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Atividade Prática Supervisionada - Obrigações e Responsabilidade Civil

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Atividade Prática Supervisionada 
Enunciado: (I) Ana comprou um caminhão para exercício de atividade profissional mediante alienação fiduciária em garantia. Meses depois, ajuizou ação revisional do contrato, alegando que os juros remuneratórios aplicados são abusivos. Uma vez proposta a ação, parou de pagar as parcelas aguardando decisão definitiva do Poder Judiciário. Cinco meses depois do ajuizamento da ação revisional, a empresa ajuizou ação de busca e apreensão devido ao inadimplemento. Em sua defesa, requerendo a revogação da decisão liminar deferida na ação de busca e apreensão, Ana alega que a existência da revisional fragiliza a mora e que o caminhão é bem essencial para o exercício de sua profissão. Na qualidade de julgador(a), analise a (im)procedência do pedido de Ana quanto à busca e apreensão. 
	A alienação fiduciária em garantia é um tipo de negócio de compra de bens. Nessa modalidade, o devedor faz um financiamento com o credor, onde garante que o pagamento será cumprido ao transferir a propriedade de um bem para o último. Pode ser realizada tanto com bens móveis e imóveis, que são regulamentados por legislações distintas. No caso de Ana, a alienação fiduciária de um caminhão, bem móvel, está regulamentada pelo decreto-lei nº 911, de 1º de outubro de 1969. 
	Segundo o art. 2º, § 3º desse documento
“A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais garantidas por alienação fiduciária, ou a ocorrência legal ou convencional de algum dos casos de antecipação de vencimento da dívida facultarão ao credor considerar, de pleno direito, vencidas todas as obrigações contratuais, independentemente de aviso ou notificação judicial ou extrajudicial.” (BRASILIA, 1969)
	E o art. 3º
“O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, na forma estabelecida pelo § 2º do art. 2º, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário” (BRASILIA, 1969)
Ou seja, se houver inadimplemento (não cumprimento do contrato) ou mora (retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação) o credor poderá requerer a busca e apreensão do bem alienado e determinar o fim do contrato com o devedor.
	Ademais, de acordo com o §8º, desse mesmo artigo 3º “A busca e apreensão prevista no presente artigo constitui processo autônomo e independente de qualquer procedimento posterior.” (BRASÍLIA, 1969). Sendo assim, independentemente de qualquer processo anterior, pode-se pedir a busca e apreensão do bem alienado.
	Sendo assim, no caso do pedido de Ana, a revogação da decisão liminar deferida na ação de busca e apreensão, tendo alegado que a existência da ação revisional fragiliza a mora, deve ser considerada improcedente, pois, pelo artigo 3º, §8º, o processo de busca e apreensão é INDEPENTE, e o devedor tem todo o direito de fazer tal pedido devido ao inadimplemento ou mora da obrigação.

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