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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA ADOLESCÊNCIA, FASE ADULTA E PARA IDOSOS_JESSICA TERESA FLORO DE LIMA

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CURSO: PÓS-GRADUAÇÃO EM ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO 
DISCIPLINA:ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA ADOLESCÊNCIA, FASE 
ADULTA E PARA IDOSOS 
 
 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino criada para 
beneficiar sujeitos que não conseguiram ou que não tiveram direito a escolarização na idade 
adequada. A Constituição Federal do Brasil de 1988 traz os indícios de expressividade a 
respeito da EJA, quando garante o direito à Educação a todos os cidadãos brasileiros, do qual 
encontramos o texto no art. 208: 
 
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: 
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta 
gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria (BRASIL,1988). 
 
Com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB Nº 9394/96, 
estabelece-se definições para a EJA enquadrando-a como uma Modalidade da Educação Básica 
“destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental 
e Médio, na idade própria” (BRASIL, 1996). Essa lei veio para fortalecer a educação para os 
jovens e adultos e reduzir a exclusão encontrada nesse grupo de indivíduos. 
Sabemos que as políticas públicas no Brasil descrevem garantias de direito à educação 
básica para todos os cidadãos, porém isso não é uma verdade absoluta. A realidade é que muitos 
sofrem devido a problemas socioeconômicos e os direitos, que deveriam ser mínimos, acabam 
não sendo nem conhecidos, quem dirá adquiridos. 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA só foram instituídas a partir do ano 
2000, com a publicação do Parecer CNE/CEB -11/2000, normatizando a Educação de Pessoas 
Jovens e Adultas em todas as suas modalidades, definindo diretrizes nacionais que devem, 
obrigatoriamente, ser observada na oferta da EJA, nas etapas fundamental e média, nas formas 
presencial e semipresencial, com a certificação de conclusão de etapas da educação básica, em 
instituições que integrem a organização da educação nacional, considerando o caráter próprio 
desta modalidade de educação. Esse Parecer define a EJA como: reparadora, pela restauração 
de um direito negado; equalizadora, de modo a garantir uma redistribuição e alocação em vista 
de mais igualdade na forma pela qual se distribuem os bens sociais; e qualificadora, no sentido 
de atualização de conhecimentos por toda a vida. (BRASIL, 2002). 
Com a intenção de sanar a problemática da baixa escolarização e analfabetismo no 
Brasil, a EJA surge com a finalidade de proporcionar a formação escolar desses grupos que 
estão à margem da sociedade. Com o atual panorama, temos uma crescente nessa modalidade, 
reunindo em uma sala de aula variações de idades, motivados a alcançar o mínimo do 
conhecimento, muitas vezes por exigência do mercado de trabalho e algumas vezes apenas para 
realizar o tão sonhado desejo de ler e escrever. 
Para atingir esse público tão diversificado, é preciso um planejamento adequado à 
realidade, como foi descrito na pesquisa desenvolvida por Corrêa (2012) quando descreve a 
organização escolar para acolher essa modalidade: 
 
Nessa perspectiva, a avaliação é entendida como emancipatória, global e permanente, 
isto é, os alunos podem avançar dentro da totalidade e para a totalidade seguinte em 
qualquer momento do ano, de acordo com o seu tempo pedagógico de aprendizagem. 
Dessa forma, pretende-se uma reorganização do espaço escolar e da estrutura 
pedagógica, procurando-se contemplar as especificidades de uma escola possível para 
trabalhadores. (CORRÊA, 2012, p. 31) 
 
A maioria dos estudantes que iniciam o primeiro ciclo da EJA não dominam a leitura e 
a escrita, pois alguns nunca foram à escola, o que torna o acesso e a permanência um fator bem 
delicado, por suas dificuldades e limitações. Segundo Corrêa (2012), as escolas devem se 
preocupar com uma organização curricular considerando a realidade vivida por esses alunos, 
sua cultura e etc., trabalhando um planejamento coletivo e interdisciplinar. 
Pensando nisso, Paulo Freire, referência no âmbito da alfabetização de jovens e adultos, 
apresenta, numa concepção humanista, a necessidade do professor se desprender do modo 
tradicional de ensino, a partir de atividades voltadas para aprendizagens e valorização dos 
saberes. O equilíbrio no âmbito escolar pode ser encontrado quando os alunos conseguem 
mencionar sem medo os saberes e, junto ao professor se tornarem parceiros no processo ensino 
e aprendizagem, numa relação agradável rumo ao conhecimento, ensinando e aprendendo a 
entender o meio que vivem. (FELICIANO et al, 2018) 
Por essa razão, podemos levar em consideração, que a oferta dessa modalidade de ensino 
nas escolas tem uma grande importância para os cidadãos que precisam iniciar ou dar 
continuidade aos seus estudos, pois essa atitude pode lhe garantir o sustento ou até uma 
promoção no mercado de trabalho. Seu objetivo deve ser dar gratuidade, acesso e permanência 
aos estudos para esses sujeitos, e as escolas devem adaptar-se para oferecer uma formação 
integral e profissional. 
 
No cotidiano escolar muitos são os desafios enfrentados pelos alunos da EJA na busca 
por um ensino com qualidade, como exemplo, a diversidade cultural, a diferença de 
idades entre os alunos, equacionando dificuldades de estabelecerem boas relações, a 
superação do analfabetismo digital, o cansaço, a formação profissional para atuarem 
na EJA, pouco tempo para dedicação aos estudos, metodologias utilizadas, 
comumente inadequadas que acabam por impedir ao aprendizado. (FELICIANO et 
al, 2018, p. 11) 
 
 
Esses sujeitos têm o direito de se sentirem bem e acolhidos para seu crescimento, para 
o reconhecimento do seu valor e seu direito de igualdade perante todos. As oportunidades 
devem ser oferecidas, sempre levando em consideração as diversidades. O professor torna-se 
uma peça-chave nesse processo, será ele o mediador para a transformação desses sujeitos. A 
escola precisa estar preparada para uma aprendizagem realmente significativa e inclusiva. 
 
 
Referências 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: 
Senado, 1988. 
______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e Bases da Educação 
Nacional. Brasília/ DF, 1996. 
CORRÊA, Luis Oscar Ramos. Apostila Educação de Jovens e Adultos. Curitiba: IESDE, 
2012. 
FELICIANO, Creuza Bonono; FERREIRA, Denilza Oliveira Costa; DELGADO, Omar 
Carrasco. O Perfil e os desafios enfrentados pelos alunos da Educação de Jovens e Adultos 
- EJA. 2018. Disponível em: <https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2018/12/o-perfil-e-
os-desafios-enfrentados-pelos-alunos-da-educacao-de-jovens-e-adultos-eja.pdf> 
PARECER CEB 11/2000. In: SOARES, Leôncio. Diretrizes Curriculares Nacionais: 
Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

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