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Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 1 💡Desenvolvimento pré-natal → os testículos se desenvolvem na região lombar superior da parede posterior do abdome. No decorrer do desenvolvimento, atravessam o gubernáculo masculino, um trato fibroso que une canal inguinal primitivo. Um processo vaginal atravessa esse canal, conduzindo camadas musculares e fáscias da parede anterolateral do abdome. Na 12ª semana de desenvolvimento, o testículo está na pelve, e na 28ª semana (7º mês) situa-se próximo ao anel inguinal profundo em desenvolvimento. Por volta da 32ª semana, o testículo entra no escroto. Esse processo vaginal normalmente degenera, mas sua parte sacular distal forma a túnica vaginal, a bainha serosa do testículo e epidídimo. 💡Funículo espermático → contém estruturas que entram e saem do testículo e o suspende no escroto. Ele começa no anel inguinal profundo, atravessa o canal inguinal, sai no anel inguinal superficial e termina no escroto na margem posterior do testículo. Os revestimentos fasciais derivados da parede anterolateral do abdome durante o desenvolvimento pré-natal circundam o funículo espermático. 💡Escroto → saco cutâneo formado por duas camadas: pele intensamente pigmentada e a túnica dartos, uma lâmina fascial sem gordura que inclui fibras musculares lisas do músculo dartos, responsáveis pela aparência rugosa do escroto e sua contração causa o enrugamento do escroto no frio. Ele se desenvolve a partir das eminências labioescrotais, duas evaginações cutâneas da parede anterior do abdome que se fundem para formar uma bolsa cutânea pendular, onde vão entrar, mais tarde no período fetal, os testículos e funículos espermáticos. 💡Testículos →estão suspensos no escroto pelos funículos espermáticos, e o testículo esquerdo geralmente localiza-se em posição mais baixa do que o direito. A superfície de cada testículo é coberta pela lâmina visceral da túnica vaginal, exceto no local onde o testículo se fixa ao epidídimo e ao funículo espermático. A lâmina parietal da túnica vaginal é adjacente à fáscia espermática interna. Entre essas lâminas há pequeno volume de líquido, separando-as e permitindo o livre movimento do testículo no escroto. Eles têm uma face externa fibrosa e resistente, a túnica albugínea, que se espessa em uma crista sobre sua face interna como o mediastino do testículo. A partir dessa estria interna, septos fibrosos estendem- se internamente entre lóbulos de túbulos seminíferos contorcidos pequenos, mas longos e muito espiralados, nos quais são produzidos os espermatozoides. Os túbulos seminíferos contorcidos são Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 2 unidos por túbulos seminíferos retos, que levam os espermatoizdes para a rede testicular, uma rede de canais no mediastino do testículo, formado por epitélio simples cúbico. Esses túbulos seminíferos são envolvidos por tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado e ricamente inervado, e são responsáveis por produzir os espermatozoides. Dispersos por todo este tecido conjuntivo estão pequenos conglomerados de células endócrinas, as células intersticiais (de Leydig), que são responsáveis pela síntese de testosterona. O suprimento vascular de cada testículo origina-se da aorta abdominal como a artéria testicular, a qual desce junto com os testículos para dentro do escroto, acompanhando os ductos deferentes. Os leitos capilares dos testículos são coletados por várias veias, que formam o plexo venoso pampiniforme, as quais se encontram enroladas ao redor da artéria testicular. O sangue desse plexo é mais frio do que o arterial, ajudando a reduzir a temperatura do sangue arterial, formando um sistema contracorrente de trocas de calor. Deste modo, ele ajuda a manter a temperatura dos testículos alguns graus abaixo da temperatura do restante do corpo (35º). 💡Epidídimo → estrutura alongada na face posterior do testículo. Os dúctulos eferentes do testículo drenam os espermatozoides da rede testicular e perfuram a túnica albugínea dos testículos, conduzindo- os para o epidídimo. Esses dúctulos possuem um epitélio cúbico simples. Já o epidídimo, tem um epitélio pseudo-estratificado, de células basais (regeneradoras) e principais. Ele é formado por minúsculas alças do ducto do epidídimo. O ducto diminui progressivamente enquanto segue da cabeça do epidídimo na parte superior do testículo até sua cauda. Contrações peristálticas de células musculares lisas que envolvem a camada de tecido conjuntivo auxiliam a condução dos espermatozoides para o ducto deferente. 💡Ducto deferente → continuação do ducto do epidídimo. É um tubo muscular de parede espessa que começa na cauda do epidídimo, ascendendo posterior ao testículo. É o principal componente do funículo espermático. Penetra a parede abdominal anterior através do canal inguinal, cruza sobre os vasos ilíacos externos e entra na pelve, seguindo ao longo da parede lateral da pelve, onde se situa retroperitoneamente. O ducto deferente forma a ampola do ducto deferente antes de seu término, onde se une ao ducto da glândula seminal para formar o ducto ejaculatório. 💡Glândulas seminais → também chamadas de vesículas, são estruturas alongadas situadas entre o fundo da bexiga e o reto. Secretam um líquido alcalino espesso com frutose e um agente coagulante que se mistura aos espermatozoides no seu trajeto para os ductos ejaculatórios e a uretra. 💡Ductos ejaculatórios → tubos delgados bilaterais, originam-se próximos ao colo da bexiga e seguem juntos atravessando a parte posterior da próstata. Eles convergem e abrem no colículo seminal por meio de pequenas fendas sobre a abertura do utrículo prostático. Embora os ductos ejaculatórios atravessem Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 3 a parte glandular da próstata, as secreções prostáticas só se juntam ao líquido seminal quando os ductos ejaculatórios terminam na parte prostática da uretra. 💡Próstata → maior glândula acessória do sistema genital masculino. De consistência firme, do tamanho de uma noz, circunda a parte prostática da uretra. A parte glandular representa cerca de 2/3 da próstata; 1/3 é fibromuscular. A cápsula fibrosa da próstata é densa e neurovascular, incorporando os plexos prostáticos de veias e nervos. Os dúctulos prostáticos se abrem principalmente nos seios prostáticos, situados de cada lado do colículo seminal na parede posterior da parte prostática da uretra. A secreção prostática constitui uma parte do sêmen. Ela é um líquido seroso, branco, rico em lipídios, enzimas proteolíticas, fosfatase ácida, fibrinolisina e ácido cítrico. A formação, síntese e liberação das secreções prostáticas são reguladas pela diidrotestosterona, a forma ativa da testosterona. 💡Glândulas bulbouretrais → são duas, situam-se posterolateralmente à parte membranácea da uretra, inseridas no músculo esfíncter externo da uretra. Os ductos atravessam a membrana do períneo com a parte membranácea da uretra e se abrem através de pequenas aberturas na região proximal da parte esponjosa da uretra no bulbo do pênis. A secreção produzida é um líquido espesso e viscoso, contendo galactose e ácido siálico, os quais provavelmente têm um papel na lubrificação do lúmen da uretra. 💡Pênis → consiste em raiz, corpo e glande. É formado por três corpos cilíndricos de tecido cavernoso erétil: dois corpos cavernosos dorsalmente e um corpo esponjoso ventralmente. Cada corpo cavernoso tem um revestimento fibroso externo, a túnica albugínea. Superficialmente ao revestimento externo está a fáscia do pênis (fáscia de Buck), a continuação da fáscia profunda do períneo que forma um revestimento membranáceo forte dos corpos cavernosos e do corpo esponjoso, unindo-os. Os corpos cavernosos estão fundidos um ao outro no plano mediano, exceto posteriormente, onde se separam para formar os ramos do pênis. Internamente, o tecido cavernoso doscorpos é separado pelo septo do pênis. A raiz do pênis, a parte fixa, é formada pelos ramos e bulbo (massas de tecido erétil), e músculos isquiocavernoso e bulboesponjoso. O corpo do pênis é a parte pendular livre suspensa da sínfise púbica. Exceto por algumas fibras do músculo bulboesponjoso perto da raiz do pênis e do músculo isquiocavernoso que circundam os ramos, o corpo do pênis não tem músculos. Na parte distal, o corpo esponjoso se expande para formar a glande do pênis. Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 4 Dispersas por toda a túnica vasculosa, essas células endócrinas são responsáveis por produzir a testosterona. Essas células são poliédricas, produtoras de esteroides, que apresentam mitocôndrias com cristas tubulosas, um grande acúmulo de REL, e um aparelho de Golgi bem desenvolvido, algum REG e numerosas gotículas lipídicas, mas não contêm vesículas de secreção, porque a testosterona é liberada logo após a sua síntese ser completada. A parede dos túbulos seminíferos é constituída por uma delgada camada de tecido conjuntivo, a túnica própria, e por um espesso epitélio seminífero. A túnica própria e o epitélio seminífero estão separados um do outro por uma lâmina basal bem desenvolvida. O tecido conjuntivo é constituído principalmente por delgados feixes entrelaçados de fibras de colágeno tipo I contendo várias camadas de fibroblastos. 💡Células de Sertoli → são células cilíndricas altas, cujas membranas plasmáticas laterais possuem complexas invaginações; e com membranas plasmáticas apicais muito pregueadas que se projetam para os lúmens dos túbulos seminíferos. Elas apresentam as seguintes funções: o Suporte físico e nutricional das células germinativas em desenvolvimento; o Estabelecimento de uma barreira hematotesticular através da formação de zônulas de oclusão entre as células de Sertoli adjacentes; o Síntese e liberação da proteína de ligação a andrógeno (ABP), que facilita o aumento da concentração de testosterona nos túbulos seminíferos através de sua ligação a ela, e assim impede que ela deixe os túbulos; o Síntese e liberação (durante a embriogênese) do hormônio antimülleriano, o qual impede a formação dos ductos de Müller (precursores do sistema reprodutor feminino) e assim estabelece a “masculinidade” do embrião em desenvolvimento; o Síntese e secreção de inibina, um hormônio que inibe a liberação do FSH pela adeno-hipófise; o Secreção de um meio rico em frutose que nutre e facilita o transporte dos espermatozoides para os ductos genitais; o Síntese e secreção da transferrina testicular, uma apoproteína que capta o ferro da transferrina do soro e o conduz para os gametas em maturação. 💡Células da linhagem espermatogênica → representam a maioria das células desse epitélio. o Espermatogônias (2n): estão localizadas no compartimento basal, são células diploides que sofrem divisão mitótica, formando mais espermatogônias, e espermatócitos primários, que migram para o compartimento adluminal (espermatocitogênese). Após a puberdade, as são influenciadas pela testosterona a entrarem no ciclo celular. o Espermatócitos primários (2n): entram na primeira divisão meiótica para formar espermatócitos secundários. o Espermatócitos secundários (2n): sofrem a segunda divisão meiótica formando células haploides denominadas espermátides. o Espermátides (n): transformam-se em espermatozoides através da eliminação de Andressa S. Pereira | MedUNEB XIII 5 grande parte do seu citoplasma, do rearranjo de suas organelas e da formação de um flagelo (espermiogênese). Durante sua transformação em espermatozoides, as espermátides acumulam enzimas hidrolíticas, reorganizam e reduzem o número de suas organelas, formam um flagelo e um aparato associado derivado do citoesqueleto, e se desfazem de parte do seu citoplasma. Este processo é subdividido em quatro fases. 💡Fase de Golgi → formação de enzimas hidrolíticas acondicionadas em grânulos pré-acrossômicos, formando vesículas que se fundem umas às outras, formando uma vesícula acrossômica (grânulo acrossômico). Essa vesícula entra em contato com o envoltório nuclear ligando-se a ele, estabelecendo assim o polo anterior do espermatozoide. À medida que a vesícula acrossômica está sendo formada, os centríolos deixam as imediações do núcleo, e um deles participa da formação do axonema do flagelo. Após o início da formação dos microtúbulos, os centríolos retornam para as proximidades do núcleo de modo a auxiliar na formação da peça de conexão, uma estrutura que circundará os centríolos. 💡Fase de capuz → a vesícula acrossômica aumenta de tamanho, e a sua membrana envolve parcialmente o núcleo (Fig. 21-8). Conforme esta vesícula cresce até alcançar o seu tamanho final, ela passa a ser denominada de capuz acrossômico (acrossoma). 💡Fase acrossômica → caracterizada por várias alterações na morfologia da espermátide. O núcleo torna-se condensado, a célula se alonga e as mitocôndrias mudam de localização. Os microtúbulos se reúnem formando uma estrutura cilíndrica, a manchete, que auxilia no alongamento da espermátide. À medida que o citoplasma em alongamento alcança os microtúbulos do axonema do flagelo, os microtúbulos da manchete se dissociam. Seu lugar é ocupado pelo ânulo, uma estrutura semelhante a um anel, que delimita a junção da peça intermediária com a peça principal do espermatozoide. As mitocôndrias formam uma bainha ao redor do axonema da peça intermediária da cauda do espermatozoide. Durante a formação da bainha mitocondrial e do alongamento da espermátide, formam-se fibras densas externas ao redor do axonema, que se tornam envolvidas por uma bainha fibrosa. 💡Fase de maturação → caracterizada pela eliminação do citoplasma da espermátide. Com a liberação do excesso de citoplasma, os espermatozoides individuais são liberados. Os restos citoplasmáticos são fagocitados pelas células de Sertoli e os espermatozoides livres são liberados no lúmen dos túbulos seminíferos (espermiação). Entretanto, os gametas recém-formados são imóveis e incapazes de fertilizar um ovócito. Eles ganham motilidade quando passam através do epidídimo. Fontes: Moore, 8ª Ed; Gartner, 3ª Ed.
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