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SERVIÇOS PÚBLICOS com base na doutrina de Matheus Carvalho CONCEITO: Primeiros estudos na França com a criação da Escola do Serviço Público serviços públicos eram o único objeto do Direito Administrativo qualquer atividade executada pelo Estado desde que realizada com a finalidade de satisfazer as necessidades coletivas conceito restringido atualmente; As atividades definidas como serviços públicos são rotuladas pela CF e pelas leis infraconstitucionais, a partir da conjunção de três elementos: Substrato material: comodidade ou utilidade usufruída por toda sociedade e pretada pela ADM pública de forma continua; Substrato formal: regida por normas de direito público de forma a beneficiar a coletividade sem distinção; Elemento subjetivo: prestado direta ou indiretamente pelo Estado; -Diferença entre prestação do serviço público e outras atividades executadas pelo Estado: Obra Pública: não se confunde com a prestação do serviço; atividade estanque com inicio e fim das atividades; Poder de Polícia: configura uma restrição do exercício de liberdades e o uso da propriedade Exploração de atividade econômica: quando o Poder Público atua no mercado submete-se às normas de direito privado; sempre por razões de interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional. PRINCÍPIOS: Deve obediência aos princípios de direito Administrativo definidos no texto constitucional de forma expressa ou implícita; -Princípios definidos pela Lei 8.987/95: · Dever de prestação pelo Estado: proibição da escusa do Estado em prestar o serviço público; omissão do Estado pode configurar abuso de poder e gerar responsabilidade civil em caso de dano decorrente da omissão; · Modicidade: determinação para que as tarifas cobradas sejam as mais baixas possíveis a fim de ampliar o acesso a serviços essenciais ao maior número possível de pessoas; a lei 8987/95 em seu artigo 11 permite que as empresas tenham fontes alternativas de receitas de modo a evitar aumento das tarifas; · Atualidade: ou adaptabilidade; estabelece que a prestação do serviço deve ser feita dentro das técnicas mais modernas; artigo 6º, §2º da Lei 8.987/95; ligado ao dever de eficiência imposto ao Estado; · Cortesia: dever do prestador de serviço em ser educado e cortes com os usuários; bom trato; artigo 6º, §1§ da Lei 8.987/95; · Economicidade: prestação de forma eficiente, resultados positivos e com gastos dentro dos limites da razoabilidade; · Generalidade: ou universalidade; a prestação deverá ser para o maior número de pessoas possível e será a mesma para todos; · Submissão a controle: os serviços públicos podem ser “fiscalizados” pela sociedade, pela Administração Pública e pelos outros poderes e para garantir tal controle os serviços públicos devem ser transparentes; · Continuidade: ou permanência; os serviços públicos devem ser prestados de forma continua, não comportando interrupções ou falhas, diante da natureza de alguns serviços a coletividade serem inadiáveis; ligado ao princípio da eficiência; artigo 6º, §1º da Lei 8.987/95; Greve de agentes públicos: -Exceção ao princípio da continuidade e deve respeitar os limites impostos pela legislação pertinente de modo a evitar paralisação total -A CF no artigo 142, §3º, IV veda o direito a greve e sindicalização aos militares e o STF em julgamento de ARE 654432 entendeu que a vedação ao direito de greve também se estende aos policiais civis -Mesmo que a greve seja licita será admitido corte da remuneração dos servidores grevistas, salvo se decorrente de ato ilícito da Administração Pública; Inadimplemento do usuário do serviço: -Lei 8.987/95, artigo 6º, §3º permite a interrupção nas hipóteses de: Situação de emergência ou após prévio aviso nas hipóteses: Por razões de ordem técnica ou inadimplemento do usuário forma de garantir a prestação do serviço aos adimplentes e evitar o enriquecimento sem causa do inadimplente que se beneficia do serviço sem arcar com os custos (STJ) posição minoritária considera o corte inconstitucional pois quebra o princípio da continuidade; Pacificado o entendimento acerca da ilegalidade do corte no fornecimento se ensejar dano a coletividade (corte de energia de hospital, por exemplo) supremacia do interesse público sobre o privado. EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS: -Exceção do contrato não cumprido: direito dos contratantes de suspender a obrigação em caso de inadimplemento da outra parte; diferida: nos contratos entre particular e adm pública, conforme lei 8.666/93, art. 78, XV o inadimplemento deve ser superior a 90 dias, o particular é obrigado a manter o serviço durante este período; a aplicação do conceito só enseja paralisação das atividades sendo a extinção da avença possível somente por meio de decisão judicial. Ocupação temporária de bens e substituição: -Lei 8.666/93, art.58, V- ocupação provisória de bens, pessoal e serviço vinculado ao objeto do contrato nos casos de serviços essenciais; -Contratos de concessão de serviços públicostransferência de propriedade reversão de bens -Substituição e suplência de servidores públicos. · Isonomia: a prestação dos serviços não pode criar diferenciação indevida entre os usuários, exceção: ações afirmativas; mutabilidade de regime em decorrência das mudanças das necessidades dos administrados. FORMAS DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO: De forma direta ou mediante descentralização que ocorre por: Outorga: descentralização por serviçotransfere-se a titularidade e execução para pessoas jurídicas de direito público, somente por lei especifica que cria os Órgãos da Administração Indireta Estado mantém responsabilidade subsidiária por danos. Delegação: descentralização por colaboraçãotransfere-se somente a execução para particulares regidos pelo direito privado, por meio de lei ou contrato de concessão e/ou permissão -Serviços que só podem ser executados pelo Estado a fim de resguardar o interesse da sociedade: · Exclusivos, não delegáveis: não admite a transferência a particulares; a CF prevê somente o serviço postal e o correio aéreo nacional, mas a doutrina acrescenta outros o STF entende que o Correios tem regime idêntico ao da Fazenda Pública; · Exclusivos delegáveis: prestados pelo Estado diretamente ou por delegação a particulares por sua conta e risco; responsabilidade subsidiaria do Estado que mantém a titularidade; · Delegação obrigatória: devem ser prestados pelo Estado e devem ser delegados a particulares por meio de contrato rádio e televisão, artigo 223 da CF; · Não exclusivos de Estado: devem ser prestados pelo Estado e podem ser prestados pelo particular sem necessidade de delegação saúde, educação, previdência... o particular não celebra contrato com o Estado para executar a atividade, tem sua própria titularidade, o Estado apenas autoriza (exercício do poder de polícia)STF designa como serviço de utilidade pública ou impróprio, não serviço público CLASSIFICAÇÃO: · Serviços uti singuli: ou individuais; prestados a toda coletividade, mas passível de mensuração individual, é possível medir quanto cada usuário usufruiu e, portanto, a cobrança de taxa ou tarifa como pagamentoserviço elétrico, telefonia e transporte público; serviços divisíveis; -Compulsórios: essenciais à coletividade; o destinatário não pode abdicar e no caso de não pagamento é permitido a cobrança por meio de execução fiscal por ter natureza tributária; -Facultativo: é de interesse da coletividade, mas o usuário pode optar por utilizar ou não, sendo permitido a contraprestação por tarifa ou preço público; *Súmula 545 do STF: preços ≠ taxas · Serviços uti universi: prestados a toda coletividade mas sem possibilidade de averiguação da quantidade utilizada por cada usuário e por isso são custeados pela receita feral decorrente da arrecadação de impostosiluminação pública, segurança pública;serviços indivisíveis; -A doutrina ainda divide em: Próprio: só podem ser prestados pelo Estado de forma direta ou por delegação a particular; Impróprio: podem ser executados por particulares sem a necessidade de delegação pelo ente estatalserviço público nãoexclusivo do Estado; Ou ainda em: Serviços administrativos: atividades internas do Estadoex.: imprensa oficial; Serviços sociais: prestado pelo Estado em paralelo à execução pela iniciativa privada; Serviços comerciais ou industriais: exploração de atividade econômica para Di Pietro: é necessário para atender às necessidades coletivas de ordem econômica. DELEGAÇÃO CONTRATUAL DE SERVIÇOS: Por meio de delegação ou concessão, nos moldes da lei; Lei 8987/95 contratos de concessão ou permissão de serviços públicos Lei 9074/99 Normas para outorga e prorrogação de serviços públicos de energia elétrica Lei 11079/04 parcerias Público-Privada- PPP’s - contrato de concessão de natureza especial. CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS: -Trata-se de modalidade de transferência de prestação de serviço público, onde o particular, pessoa jurídica ou consórcio de empresas, recebe do poder público a execução da atividade por sua conta e risco, através de procedimento licitatório, na modalidade concorrência, independentemente do valor do contrato; -Contrato de concessão comum disciplinado no artigo 2º da lei 8.987/95; -Remuneração por meio de cobrança de tarifa dos usuáriosexemplo: concessão de serviço de transporte público; -Podem ser: *Simples transferência de execução de atividade; *Precedida de obra o particular recebe do poder público a determinação para que realize obra pública de relevância para a execução do serviço público com a exploração serviço, o particular alcança o ressarcimento pelo gasto com a obra; Poder concedente Poder Público: É o ente federativo responsável pela execução da atividade delegadaLei 8.987/95; Excepcionalmente a concedente pode ser entidade da Administração Indireta, como as autarquias ANATEL e ANEEL; Lei 11.107/05 consórcio público (entidade formada pela gestão associada de entes da federação) como poder concedente alvo de críticas já que não tem, de fato, a titularidade dos serviços; Direitos e obrigações da concedente: -Regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação; -Aplicar as penalidades regulamentares e contratuais, nos moldes definidos no contrato; -Intervir na prestação do serviçosempre que houver indícios de irregularidades na empresa contratada; -Extinguir a concessão: poder de Rescisão Unilateral do ente públicoencampação: interesse público e; Caducidade: inadimplência da concessionária; -Homologar reajustes e revisar o valor das tarifas; -Zelar pela boa qualidade do serviço; -Declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública; -Declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição de servidão administrativa; entre outros. *Possibilidade de alteração unilateral do contrato pelo poder público; *Ocupação temporária de bens ≠ reversão de bens. Concessionária: Pessoa jurídica ou consórcio de empresas que celebra o contrato e se torna executor do serviço; · ATENÇÃO: é diferente do contrato de concessão de uso de bem público que pode ser firmado com pessoa física. O particular tem garantida a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, entretanto deve suportar todos os encargos decorrentes da supremacia do interesse público sobre o particular; Pode agir em busca do lucro pactuado, mas deve atender aos requisitos que satisfaçam o interesse público serviço adequado, prestar contas da gestão do serviço, etc. Não se beneficia de prerrogativas inerentes a Fazenda Pública. Responsabilidade objetiva do particular e responsabilidade subsidiária e objetiva do Estado Usuários do serviço: A lei 8.987/95 admite a aplicação do CDC; O particular tem direito a garantias como recebimento do serviço adequado, modicidade das tarifas, eficiência e cortesia dos executores, liberdade de escolha, etc. (já analisado). Procedimento licitatório: -Estabelecido pelo artigo 175 da CFconcessão ou permissão sempre através de procedimento licitatório; -Licitação na modalidade concorrência -O edital de concorrência, conforme Lei 8.987/95, pode ser invertido se houver previsão editalicia -Critérios de escolha previstos na Lei 8.987/95: · Menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; · Maior oferta; · Melhor proposta técnica · Melhor oferta de pagamento de outorga. *os critérios são combinados um a um em todas fases de análise. -Art. 15, §3º da Lei 8.987/95 recusa de propostas inexequíveis; -Critério de desempate: nacionalidade da empresa; -Possibilidade de participação como empresas consorciadas, que compartilham responsabilidade solidária, sendo obrigatório a eleição de uma empresa líder responsável pelo consórcioa participação de empresa no consórcio a impede de participar de outra forma ou mesmo duas vezes. Modalidades licitatórias: -Lei 9074/95-Programa Nacional de Desestatizaçãopossibilidade de concessão por leilãoafasta a obrigatoriedade de concorrência; -Exceção: concessão de serviço público de radiodifusão de sons e imagens e sonora que deve observar o texto constitucional. Formalização dos contratos de concessão de serviço público: -A remuneração é alcançada por meio da exploração do serviço concedido através da cobrança de tarifas aos usuáriostransporte, energia elétrica, telefonia... Submete-se as observações gerais da Lei 8.666/93 que rege os contratos administrativos em ajuste com o artigo 23 da Lei 8.987/95 que estabelece as cláusulas necessárias à validade dos contratos de concessão de serviço público, aliado a isso, nas concessões precedidas de obras devem estar estipulados cláusulas com o cronograma físico- financeiro de execução da obra. Intervenção: -Decorrente da possibilidade de fiscalização pelo Poder Público; em casos de indícios de irregularidades por parte da concessionária, o poder Executivo pode, por meio de edital, nomear interventor que será responsável pela apuração das irregularidades30 dias para início do processo administrativo180 dias para conclusão ao fim, pode ser decretada a caducidade do contrato pelo cometimento de irregularidade que configure o inadimplemento contratual ou, devolução da administração à concessionária. Duração do contrato de concessão: A concessão, em regra, não gera despesas para o Estado (remuneração por tarifa), por esta razão não segue o prazo estipulado pela lei 8666/93 que em seu artigo 57 determina o prazo de 1 ano, todavia, isto não significa que o contrato de concessão será por tempo indeterminado, pois todo contrato administrativo tem prazo para finalização, o que ocorre é que nos contratos de concessão este período é maior, muito em vista a necessidade da concessionária de obter de volta os gastos que investiu na execução da atividade. Radiodifusão sonora e radiodifusão de sinais e imagens 10 e 15 anos, respectivamenteArt.223, §5º da CF. Arbitragem: Possibilidade trazida pela Lei 11.196/05 Para a doutrina viola o principio da indisponibilidade do interesse publico ao permitir que particulares resolvam contendas de relevância para a sociedade. Subconcessão: Intuito personae pessoa determinada; não pode ser transferida durante sua execução; -Somente admissível com a prévia anuência do poder concedente, sob pena de caducidade da concessão-art.27 da Lei 8.987/95; O Poder Público deve observar diversas regras antes da permissão, além dos requisitos gerais de capacidade técnica e idoneidade financeira, deve ser levado em consideração o tempo em que a subconcessão está sendo feita de modo a evitar fraude ao certame pela criação de “empresas de fachada” ao termino da licitação; Também deve ser precedida por procedimento licitatório na modalidade concorrência; O entendimento majoritário é de que somente é transferido o objeto do contrato e que a subcontratação é vedada pela lei 8.987/95. Remuneração da concessionária: Valor da tarifa estabelecido pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisãoas regras são necessárias para manter o lucro pactuado e evitar a corrosão do valor art.9º da Lei 8.987/95; Tarifa= custos dos serviços + lucro auferido à concessionária + amortização dos investimentos Receitasalternativas: desde que o poder concedente faça a previsão em edital de licitação possibilita que a concessionária tenha outras fontes e garanta a modicidade das tarifas. Assunção do controle da empresa pelos financiadores: Financiadores e garantidores; Assunção do controle ou administração temporária da concessionária sempre que for necessária para a reestruturação financeira e assegurar a continuidade da prestação do serviço; Os administradores e financiadores não são responsabilizados pela tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações com terceiros, etc, continuam a cargo da concessionária; Incluído com a Lei 13.097/15. Extinção do contrato de concessão: Retornam ao Poder Público os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário, da mesma forma, o Poder Público deve promover a imediata assunção do serviço para que não ocorra sua interrupção. Possível por: a) Advento do termo contratual: escoamento do prazo; b) Encampação: ou resgate pelo poder concedente do serviço público ainda na vigência do contrato por motivo de interesse público; direito a indenização do particular por prejuízos decorrentes da extinção precoce do contrato; c) Caducidade: rescisão unilateral em decorrência de inadimplemento da entidade privada (deixa de cumprir suas obrigações contratuais); hipóteses previstas no artigo 38, §1º da Lei 8.987/95. a responsabilidade com ônus, obrigações e compromissos permanece com a concessionária; d) Rescisão consensual ou bilateral, distrato firmado entre as partes e; judicial: requerida pelo particular diante do inadimplemento do poder público; e) Anulação: em virtude de ilegalidade originária; f) Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular (EI); desaparecimento da empresa. PARCERIA PÚBLICO- PRIVADAPPP: -Espécie de concessão de serviço público criada pela Lei 11.079/04; -Tem o objetivo de prestar o serviço público de forma menos dispendiosa também admite o fornecimento de bens ou execução de obras; -Contraprestação pecuniária do ente estatal; -Riscos da atividade são compartilhados; -Natureza especial e sujeitos a lei 8.987/95; -Carvalho filho prefere chamar este tipo de concessão de especial pelo caráter divergente dos objetivos das entidades contratantes a pessoa privada está em busca da obtenção de lucro; Regulamentado pelo Decreto 5.977/06; -Decreto 5.385/05 instituiu o CGP-Comitê Gestor de Parceria Público-Privada Federal. Espécies de Parceria: · Concessão patrocinada: Pagamento de tarifa pelos usuários + contraprestação do Poder Público; essa contraprestação paga pelo poder público é para garantir a modicidade das tarifas pagas pelo usuário e não pode exceder 70% da remuneração do parceiro privado; Empresa ou consórcio privado que executará a atividade por sua própria conta e risco; · Concessão administrativa: A ADM pública fica responsável pelo pagamento das tarifas usuária do serviço prestado; Semelhante a um contrato de prestação de serviço; -O parceiro privado fica totalmente responsável pelos custos da execução do serviço; -Quando tiver por objeto a execução de obras ou o fornecimento de bens estes não podem figurar como objetos únicos, nesta hipótese deve prestar também um serviço Administração é usuária da atividade executada por empresa responsável pelo serviço penitenciário então paga por este; Cláusulas dos contratos de PPP: Seguem cláusulas gerais da Lei 8.987/95 +: *prazo de vigência superior a 5 e inferior a 35 anos incluídas eventuais prorrogações; *a previsão de penalidades que poderão ser aplicadas em caso de inadimplemento de ambas as partes; *a repartição de riscos entre as partes; *as formas de remuneração e atualização dos valores contratuais; *os mecanismos para preservação da atualidade do serviço; *fatos que caracterizam inadimplência, modos e prazos de regularização do parceiro público; *critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro privado; *prestação de garantias de execução suficientes e compatíveis com os ônus e riscos envolvidos pelo parceiro privado; *compartilhamento de ganhos econômicos com a ADM pública; *vistoria dos bens reversíveis com direito ao poder público de reter pagamentos até o saneamento de irregularidades; *cronograma e marcos para repasse das parcelas do aporte de recursos ao parceiro privado; -Valor mínimo de dez milhões de reais. Características específicas das parcerias: Compartilhamento de riscos e de ganhos decorrentes da redução de risco: *O fim deve ser possibilitar a prestação de serviços com gastos menores. -Responsabilidade solidária da ADM pública pelos danos causados na prestação de serviço, mesmo que por caso fortuito ou força maior (contratos comuns a responsabilidade é subsidiária); -Compartilhamento dos ganhos decorrentes da redução do risco de créditos de financiamento firmado pelo parceiro privado; Financiamento do setor privado: -O parceiro privado deve custear os investimentos necessários à prestação serviço e eventual obra; Pluralidade compensatória: -Formas de contraprestação do parceiro privado ao parceiro público: · Ordem bancária: forma de pagamento direto feito pela Administração Pública na forma de disponibilização de valores em instituição bancária para que o ente privado cumpra com as finalidades contratuais; · Cessão de créditos não tributários: forma de pagamento indireto feita por exemplo pelo repasse de indenizações devidas por terceiro à Fazenda Pública; · Outorga de direitos em face da Administração Pública: sobre direitos que possam ser convertidos em pecúnia; · Outorga de direitos sobre bens públicos dominicais: transferência de renda decorrente de locações e concessões onerosas de uso efetivadas pelo poder público. Garantia do parceiro público: O ente estatal pode exigir da entidade privada garantias para a celebração de contrato de concessão especial não superior a 5% do valor do montante do acordo, de acordo com a Lei 8.666/93; Da mesma forma o particular pode exigir garantias da ADM pública de forma a evitar a inadimplência desta: · Vinculação de receitas: decorrentes do pagamento de tributos, salvo as exceções previstas na CF, como vedação de vinculação de receitas de impostos previstas no art. 167, IV; · Instituição de fundos especiais previstos em lei e contratação de seguro- garantia; · Organismos internacionais ou instituições financeiras; · Fundo garantidor ou empresa estatal criada para esta finalidade. Diretrizes da lei de PPP: Dispostas no artigo 4º da Lei 11.079/04 e de observância de ambos os contratantes Eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos recursos do Estado; Respeito aos interesses e direitos dos destinatários e das entidades privadas responsáveis pela prestação; Indelegabilidade de funções exclusivas do Estado; Responsabilidade fiscal na celebração e execução de parcerias; Transparência dos procedimentos e decisões; Repartição objetiva de riscos entre as partes; Sustentabilidade financeira e vantagens econômicas dos projetos de parceria. Procedimento licitatório: Abertura do certame: que deverá ser precedida de: Licitação, na modalidade concorrência, com algumas regras especiais que somente será autorizada se: Haver autorização da autoridade competente firmado em estudo técnico que demonstre a conveniência e oportunidade da contratação demosntração que as despesas criadas não aumentarão as metas fiscais da Lei de Responsabilidade Fiscalestimativa do impacto orçamentário- financeiro e objeto previsto no plano plurianual em vigor no âmbito do local de celebração de contratosubmissão de minuta de edital e contrato à consulta o públicaprévia licença ambiental do empreendimento na forma do regulamento. Instrumento convocatório: deve prever instrumentos de julgamento para classificação das propostas técnicas alcançadas pela licitação, quais são: Menor valor da tarifa do serviço a ser prestado Combinação dos critérios de menor valor da tarifa e de melhor técnica Menor valor de contraprestação Combinação do critério de menor contraprestação e de melhor técnica.*poderá estipular edição de lances verbais; *poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento *art. 12, IV da lei 11.079/04saneamento de falhas dentro do prazo Sociedades de propósito específico: -Criada previamente à celebração do contrato pelo ente público e pelo parceiro privado unicamente com a finalidade de ser responsável pela gestão e implantação da parceria; -Deve obedecer a padrões de governança corporativa e adotar contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas; -Pode prever a transferência temporária da administração da sociedade desde que autorizadas pelo Poder Público; Normas aplicadas no âmbito federal para os contratos de PPP: A União só edita normas de aplicação geral cabendo aos entes federativos editar normas específicas para aplicação em seus respectivos âmbitos de atuação; · Órgão gestor: instituído por decreto, com competência para definir serviços prioritários, autorizar licitação a aprovar editais, etc. decreto 5385/05- criação de Comitê Gestor das PPP´s no âmbito federal; · Fundo garantidor: entidade privada garantidora criada no âmbito federal com a finalidade de garantir o pagamento de obrigações pecuniárias contraídas pelos parceiroa cúbicos federais limite global de seis bilhões patrimônio do FGP é composto pelo aporte de bens e direitos realizados pelos cotistas;os cotistas nãos são responsabilizados pelas obrigações do fundo administrado por instituição financeira controlada pela União; para que o parceiro privado a acione é necessário demonstrar o inadimplemento do parceiro público de forma reiterada que mesmo assim não fica desonerada do pagamento da obrigação posteriormente, ficando o FGP sub-rogado nos direitos do parceiro privado; · Limitação à celebração de PPPs: deve respeitar limite de gastos no âmbito federal, conforme artigo 22 da lei 11.079/04. Permissão de serviço público: Delegação de serviço público a particular que executa a atividade por sua conta e risco mediante cobrança de tarifas dos usuários; Natureza jurídica de contrato administrativo- contrato de adesão -ADI 1491, STFjustamente por sua natureza contratual fica mitigada seu caráter de precariedade (capacidade de ser revogada unilateralmente); Autorização de serviço público: -Ato administrativo unilateral (que por isso não deve ser precedido por licitação), discricionário e precárioseu desfazimento a qualquer tempo pelo ente público não enseja indenização ao beneficiado não tem base constitucional -artigo 175 da CF prevê somente concessão ou permissão; Autorização de uso de bem público; Autorização de polícia- exemplo: porte de arma de fogo; Serviços de utilidade pública Helly Lopes Meirelles “serviços não essenciais” SERVIÇOS PÚBLICOS à com base na d outr ina de Matheus Carvalho CONCEITO : Primeiros estudos na França com a criação da Escola do Serviço Público à serviços públicos eram o único objeto do Direito Administrativo à qualquer atividade executada pelo Estado desde que realizada com a finalidade de satisfazer as necessidades coletivas à conceito restringido atualmente; As atividades definidas como serviços públicos são rotuladas pela CF e pelas leis infraconstitucionais, a partir da conjunção de três elementos: à Substrato material : comodidade ou utilidade usufruída por toda sociedade e pretada pela ADM pública de forma continua; à Substrato formal : regida por normas de direito público de forma a benefi ciar a coletividade sem distinção; à Elemento subjetivo : prestado direta ou indiretamente pelo Estado ; - Diferença entre prestação do serviço público e outras atividades executadas pelo Estado: à Obra P ú blica : não se confunde com a prestação do serviço ; ativi dade estanque com inicio e fim das atividades; à Poder de Polícia : configura uma restrição do exercício de liberdades e o uso da propriedade à Exploração de atividade econômica : quando o Poder Público atua no mercado submete - se às normas de direito privado; sempre por razões de interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional. PRINCÍPIOS : Deve obediência aos princípios de direito Administrativo definidos no texto constitucional de forma expressa ou implícita; - Princípios definidos pela Lei 8.9 87/95: Ø Dever de prestação pelo Estado : proibição da escusa do Estado em prestar o serviço público; omissão do Estado pode configurar abuso de poder e gerar responsabilidade civil em caso de dano decorrente da omissão; Ø Modicidade : determinação para que as t arifas cobradas sejam as mais baixas possíveis a fim de ampliar o acesso a serviços essenciais ao maior número possível de pessoas; a lei 8987/95 em seu artigo 11 permite que as empresas tenham fontes alternativas de receitas de modo a evitar aumento das t arifas; Ø Atualidade : ou adaptabilidade; estabelece que a prestação do serviço deve ser feita dentro das técnicas mais modernas; artigo 6º, §2º da Lei 8.987/95; ligado ao dever de eficiência imposto ao Estado; Ø Cortesia : dever do prestador de serviço em ser educado e cortes com os usuários; bom trato; artigo 6º, § 1§ da Lei 8.987/95; SERVIÇOS PÚBLICOS com base na doutrina de Matheus Carvalho CONCEITO: Primeiros estudos na França com a criação da Escola do Serviço Público serviços públicos eram o único objeto do Direito Administrativo qualquer atividade executada pelo Estado desde que realizada com a finalidade de satisfazer as necessidades coletivas conceito restringido atualmente; As atividades definidas como serviços públicos são rotuladas pela CF e pelas leis infraconstitucionais, a partir da conjunção de três elementos: Substrato material: comodidade ou utilidade usufruída por toda sociedade e pretada pela ADM pública de forma continua; Substrato formal: regida por normas de direito público de forma a beneficiar a coletividade sem distinção; Elemento subjetivo: prestado direta ou indiretamente pelo Estado; -Diferença entre prestação do serviço público e outras atividades executadas pelo Estado: Obra Pública: não se confunde com a prestação do serviço; atividade estanque com inicio e fim das atividades; Poder de Polícia: configura uma restrição do exercício de liberdades e o uso da propriedade Exploração de atividade econômica: quando o Poder Público atua no mercado submete-se às normas de direito privado; sempre por razões de interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional. PRINCÍPIOS: Deve obediência aos princípios de direito Administrativo definidos no texto constitucional de forma expressa ou implícita; -Princípios definidos pela Lei 8.987/95: Dever de prestação pelo Estado: proibição da escusa do Estado em prestar o serviço público; omissão do Estado pode configurar abuso de poder e gerar responsabilidade civil em caso de dano decorrente da omissão; Modicidade: determinação para que as tarifas cobradas sejam as mais baixas possíveis a fim de ampliar o acesso a serviços essenciais ao maior número possível de pessoas; a lei 8987/95 em seu artigo 11 permite que as empresas tenham fontes alternativas de receitas de modo a evitar aumento das tarifas; Atualidade: ou adaptabilidade; estabelece que a prestação do serviço deve ser feita dentro das técnicas mais modernas; artigo 6º, §2º da Lei 8.987/95; ligado ao dever de eficiência imposto ao Estado; Cortesia: dever do prestador de serviço em ser educado e cortes com os usuários; bom trato; artigo 6º, §1§ da Lei 8.987/95;
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