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Sistema DIGESTÓRIO A superfície dorsal da língua é revestida por um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, apoiado sobre uma lâmina própria bastante vascularizada, constituída de tecido conjuntivo denso. Logo abaixo da lâmina própria se observa feixes musculares estriados esqueléticos seccionados em todas as direções, entremeados com quantidade variável de tecido adiposo e tecido conjuntivo onde se observam grandes quantidades de mastócitos, que são células globosas, com o citoplasma repleto de grânulos e com núcleo esférico central. A face ventral da língua é caracterizada por apresentar um epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado, apoiado em lâmina própria conjuntiva rica em vasos sanguíneos mais calibrosos. A superfície ventral (inferior) da língua é lisa, enquanto a superfície dorsal é irregular, apresentando projeções da mucosa denominadas, papilas linguais. Na imagem ao lado, Corte da parte dorsal da língua, na parte mais escura (traço preto maior) observa-se o epitélio pavimentoso estratificado queratinizado; em 2 (traço menos), a lâmina própria formada por tecido conjuntivo denso. Já, na imagem abaixo, Corte da parte ventral da língua, observa-se na parte mais escura o epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado; em 2 (traço menor), a lâmina própria, constituída de tecido conjuntivo rico em vasos sanguíneos mais calibrosos. Na imagem abaixo, ainda um Corte da parte dorsal da língua, as setas pretas apontam os feixes de músculo estriado esquelético em diferentes direções; já as setas laranjas apontam as papilas fungiformes. As papilas filiformes (do latim filiu, fio) são as mais numerosas e cobrem a superfície anterior da língua. São pontiagudas, com a extremidade voltada posteriormente. São queratinizadas e não contêm corpúsculos gustativos. Possuem um papel mecânico, ajudando a raspar o alimento de uma superfície e aumentando a fricção na mastigação. As papilas fungiformes estão situadas entre as papilas filiformes e são visíveis a olho nu como pontos vermelhos, devido à menor queratinização do epitélio e à rica vascularização do tecido conjuntivo subjacente. Possuem a parte apical mais dilatada que a base, lembrando um cogumelo. Há corpúsculos gustativos na superfície dorsal. Eles detectam os sabores doce, salgado e azedo. Em pequeno número na língua humana, há as papilas foliadas. Elas estão situadas nas bordas laterais, posteriormente, uma ao lado da outra. Ductos de glândulas serosas desembocam entre elas. O epitélio é não queratinizado, e há muitos corpúsculos gustativos nas paredes laterais, mas eles são funcionais somente até o segundo ou terceiro ano de vida. No V lingual, há oito a 12 papilas circunvaladas. São papilas grandes, com 1 a 1,5mm de altura e 1 a 3mm de largura. São assim denominadas porque são circundadas por um sulco, resultante da invaginação do epitélio. Na superfície dorsal, a papila pode ser ligeiramente queratinizada e, nas paredes laterais, contém botões gustativos. No sulco, desembocam os ductos de glândulas salivares linguais serosas, cuja secreção remove os resíduos e permite que os corpúsculos gustativos respondam a novos estímulos. Eles percebem os sabores amargo e umami. Sua mucosa (camada mais interna do órgão) é composta por um epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado sobre a lâmina própria, que é formada por tecido conjuntivo rico em vasos sanguíneos e é separada da submucosa pela camada muscular da mucosa, composta por camadas de células musculares lisas. A submucosa é constituída por tecido conjuntivo que contém glândulas esofágicas com ácinos mucosos (apenas o esôfago e o duodeno possuem glândulas na submucosa). Após a submucosa vem a camada muscular, constituída nesse corte por músculo estriado esquelético. A medida em que o órgão se alonga, essa camada de músculo estriado esquelético é substituída por uma camada circular interna e por outra longitudinal externa de células musculares lisas. Apenas a parte do esôfago que está na cavidade peritoneal é recoberta por uma membrana serosa. O restante é envolvido por uma camada de tecido conjuntivo, a adventícia, que se mistura, com o tecido conjuntivo circundante. Na imagem: Em 1, observa-se o epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado; em 2, a lâmina própria, constituída de tecido conjuntivo; em 3, a camada submucosa; em 4, a camada muscular, formada por músculo estriado esquelético; e em 5, a camada adventícia. A seta aponta a camada muscular da mucosa, que separa a mucosa da submucosa. A mucosa e a submucosa formam pregas longitudinais, denominadas rugas. Elas se distendem quando o estômago está cheio. O epitélio é simples colunar, constituído pelas células mucosas superficiais. Seu citoplasma apical é repleto de vesículas de glicoproteínas, o que o torna palidamente corado com HE, mas muito corado com PAS. O núcleo é oval e basal. O muco liberado é viscoso, semelhante a um gel e fica aderido ao epitélio; é rico em bicarbonato, contribuindo para a sua alcalinização. Ele protege o epitélio dos efeitos corrosivos do suco gástrico. O epitélio invagina-se resultando nas fossetas gástricas, também com as células mucosas superficiais, e nas glândulas, cujos tipos celulares variam conforme a região do estômago. As fossetas são mais rasas na região cárdica e mais profundas na região pilórica.108 As glândulas cárdicas e pilóricas são tubulares ramificadas mucosas. (Mucosa da cárdia) F – fossetas gást. G – glând. cárdicas MM – muscular da mucosa O corpo e o fundo são semelhantes histologicamente, e as glândulas são denominadas gástricas ou fúndicas. Elas são glândulas tubulares ramificadas. Cerca de três a sete glândulas desembocam no fundo de cada fosseta. As glândulas apresentam as células-tronco, as células mucosas do colo, as células oxínticas (ou parietais), as células zimogênicas (ou principais) e as células enteroendócrinas. As células mucosas do colo localizam-se na região superior das glândulas. São menores do que as células mucosas superficiais e mais cúbicas. O citoplasma mostra-se claro, vacuolizado com HE, mas cora- se moderadamente com PAS. O núcleo é basal, esférico ou achatado, comprimido pelas vesículas de secreção. Função básica: secreta mucina – lubrifica o quimo. As células oxínticas (ou parietais) predominam na metade superior da glândula. São grandes e arredondadas, com núcleo esférico e central. O citoplasma é eosinófilo, devido à abundância de mitocôndrias. Pode exibir um aspecto vacuolizado, por causa dos canalículos intracelulares, invaginações profundas da superfície apical com microvilos. A riqueza em superfície celular e em mitocôndrias está relacionada ao transporte de íons para a produção de ácido clorídrico. Função básica: secretam ácido gástrico e fator intrínseco. Além disso produzem histamina e gastrina. As células zimogênicas (ou principais) – Chief cells – são mais abundantes na metade inferior das glândulas. São menores que as células oxínticas. Possuem uma forma colunar ou cúbica, com citoplasma basófilo, por causa do retículo endoplasmático rugoso bem desenvolvido, ou claro, vacuolizado pela perda dos grânulos de secreção na preparação da lâmina. O núcleo é esférico e basal (Figuras 8.13 e 8.16). Função básica: Produzem pepsinogênio, que, no pH ácido da luz do estômago, é ativada em pepsina, prod renina e lipase gástrica e fragmentam proteínas. A mucosa intestinal é caracterizada por apresentar vilosidades intestinais, que são projeções alongadas da mucosa em direção ao lúmen, e é revestida por um epitélio cilíndrico simples onde se observam as células absortivas, que são colunares altas, e células caliciformes, que possuem um formato mais oval. A lâmina própria é composta por tecido conjuntivo frouxo, onde seobserva presença das glândulas tubulares simples denominadas criptas de Lieberkuhn. A mucosa é separada da submucosa pela camada muscular da mucosa, constituída por fibras musculares lisas. A submucosa é constituída de tecido conjuntivo denso e apresentam grupos de glândulas tubulares enoveladas ramificadas, as glândulas duodenais (glândulas de Brunner), cujas células secretam um muco alcalino. A camada muscular é bem desenvolvida e composta de uma camada circular interna e outra camada longitudinal externa de músculo liso. Revestindo externamente o órgão, há a membrana serosa, uma fina camada de tecido conjuntivo recoberta por um epitélio pavimentoso simples ou mesotélio. (Na segunda imagem: Corte de duodeno - Em 1, observa-se a região onde se encontram as microvilosidades; em 2, a camada submucosa. As setas apontam as criptas de Lieberkuhn. / Na terceira: Em 1, observa-se a camada mucosa. A seta preta indica a camada muscular da mucosa. Em 2, está delimitada a submucosa. A seta laranja aponta uma glândula de Brunner. Em 3, observa-se a camada circular interna, composta de músculo liso; e em 4, a camada longitudinal externa, também composta de músculo liso.) As células de Paneth possuem núcleo basal e grandes grânulos de secreção eosinófilos (Figura 8.19), que correspondem à lisozima e às defensinas. Estas, por romperem a membrana dos micro-organismos, controlam a flora intestinal. Localizam-se na base da glândula de Lieberkuhn. No que se refere à histologia, a mucosa do intestino grosso difere daquela do intestino delgado em vários aspectos. Na vida pós-natal não possui vilosidades. E mais espessa, e consequentemente, as criptas de Lieberkühn são mais longas ou profundas. Essas criptas não encerram células de Paneth (exceto nos indivíduos jovens), porém possuem maior número de células caliciformes do que as do intestino delgado. As células do epitélio superficial têm bordas estriadas iguais às que revestem o intestino delgado, e havendo entre elas interpostas algumas caliciformes. As criptas de Lieberkühn estão distribuídas por toda a superfície interna do grosso intestino, exceto ao nível da porção baixa do canal anal. O epitélio pavimentoso estratificado da pele, embora não queratinizado, continua-se pelo canal anal por uma distância de aproximadamente dois centímetros, onde fica em continuação com o epitélio cilíndrico situado acima. No intestino grosso a túnica muscular externa tem uma disposição um pouco diferente em relação à das outras regiões do tubo. Começando no ceco, as fibras longitudinais da lâmina externa, embora até certo ponto existentes em toda a circunferência do intestino, encontram-se reunidas principalmente em três faixas ou fitas denominadas tênias cólicas. Estas não são tão longas como o intestino sobre o qual estão aplicadas. Em virtude desse fato, a parede dessa parte do intestino forma verdadeiros sacos. As três tênias estendem-se desde o cécum até o reto, quando se explanam e se fundem umas nas outras constituindo uma lâmina muscular mais espessa nas porções anterior e posterior do reto, do que nos dois lados. As fibras musculares lisa, circular e internamente dispostas, da túnica muscular, constituem uma lâmina mais grossa entre as formações saculifornies do que acima delas. No canal anal estão aumentadas, constituindo um esfíncter (o esfíncter interno do ânus). O pâncreas é uma glândula mista, com parte exócrina e endócrina. A porção exócrina, onde são produzidas enzimas digestivas, é uma glândula acinosa composta. O pâncreas é revestido externamente por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, que envia septos para o seu interior e dividi-o em lóbulos, contendo vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. O estroma é constituído pelos septos interlobulares e pelas fibras reticulares que servem de sustentação ao órgão. A unidade morfofuncional do pâncreas exócrino é o ácino seroso. Cada ácino pancreático é formado por células piramidais com núcleos arredondados localizados na base da célula. A parte endócrina, onde são secretados hormônios, é formada pelas ilhotas pancreáticas (Ilhotas de Langerhans). Estas são grupos arredondados de células, dispostas em cordões, em volta dos quais existe uma abundante rede de capilares sanguíneos com células endoteliais fenestradas, situados entre os ácinos secretores. (Na primeira imagem: Em 1, identificam-se ácinos serosos. A seta aponta a cápsula de tecido conjuntivo denso que circunda o órgão. A Ilhota de Langerhans está delimitada por um círculo. / A foto contempla uma Ilhota de Langerhans, rodeada por ácinos serosos.) O fígado é revestido por uma cápsula delgada de tecido conjuntivo denso não modelado, a cápsula de Glisson, e é recoberto pelo peritônio. O tecido conjuntivo da cápsula estende-se para o interior do parênquima hepático, onde se observa unidades estruturais chamadas lóbulos hepáticos. Na periferia dos lóbulos, existe uma massa de tecido conjuntivo chamada de espaço porta, que apresentam ramos da artéria hepática, da veia porta, dos ductos biliares e vasos linfáticos. Os ductos biliares são revestidos por um epitélio cubóide, e transporta, até a vesícula biliar, passando pelo ducto hepático, a bile, sintetizada pelos hepatócitos. O parênquima hepático é constituído por hepatócitos, que são células de formato poliédrico, com seis ou mais superfícies, e citoplasma acidófilo, devido ao grande número de mitocôndrias, associado ao acúmulo de glicogênio formando típicas inclusões em forma de roseta. Os hepatócitos estão dispostos ao redor dos lóbulos hepáticos, formando placas celulares; que se direcionam da periferia do lóbulo para o seu centro. O espaço entre essas placas celulares contém capilares sinusóides, que por sua vez correm radialmente, convergindo para o centro do lóbulo para formar a veia centro lobular. Os capilares sinusóides são vasos irregularmente dilatados compostos de uma camada descontínua de células endoteliais fenestradas. (Na foto acima: Em 1, observa-se a cápsula de Glisson; em 2, o espaço porta; e em 3, um lóbulo hepático. / Na primeira abaixo: A foto contempla um lóbulo hepático, onde 1 indica a veia centro lobular. As setas pretas indicam capilares sinusóides, enquanto as setas laranjas apontam hepatócitos / Na segunda: A foto contempla o espaço porta, em que 1 representa um ramo da veia porta; em 2, observa-se um ramo da artéria hepática. As setas indicam ramos de ductos biliares, formados por epitélio cubóide.)
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