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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Direito Tributario Módulo: Aluno: Robert Lessa Vaz Turma: 1220-0_2 Tarefa: Atividade Individual Análise da aplicação da imunidade tributária Introdução De início iremos tratar sobre a imunidade tributária disposta no Art. 150, da Constituição federal da República Federativa do Brasil de 1988, que dispõe sobre a imunidade no âmbito dos templos de qualquer culto e religião, observando ademais o entendimento jurisprudencial dos Tribunais Superiores da república. Assim, ao adentrar sobre o tema de imunidade e isenção tributária, verifica-se que este benefício é restrito ao texto legal, sendo concedido não só as entidades religiosas mas a outros beneficiários, como por exemplo a imunidade tributária recíproca a entes federativos e ou grupos de pessoas específicas como portadores de deficiências em alguns casos. Outrossim, para entender sobre a imunidade tributária, o doutrinador Hugo Machado discorre: "Imunidade é o obstáculo decorrente de regra da Constituição à incidência de regra jurídica de tributação. O que é imune não pode ser tributado. A imunidade impede que a lei defina como hipótese de incidência tributária aquilo que é imune. É limitação de competência tributária.” (MACHADO, 2019, p.265). 1. Imóveis Em relação aos imóveis de propriedade da associação religiosa sem fins lucrativos, alugados a terceiros particulares, cabe a aplicação da isenção da imunidade tributária, disposta na alínea “b” do Art. 150, da CRFB/88, referente ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), tendo em vista que, as entidades religiosas por vezes possuem bens imóveis locados, como forma de aferir renda e valores, com a finalidade de contribuir com a manutenção e 2 custeio de suas atividades essenciais, assim exposta: “Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. A imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços ‘relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas’. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Equiparação entre as hipóteses das alíneas referidas. Recurso extraordinário provido" STF - RE 325.822-22, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 15-12-02, DJ de 14-5-04 Ademais, o Supremo Tribunal Federal já pacificou o assunto através da Súmula 724 que fora convertida na súmula vinculante n 52 conforme se vê a seguir in verbis: Súmula vinculante 52 Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. Desta forma, antes os entendimentos colacionados não restam dúvidas sobre a aplicabilidade da imunidade tributária aos bens campo pela entidade religioso como fundamentado na legislação exposta. 2. Veículos Quanto aos veículos registrados no nome da entidade religioso, temos que o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), seja o respectivo imposto analisado para fins de imunidade tributária, sendo aplicável nesta hipótese tanto a isenção dos impostos ao adquirir o bem móvel pela entidade, quanto a imunidade aos impostos legais, como o já citado IPVA de competência Estadual . Neste caso tendo em vista o entendimento Jurisprudencia dos Tribunais Superiores, qualquer veículo de propriedade da entidade possuidora da imunidade legal, e isento do pagamento do imposto, desde que sua finalidade seja para atividades essenciais da entidade ou para sua manutenção financeira conforme se demonstra abaixo: “Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. IPVA. IMUNIDADE. TEMPLOS DE QUALQUER CULTO. UTILIZAÇÃO DO BEM EM CONFORMIDADE COM SUAS FINALIDADES INSTITUCIONAIS. NECESSIDADE DE QUE O ESTADO DEMONSTRE EVENTUAL TREDESTINAÇÃO DO BEM. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Como o Tribunal de origem entendeu estar comprovado nos autos que os veículos da agravada estão relacionados com suas finalidades essenciais, a imunidade tributária prevista no art. 150, VI, b , da Constituição deve prevalecer até que o Estado demonstre a eventual tredestinação dos bens. II – Agravo regimental a que se nega provimento.” STF - Recurso Extraordinário com agravo 1.096.439. relator : min. Ricardo Lewandowski. julgado 23.08.2019 Por fim, destaca-se que no mesmo julgado exposto, fica evidente o posicionamento do colendo Tribunal de que cabe ao fisco provar a utilidade do bem sujeito à imunidade tributária e não ao beneficiário solicitante, posto que lhe é presumido por sua estrutura legal de entidade religiosa. 3. Pequenas lojas Ao analisarmos as hipóteses de imunidade tributária sobre a comercialização de lojas para venda de artigos religiosas, tem-se que a atividade é abrangida pela imunidade legal concedida, tendo em vista que a legislação usa o termo renda e serviço, estendendo assim para as atividades que contribuem para a manutenção das atividades essenciais da entidade. Ainda assim, é de se observar que as entidades por diversas vezes necessitam desenvolver atividades distintas de sua finalidade como forma exclusiva de auferir renda, com e o exemplo que podemos citar das entidades religiosas que possuem bazar de roupas, vendas de roupas e manutenção de creches para crianças e asilos para idosos de forma remunerada. Neste sentido podemos citar a jurisprudência do STF conforme segue a seguir para entendimento e apreciação: 4 “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ICMS. CONTRIBUINTE DE FATO. IGREJAS E TEMPLOS DE QUALQUER CULTO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INAPLICABILIDADE. 1. Nos termos da jurisprudência do STF, a imunidade tributária subjetiva não afasta a incidência de tributos sobre operações em que as entidades imunes figurem como contribuintes de fato, sendo irrelevante para a verificação da existência do beneplácito constitucional a repercussão econômica do tributo envolvido. Tema 342 da repercussão geral. ADI 5816. 2. Agravo regimental a que se nega provimento”. STF - Recurso Extraordinário 1.240.154 . Relator : Min. Edson Fachin. Publicado 18.12.2019. 4. Restaurantes Tratando-se dos restaurantes localizados nos locais de cultos, destinados a alimentação dos fiéis durante os períodos de vigília, há de se configurar as mesmas especificidades das características da imunidade dos tempos e sua renda e serviços, tendo em vista que, apesar de tratar-se de atividade comercial, o objetivo principal é a alimentação dos fiéis tornado o local templo do viável a longos períodos de culto. Ademais, conforme entendimento colacionado acima, trata-se de uma forma de auferição de renda do templo para com suas obrigações essenciais, sendo que a destinação da renda auferida de certo modo será despendido na contribuição das atividades essenciais da entidade. Desta forma, ante a necessidade de fornecimento de alimentação aos fiéis e a auferição de renda para custeio de demais necessidades do templo a que se reconhecer a imunidade tributárias sobre a atividade de restaurante e todos os impostos incidentes sobre os serviços. 5. Cemitério Diz respeito aos cemitérios mantidos pela entidade religiosa, e para fins de sepultar os fiéis ligados ao templo, impende-se destacar que, o mesmo possui a imunidade tributária inerente à entidade religiosa, tendo em vista sua atividade restrita à finalidade religiosa da entidade imune tributária. Sobre o tema, temos o Julgamento do Recurso Extraordinárion 568562 de Relatoria do Ministro Eros Grau, que reconhece a imunidade aos cemitérios classificando-os como extensão das entidades de cunho religioso, sendo, portanto, isento do pagamento do IPTU. Conclusão Por fim, conclui-se que a imunidade tributária concedido aos templos e cultos religiosos, se estende não só ao prédio ou local de funcionamento, mais a todos as demais conjecturas da necessidade e essencialidade funcional, sendo que a única obrigatoriedade presente para a imunidade em exercicio, é que seja observado a finalidade da entidade religioso ou a necessidade de renda para sua manutenção como um todo, visando assim sua continuidade de exercicio livre. Referências bibliográficas BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 05 out 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: Acesso em: 11 jan. 2021. QUINTANILHA, Gabriel. Direito Tributário. Direito FGV. Disponível em: <https://ls.cursos.fgv.br/d2l/lor/viewer/viewFile.d2lfile/299135/551814/downloads/direito_tributario.pdf> Acesso em: 11 jan. 2021. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 40. ed. São Paulo: Malheiros, 2019. ÂMBITO JURÍDICO. A imunidade constitucional aos templos de qualquer culto e sua interpretação nos municípios. 01 julho de 2020.Disponível em:< https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/a- imunidade-constitucional-aos-templos-de-qualquer-culto-e-sua-interpretacao-nos-municipios/>Acesso em: 11 jan. 2021. STF. Aplicação das Súmulas no STF. sumula 724. disponivel em <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=1644>Acesso em: 11 jan. 2021. STF. acórdão jurisprudência IPTU. disponível em<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=260872> Acesso em: 11 jan. 2021. STF. acórdão jurisprudência ICMS. disponível em<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752689301> Acesso em: 11 jan. 2021. STF. acórdão jurisprudência Cemitério. disponível em<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=547393> Acesso em: 11 jan. 2021. https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/a-imunidade-constitucional-aos-templos-de-qualquer-culto-e-sua-interpretacao-nos-municipios/ https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/a-imunidade-constitucional-aos-templos-de-qualquer-culto-e-sua-interpretacao-nos-municipios/ http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=260872 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=547393
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