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TRABALHO APS - ANGELO e UILSON

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA GRANDE FLORIANÓPOLIS – IESGF
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS - APS
PROF. RICARDO ESPÍNDOLA
ÂNGELO ANTÔNIO SORAIRE - 32010001869
UILSON CHAVES - 32010001864
A RELAÇÃO DA FILOSOFIA COM O DIREITO
São José
2021
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................2
2 DESENVOLVIMENTO........................................................................................................3
2.1 CONCEITUAÇÃO...............................................................................................................3
2.1.1 Filosofia.............................................................................................................................3
2.1.2 Direito................................................................................................................................3
2.1.3 Filosofia do Direito...........................................................................................................4
2.2 BREVE HISTÓRICO...........................................................................................................5
2.2.1 Filosofia do Direito na Idade Antiga..............................................................................5
2.2.1.1 Pré-Socráticos.................................................................................................................5
2.2.1.2 Sócrates...........................................................................................................................6
2.2.1.3 Platão...............................................................................................................................7
2.2.1.4 Aristóteles.......................................................................................................................8
2.2.2 Filosofia do Direito na Idade Média...............................................................................9
2.2.2.1 Cristianismo....................................................................................................................9
2.2.2.2 Santo Agostinho............................................................................................................10
2.2.2.3 São Tomás de Aquino...................................................................................................11
2.2.4 Filosofia do Direito na Idade Moderna........................................................................12
2.2.4.1 Jusnaturalismo Moderno...............................................................................................12
2.2.4.2 Contratualismo e Kant..................................................................................................14
2.2.5 Filosofia do Direito na Contemporaneidade................................................................15
2.2.5.1 Positivismo Jurídico......................................................................................................15
2.2.5.2 A Relação do Direito e a Democracia...........................................................................17
2.2.5.3 A Questão da Validade Jurídica....................................................................................18
2.2.5.4 A Questão da Justiça, Direito e Moral..........................................................................19
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................21
4 REFERÊNCIAS...................................................................................................................22
2
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho busca verificar a relação da Filosofia com o Direito, pois uma das
ciências mais presentes na sociedade humana, sem dúvida, é o pensar filosófico, que, há
muito, tem se inserido no âmbito jurídico, ao pesquisar, desenvolver, criticar e padronizar
princípios e conceitos normativos e jurídicos.
Entende-se que o Direito é universal, ou seja, em qualquer lugar do mundo onde
existir o homem haverá a necessidade do Direito regulando a convivência e a vida social das
pessoas e, justamente por essa universalidade do Direito, que se pode dizer que é suscetível de
indagações filosóficas.
Tendo em vista que a Filosofia enquanto Ciência acumula os saberes históricos e
culturais da humanidade e vai procurando explicação para os conceitos e sentidos dos
princípios jurídicos, pois essa é sua função, ao aplicador do direito cabe procurar conhecer as
normas e aplicá-las com conhecimento da Filosofia.
Por sua vez, para o universo jurídico, a Filosofia traz a inquietação para lidar com todo
um processo de busca da verdade, para compreender, dentro do caso concreto, as respostas
necessárias para satisfazer, não a vontade daquele que julga estar com a razão, mas encontrar,
dentro do que foi apresentado, qual a verdadeira razão e tentar a melhor forma de aplicar a lei.
Como se pode depreender do até aqui exposto, a Ciência Jurídica depende de
conteúdos filosóficos. Tanto a interpretação do Direito como a forma de desenvolver do
jurista têm fundamentos em alguma filosofia. Por isso, a Filosofia não pode ser afastada do
Direito. Esse também é o entendimento de Oliveira (2012), ao salientar que o estudo do
Direito fica incompleto se não alcança seu nível filosófico.
Desse modo, na Filosofia do Direito, o questionamento que orienta a reflexão é o
conjunto de especulações e suas consequentes indagações que tratam dos problemas jurídicos
partindo de seus fundamentos, sem se preocupar com a ordem prática.
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2 DESENVOLVIMENTO
Este capítulo oferece uma visão geral da relação da Filosofia com o Direito. Dá-se
conta de que percorrer esse caminho requer entender suas configurações históricas até os dias
atuais, bem como compreender análises do conteúdo conceitual destes institutos.
2.1 CONCEITUAÇÃO
2.1.1 Filosofia
De acordo com Cabral (2021, p. 1), o vocábulo Filosofia é composto de duas outras
palavras, ambas de origem grega: “Filos, que significa amor, amizade, e Sofia, que se traduz
como sabedoria ou conhecimento”. 
Com outras palavras, Menezes (2021, p. 1) define Filosofia como “amor ao
conhecimento”.
Tanto Cabral (2021) quanto Menezes (2021) atribuem a invenção da palavra Filosofia
a Pitágoras de Samos (571 a.C. – 496 a.C.). Este, quando solicitado por um rei a demonstrar
seu saber, disse-lhe que não era sábio, mas Filósofo, ou seja, amigo da sabedoria.
Assim, pode-se depreender que a Filosofia é uma área do conhecimento que coloca em
questão o próprio conhecimento, ou seja, estuda a existência humana e o saber por meio da
análise racional. Em seu livro “Convite à Filosofia”, a autora Chauí (2006) escreve que esse
saber tem a missão de duvidar das crenças costumeiras. Isso significa colocar em questão
o senso comum. 
2.1.2 Direito
O Direito é conceituado e definido de várias formas, por diversos autores. Segundo
Gusmão (2002, p. 23), por exemplo, Direito é um "conjunto de normas executáveis
coercitivamente, reconhecidas ou estabelecidas e aplicadas por órgãos institucionalizados".
Já Kelsen (2002, p. 28) define Direito como "um conjunto de regras que possui o tipo
de unidade que entendemos por sistema".
Outro autor a quem se recorreu para essa definição é Nader (2003, p. 34), para quem o
Direito é um "conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado,
para realização de segurança, segundo critérios de justiça".
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Finaliza-se este tópico com o conceito e definição de Reale (2002, p. 14), que entende
o Direito como uma "ordenação heterônoma, coercível e bilateral atributiva das relações de
convivência, segundo uma integração normativa de fatos segundo valores".
Em suma, o Direito tutela os valores que certa comunidade humana considera como
imprescindíveis à sua existência,sendo, portanto, um elemento que possibilita a vida em
sociedade, por configurar os princípios por ela estipulados, como conceito de justo e correto;
responsável por pautar os frutos de uma vida organizada no eixo das reações e necessidades
humanas.
2.1.3 Filosofia do Direito
Segundo Leite (2016), necessário se faz entender a Filosofia do Direito como um
desdobramento dos saberes filosóficos já estabelecidos, cabendo observar as maiores
conquistas, as mesmas técnicas e até os mesmos métodos, e seguir cautelosamente os mesmos
passos daquela à qual se vincula como matriz, inclusive por ser anterior e mais genérica. 
Essa autora conceitua Filosofia do Direito, como um:
[...] saber crítico a respeito das construções jurídicas erigidas pela Ciência do Direito
e pela própria práxis do Direito, buscando os fundamentos do Direito, seja para
cientificar-se de sua natureza, seja para criticar a base de suas estruturas e do
raciocínio jurídico, provocando as vezes, fissuras no construído que por sobre as
mesmas se ergue. (LEITE, 2016, p. 4).
Já na concepção de Mascaro (2012, p. 129), a Filosofia do Direito “é um ramo
específico da filosofia geral e o máximo pensamento possível sobre o próprio direito”.
Depreende-se, assim, que, para o Direito, a Filosofia se apresenta como importante
instrumento na apreensão do sentido das normas jurídicas. Tal importância se constrói a partir
de conceitos filosóficos que permitem ao jurista compreender sua própria atividade. 
Ela funciona como um processo, por intermédio do qual, sem negar ou contestar a
validade da postura anterior, ressalta outro ângulo. Aparece como um aprender a pensar, ou
seja, como um desenvolvimento da capacidade de questionar, de rejeitar como dado
inequívoco a evidência imediata, pois o mais importante não é conhecer as respostas outrora
apresentadas, mas tentar alcançar, por meio da reflexão e questionamento já propostos, uma
nova resposta, submetê-las a novas indagações e, consequentemente, inserir-se no caminho de
novas questões, buscando um exercício analítico-crítico do filosofar.
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2.2 BREVE HISTÓRICO
É importante ter em mente que discorrer sobre a Filosofia do Direito requer um
esforço individual para entender ideias e práticas históricas e atuais comprometidas com a
determinação do papel e da extensão do Direito.
2.2.1 Filosofia do Direito na Idade Antiga
Conforme expressam Barros e Soares (2019), a Filosofia nasceu na Grécia antiga,
aproximadamente no século VI a. C. e o primeiro filósofo de que se tem notícia é Tales de
Mileto. Todas as coisas são feitas de água, teria dito Tales de Mileto. E assim começam a
Filosofia e a Ciência. Tales e alguns de seus contemporâneos praticaram uma Filosofia
voltada para o entendimento dos fenômenos naturais.
Para esses autores, a procura por um elemento primordial se faz dentro de um contexto
que leva em conta outros pressupostos, tais como a existência de uma lógica de causalidade
inerente à ordem natural; o compromisso com o logos (razão informadora do discurso
racional); a ideologia de que a ordem presente no cosmos era acessível à racionalidade
humana. Levando-se em conta esse e os demais outros fatores, a humanidade, representada
pelos gregos, abre um novo método de entender e interpretar a vida, a sociedade e o mundo.
Surge, assim, o que posteriormente será chamado de Filosofia (BARROS; SOARES, 2019).
2.2.1.1 Pré-Socráticos
Segundo Melo (2020), os pré-socráticos buscavam responder a algumas perguntas
com inclinação para a physis, ou seja, para entender a origem das coisas, a composição da
matéria e a ideia de universo, ao que Sócrates vai lhes definir depois como lunáticos
encantados com os céus. Esse autor ainda argumenta que o período pré-socrático mostra sua
grande riqueza cultural e intelectual, apesar de ser um período muito atrelado à ideia do mito e
à religião. Todavia, consegue-se tirar grandes ideias e ensinamentos acerca do convívio social
e do entendimento de justiça, além de servir de base para muitos filósofos importantes, como
Aristóteles e Platão. 
De acordo com Porfírio (2021, p. 2), para facilitar os estudos, os historiadores da
Filosofia agruparam os pré-socráticos em escolas, de acordo com as ideias de cada pensador.
Estas são as principais escolas:
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 Escola Jônica: o pensamento fundado por Tales, que afirmava que a água
seria o princípio de tudo, foi continuado por Anaximandro, que afirmava
que a origem dava-se por um elemento infinito e indefinível, o que ele
chamou de ápeiron. Outro expoente do pensamento jônico deu-se com o
discípulo de Anaximandro, Anaxímenes, que postulou que o princípio de
tudo ocorreu por meio de um elemento infinito, mas bem definido, o
ar. Heráclito de Éfeso, outro jônico, afirmou ser o fogo a origem de tudo, o
que daria à natureza um caráter transformador.
 Escola Pitagórica: Pitágoras de Samos, um grande matemático antigo,
observou a presença das relações matemáticas em toda a natureza. Com
base nos tamanhos, pesos, proporções, distâncias e valores variados, a
natureza seria constituída pela própria Matemática. Segundo o filósofo, a
origem de tudo seria, precisamente, o início de qualquer figura geométrica
— o ponto e a ideia de unidade.
 Escola Eleata: os principais eleatas são Parmênides e Zenão, que
formularam o princípio não com base em um elemento preciso, mas na
imobilidade de todas as coisas que evidencia a essência de tudo. Segundo
Parmênides, não havia criação e nem mudanças, mas uma essência eterna e
imutável de tudo. A mudança que percebemos no mundo seria fruto do
engano de nossos sentidos.
 Escola Pluralista: os principais pluralistas são Empédocles,
Anaxágoras, Demócrito e Leucipo. Todos eles afirmavam não haver um
único elemento causador de tudo, mas uma composição plural que originou
o Universo. Para Empédocles, essa origem dava-se com base nos quatro
elementos da natureza — terra, fogo, água e ar. Para Anaxágoras, a origem
estava no que ele chamou de sementes, que seriam compostos que se
aglutinariam ou seriam separados pela afinidade, por meio das forças
naturais que ele chamou de amor e ódio. Leucipo e Demócrito,
considerados os “pais” da Química, formularam os átomos como origem de
tudo. A palavra átomo vem do grego antigo e significa indivisível. Os
átomos seriam, segundo os pensadores, as menores partículas que se
aglutinam, com partículas semelhantes a si mesmas, para formar os objetos
do mundo.
Depreende-se, desse modo, que o início de todo o conhecimento racional ocidental
deu-se no período pré-socrático. As ideias dos pré-socráticos impulsionaram, por exemplo,
as ciências da natureza, ao mostrarem que a resposta para as perguntas naturais não se
encontra fora deste mundo, mas na própria natureza. Além da importância científica, há
também uma importância histórica que valoriza o período Pré-Socrático devido à sua
relevância para a constituição de toda a Filosofia posterior.
2.2.1.2 Sócrates
Após a fase introdutória da Filosofia, surge no mundo grego a histórica figura de
Sócrates que inaugura um período novo chamado de Período Clássico. Nesse período, aparece
a figura de Sócrates em permanente oposição aos Sofistas, que exerciam a cidadania por meio
do discurso. O conceito de justiça, para os sofistas, é igualado ao de lei. Justo é o que está na
lei, o que foi dito pelo legislador. Segundo Bittar e Almeida (2010, p. 96): 
https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/quimica/o-que-e-atomo.htm
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/anaxagoras.htm
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/democrito-de-abdera.htm
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/parmenides.htm
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/pitagoras-1.htm
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/heraclito-filosofo-fogo.htmhttps://brasilescola.uol.com.br/filosofia/anaximenes.htm
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Em outras palavras, a mesma inconstância da legalidade (o que é lei hoje poderá não
ser amanhã) passa a ser aplicada à justiça (o que é justo hoje poderá não ser
amanhã). Nada do que se pode dizer absoluto (imutável, perene, eterno,
incontestável...) é aceito pela sofística. Está aberto campo para o relativismo da
justiça.
Na concepção de Yabiku (2011), Sócrates foi um opositor ferrenho aos sofistas e
deixou uma marca indiscutível no modo de se pensar no Ocidente. Figura polêmica, por não
ter deixado escritos, muitos dizem, inclusive, que ele não existiu, foi apenas um personagem
que teria sido inventado por seus supostos alunos Platão e Xenofonte. Foi, então,
principalmente por meio dos escritos desses dois, que o legado de Sócrates não pereceu.
Convivendo na Era de Péricles (século V a.C.), de apogeu da Grécia, junto ao povo nas praças
públicas (agorá), da cidade (pólis) de Atenas, Sócrates situou sua doutrina na natureza
humana e seus desdobramentos ético-sociais. Via na prudência (phónesis) uma virtude
essencial para a ordem social, visando a uma educação cidadã.
Sobre o método de Sócrates, Chauí (2006, p. 311) argumenta:
As perguntas socráticas terminavam sempre por revelar que os atenienses
respondiam sem pensar no que diziam. Repetiam o que lhes fora ensinado desde a
infância. Como cada um havia interpretado à sua maneira o que aprendera, era
comum, quando um grupo conversava com o filósofo, uma pergunta receber
respostas diferentes e contraditórias. Após certo tempo de conversa com Sócrates,
um ateniense via-se diante de duas alternativas: ou zangar-se com a impertinência do
filósofo perguntador e ir embora irritado, ou reconhecer que não sabia o que
imaginava saber, dispondo-se a começar, na companhia de Sócrates, a busca
filosófica da virtude e do bem.
Sócrates desafiava a ordem vigente nos círculos sociais da sua época, pois questionava
o relativismo dos sofistas, pregando uma verdade perene, que influenciaria sistemas
filosóficos posteriores, como o platonismo, o aristotelismo e o estoicismo.
Ademais, Sócrates pregava a irrestrita obediência à lei. O Direito – conjunto de leis,
em termos simplistas – seria um instrumento de coesão social que levaria à realização do bem
comum, entendido como o "desenvolvimento integral de todas as potencialidades humanas,
alcançadas por meio do cultivo das virtudes", ensinam Bittar e Almeida (2010, p. 104). 
2.2.1.3 Platão
De acordo com Costa (2010), Platão (429-347 a.C.) foi discípulo de Sócrates, mestre
de Aristóteles, e fundador da Academia, a primeira e mais duradoura universidade do mundo.
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Sua influência foi de Alexandria a Cambridge, na teologia cristã, na cultura medieval e na
Renascença.
Para Platão, o mundo das ideias gerais refletia a doutrina de Parmênides, nos quais o
ser é imóvel, enquanto o mundo sensível se espelhava em Heráclito, que afirmava a
mutabilidade essencial do ser. Na vida terrena, se experimenta a mutabilidade; no Hades
(além-vida), a permanência. Segundo Bittar e Almeida (2010, p. 121): "As almas cumprem
seus ciclos num longo período de provas, durante o qual permanecem indo e vindo entre duas
realidades".
De acordo com Yabiku (2011), em "A República", Platão escreve que a justiça é a
virtude do cidadão e do filósofo que tem predominância sobre as outras (sabedoria, coragem e
temperança). É a justiça que ordena as virtudes que regem cada uma das três partes (ou
potências) da alma humana, a racional (possibilita o conhecimento das ideias), a
irrascibilidade (impulsos e afetos) e a concupiscente (necessidades mais elementares). A razão
seria governada pela sabedoria ou prudência (sophia ou phrónesis), a irrascível pela coragem
(andreia). Tanto a irrascibilidade e a concupisciência deveriam submeter-se à razão, por meio
da temperança ou moderação (sophrosyne).
2.2.1.4 Aristóteles
Aristóteles (384-322 a.C.) é autor da “Metafísica”, do “Organon” e de outras obras
sobre física, metafísica, retórica, poética, moral e política. É considerado o gênio mais vasto
da Antiguidade. Em Alexandria e na Roma Imperial, sua obra deu início ao avanço da ciência.
No século XIII, seus escritos filosóficos, trazidos pelos mouros à Europa, fertilizaram a
filosofia escolástica. Na volta ao redor do mundo que estamos a dar, esclarece Durant (1969),
não encontraremos outro cérebro de maior influência no espírito da humanidade que o de
Aristóteles. Foi discípulo de Platão por vinte anos e mestre de Alexandre Magno, por
recomendação de seu pai Filipe da Macedônia. Fundou a escola filosófica conhecida como
peripatética (em que se ensina passeando).
Nas palavras de Durant (1969, p. 53):
O seu sistema mostra-nos toda a natureza como um imenso esforço da matéria bruta
para se elevar até ao ato puro, isto é, ao pensamento e à inteligência. É o gênio mais
vasto da Antiguidade, abrangendo todas as ciências do seu tempo e muitas que não
existiam. Na Idade Média, Aristóteles era o oráculo dos filósofos e dos teólogos
escolásticos.
9
Conforme Pimentel e Maldaner (2005), a atividade filosófica, segundo Aristóteles,
nasce da admiração. Os homens foram levados a filosofar sendo, primeiramente, abalados
pelas dificuldades mais óbvias e foram progredindo pouco a pouco até resolverem problemas
maiores. O filosofar deve estar destituído de conotação utilitária e interesseira. A Filosofia é a
ciência das causas primeiras, é de todas as ciências a única que é livre, pois só ela existe por
si. As outras ciências podem até ser mais necessárias que a filosofia, mas nenhuma se lhe
assemelha em excelência.
Ainda de acordo com Pimentel e Maldaner (2005), Aristóteles lançou as primeiras
noções de Justiça, não como valor relacionado à generalidade das relações metaindividuais,
como faziam os estudiosos de sua época, mas dentro de uma perspectiva puramente jurídica,
isto é, considerando as ideias de justiça e equidade como fontes inspiradoras da lei e do
direito. Foi o precursor de um conceito jurídico de Justiça, enfocando-a sob o contexto da
“polis”, isto é, mencionando sua importância na estrutura da elaboração da lei e do direito
necessário à vida natural do homem. Existe uma lei natural que dá caminho a tudo, sendo
imutável, inderrogável e necessária. 
2.2.2 Filosofia do Direito na Idade Média
Encerrado o período áureo da Filosofia Grega, o grande movimento filosófico é a
chamada Filosofia Medieval de caráter cristão. Conforme Pimentel e Maldaner (2005), a
Idade Média é o longo período que vai de 476 (queda do império Romano do Ocidente) até
1453 (queda do Império Romano do Oriente, tomada de Constantinopla pelos Turcos-
Otomanos). No período medieval, os únicos letrados eram os monges. Então, a temática da
época estava relacionada à tentativa de conciliar a fé com a razão, como se abordará a seguir.
2.2.2.1 Cristianismo
A característica mais marcante da Filosofia Medieval foi, em função da força da
instituição religiosa cristã, o teocentrismo. No lugar do teocentrismo, adjetivo marcante do
pensamento medieval, surge uma forte valorização do homem, que passa a ocupar o centro
das atenções. E esse homem é dotado de uma Razão confiável o bastante para poder descartar
toda e qualquer realidade que não se harmonizava com as ideias e com os valores encampados
por essa Razão. (BARROS; SOARES, 2019).
10
Segundo Aranha e Martins (1993), o desejo de unidade de poder, de restauração da
antiga ordem perdida se expressa na difusão do Cristianismo que representa, na Idade Média,
o ideal de Estado Universal. Desde o final do Império Romano, quando o Cristianismo se
tornara religião oficial do Império no ano 313, estabelece-se a ligação entre Estado e Igreja. A
igreja legitima o poder do Estado,atribuindo-lhe uma origem divina.
Na lição de Pimentel e Maldaner (2005), a fé popular nem sempre se manifestava nos
termos pretendidos pela doutrina católica. Havia uma série de crenças e ações, denominadas
heresias que se chocavam com os dogmas da Igreja. Para combater as heresias, o Papa
Gregório IX criou, em 1231, os tribunais da inquisição, cuja missão era descobrir e julgar os
heréticos. Os condenados pelo tribunal eram entregues às autoridades do Estado, que se
encarregavam da execução das sentenças. As penas aplicadas iam desde o confisco de bens
até a morte na fogueira. Os tribunais da inquisição atuaram em vários reinos cristãos: Itália,
França, Alemanha, Portugal e, sobretudo, Espanha. Pressionada pelas monarquias católicas, a
inquisição atuou no sentido de combater os movimentos contrários à ordem social dominante,
desempenhando também papel de repressão social-política.
Pimentel e Maldaner (2005) concluem, afirmando que o Cristianismo nunca foi
reconhecido como filosofia, mas sim como uma mensagem de salvação. Com o passar do
tempo, ele se tornou um fermento poderoso também para a renovação da filosofia, restituindo
à razão a confiança em si mesma, isto é, na sua capacidade para resolver os problemas últimos
que atormentam a alma humana. O Cristianismo dirigiu a filosofia para um caminho
desimpedido e seguro.
Como visto, na Idade Média, uma das mais fortes influências se deu com as
influências eclesiásticas. Dentre elas, as mais importantes foram desencadeadas com Santo
Agostinho e santo Tomas de Aquino, como se abordará na sequência.
2.2.2.2 Santo Agostinho
Com o Cristianismo, Santo Agostinho criou uma doutrina para conciliar a filosofia
grega, principalmente o pensamento de Platão. 
Segundo Pimentel e Maldaner (2005), em Santo Agostinho, os pressupostos da visão
de justiça são teológicos mesclados com os escritos de Platão. O tema justiça para o filósofo
identifica-se como a justiça humana e a justiça divina. A justiça pode ser dita como humana
ou divina. Então, aquela é realizada entre os homens, são as decisões humanas na sociedade,
11
que tem como fonte primordial a lei dos homens; enquanto as leis divinas são imutáveis,
perfeitas e infalíveis, sendo infinitamente justa e boa.
As reflexões sobre o Direito e o Estado acham-se, fundamentalmente, na obra De
Civitate Dei (A cidade de Deus). O Estado e o Direito foram criados por causa desta nova
condição humana, uma vez que, para o filósofo, não há república sem ordem, não há ordem
sem direito e não há direito sem justiça. Santo Agostinho se refere à justiça como elemento
essencial do Direito: “onde não há verdadeira justiça não pode existir verdadeiro Direito”.
(NADER, 2003, p.120). 
Conclui-se, por isso, que a política humana deve refletir os anseios da lei divina, e é
nesse sentido que a teoria agostiniana define que, para a realização desses anseios divinos,
deve haver a intervenção de um chefe que conduza as leis humanas sobre o prisma de uma lei
divina, baseado nesse compromisso que nasce o Estado teocrático defendido pelo filósofo.
2.2.2.3 São Tomás de Aquino
O problema das relações entre fé e razão é também a temática central do pensamento
de São Tomás de Aquino. Foi estudioso e admirador de Aristóteles e promoveu a conciliação
entre a doutrina aristotélica e o Cristianismo.
Conforme Pimentel e Maldaner (2005), em sua obra “Suma Teológica”, São Tomás de
Aquino expõe sua doutrina básica no estudo do que significava a justiça como problema
ligado à ação humana. No que se diz respeito à natureza humana, São Tomás definia que o
homem é composto de corpo e de alma, sendo aquele o material para o aperfeiçoamento da
alma que é criado por Deus, aperfeiçoamento esse que se dá porque a alma animal pode ser
sensitiva ou intelectual, e que é na atividade intelectual do homem que esse particulariza e
diferencia sua alma. Para ele, a Filosofia deveria subordinar-se à revelação, que é critério
único de verdade. São Tomás definiu o termo justiça mesclado no conceito de ética,
afirmando, assim, com base nas influências aristotélicas, que justiça é uma vontade perene de
dar a cada pessoa o que é seu. Caracterizando a justiça como igualdade de pessoas,
exteriorizada no comportamento delas em poder discernirem o que é seu e o que não é.
Segundo Nader (1997, p. 124), São Tomás de Aquino aceitava que o direito é objeto
da justiça, ou seja, não se pode confundir direito e justiça, porque são diferentes seus
conceitos e inspirações, mas o direito busca a realização da justiça, que, por sua vez, é o efeito
da lei. Tomás de Aquino distinguiu quatro espécies de lei: a eterna, a natural, a divina e a
humana. A lei eterna era a própria razão divina no governo do universo, e como Deus nada
12
concebia temporariamente, a lei seria eterna. Todas as leis humanas derivam da lei eterna. A
lei humana teria natureza de lei apenas quando se conformasse a razão reta e quando se
afastasse não seria lei, mas violência.
2.2.4 Filosofia do Direito na Idade Moderna
Na Idade Moderna, é de se ressaltar a importância do Renascimento neste período. A
Renascença atingiu o campo da Política e também o campo Jurídico. Na Idade Média, por
exemplo, o Direito era concebido como ordem fundada em uma lei natural vinculada a Deus,
enquanto que o Estado, por sua dependência ao Direito, também se apoiava neste princípio. A
Modernidade inverteu esta ordem de subordinação. A partir da concepção de Estado fundado
na razão desenvolveu-se a ideia do Direito Natural baseado no homem e não na origem
divina.
A despeito do Direito Natural, na concepção de Nader (2003, p. 131):
[...] já não seria identificado com a natureza cósmica, como fizeram os estóicos e os
romanos, nem imaginado como produto da vontade divina. A valorização da pessoa
humana, que se registrou com a Renascença, atingiu o âmbito da Filosofia Jurídica,
quando então o Direito Natural passou a ser reconhecido como emanação da
natureza humana. São quatro os pontos fundamentais dessa escola: 1º) o
reconhecimento de que a natureza humana seria fonte do Direito Natural; 2º) a
admissão da existência humana, em épocas remotas, do estado de natureza; 3º) o
contrato social como origem da sociedade; 4º) a existência de direitos naturais
inatos. 
Depreende-se, assim, que o Direito Natural, ou Jusnaturalismo, supõe a existência de
um direito universal, estabelecido pela natureza. Seu fundamento é o da lei natural, e não o da
lei humana, que rege os acordos e contratos sociais.
2.2.4.1 Jusnaturalismo Moderno
De acordo com Fassò (1998), o Jusnaturalismo é uma doutrina segundo a qual existe e
pode ser conhecido um "direito natural" (ius naturale), ou seja, um sistema de normas de
conduta intersubjetiva diverso do sistema constituído pelas normas fixadas pelo Estado
(direito positivo). Este direito natural tem validade em si, é anterior e superior ao direito
positivo e, em caso de conflito, é ele que deve prevalecer. O Jusnaturalismo é, por isso, uma
doutrina antitética à do "positivismo jurídico", segundo a qual só há um direito, o estabelecido
pelo Estado, cuja validade independe de qualquer referência a valores éticos. Às vezes o
13
termo é reservado, por antonomásia, a doutrinas que possuem algumas características
específicas comuns, de que se falará a seguir, e que defenderam as mesmas teses nos séculos
XVII e XVIII: tanto que se gerou a opinião errônea de que a doutrina do direito natural teve a
sua origem apenas nesse período.
Ainda na visão de com Fassò (1998), na realidade, a doutrina tomística da lei natural
não fazia senão repetir, embora inserindo-a em moldes teológicos, a doutrina estóico-
ciceroniana da lei "verdadeira" enquanto racional. E, mesmo que um lugar-comum
historiográfico demasiado difuso afirme ocontrário, vai prevalecendo hoje a opinião de que o
Jusnaturalismo moderno (que assumiu, principalmente no século XVIII, características
acentuadamente laicas e, no campo político, liberais) procede, em grande parte, da doutrina
estóico-ciceroniana do direito natural, propagada justamente graças à acolhida que lhe
dispensou o tomismo. Isso se deu, sobretudo, na medida em que a corrente tomista se opôs
energicamente, a partir do século XIV, mas principalmente no século XVI, no tempo da
Reforma, ao voluntarismo teológico inspirado nas teses de Guilherme de Occam, que punha
como fonte primeira de toda norma de conduta e como fonte de legitimidade da autoridade
política a vontade divina e, consequentemente, a Sagrada Escritura. 
O autor continua afirmando que, entre o voluntarismo e o Jusnaturalismo de inspiração
tomística, os teólogos juristas espanhóis do século XVI (entre eles, o maior de todos,
Francisco Suárez), que trataram amplamente do direito natural, tentaram, em geral, uma
mediação. (FASSÒ, 1998).
Para Fassò (1998), está muito estendida a opinião de que entre o Jusnaturalismo
antigo-medieval e o Jusnaturalismo moderno existe uma profunda oposição: o primeiro
constituiria uma teoria do direito natural como norma objetiva, enquanto que o segundo seria
exclusivamente uma teoria de direitos subjetivos, de faculdades. Na realidade, entre o
Jusnaturalismo antigo, medieval e moderno não existe qualquer fratura, existe antes uma
substancial continuidade. É certo, no entanto, que o Jusnaturalismo moderno ressalta
fortemente o aspecto subjetivo do direito natural, ou seja, os direitos inatos, deixando
obumbrado seu correspondente aspecto objetivo, o da norma, em que haviam geralmente
insistido os jusnaturalistas antigos e medievais.
14
2.2.4.2 Contratualismo e Kant
Toda filosofia política kantiana se ampara nos princípios fundantes do estado civil.
Como fonte basilar de seu pensamento, o filósofo elabora uma teoria contratualista fundadora
de um estado jurídico.
De acordo com Rossi (2006, p. 192), a utilização do conceito de estado de natureza na
filosofia kantiana assume duas dimensões fundamentais, em especial: como ideário crítico
social, e como justificativa para o advento de um estado civil. No primeiro critério, Kant
critica algumas dinâmicas sociais típicas de seu momento histórico. No segundo critério, Kant
assimila o conceito de guerra no estado de natureza, implicando, necessariamente, o advento
de um estado civil jurídico capaz de inibir tal revolta.
Para firmar a importância de tal passagem, Kant utiliza o direito privado como
fundamento legitimador para a saída do estado de natureza. Assim, o direito público existe
para garantir as prerrogativas existentes anteriormente, evitando um constante estado de alerta
numa guerra de todos contra todos.
A saída do estado de natureza para uma sociedade civil regida pelo poder público
através da coação pela lei é consequência direta de ponderações racionais. Para isso, vale
ressaltar que uma comunidade civil é um ambiente jurídico, logo, regido pelo direito. Assim,
Kant demonstra que qualquer sociedade baseada no direito deve, necessariamente, basear-se
num critério universal pelo qual reconheça aquilo que é justo ou injusto, no entanto, tal
critério deve ter como fonte a razão, buscando estabelecer uma base para qualquer produção
jurídica possível.
Segundo Bobbio (2000, p. 199), Kant formula a existência de um pacto social para
firmar a passagem do homem do estado de natureza para o estado civil. Assim, surge o
contrato social ou contrato original, como o autor prefere chamar. Diferentemente das teses de
filósofos como Hobbes, Locke e Rousseau, Kant argumenta a existência do contrato num
conceito racional que justifica o Estado. 
Pode-se depreender que, por ser uma ideia da razão, um conceito a priori normativo, o
contrato serve como um imperativo categórico cujo fim é a legitimação de uma sociedade
jurídica.
Por fim, Bobbio (2000, p. 200) ressalta que, para Kant, o contrato original não é um
dado histórico, mas sim um ideal da razão. Assim, não há a necessidade da existência
empírica para provar a eficácia do pacto, por ser uma simples ideia da razão, e é
fundamentado num consenso.
15
2.2.5 Filosofia do Direito na Contemporaneidade
Na Filosofia Contemporânea, diferente do que se verifica nos momentos anteriores,
não se pode estabelecer uma linha temática que a perpassa. O Período Contemporâneo se
caracteriza por uma pluralidade de interesses e indagações que fazem com que a Filosofia só
possa ser compreendida à luz das correntes ou escolas dentro das quais se manifestam os
pensamentos e os pensadores. Cada Escola ou Corrente filosófica tem seu objeto, suas
metodologias, suas convicções, seus pontos de partida, suas conclusões.
Nos dizeres de Incontri e Bigheto (2008, p. 406):
Uma das principais características de toda a Filosofia do século XX é a desconfiança
nos grandes sistemas de pensamento que pretendem dar conta de toda a realidade,
como eram o idealismo alemão e o materialismo histórico de Marx. A Filosofia se
tornou mais recatada em suas intenções [...]. Por isso, ela se tornou multifacetada,
com tendências particulares e difíceis de serem mapeadas.
Uma das égides presentes na sociedade humana, na contemporaneidade, é o pensar
filosófico, que há muito tem se voltado para a seara jurídica, ao estudar, criticar e padronizar
princípios, conceitos e procedimentos sociais, normativos e jurídicos. A aplicação filosófica
no Direito almeja, sobretudo, interagir com este, mediante uma abordagem analítica, sob a
ótica filosófica, dos principais elementos que o integram e de que ele se reveste em sua lide
social. A importância disto encontra fulcro magno, no fato de que, na contemporaneidade, o
Direito ser algo absolutamente valorizado, sendo que a Justiça representa o ideal de toda e
qualquer sociedade humana pós-moderna.
2.2.5.1 Positivismo Jurídico
No início do século XIX, com o surgimento da codificação e as mudanças do
pensamento jus-racionalista, que não mais conseguia retratar as necessidades de alteração da
sociedade que o homem buscava realizar por intermédio do Direito, evoluiu-se para o sistema
jurídico denominado Positivismo Jurídico. A partir de então, todo o sistema jurídico tem sido
regulado por essa Doutrina, que, com diversas alterações estruturais, foi se moldando às
realidades sociais, consolidando-se, e permanece vigente até os dias atuais.
De acordo com Kaufmann e Hassemer (2002, p. 85), os ideais iluministas, com a
invocação da racionalidade do pensamento humano, fazem chegar à concepção dos Estados
Modernos, estes concebidos perante a noção dos contratos sociais realizados pelos homens, a
fim de estabelecer uma ordem social maior, com direitos e deveres recíprocos, na busca do
16
bem social. Para tal, os filósofos desse período buscaram fundamentar um direito natural
racionalista, ou seja, motivado pela vontade de estabelecer uma ordem jurídica com caráter
universal, válida para todos os homens e para todos os tempos, tal qual a imutável razão
humana, sendo que tais tentativas restaram em alguns poucos, muito abstratos, princípios
fundamentais do direito. Esse foi o pensamento do jusnaturalismo, pré-positivismo,
responsáveis pelo início do pensamento racional motivador da codificação.
Conforme Bobbio (1995, p. 119), pela forma como a sociedade havia se organizado,
dá-se um impulso histórico pela legislação, em que a lei vem a tornar-se fonte exclusiva ou
absolutamente prevalente, do Direito, o que culmina na Codificação e, após isso, por sua vez,
no nascimento da Doutrina do Positivismo Jurídico.
Ainda na concepção de Bobbio (1995, p. 26), o Positivismo Jurídico pode serintitulado como a doutrina segundo a qual não existe outro Direito que não o positivado,
aquele imposto pelo Estado, pelo Legislador. 
Toda a doutrina Positivista se funda em noções diferenciadas do modo como o Direito
é visto, entendido e idealizado. Teve por principal objetivo a transformação do Direito em
uma ciência, entendendo ser necessário para tanto uma consideração sistemática e científica
de suas fontes, entendimentos e regras, de forma a tornar o seu estudo formal e concatenado,
com o intuito de retratar melhor a clareza e a segurança jurídica, objetivos que entendiam
essenciais do Direito.
Nesse sentido, Bobbio (1995, p. 131) estabelece sete pontos fundamentais para
caracterizar esse pensamento jurídico, sendo que os mesmos retratam o método, a teoria e a
ideologia desta corrente, definidos como:
 o direito é tido como um fato e não como um valor;
 o direito é representado pela coação que pode aplicar;
 a fonte maior do direito é a lei;
 a norma jurídica caracteriza-se pela imperatividade;
 o ordenamento jurídico é completo e coerente;
 preza pela interpretação mecânica do direito;
 determina a obediência absoluta à lei.
Ressalta-se, contudo, que estas são as características basilares do positivismo jurídico
clássico, o qual foi se alterando com o tempo, de modo que nem todas as formas de
positivismo jurídico apresentam tais acepções.
17
2.2.5.2 A Relação do Direito e a Democracia
Segundo Bobbio (1987), historicamente, a ideia de Estado, no Ocidente, desenvolveu-
se em duas etapas: primeiramente, com a concepção de Estado de Direito e, posteriormente,
do Estado que, além de ser de direito, é democrático.
Para Costa (2006, p. 112), a expressão “Estado de Direito” foi utilizada pela primeira
vez por J. W. Placidus, em meados de 1798, na Alemanha. Essa expressão passou a resumir o
fenômeno político e jurídico vivido na Europa após o advento das revoluções burguesas e da
consequente queda do Absolutismo estatal durante o final do século 18.
Tal fenômeno caracterizou-se, em particular, pelo fim dos privilégios oriundos do
Estado absolutista e pelo estabelecimento de limites legais ao exercício do poder estatal. Por
conseguinte, a partir desse período, foi assimilada a compreensão da necessidade de se
instituir um ordenamento jurídico pautado na repartição das funções estatais e na garantia
igualitária dos direitos do homem.
Bobbio (1987, p. 33) parte da premissa de que é preciso não confundir Estado de
Direito e Democracia, embora um juízo sobre a segunda deva levar em conta a existência ou
não do primeiro. O Estado de Direito define qual o melhor modo de governo, o das leis ou o
dos homens. Já a Democracia se questiona sobre qual a melhor forma de governo. “O critério
de avaliação e de escolha” é o número de governantes: se for um, temos a monarquia; se
forem poucos, a aristocracia e, se forem muitos, a democracia. Por outro lado, a cada uma das
três formas opõe-se uma forma má: a monarquia pode transformar-se em tirania; a aristocracia
na oligarquia e a democracia na oclocracia (ou governo da ralé), o que leva à conclusão de
que “para formular um juízo sobre a melhor forma de governo é preciso considerar não só
quais e quantos são os governantes, mas também qual é o seu modo de governar”, isto é,
como os governantes governam.
Ainda de acordo com Bobbio (1986, p. 156), o Estado de Direito considera que o
“governo da lei” compreende duas situações com significados diferentes, embora implicadas
reciprocamente, cada uma com seus defensores. O “primado da lei” como instrumento
principal de dominação, prerrogativa máxima do poder soberano opõe Hobbes, Rousseau e
Hegel aos “fautores do governo da lei”. Um governo poderá exercer o poder “segundo leis
preestabelecidas” (governo sub lege) e/ou o governo poderá exercê-lo “mediante leis, ou
melhor, através da emanação (se não exclusiva, ao menos predominante) de normas gerais e
abstratas” (governo per leges). 
18
Para Bobbio (1986, p. 170), a natureza da relação entre Estado de Direito e
Democracia (que emprega a força da persuasão) é, na atualidade, tão íntima, que o primeiro
“celebra” o triunfo da Democracia. Resumindo, a Democracia é “um conjunto de regras […]
para a solução dos conflitos sem derramamento de sangue.” Sendo “o bom governo
democrático” aquele que respeita rigorosamente as regras, donde se conclui, “tranqüilamente,
que a democracia é o governo das leis por excelência”.
2.2.5.3 A Questão da Validade Jurídica
Segundo Dimoulis (2006), no Direito, o vocábulo “validade” refere-se à qualidade
da norma que efetivamente faz parte de um ordenamento jurídico em determinado momento.
Em outras palavras, dizer que uma norma é válida significa dizer que ela, de fato, faz parte de
um ordenamento jurídico naquele momento.
Esse esclarecimento se faz necessário, uma vez que uma norma inválida é o mesmo
que dizer ser ela uma norma inexistente como norma jurídica, ou seja, não está presente no
Ordenamento Jurídico. Assim, uma norma jurídica válida o é por existir num sistema e ter
sido posta nesse sistema pelo órgão competente e de acordo com as regras exigidas no sistema
(que são os critérios para fazer da linguagem competente, jurídica).
Nesse sentido, de acordo com Dimoulis (2006, p. 114), para que a norma jurídica
ingresse no ordenamento jurídico vigente, ela deve respeitar os procedimentos estabelecidos
para a sua criação, assim como as demais condições fixadas pelo sistema jurídico. As
condições mais importantes que devem ser respeitadas para que uma regra seja considerada
válida, são:
 a competência conferida a uma autoridade ou pessoa para a criação de certa espécie de
normas;
 o procedimento de edição (tramitação regular, maiorias, prazos, registros, formas de
publicidade, etc.);
 os limites temporais e espaciais de validade;
 as regras que permitem resolver casos de incompatibilidade entre o conteúdo das normas
(antinomias jurídicas).
Já na concepção de Alexy (2011, p. 104), para que uma norma seja considerada
juridicamente válida é necessário que ela:
 Seja promulgada por um órgão competente para tanto;
 Esteja de acordo com a forma prevista pela lei;
19
 Não infrinja um direito superior, ou seja, seja estabelecida de acordo com o ordenamento
jurídico.
Do exposto, depreende-se que a validade é encarada, tradicionalmente, sob o enfoque
de legitimidade do órgão editor da norma e sua competência. A explicação sobre todo o
celeuma existente em torno da validade da norma jurídica é brilhantemente exposta: o Direito,
como fenômeno cultural (feito pelo e para o homem). Assim, a validade de uma norma
jurídica, sua particular existência, é sempre estabelecida pela norma superior.
2.2.5.4 A Questão da Justiça, Direito e Moral
De acordo com o Jornal Estado de Direito (2016), Direito e Justiça são fenômenos
paralelos, que podem entrecruzar-se e, frequentemente, o fazem e devem fazê-lo, mas não se
confundem. A Justiça é tema fundamental da Filosofia e um permanente desafio para os
estudiosos. Por sua vez, a finalidade do Direito é buscar, de forma constante e permanente, a
justiça. Essa é, de fato, a verdadeira luta pelo Direito. A Justiça deve ser vista como um valor,
como realidade axiológica. A filosofia do século XX encontrou nos valores um objeto de
meditação e passou a vê-los de forma sistemática, o que não ocorrera anteriormente.
Como se entende do exposto, Direito e Justiça não se confundem. O campo da Justiça
é muito mais amplo. Embora o Direito deva buscar sempre a Justiça, esta o transcende. É
essencial que o ordenamento, o Direito enfim, seja justo.
Acquaviva (2000, p. 51) diferencia-os da seguinte forma:
É necessário compreender que o direito subjetivo é uma faculdade ou um poder
moral essencialmente vinculado ao justo objetivo, e depende deste. É indispensávelter presente que no Estado não reside a fonte única das normas de direito, pois há na
sociedade política, em correlação com os grupos ou corpos intermediários que a
constituem, uma pluralidade de ordenamentos jurídicos. Ora, o justo objetivo é
inerente à ordem natural, por isso a lei só é justa se conforme a essa mesma ordem.
E os direitos subjetivos fundam-se na própria natureza humana, na dignidade pessoal
do homem, na liberdade do ser racional, no seu destino transcendente e eterno.
Consequentemente só poderá haver Estado de Direito desde que haja respeito ao
direito natural, respeito à ordem superior, à vontade dos detentores do poder e dos
que fazem a lei. Então, o Estado de Direito, na plenitude do seu significado, será um
Estado de Justiça.
Há, por outro lado, valores próprios do Direito e da Justiça, como, por exemplo, a
Moral. Segundo o Jornal Estado de Direito (2016), a Moralidade se coloca ao lado da Ética,
da Justiça e do Direito. Moralidade é, na verdade, a ética de um grupo, de um povo. Não pode
20
haver Direito se não houver conduta ética aceitável por parte das instituições e dos respectivos
governantes.
Por sua vez, Alexy (2011) também considera que o Direito e a Justiça estão
estritamente vinculados aos preceitos morais vigentes em determinada sociedade. Em outras
palavras, o Direito não possui somente uma “dimensão real” (normas criadas pelo legislador).
Possui, também, uma “dimensão ideal” que lhe dá sentido enquanto conjunto de normas que
objetivam satisfazer às exigências da Justiça. 
Finalizando, tem-se Brito (2016), que salienta que a moral é a parte da Filosofia que
estuda os costumes, para assinalar o que é honesto e virtuoso, segundo os ditames da
consciência e os princípios da humanidade. A moral, assim tem âmbito mais amplo que o
Direito, escapando à ação desde muitas de suas regras, imposto ao homem como deveres. Na
forma adjetiva qualifica tudo que concerne à moral. Diz-se também ética, que é a ciência da
moral. A moral é o objeto da ética substanciado em regras de comportamento fixadas.
Contando com a adesão dos obrigados, ela é o encontro da consciência com a regra moral.
21
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao se verificar a relação da Filosofia com o Direito, no decorrer do estudo, restou
claro que a importância da Filosofia no Direito decorre do fato de este ser um recurso humano
empregado na lide com humanos, e, como a Filosofia se debruça à análise das capacidades e
pensamentos humanos, extraindo deles sua essência, pode-se, por meio desta dicotomia,
alcançar uma especulação reflexiva, cuja aplicação na seara jurídica, além de possibilitar a
compreensão acerca desta e de suas origens, permite que esta evolua. 
Não é por menos que os sistemas filosóficos se pronunciam, nos assuntos jurídicos,
reiteradas vezes no decorrer dos séculos. Notou-se que o pensar filosófico sofreu grandes
mudanças no transcorrer do tempo, aperfeiçoando-se e se tornando mais complexo, completo
e disciplinado. Assim como o Direito, se complementando, sem, contudo, se extinguirem as
vertentes anteriores.
Ao se aplicar a Filosofia à prática Jurídica e ao Direito, percebe-se que este se torna
mais condizente com o pensar e com o proceder humano, sendo, por conseguinte, mais justo e
aceitável, posto que a Filosofia esteja intimamente ligada à sabedoria, à ética, à moral, e ao
comportamento. Mediante a aplicação filosófica, não raro, se obtém o Justo sem se recorrer às
leis ou à jurisprudência, podendo ser ela considerada próxima a um parecer doutrinário,
embora se diferencie dele, por não se obter pronto, mas ser dialeticamente construído.
22
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25
26
27
	1 INTRODUÇÃO
	2 DESENVOLVIMENTO
	2.1 CONCEITUAÇÃO
	2.1.1 Filosofia
	2.1.2 Direito
	2.1.3 Filosofia do Direito
	2.2 BREVE HISTÓRICO
	2.2.1 Filosofia do Direito na Idade Antiga
	2.2.1.1 Pré-Socráticos
	2.2.1.2 Sócrates
	2.2.1.3 Platão
	2.2.1.4 Aristóteles
	2.2.2 Filosofia do Direito na Idade Média
	2.2.2.1 Cristianismo
	2.2.2.2 Santo Agostinho
	2.2.2.3 São Tomás de Aquino
	2.2.4 Filosofia do Direito na Idade Moderna
	2.2.4.1 Jusnaturalismo Moderno
	2.2.4.2 Contratualismo e Kant
	2.2.5 Filosofia do Direito na Contemporaneidade
	2.2.5.1 Positivismo Jurídico
	2.2.5.2 A Relação do Direito e a Democracia
	2.2.5.3 A Questão da Validade Jurídica
	2.2.5.4 A Questão da Justiça, Direito e Moral
	3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	4 REFERÊNCIAS

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