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HEPATITES VIRAIS AGUDAS E CRÔNICAS CLÍNICA INTEGRADA NATÁLIA ARTHUSO INSTA: @NATALIARTHUSO DEFINIÇÃO • Inflamação do fígado • Diversas causas • Vírus, álcool, esteatose, drogas, doenças auto- imunes e genéticas HEPATITE VIRAL AGUDA • A grande maioria é causada por um gruo de 5 vírus hepatotrópicos (A, B, E, D e E) o Qualquer vírus ode fazer inflamação do fígado • EBV, CMV, etc HEPATITES VIRAIS • Todas podem fazer um quadro agudo o Tal quadro ode ser sintomático ou não o Inflamação com necrose → eleva TGO, TGP, fosfatase alcalina • Nenhum dos vírus hepatotrópicos são diretamente citopáticos → não lesam o fígado de forma direta, mas de forma indireta o A hepatite é decorrente da resposta inflamatória do paciente, tentando destruir o vírus LESÃO MEDIADA PELA REAÇÃO INFLAMATÓRIA (RESPOSTA) • Bem sucedida: depuração viral e a cura • Falha: cronificação viral (há vírus, conquanto, que são auto-limitados) • Exagerada: hepatite fulminante → necrose maciça do fígado → decorrente de uma resposta inflamatória muito intensa HEPATITES VIRAIS AGUDAS • Período de incubação – variável • Prodrômica (3-10 dias) – raramente: semanas – já pode ser feito o diagnóstico o É uma fase de sintomas inespecíficos o Sintomas inespecíficos ▪ Mialgia ▪ astenia ▪ Náusea ▪ Vomito ▪ Cefalia ▪ Tontura ▪ Mal estar ▪ Febre baixa o Elevação dos títulos virais – já há antígenos virais circulando, sendo possível fazer o diagnóstico o Elevação de aminotransferases FASE ICTÉRICA (1-4 SEMANAS) • É a fase mais típica → icterícia colestática o Predomínio de uma bilirrubina conjugada, direta, hidrossolúvel • Surgimento de icterícia, colúria e acolia fecal • Piora dos sintomas sistêmicos • Aminotransferases . 10x o limite normal → marca registrada de hepatite viral aguda pelos vírus hepatotrópicos • Surgimento dos anticorpos, declínio dos vírus • Se esse paciente evoluir para a cura, é nessa fase que irão surgir os anticorpos e o vírus começa a declinar no organismo RECUPERAÇÃO - PODE DURAR ALGUNS MESES • O paciente pode sair do período de incubação diretamente para a fase ictérica, crônica por exemplo • Pode, ainda, sair da fase prodrômica e ir direto para a fase de recuperação • Não necessariamente ele passa pelas 4 fases - pode ir da fase de incubação, direto para a crônica • Assim que os sintomas aparecem, os anticorpos estarão presentes, já pode ser feito o diagnóstico • Os sintomas podem variar muito • Pacientes assintomáticos – subictéricos o Ficam só na fase de pródromos o Muitas vezes não são diagnosticados • A forma ictérica não é frequente, não é o predomínio, principalmente nos vírus que cronificam • Formas fulminantes com evolução para óbito podem ocorrer → raro TRAMISSÃO • Transmissão fecal-oral o Gruo de risco: questão socioeconômica o São vírus auto-limitados. Podem fulminar, mas um índice muito baixo o Vírus da hepatite A (VHA) o Vírus da hepatite E (VHE) ▪ A princípio, os VHA e VHE não cronificam • Transmissão parenteral o Doenças com potencial de cronificação o Vírus da hepatite B (VHB) ▪ Infecção sexualmente transmissível ▪ Via vertical também ▪ Acidentes perfuro-cortantes o Vírus da hepatite C (VHC) ▪ Não é uma IST ▪ Transfusão de sangue ▪ Alicate de unha ▪ Procedimentos cirúrgicos o Vírus da hepatite D (VHD) ▪ Vírus que precisa da presença do vírus VHB, para atuar HEPATITES A/E • Vírus de RNA • Transmissão fecal-oral o Fatores de risco – população – alvo • Doenças auto-limitadas, que não cronificam • Geralmente, prognóstico excelente o Ode fulminar o Gestantes, imunossupressos, hepatopatas • Hepatite A – prevenível por vacina • CURSO CLÍNICO – A e E • Incubação (15-60 dias) • Período prodrômico • Fase ictérica • Recuperação (até 6 meses) • Hepatite E o Assintomática na maior parte dos casos o 2-5% das pessoas fazem sintomas HEPATITE A CURSO CLÍNICO • Hepatite leve, muitas vezes assintomática, principalmente em crianças o Pode passar despercebida ou como gastroenterite • 70% dos adultos terão sintomas o Náuseas, vômitos, anorexia, febre, mal estar, dor abdominal (HCD – hipocôndrio direito) o 40-70% dos casos evolui ara a forma ictérica o Manifestação exta hepáticas ▪ Rash viral ▪ Artralgia ▪ Artrite ▪ Glomerulonefrite (extremo) EXAME FÍSICO o Febre, icterícia, dor à palpação, hepatomegalia dolorosa (fígado está inflamado e inchado) ▪ Esse inchaço desprende a cápsula de glison, por isso que é uma hepatomegalia dolorosa o Esplenomegalia, rash cutâneo, artralgias ▪ Essa inflamação do fígado ode causar uma leve hipertensão portal transitória LABORATÓRIO • TGO/TG> 1000 (TG geralmente > TGO) • Elevação de BT (bilirrubina), geralmente <= 10mg/dl, precedido elo aumento de TGO/TG (esses dois marcam apenas inflamação hepática, não tem nada a ver com o prognóstico) o O fígado gasta energia para pegar a bilirrubina que já conjugou e jogar nos canalículos biliares o O Fígado praticamente não depende de energia para captar a bilirrubina e conjugar a mesma o Em um processo inflamatório, os primeiros processos que o fígado irá parar de fazer são aqueles que gastam energia o Qualquer processo inflamatório pode causar uma elevação de bilirrubina, já que o fígado não vai jogar a bilirrubina conjugada, direta, hidrossolúvel, nos canalículos biliares (T. ativo), mas sim no sangue. ▪ Ele capta, conjuga e devolve a bilirrubina conjugada para o sangue o Se houver um aumento de bilirrubina não conjugada, aí sim será um sinal de que o fígado não está funcionando, que é uma insuficiência hepática • Aumento da fosfatase alcalina (FA) • Leucopenia com linfocitose relativa → vírus DIAGNÓSTICO • Clínica + aumento de aminotransferases • Detecção dos anticorpos VHA IgM (anti HAV IgM) → IgM faz o ddo. Da fase aguda o Detectável junto com os sintomas o Pico durante a fase aguda ou início da convalescença o TERMINAR SLIDE • Anti HAV IgG o Surge no início da convalescença o Positivo por décadas o Confere imunidade o IgG (+) com IgM (-): infecção PASSADA ou VACINA • Detecção do RNA viral nas fezes o Início do quadro o Geralmente não é necessário • Prognostico excelente • Recuperação completa • Atenção especial: gestantes e idosos PREVENÇÃO o Medidas de higiene o Fervura da água e cocção adequada de alimentos o Imunoglobulina pós exposição – uso restrito o VACINA TRATAMENTO o Sintomático, evitar drogas HEPATITE E • Existe a possibilidade de cronificação da hepatite E o Destaque para transplantados de órgãos sólidos DIAGNÓSTICO • Suspeita clínica o Hepatite aguda ou crônica sem causa conhecida o Considerar principalmente em gestantes, imunossupressos desnutridos, neoplasias, TX • Detecção do antiHEV IgM ou do RNA viral no soro ou fezes (CR) o IgM: 2 semanas a 5 meses o RNA: viremia transitória HEPATITES DE TRANMISSÃO ARENTERAL HEPATITE B • Problema grave de saúde pública • Dois bilhões de pessoas com evidência de infecção assada ou ativa • 248 milhões de portadores • VOLTAR SLIDE • DOENÇA PREVENÍVEL POR VACINA • • Vírus de DNA – vírus mais complexo, estrutura mais complexa o Superfície viral na qual ele tem uma proteína viral chamada de antígeno de superfície ou AgHBs / HBsAg → esse antígeno deve ser interpretado como o próprio vírus o No centro do capsídeo viral, há o DNA do vírus, uma dupla fita → vírus entra na célula, sai da sua casula sofrendo uma enucleação, o DNA entra na célula em si, no núcleo da célula e ele tem uma enzima chamada DNA polimerase, que vai usar o maquinário celular da célula hospedeira, ara transcrever o DNAcelular para produzir proteínas do vírus o Com a transcriptase reversa, faz mais DNA viral, ara se replicar o No centro do vírus, há um antígeno C do vírus da hepatite B. esse antígeno não é dosado na prática clínica (HBcAg) o Para cada antígeno, há um anticorpo o Há, ainda o antígeno E AgHBe, que é dosado, que vai ser produzido durante a replicação viral. Utilizado para monitorar o tratamento da doença MECANISMO DA LESÃO • O vírus não é diretamente hepatotóxico • Injúria decorrente da interação com o sistema imune do hospedeiro • Clearance do AgHBs é tido como cura (não acha mais no soro – eliminação) o Único que sai do organismo o O DNA do vírus fica para sempre no núcleo da célula do hospedeiro o Reemergência com imunossupressão ▪ Vírus pode voltar o Tecnicamente, o paciente está curado, mas se ele for fazer alguma terapia imunossupressora, precisa estar ciente que já teve Hepatite B e a doença pode voltar a ser manifesta, uma vez o DNA viral continua no núcleo da célula do hospedeiro EPIDEMIOLOGIA E TRANSMISSÃO • Transmissão sexual o Principal via de transmissão em diversas artes do mundo • Transmissão vertical (mãe → neonato) o Principal forma nos casos novos atualmente o Ocorre mais no momento do parto o Uma vez que o RN nasce, deve receber em até 12 horas do parto, a imunoglobulina contra a hepatite B e a vacina ao mesmo tempo, uma em cada braço o Depois em outras datas, ele vai receber mais 3 doses dessa vacina o Profilaxia medicamentosa (Tenoflovir) deve ser feita a partir da 25 semana da gestação • Fontes menos comuns o Contato doméstico com portador o Hemodiálise o Acidentes com perfurocortantes o Tatuagem o Piercing o Transfusão o Transplante • Uma vez que o paciente é portador do VHB, pode haver uma cura espontânea ou cronificação • Inversamente proporcional à idade na infecção o Perinatal: 90% o Crianças pequenas: 25 – 50% o Adultos:1-2% PREVENÇÃO • Imunoglobulina o Prevenir infecção pós contato o Contactantes sexuais, RNs, acidentes • Vacinação o Universal o Imunidade em 90-95% MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Infecção aguda o Hepatite subclínica (sem sintomas), hepatite anictérica (só faz pródromo), hepatite ictérica, hepatite fulminante o Semelhante à VHA e VHE o Desfecho ode ser diferente • Infecção crônica o Várias fases evolutivas ao longo de anos o Cirrose, falência hepática, CHC (carcinoma hepato celular) ▪ o VHB ode fazer câncer de fígado, mesmo sem fazer cirrose, uma vez que ele é um vírus de DNA (pode induzir mutações) o O VHB, uma vez cronificado, não tem cura o Geralmente, para haver o câncer de fígado, é necessário o quadro de cirrose anteriormente, mas o vírus HBV não precisa, ele consegue fazer o câncer mesmo sem fazer cirrose, pois ele é um vírus de DNA ▪ Vírus de DNA = oncogene MANIFESTAÇÕES EXTRA HEPÁTICAS o Artrite, artralgia, glomerulonefrite, manifestações dermatológicas... DIAGNÓSTICO • História clínica o H. aguda ictérica: ddo. “fácil” o H. aguda subclínica: passa despercebido, o ddo. Pode acabar saindo muito tempo depois. o H. crônica: paciente assintomático com transaminases elevadas em exame de rotina ou sorologias de triagem o Cirrose de causa desconhecida o O exame de triagem do carcinoma hepatocelular → USG de abdômen a cada 6 meses • Sorologias o AgHBs o Anti-HBs - anticorpo o AgHBe o Anti-Hbe o Anti- HBc - anticorpo DOSAGEM DO HBV DNA o Carga viral, saber quanto de replicação viral o paciente está tendo → dosagem do DNA viral ▪ Confirmação do diagnóstico • A maioria dos pacientes com VHB crônica é • DOENÇA AGUDA – paciente que irá curar • AgHBs – é o próprio vírus o O seu anticorpo é a imunidade → anti-HBs (presença = está imune) o Anti-HBc → deve ser interpretado como contato com o vírus ▪ Tem frações IgG (contato crônico) e IgM (contato agudo) INÍCIO DOS SINTOMAS o AgHBs está presente (próprio vírus) – possível fazer ddo o Anti- HBs → imunidade o Anti-HBc está presente → anticorpo ao antígeno do centro do vírus ▪ contato com o vírus ▪ é o Anti-HBc que tem as frações IgG e IgM ▪ Anti-HBc IgM = contato agudo ▪ Anti-HBc IgG = contato crônico • Presente pelo resto da vida no paciente que curou após contato prévio • Doença aguda → paciente que vai curar • Doença crônica → paciente que não curou o AgHBs continua, pois o vírus não some o IgM cai de qualquer maneira, pois a fase aguda vai passar, mas o IgG fica o Anti-HBs nunca surge, pois ele nunca fica curado ABORDAGEM INICIAL • Anamnese e exame físico • Investigar a atividade inflamatória e o grau da doença hepática • Contactantes e parentes de 1° grau • Investigar comorbidades TRATAMENTO • Infecção aguda o Geralmente não é necessário • Infecção crônica – cura pouco provável o Controle da replicação viral e inflamação hepática o Se o paciente não se curou sozinho, não vai conseguir se curar mais, não vai conseguir ter o clearence do AgHBs o Controlar a replicação viral e a inflamação hepática, para impedir o desenvolvimento de cirrose de um hepatocarcinoma • Nem todos têm indicação de tratamento o Nível de HBV DNA elevada o Nível de ALT (transaminases) → sinal de inflamação qual o Gravidade da doença hepática (grau de fibrose) • TGO → AST • TGP → ALT • Interferon o Parenteral, peguilhado o Ajuda o sistema imunológico no controle do vírus o Tem muito efeito colateral ▪ Anemia ▪ Plaquetopenia ▪ Náusea ▪ Vomto ▪ Alopecia ▪ Mal estar ▪ Psicose ▪ ... • análogos do nucleotídeos / nucleosideo o drogas mais usadas o inibem a transcriptase reversa e a polimerase, inibindo a replicação viral ▪ tenofovir ▪ entecavir • esses dois, induzem menos a resistência viral ▪ lamivudina • induz mais a resistência viral HEPATITE C • Grave problema de saúde pública • Uma das causas mais comuns de doença hepática crônica e cirrose • Em 2015 - 100 milhões com evidência de contato o 71 milhões de cronicamente infectados o Ponta do iceberg – necessidade de triagem • Cirrose como a sua principal manifestação • Doença muito silenciosa • Membro da família flaviridae o Vírus de RNA o Utilização da maquinaria do hospedeiro, para replicar o seu RNA o A transcrição do RNA é importante na replicação viral e na doença em si TRANSMISSÃO • Uso de drogas IV – 80% dos casos • Transfusão de hemocomponentes, hemodiálise o Principalmente antes de 1990-1993 • Relação sexual com usuários de drogas IV o Risco baixo de transmissão sexual – contato com mucosa • Transmissão vertical • Acidente com perfuro-cortantes • Piercings, tatuagens, alicate de unha CURSO CLÍNICO • apenas cerca de 15% dos pacientes curam • a maioria cursa para a infecção crônica • a infecção aguda e a progressão ara infecção crônica geralmente são silenciosas • É comum diagnóstico apenas na fase de cirrose • doença de progressão lenta o cirrose em 20 anos: 10 – 20% o comorbidades podem acelerar o processo o sempre pedir um ANTI-HCV → acima de 45 anos para triagem MARCADORES SOROLÓGICOS • Anti HCV e HCV RNA • Infecção crônica o Arbitrariamente definida como presença do HCV RNA por mais de 6 meses o Geralmente, só é possível diagnosticar infecção se há documentação da soroconversão MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Hepatite aguda – rara • Manifestações de doença hepática crônica (cirrose) MANIFESTAÇÕES EXTRA -HEPÁTICAS • Hepatite auto imune like o Além de já ter a inflamação por conta do vírus, o próprio vírus desperta um outro tipo de reação inflamatória, a auto-imune o Tipo de resposta auto imune • Crioglobulinemia • Vasculite • Liquen plano• Porfiria cutânea tardia • Sialoadenite linfocitica • Glomerulonefrite membranosa LABORATÓRIO o Elevações flutuantes de TGO-AST / TGP- ALT DIAGNÓSTICO • Anti HCV o Triagem o Investigação de hepatite aguda/crônica • Anti- hcv positivo ▪ Pode ter tido a doença, ou estar com a doença ▪ Confirmar com HCV RNA (carga viral • Positiva: tem o vírus circulante • Negativa: não tem • Anti HCV (+) e HCV RNA (-) → paciente que curou sozinho o Cicatriz sorológica o Repetir HCV RNA por 3 meses – confirmar clearence viral TRATAMENTO • Grande revolução • Até 2011 o Interferon eguilado + ribavarina ▪ Tinha uma baixa chance de cura ▪ Temo de tratamento era muito longo, parenteral o Baixa chance de cura (50%) o Muitas efeitos colaterais • Surgimento dos antivirais de ação direta (DAAs) o 2011 – primeira onda o Melhora das chances de cura o Muitos efeitos colaterais • 2014 - novos DAAs o Frequência de novas drogas o Se ligam ao RNA viral e impedem a leitura daquela região, impedindo a replicação viral • Novas drogas com mínimos efeitos colaterais e quase 100% de cura in vitro e 95% in vivo o Sofosbuvir ▪ Não usar com amiodarona o Daclatasvir • Tratamento curtos o 3-6 meses (8 semanas) • Perspectiva de erradicação da hepatite C
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