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Infecções Bacterianas do Tegumento - Staphylococcus Aureus e Streptococcus Pyogenes Referência Bibliográfica: Murray, Microbiologia médica. Cap 18: Staphylococcus e outros cocos gram positivos relacionados e 19: Streptococus. Pele Íntegra Primeira barreira física do sistema imune Ácidos graxos e probióticos, produzidos por bactérias da região que fazem uma barreira química com outras bactérias. Locais de Infecção: Tecidos Moles ▪ Pele ✔ Epiderme ✔ Derme / folículo piloso ▪ Subcutânea (gordura) ▪ Fáscia muscular ▪ Músculo Barreiras da Epiderme - Pele íntegra (barreira física) - Epitélio estratificado queratinizado - Umidade limitada - pH ácido (barreira química). Ácidos graxos e ácido propiônico produzidos por bactérias - Lisozima - Defensina (peptídeo antimicrobiano secretado pelo queratinócitos) - Salinidade (suor) - Microbiota residente (barreira biológica) / Antagonismo microbiano. Staphylococcus, Propionibacterium acnes, Acinetobacter, Malassezia furfur, etc.) Maioria Gram + e fungos. - Excreções: sebo, ureia etc. - Células de Langerhans epidérmicas (APC) - LTCD8 Imunidadade regional da pele Tecido Linfóide associado à Pele (SALT) ▪ Área total da pele: 1,5 a 2m2 (maior barreira física) Epiderme ▪ Queratinócitos (secretam defensinas e citocinas inflamatórias) ▪ Células de Langerhans epidérmica (APC/DC) ▪ LTCD8 Derme ▪ Mastócitos ▪ Macrófagos ▪ LTCD4/LTCD8 (efetivos e/ou memória) ▪ Célula dendrítica dérmica ▪ Plasmócitos Células de Langerhans epidérmica capturam o antígeno e migram para a derme e posteriormente para linfonodos, através de vasos linfáticos, ATIVANDO a resposta imune adaptativa. Terminologias Importantes - Mácula: Lesão plana com eritema, geralmente. - Pápula: Lesão elevada. - Pústula: Lesão elevada com presença de pus. - Abscesso: Região localizada de pus circundado por tecido inflamatório (pústula maior). - Vesícula: Lesão pequena e cheia de fluido. - Bolha: Lesão maior e cheia de fluido. - Exantema: Erupção cutânea que surge em decorrência de uma doença. - Bacteremia: Presença de bactéria no sangue. - Sepse: Resposta inflamatória sist~emica acentuada diante de uma infecção. Associada com pelo menos dois sinais (febre, calafrios, falta de ar). - Sepse Grave: Comprometimento funcional de um ou mais órgãos. - Choque Séptico: Hipotensão drástica, falência de vários órgãos (causada por bactéria). - Choque Tóxico: Hipotensão, falência de vários órgãos, causado por toxina bacteriana. - Gangrena: Necrose do tecido, associada á obstrução do fluxo sanguíneo. Streptococcus O gênero Streptococcus é formado por um grupo diverso de cocos Gram-positivos tipicamente dispostos aos pares ou em cadeias (diferentemente do arranjo em grumos formado por Staphylococcus). A maioria das espécies é anaeróbia facultativa, e algumas crescem somente em uma atmosfera enriquecida com dióxido de carbono (crescimento capnofílico). Apresentam exigências nutricionais complexas, necessitando do uso de meios enriquecidos com sangue ou soro para o isolamento. Fermentam os carboidratos, o que resulta na produção de ácido lático e, ao contrário das espécies de Staphylococcus, os estreptococos são catalase-negativos. Muitas espécies de estreptococos são reconhecidas como importantes patógenos humanos. Infelizmente, a classificação das espécies dentro do gênero é complicada, sendo utilizados três diferentes esquemas que se complementam: (1) propriedades sorológicas: separação nos grupos de Lancefield (originalmente de A a W); (2) padrões hemolíticos: hemólise completa (beta [β]), hemólise incompleta (alfa [α]), e sem hemólise (gama [γ]); e (3) propriedades bioquímicas (fisiológicas). Apesar de representar uma simplificação excessiva, é prático dividir os estreptococos em dois grupos: (1) os estreptococos β-hemolíticos, que são classificados nos grupos de Lancefield e (2) os estreptococos α-hemolíticos e γ-hemolíticos, que são classificados por testes bioquímicos. O segundo grupo é conhecido coletivamente como estreptococos viridans, um nome derivado de viridis (do latim para “verde”), em referência à pigmentação verde formada pela hemólise parcial do ágar-sangue. Streptococcus Pyogenes S. pyogenes causa uma variedade de doenças supurativas e não supurativas. Embora este microrganismo seja a causa mais comum de faringite bacteriana, a notoriedade de S. pyogenes, popularmente chamado de “bactéria carnívora”, é resultado de sua associação como a causa de mionecroses fatais. Cocos Gram-positivos de crescimento rápido, dispostos em cadeias; apresentam carboidrato grupo-específico (antígeno A) e tipo-específico (proteína M) na parede celular Virulência determinada pela capacidade de evadir da fagocitose (mediado principalmente pela cápsula, proteínas M e tipo M, C5a peptidase), aderir e invadir as células hospedeiras (proteína M, ácido lipoteicoico, proteína F) e produzir toxinas (exotoxina pirogênica estreptocócica, estreptolisina S, estreptolisina O, estreptoquinase, DNases) Responsável por doenças supurativas (faringite, infecções em tecidos moles, choque tóxico estreptocócico) e não supurativas (febre reumática, glomerunonefrite). - Morfologia: Estreptococo ou Diplococo (cocos em cadeia ou pares) gram positivos. - Fatores de Crescimento: Mesófilos e Anaeróbios facultativos. - Grupo A: Maior importância médica! Grupo A: Faz parte da microbiota na garganta Pode causar faringite E a complicação de uma faringite não tratada pode levar a febre reumática Pode ativar linfócitos reativos e causar gloerulonefrite: Infecções renais. Pyo: Gera pus. Streptococcus pyogenes: Fatores de Virulência IMPORTANTE! ▪ Nem todos os sorotipos/cepas de S. pyogenes possuem todos o fatores de virulência descritos ▪ É preciso ter o gene que codifique o fator de virulência ▪ A bactéria pode ter esse gene ou “ganhar” de outra bactéria, através dos seguintes processos de recombinação genética: transformação, conjugação e transdução ▪ Importante saber se o fator de virulência é classificado como: ✔ ADESINA (adesão tecidual) ✔ INVASINA (invasão tecidual) ✔ EVASINA (escape do sistema imune) ✔ TOXINA (lesão tecidual) Streptococcus pyogenes - fatores de virulência Não aceitaremos em prova respostas generalizadas, descritas acima, para fatores de virulência!!! Mecanismos de Invasão Hialuronidase: degrada ácido hialurônico (matriz extracelular). Coagulase: induz formação de coágulos. Estreptoquinase: degrada coágulos e libera o patógeno. Faringite Faringite geralmente se desenvolve dois a quatro dias após a exposição ao patógeno, com um início abrupto de dor de garganta, febre, mal-estar e cefaleia. A faringe posterior pode se apresentar eritematosa, com um exsudato, e com proeminente linfadenopatia cervical. Apesar desses sinais e sintomas clínicos, é difícil diferenciar a faringite estreptocócica de uma viral. Um diagnóstico preciso somente pode ser realizado por testes laboratoriais específicos. Escarlatina é uma complicação da faringite estreptocócica que ocorre quando a cepa infectante é lisogenizada por um bacteriófago temperado que medeia a produção de uma exotoxina pirogênica. Em um a dois dias após os sintomas clínicos iniciais de faringite se desenvolverem, surge uma erupção eritematosa difusa na região superior do tórax, que se espalha para as extremidades. A área ao redor da boca é geralmente poupada (palidez perioral), bem como apalma das mãos e a sola dos pés. Inicialmente, uma camada branco-amarelada recobre a língua, que mais tarde se desprende, revelando abaixo uma superfície vermelha e inflamada (“língua de morango”). A erupção, que clareia quando pressionada, é mais bem visualizada no abdome e nas dobras da pele (linhas de Pastia). A erupção desaparece após cinco a sete dias e é seguida de descamação da camada superior da pele. As complicações supurativas da faringite estreptocócica (p. ex., abscessos peritonsilares e retrofaríngeos) se tornaram raras desde o advento da antibioticoterapia. Piodermia Piodermia (impetigo) é uma infecção de pele (“derme”) confinada, purulenta (“pio”) que afeta principalmente áreas expostas (p. ex., face, braços, pernas). A infecção se inicia quando a pele é colonizada com S. pyogenes, após o contado direto com pessoas infectadas ou fômites contaminados. O microrganismo é introduzido no tecido subcutâneo através de uma descontinuidade da pele (p. ex., arranhão, picada de inseto). As vesículas se desenvolvem, progridem para pústulas (vesículas cheias de pus) e então se rompem e formam uma crosta na superfície. Os linfonodos regionais podem estar aumentados, porém não são comuns sinais sistêmicos de infecção (p. ex., febre, sepse e envolvimento de outros órgãos). A disseminação secundária dérmica da infecção causada por arranhadura é comum. Piodermia é observada principalmente durante os meses quentes e úmidos e em crianças pequenas com pouca higiene pessoal. Embora S. pyogenes seja responsável pela maioria das infecções estreptocócicas de pele, os estreptococos dos grupos C e G também têm sido implicados. Staphylococcus aureus também está comumente presente nas lesões. As cepas de estreptococos que causam infecções de pele diferem daquelas que causam faringite, embora os que causam piodermia possam colonizar a faringe e estabelecer um estado de portador persistente. Erisipela Erisipela (erythros, “vermelho”; pella, “pele”) é uma infecção aguda da pele. Os pacientes apresentam dor localizada, inflamação (eritema, calor), aumento dos linfonodos e sinais sistêmicos (calafrios, febre, leucocitose). A área da pele envolvida fica tipicamente elevada, diferenciando-se das regiões não afetadas. A erisipela ocorre mais comumente em crianças pequenas e idosos, historicamente na face, mas atualmente é mais frequente nas pernas, e usualmente é precedida por infecções do trato respiratório ou da pele com S. pyogenes (menos usual com estreptococos dos grupos C e G). Celulite Ao contrário da erisipela, a celulite envolve tipicamente tanto a pele quanto os tecidos subcutâneos mais profundos, e a distinção entre a região infectada da não infectada, não é clara. Como na erisipela, são observados sinais de inflamação local e sistêmica. É necessária a identificação precisa do microrganismo envolvido, porque diversas bactérias diferentes podem causar celulite. Celulite e Erisipela Celulite: Derme profunda, gordura subcutânea Erisipela: Derme superior, linfáticos superficiais Erisipela de Repetição Problemas na Cicatrização. Fascite Necrosante Fascite necrosante (também chamada de gangrena estreptocócica) é uma infecção que ocorre no tecido subcutâneo profundo, dissemina-se ao longo dos planos fasciais e é caracterizada por uma destruição extensiva do músculo e do tecido adiposo. O microrganismo (referido pelos meios de comunicação como “bactéria carnívora”) é introduzido no tecido através de uma descontinuidade na pele (p. ex., cortes pequenos ou trauma, infecção viral vesicular, queimadura, cirurgia). Inicialmente há uma evidência de celulite, que em seguida forma uma bolha, gangrena (necrose tecidual associada à obstrução do fluxo sanguíneo) e desenvolvimento dos sintomas sistêmicos. As características dessa doença são toxicidade, falência de múltiplos órgãos e morte; assim, é necessária a pronta intervenção médica para salvar o paciente. Diferentemente da celulite, que pode ser tratada com terapia antimicrobiana, na fascite é necessário conjugar um tratamento agressivo, que inclui desbridamento cirúrgico do tecido infectado. Fasceíte/Fascite necrosante (bactéria “comedora de carne”) ▪ Infecção da CAMADA SUBCUTÂNEA e FÁSCIA MUSCULAR. É uma infecção profunda do tecido conjuntivo subcutâneo, que se caracteriza por destruição dos tecidos muscular e gorduroso e se dissemina ao longo do plano fascial. ▪ Rápida progressão de edema para bolhas e necrose. Ausência de crepitação. ▪ Transmissão: ruptura na pele (corte, trauma, queimadura, cirurgia) ▪ Fator de virulência: EXOTOXINA PIROGÊNICA (SUPERANTÍGENO - GRUPO I) ▪ Falência múltipla de órgãos / alta taxa de mortalidade (> 50%) ▪ Pode ser causado por outras bactérias (menos comum) Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico Embora a incidência de doenças graves por S. pyogenes tenha diminuído de maneira constante após o advento dos antibióticos, esta tendência mudou dramaticamente no final da década de 1980, quando infecções caracterizadas por toxicidade multissistêmica passaram a ser relatadas. Os pacientes com esta síndrome apresentam inicialmente uma inflamação de tecido mole no sítio da infecção, dor e sintomas inespecíficos como febre, calafrios, mal- estar, náuseas, vômitos e diarreia. A dor se intensifica à medida que a doença progride para o choque e a falência de órgãos (p. ex., rins, pulmões, fígado, coração) – características semelhantes àquelas da síndrome do choque tóxico estafilocócico. Entretanto, de maneira diferente da doença estafilocócica, a maioria dos pacientes com a doença estreptocócica apresenta bacteremia e muitos têm fascite necrosante. Staphylococcus e Outros Cocos Gram-Positivos Os cocos Gram-positivos compõem um grupo heterogêneo de bactérias. As características que eles apresentam em comum são forma esférica, reação à coloração de Gram e ausência de endósporos. O nome do gênero Staphylococcus se refere ao fato de que esses cocos Gram-positivos crescem em um padrão que se assemelha a um cacho de uvas. A maioria dos Staphylococccus tem 0,5 a 1,5 µm de diâmetro, é imóvel e capaz de crescer em uma variedade de condições — aeróbia e anaeróbia, na presença de concentração elevada de sal (p. ex., 10% de cloreto de sódio) e em temperaturas que podem variar entre 18° e 40 °C. Essas bactérias estão presentes na pele e nas membranas mucosas dos seres humanos. Atualmente, o gênero consiste em 45 espécies e 24 subespécies, muitas das quais são encontradas associadas aos seres humanos. Algumas espécies são comumente encontradas em nichos muito específicos. Por exemplo, Staphylococcus aureus coloniza as narinas, Staphylococcus capitis é encontrado onde as glândulas sebáceas aparecem em maior número (p. ex., na testa), e Staphylococcus haemolyticus e Staphylococcus hominis são encontrados em áreas onde as glândulas apócrinas estão presentes (p. ex., na axila). Os estafilococos são patógenos importantes para os seres humanos, sendo responsáveis por um amplo espectro de doenças sistêmicas, de gravidade considerável, incluindo infecções da pele, tecidos moles, ossos e trato urinário; e infecções oportunistas. As espécies mais comumente associadas a doenças huanas são S. aureus (o membro mais virulento e conhecido do gênero), Staphylococcus epidermidis, S. haemolyticus, Staphylococcus lugdunensis e Staphylococcus saprophyticus. Os membros de S. aureus resistentes à meticilina (MRSA, do inglês, methicillin-resistant Staphylococcus aureus) são conhecidos agentes de infecções graves em pacientes hospitalizados e, também, no ambiente extra-hospitalar em crianças e adultos previamente sadios. As colônias de S. aureus podem apresentar umacoloração amarelo-ouro, como resultado da expressão de pigmentos carotenoides que se formam durante o seu crescimento, daí o nome da espécie. Também é a espécie que produz a enzima coagulase mais encontrada nos seres humanos, sendo esta propriedade um teste diagnóstico útil. Quando uma colônia de S. aureus é suspensa em plasma, a coagulase se liga a um fator sérico, e este complexo converte fibrinogênio em fibrina, resultando na formação de um coágulo. As espécies que não apresentam esta propriedade são referidas coletivamente como estafilococos coagulase-negativos. Staphylococccus Aureus S. aureus causa doença através da produção de toxinas ou da invasão direta e destruição do tecido. As manifestações clínicas de algumas doenças estafilocócicas são quase que exclusivamente o resultado da atividade de toxinas (p. ex., SSSS, intoxicação alimentar e TSS), enquanto outras doenças resultam da proliferação do microrganismo, levando à formação de abscessos e destruição de tecidos (p. ex., infecções cutâneas, endocardite, pneumonia, empiema, osteomielite, artrite séptica) (Fig. 18-2). Na presença de corpos estranhos (p. ex., pinos, cateteres, derivações, válvulas ou articulações protéticas), um número significativamente menor de estafilococos é necessário para estabelecer doença. Do mesmo modo, pacientes com doenças congênitas associadas a uma resposta quimiotática ou fagocítica comprometida (p. ex., síndrome de Job, síndrome de Wiskott-Aldrich, doença granulomatosa crônica) são mais suscetíveis a infecções estafilocócicas. Staphylococcus aureus: Caracteristicas Gerais ▪ Morfologia: ESTAFILOCOCO (cocos em arranjos irregulares como “cachos de uva”, aos pares, isoladas), GRAM POSITIVO ▪ Fatores de crescimento: mesófilos, anaeróbios facultativos ▪ Características bioquímicas: objetiva identificar o patógeno ▪ Principal bactéria de FERIDAS CIRÚRGICAS ▪ Bactéria mais frequente de BACTEREMIA, podendo evoluir para SEPSE ▪ Cepas resistentes a antibióticos. EX.: MRSA (S. aureus resistentes à meticilina): comum em infecções hospitalares Encontrada na MICROBIOTA NORMAL HUMANA: MUCOSA NASAL, principalmente (20% população – microbiota residente / 60% população: microbiota transitória/ 20% restante: não possui). Pode ser encontrado em pele, intestino, faringe, vagina etc. Encontrada no meio ambiente (água, poeira, alimentos etc.) Fatores de Virulência ▪ Cápsula (composição polissacarídica): adesão e evasão da fagocitose ▪ Proteína A (parede celular): se liga à fração constante (Fc) do IgG, impedindo que esses anticorpos interajam com os fagócitos ▪ Ácidos teicóicos (parede celular): adesão do patógeno às células epiteliais da mucosa nasal ▪ Coagulase: enzimas que converte fibrinogênio em fibrina (formação de coágulo ao redor das bactérias). Se camufla do sistema imune. Essencial para a formação de abscesso. ▪ Catalase: enzima que converte peróxido de hidrogênio (tóxico para a bactéria) em água e oxigênio, neutralizando essa substância tóxica. ▪ Hialuronidase: enzima que destrói o ácido hialurônico do tecido conjuntivo e permite invasão. ▪ Toxina Esfoliativa: toxinas esfoliativas A e B. Descamação da pele (epiderme). ▪ TSST-1 (Toxina da Síndrome do Choque Tóxico 1) Toxina que funciona como SUPERANTÍGENO. Estimula de forma exacerbada a liberação de citocina (atua no processo entre APC e LTCD4). ▪ Hemolisinas alfa, beta, delta e gama: lise de hemácias e outras células. Staphylococus aureus (doenças) Infecções Superficiais: 1. Foliculite (infecção piogênica no folículo piloso) 2. Furúnculo (evolução da foliculite) 3. Carbúnculo (evolução do furúnculo / vários folículos pilosos) Celulite (infecção na derme sem formação de pus) 4. Impetigo não bolhoso (infecção na epiderme) pústula e posterior crosta Síndromes Toxigênicas: 5. Impetigo bolhoso (toxina de ação local) bolhas localizadas 6. Síndrome da pele escaldada (toxina de ação disseminada) bolhas disseminadas e posterior descamação da pele 7. Síndrome do choque tóxico (toxina de ação disseminada) lesão parecendo queimadura Síndrome da Pele Escaldada Estafilocócica Em 1878, Gottfried Ritter von Rittershain descreveu 297 casos de crianças com menos de um mês de idade que apresentaram dermatite esfoliativa bolhosa. A doença descrita, agora chamada de doença de Ritter ou SSSS, é caracterizada pelo aparecimento abrupto de um eritema localizado perioral (vermelhidão e inflamação ao redor da boca) que se espalha por todo o corpo em dois dias. Uma leve pressão desloca a pele (sinal de Nikolsky positivo) e grandes vesículas ou bolhas cutâneas se formam logo depois, seguidas da descamação do epitélio (Fig. 18-3). As bolhas contêm um fluido claro, mas não apresentam microrganismos ou leucócitos, consistente com o fato de que a doença é causada pela toxina bacteriana. O epitélio se torna intacto novamente dentro de sete a 10 dias, quando aparecem os anticorpos contra a toxina. Não deixa cicatrizes, porque somente a camada superior da epiderme é destruída. É uma doença que atinge, principalmente, os recém-nascidos e crianças pequenas, com uma taxa de mortalidade menor do que 5%. A ocorrência de óbito é resultado de infecções bacterianas secundárias nas áreas descamadas. As infecções em adultos geralmente estão relacionadas a indivíduos imunocomprometidos ou pacientes com doenças renais, e, nesses casos, a taxa de mortalidade é elevada, atingindo 60%. ▪ Causado pela TOXINA ESFOLIATIVA, que se dissemina via hematogênica ▪ Disseminação de bolha e descamação da pele. ▪ Toxina cliva a desmogleína-1, proteína presente no desmossomo responsável pela adesão entre células epiteliais, ocorrendo a separação das camadas epiteliais (EPIDERME/INTRAEPIDÉRMICA) ▪ Sinal de Nikolsky positivo (leve pressão desloca a pele) ▪ Bolhas com ausência de bactérias e leucócitos. ▪ Aparecimento abrupto de um eritema que espalha pelo corpo ▪ Epitélio intacto de 7-10 dias (anticorpos contra a toxina) ▪ Comum em crianças, neonatos e imunocomprometidos. Pode ser autolimitada. Síndrome do Choque Tóxico O primeiro surto de TSS ocorreu em 1928 na Austrália, onde a doença acometeu 21 crianças, 12 das quais morreram após a injeção com uma vacina contaminada com S. aureus. Cinquenta anos mais tarde, J.K. Todd observou o que ele chamou de síndrome do choque tóxico em sete crianças com doença sistêmica, e os primeiros relatos de TSS em mulheres no período menstrual foram publicados no verão de 1980. Esses relatos foram seguidos por um dramático aumento na incidência de TSS, particularmente em mulheres. Subsequentemente, foi descoberto que as cepas de S. aureus produtoras de TSST-l poderiam se multiplicar rapidamente em tampões hiperabsorventes e liberar toxina. Após a retirada do mercado desses tampões, a incidência da doença, particularmente em mulheres no período menstrual, diminuiu rapidamente. Atualmente, menos de 100 casos de TSS são registrados anualmente nos Estados Unidos. Embora tenha sido originalmente relatado que estafilococos coagulase-negativos poderiam causar TSS, considera- se atualmente que a causa dessa doença seja restrita ao S. aureus. A doença tem início com o crescimento localizado de cepas de S. aureus produtor de toxina no canal vaginal ou em uma ferida, seguido da liberação da toxina para a corrente sanguínea. A produção de toxina requer uma atmosfera aeróbica e pH neutro. As manifestações clínicas se iniciam de forma abrupta e incluem febre, hipotensão e uma erupção eritematosa macular difusa. Múltiplos sistemas de órgãos (p. ex., nervoso central, gastrointestinal, hematológico, hepático, muscular e renal) são também envolvidos, e a pele inteira descama, incluindo a palma das mãos e a sola dospés. Uma forma particularmente virulenta de TSS é a púrpura fulminante. Essa doença é caracterizada por extensas lesões purpúricas na pele, febre, hipotensão e coagulação intravascular disseminada. Anteriormente, a púrpura fulminante era principalmente associada aos quadros mais graves das infecções causadas por Neisseria meningitidis. ▪ AÇÃO SISTÊMICA provocada por linhagens de S. aureus produtoras de TOXINAS TSST-1 (SUPERANTÍGENO), liberadas na corrente sanguínea. Expressão em pH neutro a alta concentração de O2. ▪ Caracterização da doença: febre, hipotensão, erupção cutânea (difusa, macular e similar à queimadura de sol, que evolui para descamação) e envolvimento de três ou mais dos seguintes órgãos: fígado, rim, trato gastrintestinal, sistema nervoso central, músculos ou sangue. ▪ Classificação clínica epidemiológica: casos menstruais (menos comum, atualmente) e não menstruais (ex.: cirurgias nasais, com bandagens absorventes) Infecções Cutâneas Infecções estafilocócicas piogênicas localizadas incluem impetigo, foliculite, furúnculos e carbúnculos. Impetingo Uma infecção superficial que afeta principalmente crianças pequenas, atinge principalmente a face e os membros. Inicialmente, surge uma pequena mácula (ponto vermelho plano) e depois se desenvolve uma vesícula cheia de pus (pústula) sobre uma base eritematosa. Após o rompimento da vesícula, aparece uma crosta. São comuns múltiplas vesículas em diferentes estágios de desenvolvimento, devido ao espalhamento secundário da infecção para sítios adjacentes da pele (Fig. 18-6). O impetigo é geralmente causado pelo S. aureus, embora os estreptococos do grupo A, isoladamente ou em associação com S. aureus, sejam responsáveis por 20% dos casos. Impetigo não bolhoso ▪ Infecção altamente contagiosa na EPIDERME MAIS SUPERFICIAL, principalmente face e membros ▪ Evolução da lesão: mácula / pústula sobre a base eritematosa / rompimento da pústula / formação de crosta de coloração castanha ▪ Impetigo não bolhoso é a forma mais comum da doença (ilustração) ▪ Também causada por Streptococcus pyogenes ▪ Comum em crianças (2-5 anos) e jovens (acúmulo de pessoa/falta higiene) Impetigo bolhoso É uma forma localizada da SSSS. Nessa síndrome, cepas específicas de S. aureus produtoras de toxina (p. ex., fagotipo 71) estão associadas à formação de bolhas superficiais na pele (Fig. 18-4). Diferentemente dos indivíduos com manifestações disseminadas de SSSS, os pacientes com impetigo bolhoso têm bolhas que apresentam cultura positiva para o microrganismo. O eritema não se estende para além das bordas das bolhas, e o sinal de Nikolsky não está presente. A doença ocorre primariamente em bebês e crianças pequenas e é altamente contagiosa. ▪ Bolhas localizadas e superficiais na pele EPIDERME MAIS PROFUNDA (INTRAEPIDÉRMICA), causada pela TOXINA ESFOLIATIVA PRODUZIDA NO LOCAL ▪ Forma localizada da síndrome da pele escaldada ▪ Eritema não se estende para o exterior da bolha ▪ Comum em bebês e crianças ▪ Contagiosa ▪ Sinais de Nikolsky negativo Foliculite É uma infecção piogênica dos folículos pilosos. A base do folículo fica elevada e avermelhada, apresentando uma coleção de pus sob a superfície epidérmica. Se este quadro ocorrer na base da pálpebra, é chamado de terçol. Furúnculos, uma extensão da foliculite, são nódulos elevados, grandes e dolorosos, que possuem uma coleção subjacente de tecido morto e necrótico. Podem drenar espontaneamente ou após incisão cirúrgica. Foliculite ▪ Infecção piogênica do FOLÍCULO PILOSO ▪ Hordéolo (infecção no cílio), conhecido como terçol ▪ Lesão: pústula / eritema ▪ Ocorrência: espinha ou pelos encravados Furúnculo: Tipo de Abscesso ▪ Pode se desenvolver a partir de uma foliculite (FOLÍCULO PILOSO INFLAMADO) ▪ Lesão: nódulo grande, duro, elevado, eritematoso, dolorido, com pus ▪ Drenagem espontânea ou cirúrgica. Importância da drenagem de pus? Antibióticos não penetram bem no abcesso. ▪ Comum em áreas de atrito (axilas, nádegas e virilha) Carbúnculo Carbúnculos ocorrem quando os furúnculos coalescem e se estendem para o tecido subcutâneo mais profundo. Normalmente, múltiplas fístulas estão presentes. Ao contrário dos pacientes com foliculite e furúnculos, os pacientes com carbúnculo têm calafrios e febre, indicando a disseminação sistêmica de estafilococos para outros tecidos através de bacteremia. ▪ Furúculos coalescem e se estendem ao TECIDO SUBCUTÂNEO. Quando o organismo falha em isolar o furúnculo, o tecido adjacente pode ser progressivamente invadido ▪ Lesão: inflamação endurecida, profunda e eritematosa ▪ Calafrio e febre / Pode ocorrer bacteremia. Drenagem cirúrgica. Resumindo: Streptococcus pyogenes - Fasceíte/Fascite necrosante (bactéria “comedora de carne”). - Celulite. - Faringite - Escarlatina - Erispitela. Staphylococcus aureus Infecções Superficiais: 1. Foliculite (infecção piogênica no folículo piloso) 2. Furúnculo (evolução da foliculite) 3. Carbúnculo (evolução do furúnculo / vários folículos pilosos) Celulite (infecção na derme sem formação de pus) 4. Impetigo não bolhoso (infecção na epiderme) pústula e posterior crosta Síndromes Toxigênicas: 5. Impetigo bolhoso (toxina de ação local) bolhas localizadas 6. Síndrome da pele escaldada (toxina de ação disseminada) bolhas disseminadas e posterior descamação da pele 7. Síndrome do choque tóxico (toxina de ação disseminada) lesão parecendo queimadura
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