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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ Disciplina: Físico-Química Experimental Nomes: Lucas Juwer Moreira e Thiago Ferreira Kerr Viscosidade de um líquido em função da temperatura I) INTRODUÇÃO A viscosidade é a resistência que um fluido apresenta ao escoamento. A viscosidade cinemática, pode ser obtida ao dividir-se viscosidade dinâmica (obtida pela equação de Andrade) pela massa específica do líquido: Pelas duas fórmulas supracitadas, pode-se observar que há dependência da temperatura na viscosidade de um fluido. A maioria dos processos químicos industriais (fabricação), bem como a utilização de produtos químicos em ambientes residenciais, comerciais ou industriais (tintas, vernizes, lubrificantes, produtos de limpeza, etc.), dependem do escoamento de produtos em diferentes temperaturas. Dessa forma, vemos a importância da caracterização dessa grandeza para diferentes tipos de substância. Saber o comportamento de fluidos que estão escoando em diferentes pressões e temperaturas por tubulações em plantas industriais, ou qual será o comportamento do óleo no cárter do motor de um carro localizado em regiões com invernos rigorosos é fundamental para os fabricantes e desenvolvedores de produtos. Existem alguns métodos para a caracterização de viscosidade em diferentes temperaturas. Nesse relatório abordaremos a utilização do viscosímetro de Hoepler. Esse equipamento consiste de um tubo cilíndrico que é preso a uma haste e colocado em um banho termostatizado (afim de manter a temperatura do tubo constante). Dentro do tubo são colocados o fluido a ser analisado, bem como uma esfera de vidro ou metálica -cujas propriedades Equação 1 – Equação de Andrade. Equação 2 – Viscosidade dinâmica. são conhecidas- que percorrerá toda a distância do tubo. O tempo de viagem da esfera é registrado para realização dos cálculos e caracterização da amostra. Para a caracterização de viscosidade utilizando o método acima, são levados em consideração as massas específicas da esfera e do fluido, bem como o tempo de queda da bola e uma constante empírica à esfera utilizada. A fórmula semiempírica é vista abaixo: II) OBJETIVOS Verificar o comportamento da viscosidade da água em diversas temperaturas através do viscosímetro de Hoepler; Traçar um gráfico de lny contra 1/T, interpolando linearmente os pontos, com base de dados de temperatura e tempo obtidos. III) DADOS EXPERIMENTAIS Após realização de todas as etapas do procedimento, obtiveram-se os seguintes dados mostrados na Tabela 1. Para determinação do valor da viscosidade cinemática (γ) foi utilizada a fórmula semiempírica da viscosidade dinâmica. O valor de B trata-se de um número empírico oriundo de cada esfera utilizada no viscosímetro de Hoepler, esta por sua vez possui o valor de 8,636x10-5 cm²s2. Já os valores para Tabela 1. Dados Experimentais. T (K) t (s) ρL (g/cm³) γ (stokes) 1/T (K-1) lnγ 303 64,6 0,99567 0,00794 0,003300 -4,83636 308 59,6 0,99406 0,00734 0,003247 -4,91417 313 54,4 0,99224 0,00672 0,003195 -5,00234 318 49,7 0,99025 0,00616 0,003145 -5,08929 323 46,1 0,98807 0,00574 0,003096 -5,16075 Equação 3 – Fórmula semiempírica da viscosidade dinâmica (utilizando viscosímetro de Hoepler). massa específica da água nas diversas temperaturas (ρL), foram utilizados os números tabelados em Handbook. IV) TRATAMENTO DOS DADOS A partir dos dados da Tabela 1, construiu-se o Gráfico 1, onde pode ser observado o comportamento da viscosidade da água em função do aumento da temperatura. V) DISCUSSÃO Os dados obtidos variam de forma linear, conforme esperado pelo modelo teórico e tem coeficiente de determinação (R²) de aproximadamente 0,999. Esse valor mostra que o modelo linear se ajusta quase perfeitamente à amostra adotada. Pode-se admitir também que, como a viscosidade cinemática varia de forma linear com a temperatura, conforme aumenta-se a temperatura ocorre uma diminuição na viscosidade da água. Esse fenômeno também é observado na teoria, pois com o aumento da agitação molecular (ou aumento da entropia, alavancado pelo aumento de temperatura), facilita a mobilidade das moléculas de água, fazendo com que favoreça seu deslocamento entre as diversas camadas do liquido, diminuindo a sua respectiva viscosidade. y = 0,0006x + 0,0063 R² = 0,999 0,00305 0,0031 0,00315 0,0032 0,00325 0,0033 0,00335 -5,2 -5,15 -5,1 -5,05 -5 -4,95 -4,9 -4,85 -4,8 1/ T (K ) lnγ Viscosidade Cinemática da água em função da Temperatura Gráfico 1. Viscosidade cinemática da água em função da temperatura Outro ponto que pode ser notado a partir dos dados experimentais é que, de acordo com a literatura, as viscosidades cinemáticas da água nas temperaturas de estudo são mostradas na Tabela 2 abaixo, sendo possível calcular o erro percentual obtido: Encontrou-se então um erro médio aproximado de 2,08%, que caracterizam os valores obtidos experimentalmente como satisfatórios para o método de determinação de viscosidade pelo viscosímetro de Hoepler. VI) CONCLUSÃO Após realização da seguinte prática, pode-se concluir com clareza que a viscosidade da água se comporta de maneira inversamente proporcional à temperatura, onde conforme aumenta- se a temperatura diminui-se a viscosidade do líquido. Todos esses pontos podem ser vistos através do Gráfico 1 obtido. A medição da viscosidade de líquidos através do viscosímetro de Hoepler, se mostrou um método bastante eficiente, pois como pode ser visto foram encontrados valores bem próximos do que é mostrado na literatura, criando evidências de ser um método que seja possível encontrar valores de viscosidade fidedignos. No entanto, existem alguns pontos que devem ser levados em consideração para que se reproduzam resultados satisfatórios, dentre eles: a total ausência de bolhas na amostra e gordura na esfera que podem impactar diretamente no escoamento desta através do liquido; e a marcação correta do inicio e término do tempo de escoamento, onde, dependendo do analista, podem surgir tempos diferentes para essa medida, o que impactaria no resultado final. Tabela 2. Dados teóricos de Viscosidade Cinemática da água e seus erros percentuais. T (K) Visc. Cinemática Teórica (stokes) Visc. Cinemática Exp. (stokes) Erro percentual (%) 303 0,00803 0,00794 -1,12080 308 0,00722 0,00734 1,66205 313 0,00656 0,00672 2,43902 318 0,00600 0,00616 2,66667 323 0,00548 0,00574 4,74453 2,07829 MEDIA Erro percentual Para esses dois pontos citados acima a utilização de um banho de ultrassom, minimizaria a presença de bolhas na amostra, e a instalação de um sensor na linha de medição do tubo do viscosímetro, padronizaria o início e término do cronometro, eliminando o erro do analista. VII) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTELLAN, G. W. Fundamentos de físico-química. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
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