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CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO DISCIPLINA:ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA ADOLESCÊNCIA, FASE ADULTA E PARA IDOSOS A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino criada para beneficiar sujeitos que não conseguiram ou que não tiveram direito a escolarização na idade adequada. A Constituição Federal do Brasil de 1988 traz os indícios de expressividade a respeito da EJA, quando garante o direito à Educação a todos os cidadãos brasileiros, do qual encontramos o texto no art. 208: Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria (BRASIL,1988). Com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB Nº 9394/96, estabelece-se definições para a EJA enquadrando-a como uma Modalidade da Educação Básica “destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio, na idade própria” (BRASIL, 1996). Essa lei veio para fortalecer a educação para os jovens e adultos e reduzir a exclusão encontrada nesse grupo de indivíduos. Sabemos que as políticas públicas no Brasil descrevem garantias de direito à educação básica para todos os cidadãos, porém isso não é uma verdade absoluta. A realidade é que muitos sofrem devido a problemas socioeconômicos e os direitos, que deveriam ser mínimos, acabam não sendo nem conhecidos, quem dirá adquiridos. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA só foram instituídas a partir do ano 2000, com a publicação do Parecer CNE/CEB -11/2000, normatizando a Educação de Pessoas Jovens e Adultas em todas as suas modalidades, definindo diretrizes nacionais que devem, obrigatoriamente, ser observada na oferta da EJA, nas etapas fundamental e média, nas formas presencial e semipresencial, com a certificação de conclusão de etapas da educação básica, em instituições que integrem a organização da educação nacional, considerando o caráter próprio desta modalidade de educação. Esse Parecer define a EJA como: reparadora, pela restauração de um direito negado; equalizadora, de modo a garantir uma redistribuição e alocação em vista de mais igualdade na forma pela qual se distribuem os bens sociais; e qualificadora, no sentido de atualização de conhecimentos por toda a vida. (BRASIL, 2002). Com a intenção de sanar a problemática da baixa escolarização e analfabetismo no Brasil, a EJA surge com a finalidade de proporcionar a formação escolar desses grupos que estão à margem da sociedade. Com o atual panorama, temos uma crescente nessa modalidade, reunindo em uma sala de aula variações de idades, motivados a alcançar o mínimo do conhecimento, muitas vezes por exigência do mercado de trabalho e algumas vezes apenas para realizar o tão sonhado desejo de ler e escrever. Para atingir esse público tão diversificado, é preciso um planejamento adequado à realidade, como foi descrito na pesquisa desenvolvida por Corrêa (2012) quando descreve a organização escolar para acolher essa modalidade: Nessa perspectiva, a avaliação é entendida como emancipatória, global e permanente, isto é, os alunos podem avançar dentro da totalidade e para a totalidade seguinte em qualquer momento do ano, de acordo com o seu tempo pedagógico de aprendizagem. Dessa forma, pretende-se uma reorganização do espaço escolar e da estrutura pedagógica, procurando-se contemplar as especificidades de uma escola possível para trabalhadores. (CORRÊA, 2012, p. 31) A maioria dos estudantes que iniciam o primeiro ciclo da EJA não dominam a leitura e a escrita, pois alguns nunca foram à escola, o que torna o acesso e a permanência um fator bem delicado, por suas dificuldades e limitações. Segundo Corrêa (2012), as escolas devem se preocupar com uma organização curricular considerando a realidade vivida por esses alunos, sua cultura e etc., trabalhando um planejamento coletivo e interdisciplinar. Pensando nisso, Paulo Freire, referência no âmbito da alfabetização de jovens e adultos, apresenta, numa concepção humanista, a necessidade do professor se desprender do modo tradicional de ensino, a partir de atividades voltadas para aprendizagens e valorização dos saberes. O equilíbrio no âmbito escolar pode ser encontrado quando os alunos conseguem mencionar sem medo os saberes e, junto ao professor se tornarem parceiros no processo ensino e aprendizagem, numa relação agradável rumo ao conhecimento, ensinando e aprendendo a entender o meio que vivem. (FELICIANO et al, 2018) Por essa razão, podemos levar em consideração, que a oferta dessa modalidade de ensino nas escolas tem uma grande importância para os cidadãos que precisam iniciar ou dar continuidade aos seus estudos, pois essa atitude pode lhe garantir o sustento ou até uma promoção no mercado de trabalho. Seu objetivo deve ser dar gratuidade, acesso e permanência aos estudos para esses sujeitos, e as escolas devem adaptar-se para oferecer uma formação integral e profissional. No cotidiano escolar muitos são os desafios enfrentados pelos alunos da EJA na busca por um ensino com qualidade, como exemplo, a diversidade cultural, a diferença de idades entre os alunos, equacionando dificuldades de estabelecerem boas relações, a superação do analfabetismo digital, o cansaço, a formação profissional para atuarem na EJA, pouco tempo para dedicação aos estudos, metodologias utilizadas, comumente inadequadas que acabam por impedir ao aprendizado. (FELICIANO et al, 2018, p. 11) Esses sujeitos têm o direito de se sentirem bem e acolhidos para seu crescimento, para o reconhecimento do seu valor e seu direito de igualdade perante todos. As oportunidades devem ser oferecidas, sempre levando em consideração as diversidades. O professor torna-se uma peça-chave nesse processo, será ele o mediador para a transformação desses sujeitos. A escola precisa estar preparada para uma aprendizagem realmente significativa e inclusiva. Referências BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. ______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília/ DF, 1996. CORRÊA, Luis Oscar Ramos. Apostila Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: IESDE, 2012. FELICIANO, Creuza Bonono; FERREIRA, Denilza Oliveira Costa; DELGADO, Omar Carrasco. O Perfil e os desafios enfrentados pelos alunos da Educação de Jovens e Adultos - EJA. 2018. Disponível em: <https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2018/12/o-perfil-e- os-desafios-enfrentados-pelos-alunos-da-educacao-de-jovens-e-adultos-eja.pdf> PARECER CEB 11/2000. In: SOARES, Leôncio. Diretrizes Curriculares Nacionais: Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
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