clicar em Submit.
	 Eu sei contar
 
	O objetivo deste jogo é fazer com que a criança estabeleça uma relação entre números e quantidades.
	O jogo possui cinco fases, são feitas perguntas e mostra imagens de bichinhos, frutas ou objetos ao lado e a criança clica na quantidade que achou correta representada em números ao lado e clica em confirmar.
	Tangram
 
	O objetivo deste jogo é auxiliar na compreensão de figuras geométricas, desenvolvendo o raciocínio lógico e a criatividade.
	É um quebra cabeça formado por 7 peças, 2 triângulos grandes, 2 pequenos, 1 médio, 1 quadrado, 1 paralelogramo, as crianças devem formar uma imagem.
	Dividindo a Pizza
	O objetivo deste jogo é trabalhar o conceito de decomposição e primeiras noções de divisão.
	O jogo consiste em reconhecer nas pizzas as frações correspondentes, deve indicar qual fração vê na pizza de acordo com a fração dada pelo jogo e digita-la no espaço indicado. Assim ele saberá se a resposta está correta, se não estiver ele poderá tentar novamente, caso ele erre o jogo possibilita a resposta certa.
	Coelhinho faminto
	O objetivo deste jogo é trabalhar noções de conta de adição de uma forma lúdica e desafiadora.
	Possui um coelho que está com fome e para que ele consiga algumas cenouras, caso a criança erre a resposta incorreta é eliminada e é dada mais uma chance para criança acertar. Quando a criança acertar todas as continhas é comemorado e o coelho ganha 10 cenouras.
	Nunca 10
	O objetivo deste jogo é auxiliar no desenvolvimento de realização de operações matemáticas através da utilização do material dourado virtual.
	Neste jogo o aluno joga dos dois dados indica quantas pecinhas de material dourado ele deve pegar, a regra é que ele nunca poderá acumular mais de 10 peças iguais. A primeira peça é o cubinho que equivale a uma unidade. Quando ele acumular mais de 10 destas deverá trocar 10 cubinhos de unidade por uma dezena e assim por diante.
FONTE: Contar cubos, www.jogosdaescola.com.br
FONTE: Eu sei contar, www.escolagames.com.br
FONTE: Tangram, https://rachacuca.com.br
FONTE: Dividindo pizza, protagonismodigital.sed.ms.gov.br
FONTE: Coelhinho faminto, jogoseducativos.hvirtua.com.br
FONTE: Nunca 10, operaçõesdematematicas.blogspot.com
Como vimos o uso de metodologias ativas com as tecnologias digitais, possuem uma enorme quantidade de jogos que podem ser trabalhados no ensino de alunos autistas, promovendo situações de aprendizagem nas quais a criança participa de todo o processo de aprendizagem e pode construir seu próprio conhecimento. As metodologias de ensino ativas, principalmente na aprendizagem matemática de alunos TEA, permitem que o estudante construa conceitos matemáticos, se desenvolva academicamente, mostrando maior interesse e participação nas aulas; além disso, temos mudanças positivas no conceito de interação social destas crianças. Estas tecnologias digitais não somente são importantes para o aluno autista, mas para todos, pois possuem uma diversidade enorme de atividades que favorecem a todos. 
Metodologias ativas, como jogos de matemática, permite que a criança desenvolva diversas capacidades cognitivas, sensoriais e interacionais, de forma lúdica, tornando o aprendizado atraente e significativo. Assim, o que a criança aprender em sala de aula através do uso destas tecnologias, poderá ser transferido para o cotidiano de forma significativa, facilitando a convivência social e a qualidade de vida. 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse estudo, trazemos a importância de explorar novos caminhos no desenvolvimento do trabalho pedagógico e, para tanto, propusemos o uso de metodologias ativas, especificamente as tecnologias digitais, nos processos de ensino e de aprendizagem de estudantes com TEA. Consideramos que o uso desse instrumento tecnológico contribui com o desenvolvimento educacional e cognitivo, além de possibilitar a prática dos propósitos inclusivos educacionais, propondo uma reflexão sobre a mudança do olhar do professor. Entendemos, também, que esse fato tende a inverter o foco das impossibilidades e limitações do aluno para as potencialidades, o que os alunos têm a oferecer. 
Durante o estudo, foi abordado que o TEA é um transtorno no qual a presença de estudantes com essas especificidades é relativamente comum, e deve ser identificado precocemente para que a criança receba os estímulos necessários ao seu desenvolvimento. Portanto, acreditamos que estudos que abordem a temática educação inclusiva, especificamente em relação ao Transtorno do Espectro Autista, são importantes para que todos possam receber o suporte educacional necessário.
No capítulo 1, foi apresentado um breve resumo sobre a trajetória da educação ao longo dos tempos, trazendo um conhecimento geral sobre a evolução da educação até os dias atuais, com foco na educação matemática (anos iniciais). No capítulo

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