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Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
Curso Bacharelado em Química 
Departamento de Química – COQUI 
 
 
 
 
 
 
 
 
DENISE WERMUTH 
ELIZANE SENHORATTI DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
RECUPERAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE NÍQUEL 
ORIUNDOS DE AULAS PRÁTICAS NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA 
DA UTFPR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pato Branco, 2013.
 2 
DENISE WERMUTH 
ELIZANE SENHORATTI DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECUPERAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE NÍQUEL 
ORIUNDOS DE AULAS PRÁTICAS NO LABORATÓRIO DE QUÍMICA 
DA UTFPR 
 
 
 
 
Trabalho referente ao Trabalho de Conclusão de 
Curso como requisito parcial para a conclusão do 
Curso Bacharelado em Química – habilitação 
bacharelado da UTFPR – Campus Pato Branco. 
 
Professor Orientador: Drª. Elidia A. Vetter Ferri. 
 
Professor Co – Orientador: Drª Cristiane Regina 
Budziak Fukamachi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pato Branco 
2013 
 3 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
O trabalho de diplomação intitulado “Recuperação e Recristalização de Resíduos 
de Níquel oriundos de aulas práticas no laboratório de Química da UTFPR” foi 
considerado APROVADO conforme ata nº 1.11 de 2013. 
 
Fizeram parte da banca os professores. 
 
 
Drª. Elidia A. Vetter Ferri. 
Orientador 
 
 
Drª Cristiane Regina Budziak Fukamachi 
Co-Orientador 
 
 
Drª Raquel Dalla Costa da Rocha 
 
 
 
 4 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço em primeiro lugar aos meus pais, Pedro Jacó Wermuth e Dejanir 
Wermuth pelo apoio incansável, pela compreensão, carinho, conselhos; às minhas 
filhas Marcela e Gabriela pela paciência e amor incondicional; ao meu esposo 
Leonel por acreditar e incentivar na concretização dos sonhos, e sonhá-los juntos; 
aos meus irmãos pelo apoio, incentivo; às minhas amigas, colegas e professores por 
acreditarem e incentivarem a conclusão desse trabalho. 
Agradeço a Deus por toda força e paz nos momentos que mais precisei. 
Agradeço aos meus pais Ozair Gomes da Silva (in memória) e Maria Antônia 
Senhoratti da Silva por todo apoio e incentivo, aos meus irmãos pelo carinho, ao 
namorado Rafael por todo apoio dado principalmente nos últimos anos de 
graduação e também por todos os momentos que me ajudou a superar, sempre me 
dando a maior força possível, com palavras de carinho e incentivo mesmo estando 
longe. Aos amigos pela paciência e carinho e compreensão, aos colegas e por toda 
a caminhada acadêmica, companheirismo e paciência. 
Agradecemos a nossa orientadora Elídia A. V. Ferri pela confiança e 
compreensão que foram essenciais a concretização deste trabalho, a co-orientadora 
Cristiane R. B. Fukamachi por toda ajuda para a concretização do mesmo. 
Agradeço aos estágios e responsáveis pelos laboratórios de Química, ao 
laboratório de Solos e a Central de Análises por toda a ajuda prestada enquanto 
realizávamos os testes deste trabalho. 
 
 5 
RESUMO 
 
 
WERMUTH, Denise. SILVA, Elizane S. Recuperação e recristalização de resíduos 
de níquel oriundos de aulas práticas no laboratório de química da UTFPR, Campus 
Pato Branco, Paraná. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso – Bacharelado em 
Química Industrial, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Pato 
Branco, 2013. 
 
 
O presente trabalho teve como objetivo testar duas metodologias para recuperação 
de resíduos de níquel oriundos de aulas práticas de química e transformá-los em 
cloreto de níquel. A primeira metodologia consiste em precipitar o resíduo com 
variação de pH e a segunda em precipitar o níquel com dimetilglioxima, calcinar e 
reagir com ácido clorídrico pra obtenção do cloreto de níquel. Verificou-se que as 
amostras rotuladas como resíduos de níquel apresentaram por fotometria de chama 
a presença de zinco, cobre e manganês, não sendo possível a recuperação do 
níquel em forma de cloreto de níquel para reaproveitamento em aulas práticas do 
curso de química, pois ambos os metais presentes tendem a precipitar na mesma 
faixa de pH do níquel, bem como presume-se a presença de vários ligantes no 
resíduo. O precipitado obtido pela segunda metodologia quando analisado e 
comparado com o padrão de cloreto de níquel por infravermelho, não apresentou 
similaridade confiável, revelando que possivelmente o padrão esteja contaminado e 
o produto obtido não corresponda ao cloreto de níquel. 
 
 
Palavras-chave: Niquel. Dimetilglioxima. Precipitação. Resíduos. 
 
 
 6 
ABSTRACT 
 
 
WERMUTH, Denise. SILVA, Elizane S. Recovery and recrystallization of nickel waste 
arising from practical classes in chemistry lab UTFPR campus Pato Branco, Paraná. 
2013. Trabalho de Conclusão de Curso – Bacharelado em Química Industrial, 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Pato Branco, 2013. 
 
 
This study aimed to test two methods for recovering nickel waste arising from 
practical classes in chemistry and turn them into nickel chloride. The first method 
consists in precipitating the residue with pH change in the second precipitate with 
nickel dimethylglyoxime, calcined and react with hydrochloric acid to obtain nickel 
chloride. It was found that samples labeled as waste nickel by flame photometry 
showed the presence of zinc, copper and manganese, it is not possible to recover 
the nickel in form of nickel chloride for reuse in the course classes of chemistry, 
because both the metals tend to precipitate present in the same pH range for nickel, 
presumably as well as the presence of multiple ligands in the waste. The precipitate 
obtained by the second method when analyzed and compared with standard infrared 
nickel chloride, showed no similarity reliable, revealing that the pattern is possibly 
contaminated and the product obtained does not correspond to nickel chloride. 
 
 
Keywords: Nickel. Dimethylglyoxime. Precipitation. Residues. 
 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Bom mesmo é ir à luta com determinação. 
 Abraçar a vida e viver com paixão. 
Perder com classe e vencer com ousadia. 
Pois o triunfo pertence a quem mais se atreve, 
e a vida é muito para ser insignificante.” 
Charles Chaplin 
 8 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 12 
2. OBJETIVOS .................................................................................................... 13 
2.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 13 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 13 
3. REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 14 
3.1. NÍQUEL ........................................................................................................... 14 
3.2. TOXIDADES DO NÍQUEL ............................................................................... 14 
3.3. RESÍDUOS DE NÍQUEL ................................................................................. 15 
3.4. IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE ................................................................. 17 
3.5. COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO ............................................................. 18 
3.5.1 Natureza do ligante ...................................................................................... 19 
3.5.2 Complexos de Níquel ................................................................................... 19 
3.6. SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO [NI(NH3)6]CL2 ..................................... 20 
3.7. SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO [NI(EN)3]CL2 . 2H2O ........................... 21 
3.8. PRECIPITAÇÕES QUÍMICAS ........................................................................ 22 
3.9. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM SULFETO DE AMÔNIO ........................ 22 
3.10. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM HIDRÓXIDO DE AMÔNIO ................. 23 
3.11. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM HIDRÓXIDO DE SÓDIO .................... 24 
3.12. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COMDIMETILGLIOXIMA ........................... 24 
3.13. METODOLOGIAS PARA RECUPERAÇÃO DO NÍQUEL ........................... 25 
4. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 27 
4.1. PRECIPITAÇÕES QUÍMICAS POR MUDANÇA DE PH ................................ 27 
4.2. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM DIMETILGLIOXIMA .............................. 29 
4.3. ANÁLISES DOS PRECIPITADOS E SOLUÇÕES ......................................... 30 
4.3.1 Teste de Solubilidade dos precipitados ........................................................ 30 
4.3.2 Caracterização de precipitado por Infravermelho ......................................... 30 
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 32 
5.1. PRECIPITAÇÕES QUÍMICAS POR MUDANÇA DE PH ................................ 33 
5.2. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM DIMETILGLIOXIMA .............................. 38 
5.3. ANÁLISES DOS PRECIPITADOS E SOLUÇÕES ......................................... 42 
5.3.1 Teste de Solubilidade dos precipitados ............................................................ 42 
5.3.2 Caracterização dos precipitados por Infravermelho ......................................... 44 
6. CONCLUSÃO ................................................................................................. 46 
7. REFERÊNCIAS ............................................................................................... 48 
 
 9 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Concentração inicial de íons. .................................................................... 33 
Tabela 2: pH de precipitação das amostras. ............................................................. 38 
Tabela 3: Resultados de solubilidade em diferentes solventes obtidos nas etapas 
(1A) – Amostra 1 – Etapa A; (1B) - Amostra 1 –Etapa B; (1C) Amostra 1 – Etapa C.
 .................................................................................................................................. 43 
Tabela 4: Resultados de solubilidade em diferentes solventes obtidos nas etapas 
(2A) – Amostra 2 – Etapa A; (2B) – Amostra 2 – Etapa 2; (2C) - Amostra 2 –Etapa 
C; (2D) Amostra 2 – Etapa D; (2F) – Amostra 2 – Etapa F . ..................................... 43 
Tabela 5: Solubilidade para os padrões de cloreto de níquel, sulfato de cobre e 
sulfato de manganês. ................................................................................................ 43 
 
 10 
LISTA DE FLUXOGRAMA 
Fluxograma 1: Processo de precipitação da amostra 1. ........................................... 28 
Fluxograma 2: Processo de precipitação da amostra 2. ........................................... 29 
 
 
../AppData/Senhorati/Desktop/Cris%20e%20raquel%20corrigido.doc#_Toc367358367
../AppData/Senhorati/Desktop/Cris%20e%20raquel%20corrigido.doc#_Toc367358368
 
 11 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Coloração inicial dos resíduos com compostos de Níquel. ........................ 32 
Figura 2:Precipitados da Etapa A: (1A) - Amostra 1: coloração verde escuro; (2A) - 
Amostra 2: coloração verde esmeralda; , (2A') - Amostra 2’: coloração verde claro 
(pó em torno dos cristais). ......................................................................................... 35 
Figura 3: Precipitado de coloração castanho da Amostra 1, etapa B. Precipitado de 
coloração verde da Amostra 2, etapa B. ................................................................... 35 
Figura 4: Precipitado de coloração verde amarelado da Amostra 1, etapa C. 
Precipitado verde da Amostra 2, etapa C. ................................................................. 36 
Figura 5: Precipitado da Amostra 2, etapa D............................................................. 36 
Figura 6: Precipitado da amostra 2, etapa E. ............................................................ 37 
Figura 7: Reação da Dimetilglioxima com a Amostra 1 de coloração avermelhada: 
Amostra 2 com formação de duas fases. .................................................................. 39 
Figura 8: Precipitado vermelho e solução verde após a filtração da amostra 2. ....... 40 
Figura 9: Alíquotas retiradas após cada etapa de precipitação da amostra 2 com 
dimetilglioxima. .......................................................................................................... 41 
Figura 10: Amostra 2 líquida obtida por calcinação e reação de HCl com precipitado 
de dimetilglioxima: Amostra 2 sólida obtida após aquecimento e total evaporação da 
amostra 2 líquida. ..................................................................................................... 42 
Figura 11: Infravermelho do padrão cloreto de níquel e da amostra obtida por 
precipitação com dimetilglioxima. .............................................................................. 44 
 
 
 12 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Um dos maiores desafios ambientais atualmente esta direcionado ao controle 
indiscriminado da poluição mundial. O uso de recursos naturais de forma 
descontrolada apresenta sérias consequências ao meio ambiente fazendo com que 
muitos países desenvolvidos ou em desenvolvimento, reconheçam que é preciso 
buscar alternativas para promover o crescimento econômico, porém garantir a 
preservação e reestruturação do meio ambiente (GERBASE, 2006). 
Não é novidade para a sociedade acadêmica que os resíduos químicos que 
contém metais pesados bem como sais de níquel (II), compostos aromáticos, cromo 
(VI) entre outros são compostos cancerígenos e podem trazer sérias consequências 
quando despejados de forma incorreta, pois poluem o solo e as águas em forma 
hidrossolúveis (AFONSO, 2003). 
Um tema discutido mundialmente em universidades e centros de pesquisa é a 
destinação de resíduos laboratoriais. Diante a preocupação com o desenvolvimento 
sustentável e para garantir a continuidade das pesquisas e trabalhos na área de 
química, os principais centros de pesquisa vêm buscando alternativas para a 
continuidade das pesquisas visando a preservação do meio ambiente (NOLASCO, 
2006). 
Uma das dificuldades encontradas para o tratamento de resíduos é devido a 
variedade e complexidade em sua composição, sendo necessária uma metodologia 
específica para o tratamento de determinado resíduo (AFONSO, 2003). 
Diante de tantas preocupações a cerca do descarte incorreto de resíduos 
provenientes de aulas práticas do curso de química, este trabalho tem por objetivo 
propor uma metodologia para recuperar e recristalizar o níquel de resíduos para 
reutilizá-lo em outras aulas experimentais. 
 
 13 
2. OBJETIVOS 
 
 
2.1. OBJETIVO GERAL 
 
 
Desenvolver uma metodologia para a recuperação de níquel, provenientes de 
resíduos de laboratório. 
 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 
 Estudar o processo de recuperação e recristalização do níquel para 
reaproveitamento em aulas práticas. 
 Propor o tratamento de níquel para futuro projeto de gerenciamento de 
resíduos do Laboratório de Química da UTFPR. 
 
 
 14 
3. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 
3.1. NÍQUEL 
 
 
O níquel é um metal branco-prateado, dúctil, maleável, peso específico 8,5 g 
cm-3, dureza escala de Mohs 3,5; tem seu ponto de fusão em aproximadamente 
1.453º C, calor de fusão 68 cal g-1, peso atômico 58,68 g mol-1, possuindo grande 
resistência mecânica à corrosão e à oxidação; o sistema de cristalização é 
isométrico; número atômico 28. Os minerais de níquel são a pentlandita [(Fe,Ni)9S8, 
10-45% de Ni], a garnierita [(Ni,MG)6 [(OH)6Si4O11] H2O, até 25% de Ni] e a nicolita 
(NiAs, 44% de Ni). De acordo com o mineral presente, os minérios são classificados 
em sulfetos, silicatos (ABREU, 1962). 
O metal é muito usado sob a forma pura, para fazer a proteção de peças 
metálicas, pois oferece grande resistência à oxidação. Suas principais aplicações 
são em ligas ferrosas e não ferrosas para consumo no setor industrial, em material 
militar, em moedas, em transporte/aeronaves,em aplicações voltadas para a 
construção civil e em diversos tipos de aços especiais, altamente resistentes à 
oxidação, como os aços inoxidáveis, bem como em ligas para a fabricação de imãs 
(metal Alnico), em ligas elétricas, magnéticas e de expansão, ligas de alta 
permeabilidade, ligas de cobre-níquel, tipo níquel-45, e em outras ligas não ferrosas. 
A niquelagem de peças é feita por galvanoplastia, usando banhos de sais de níquel 
(RUSSEL, 1994). 
O óxido de níquel é geralmente usado como catalisador em diversos 
processos industriais e, nas quais os sais, como sulfato é o mais empregado, 
destinando-se principalmente para banhos de niquelagem, que é realizado através 
da galvanoplastia usando banhos de sais de níquel (SILVA, 2001). 
 
 
3.2. TOXIDADES DO NÍQUEL 
 
 
 
 15 
Para Jardim (1998), o descarte indiscriminado de resíduos provenientes de 
aulas e/ou projetos de pesquisa têm chamado a atenção de centros de pesquisa, 
universidades e instituições de ensino. Descarte inadequado de resíduos 
potencializa a contaminação do solo e mananciais, acarretando graves danos ao 
meio ambiente e aos seres vivos (DEL PIERO, 2008). 
Silva (2006) nos diz que os sais de níquel não são absorvidos pela pele em 
quantidades suficientemente tóxicas, entretanto, a dermatite (uma reação de 
sensibilização da pele) é o efeito mais comum causado pela exposição direta ao 
metal. Mas alguns compostos de níquel, como a carbonila de níquel que é o mais 
tóxico, já foi comprovadamente cancerígeno e possui um nível máximo de tolerância 
da ordem de 1 ppb. Além de ser facilmente absorvido pela pele. A exposição a este 
composto, a uma concentração atmosférica de 30 ppm, por cerca de meia hora, é 
letal. Este composto é formado em um ambiente em que a temperatura seja maior 
que 100 ºC, na presença de monóxido de carbono. A fumaça do cigarro possui 
quantidades relativamente grandes da carbonila de níquel e, no caso de um fumante 
assíduo, tem-se o cenário de uma exposição crônica ao composto em níveis 
suficientes para o desenvolvimento do câncer (SILVA, 2006). 
Na urina há a eliminação de níquel caso haja uma contaminação, sendo 
comprovada a contaminação por meio de um exame de urina onde a concentração 
de 0,5 ppm é considerada critica (SILVA, 2006). 
A Legislação Brasileira, através da Resolução CONAMA n° 430 de 13 de 
maio de 2011, estabelece limites máximos para a emissão de níquel em efluentes 
aquosos, sendo o valor de 2,0 mg L-1 (BRASIL, 2011). 
Sendo uma exposição aguda de níquel, comprovada por exames e 
acompanhado por um médico, indica-se a administração de um medicamento que 
contenha um agente ligante como o dietil-ditiocarbamato, que captura o metal, 
podendo minimizar os efeitos de contaminação (SILVA, 2006). 
 
 
3.3. RESÍDUOS DE NÍQUEL 
 
 
Em 1990 começou a ser discutido o gerenciamento de resíduos químicos em 
laboratórios de ensino e pesquisa no Brasil, sendo de grande importância para as 
 
 16 
grandes instituições geradoras de resíduos, incluindo as Universidades (AFONSO, 
2003). 
Como as indústrias são as maiores geradoras de resíduos químicos (em 
termos de periculosidade e volume) e com a maior parcela estão concentradas no 
estado de São Paulo, considerada a região mais industrializada do país. De acordo 
com a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (ABETRE) 
são gerados cerca de 2,9 milhões de toneladas de resíduos industriais perigosos 
anualmente no país e apenas uma pequena parte de 22% recebe tratamento 
adequado (LEVADA, 2008). 
Para conscientizar os geradores de resíduos e aumentar a quantidade de 
resíduos tratados, as grandes indústrias vêm fazendo parceria com instituições de 
ensino onde têm procurado desenvolver programas de gestão e gerenciamento de 
resíduos (LEVADA, 2008). 
Kraemer (2005) nos diz que muitos metais e produtos químicos não são 
naturais, nem biodegradáveis. Em consequência, quanto mais se enterram os 
resíduos, mais os ciclos naturais são ameaçados, e o ambiente se torna poluído. 
Desde os anos 50, os resíduos químicos e tóxicos têm causado desastres cada vez 
mais frequentes e sérios. Atualmente, há mais de 7 milhões de produtos químicos 
conhecidos, e a cada ano outros milhares são descobertos. Isso dificulta, cada vez 
mais, o tratamento efetivo do resíduo. 
A destinação, tratamento e disposição final de resíduos devem seguir a 
Norma 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas que classifica os 
resíduos conforme as reações que produzem quando são colocados no solo 
(ASSOCIAÇÃO..., 2004). 
 Perigosos (Classe 1- contaminantes e tóxicos); 
 Não-inertes (Classe 2 - possivelmente contaminantes); 
 Inertes (Classe 3 – não contaminantes). 
Para resíduos das classes 1 e 2 devem ser tratados e destinados em 
instalações apropriadas para tal fim. Os aterros industriais precisam de mantas 
impermeáveis e com diversas camadas de proteção para evitar a contaminação do 
solo e das águas, além de instalações preparadas para receber o lixo industrial e 
hospitalar, normalmente operados por empresas privadas, seguindo o conceito do 
poluidor-pagador (KRAEMER, 2005). 
 
 17 
As indústrias responsáveis pela maior produção de resíduos perigosos são as 
metalúrgicas, indústrias de equipamentos eletro-eletrônicos, fundições, indústrias 
químicas e a indústria de couro e borracha. Sendo que muitas delas estão em áreas 
urbanas onde dão disposição final inadequada de resíduos industriais, 
comprometendo a qualidade ambiental e de vida da população (KRAEMER, 2005). 
O Brasil possui legislação e normas específicas para tratamento de resíduos 
industriais. A Constituição Brasileira, Artigo 225, dispõe sobre a proteção ao meio 
ambiente; a Lei 6.938/81 estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente; também 
a Lei 6.803/80, dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial em 
áreas críticas de poluição. As resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - 
CONAMA 257/263 e 258, fala sobre pilhas, baterias e pneumáticos e, onde é 
amplamente tratada nos Capítulos 19, 20 e 21 da Agenda 21 (Rio-92) (KRAEMER, 
2005). 
Kraemer (2005) em sua pesquisa ainda nos diz que o governo federal, 
através do Ministério do Meio Ambiente – MMA e Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA está desenvolvendo projeto 
para caracterizar os resíduos industriais através de um inventário nacional, para 
traçar e desenvolver uma política de atuação, visando reduzir a produção e 
destinação inadequada de resíduos perigosos. 
Com a aprovação da Lei de Crimes Ambientais, no início de 1998, na qual 
estabelecem pesadas sanções para os responsáveis pela utilização inadequada de 
resíduos, as empresas que prestam serviços na área de resíduos sentiram certo 
crescimento do mercado – teve aumento de 20% na demanda por serviços logo 
após a promulgação da lei – mas tal aceleração foi contida com a emissão da 
Medida Provisória que ampliou o prazo para que as empresas se adequassem à 
nova legislação (KRAEMER, 2005). 
 
 
3.4. IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE 
 
 
Segundo Afonso (2003), a falta de gerenciamento de resíduos gerados em 
universidades promovem impactos ao meio ambiente, exposição dos alunos ao risco 
de contaminação bem como desperdício de reagentes nos laboratórios. Apesar de 
 
 18 
todos os riscos envolvidos em um descarte impróprio dos resíduos gerados, não se 
tem um órgão fiscalizador que exija um descarte adequado ou um processo de 
reciclagem de materiais poluentes. 
Diante de todos os problemas relacionados pelo descarte indiscriminado de 
resíduos provenientes de aulas em universidades, algumas instituições de ensino 
vêm implantando um sistema de gerenciamento e tratamento de resíduos. O sistema 
de gerenciamento faz com que alunos, professores e funcionários se conscientizem 
e contribuem para um descarte correto dos resíduos (AFONSO, 2003). 
 
 
3.5. COMPOSTOS DE COORDENAÇÃONa química de coordenação o termo complexo é utilizado para representar 
um íon central ou átomo metálico rodeado por um conjunto de ligantes, onde, os 
ligantes podem ser um íon ou uma molécula que podem possuir existência 
independente. Na química o significado de compostos de coordenação é utilizado 
para designar um composto iônico onde há um complexo em pelo menos um dos 
íons ou um complexo neutro (SHRIVER, 2008). 
A formação de um complexo dá-se pela combinação de ácidos e bases de 
Lewis, onde o átomo ou íon metálico central chamado de átomo receptor é um ácido 
de Lewis e os ligantes são bases de Lewis também chamado de átomo doador, pois 
ele doa elétrons para a ocorrência da ligação. É chamada de compostos de 
coordenação a ligação entre vários ácidos e bases de Lewis que constituem uma 
molécula. Os compostos de coordenação também podem ser chamados de 
complexos metálicos quando os ácidos de Lewis forem metais de transição 
(SHRIVER, 2008). 
A formação de complexos metálicos ocorre pela interação de um complexo 
com um ânion, resultando em um composto neutro. Para que ocorra a formação de 
um complexo metálico, os metais são íons que possuem orbitais suficientes para 
acomodar os elétrons dos ligantes que são bases e possuem grande quantidade de 
elétrons. Os metais de transição d e f são os mais comuns na formação de 
complexos (SHRIVER, 2008). 
 
 
 19 
 
3.5.1 Natureza do ligante 
 
 
 A natureza do ligante tem grande influência no desdobramento do campo 
ligante, indicando diferentes cores para os complexos. Os ligantes que provocam 
apenas um pequeno grau de desdobramento no campo cristalino são designados 
ligantes de campo fraco e os ligantes que provocam um grande desdobramento são 
denominados de campo forte. Os ligantes mais comuns podem ser dispostos em 
ordem crescente em relação ao grau de desdobramento no campo cristalino. A 
sequência permanece praticamente constante para os diversos metais e é 
denominada série espectroquímica (LEE, 1999). 
Para organizar os ligantes em relação a sua energia de transição, foi 
organizada uma série espectroquímica, onde os ligantes foram colocados em ordem 
crescente de energia. A série espectroquímica apresenta o ligante I- como o de 
menor energia (campo fraco) e o CO como o de maior energia (campo forte) (LEE, 
1999). 
I-< Br- < S-2 < SCN- < Cl- < NO2
- < N3
- < F- < OH- < C2O4
-2 <H2O < NCS
- < 
CH3CN < py < NH3 < en < bipy < phen < NO
-2 < PPh3 < CN
- < CO 
 
 
3.5.2 Complexos de Níquel 
 
 
Para se desenvolver um estudo a cerca do elemento químico níquel, é preciso 
saber sobre a sua natureza química. O níquel apresenta a configuração eletrônica 
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d8 4s2 e é um metal de transição (UNESP, 2012). 
O níquel forma complexos com 6 estados diferentes de oxidação que varia de 
-1 à +4. Alguns compostos formados pelo níquel conforme estados de oxidação são: 
No estado de oxidação -1: [Ni2(CO)6]
-2 No estado de oxidação 0: Ni(CO)4
; No estado 
de oxidação 1: NiBr(PPh3)3
 ; No estado de oxidação 2: [NiCl4]
2-; [Ni(CN)5]
3-; 
[Ni(H2O)6]
2+; No estado de oxidação 3: NiBr3(PEt3)2; [NiF6]
3- e no estado de oxidação 
4: [NiF6]
2- (PINTO, 2011). 
http://pt.scribd.com/doc/59229969/relatorio-sintese-de-complexos-de-niquel
 
 20 
Os complexos apresentam coloração específica dependente do tipo de 
ligante. No caso da formação do complexo octaédrico [Ni(H2O)6]
2+ a coloração é 
verde, essa coloração também é característica de outros sais hidratados de níquel. 
No caso de sais anidros, a coloração passa de verde para amarela (LEE, 1999). 
Na química do níquel, o estado de oxidação que mais predomina é o (II), 
sendo também no estudo de complexos o mais complicado, pois as estruturas 
geométricas são distintas conforme o tipo de ligação que ocorre, podendo formar 
complexos octaédricos, quadrados planares, pirâmide de base quadrada, 
tetraédricas, bipirâmides trigonais e também tetraédricas. As maiores ocorrências na 
formação geométrica são de complexos quadrados planares e octaédricos (LEE, 
1999). 
Alguns complexos de níquel apresentam estruturas características com o tipo 
de ligante. Um exemplo são complexos formados com etilenodiamina e com amônia, 
onde todos os complexos formados com esses ligantes são octaédricos e 
geralmente apresentam coloração azul. Outra característica é que geralmente esses 
complexos são paramagnéticos. Outros complexos de níquel podem apresentar 
outra estrutura, um exemplo é com o CN-, um ligante de campo forte que apresenta 
uma estrutura quadrado planar e diamagnético, pois os seus elétrons durante o 
processo de complexação são forçados a se emparelharem (LEE, 1999). 
 
 
3.6. SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO [Ni(NH3)6]Cl2 
 
 
Em instituições de ensino superior de química o estudo de complexos de 
níquel geralmente é aprofundado em aulas práticas, onde se faz a síntese e 
caracterização de complexos. Um dos experimentos realizados em laboratório 
consiste em formar um complexo a partir de outros, mostrando que é possível 
deslocar um ligante e substituí-lo por outro (AYALA, 2003). 
Um exemplo de uma reação de substituição é a formação do 
hexaaminoníquel (II) que se dá pela adição de solução de amônia em um complexo 
octaédrico de coloração verde o [Ni(H2O)6 ]
2+ , onde as moléculas de água são 
substituídas pelas de amônia. O complexo não muda a sua estrutura, continua 
sendo um complexo octaédrico. A reação não é limitada só ao ligante amônia, mas 
 
 21 
sim a outras moléculas neutras como a etilenodiamina ou ânions como o OH-, Cl- 
entre outros. A reação pode ser representada na Equação 1 (AYALA, 2003). 
[Ni(H2O)6]
2+
(aq) + 6 NH3(aq)→ [Ni(NH3)6]
2+
(aq) + 6H2O(l) (1) 
 A obtenção do complexo de cloreto de hexaminoníquel (II) é feita pela reação 
entre o cloreto de níquel (II) hidratado de coloração verde com uma solução de 
amônia concentrada que resulta em cristais de coloração azul-violeta. O complexo 
formado apresenta estrutura cúbica cristalina insolúvel em éter, amônia concentrada 
e álcool etílico, porém solúvel em solução aquosa de amônia e também em água. O 
processo é reversível, pois esse complexo frente ao aquecimento libera a amônia e 
o complexo se desfaz originando o cloreto de níquel (II) anidro, pois a água também 
evapora. O sólido resultante do aquecimento apresenta coloração verde. A Equação 
2 representa a reação no processo de obtenção do complexo de cloreto de 
hexaaminoníquel (II) (AYALA, 2003). 
NiCl2 .6H2O(s) + 6 NH3(aq) → [Ni(NH3)6]Cl2(s) + 6 H2O(l) (2) 
 
 
3.7. SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO [Ni(en)3]Cl2 . 2H2O 
 
 
A reatividade dos complexos na substituição de ligantes pode variar, ou seja, 
alguns complexos trocam de ligantes rapidamente e são chamados de complexos 
lábeis, e os que trocam lentamente de inertes. 
O íon níquel (II) forma com a etilenodiamina o complexo [Ni(en)3]
2+ que 
comparado com o complexo [Ni(NH3)6]
2+
 é 10 vezes mais estável. Isso porque a 
etilenodiamina é um ligante bidentado, e o efeito quelato apresenta maior 
estabilidade no complexo, pois possui mais sítios de coordenação disponíveis se 
comparado com um ligante monodentado. Por isso, a etilenodiamina é capaz de 
deslocar a amônia, apesar de esses ligantes apresentarem semelhanças quanto a 
sua basicidade nos átomos de nitrogênio (Equação 3) (AYALA, 2003). 
 [Ni(NH3 )6 ]
2+ + 3 en → [Ni(en)3 ]
2+ + 6 NH3 (3) 
 
 22 
O deslocamento da amônia é devido a maior entropia do sistema quando há a 
presença da etilenodiamina coordenada. Sabendo-se que a etilenodiamina desloca 
a amônia, para obter-se o complexo [Ni(en)3]Cl2 . 2H2O, faz-se a reação entre uma 
solução de cloreto de hexaaminoníquel (II) e etilenodiamina concentrada. A equação 
da reação pode ser observada na Equação 4 (AYALA, 2003). 
 [Ni(NH3)6]Cl2 + 3en + 2H2O → [Ni(en)3]Cl2 . 2H2O + 6 NH3(4) 
 
 
3.8. PRECIPITAÇÕES QUÍMICAS 
 
 
O estudo das precipitações químicas dos metais é imprescindível para se 
desenvolver um processo de reciclagem ou recuperação de resíduos químicos. As 
reações de precipitação de metais exigem conhecimentos da química clássica 
(AFONSO, 2003). 
Os metais precipitam-se em forma de hidróxidos metálicos, e a ocorrência da 
precipitação dá-se pelo ajuste do pH para que a reação ocorra. Uma grande 
dificuldade de precipitar determinado metal ocorre quando a solução possui diversas 
espécies metálicas, pois alguns metais apresentam semelhanças uns com os outros 
em relação as curvas de solubilidade versus pH (GIORDANO, 2011). 
 
 
3.9. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM SULFETO DE AMÔNIO 
 
 
Para a recuperação do níquel proveniente de aulas práticas laboratoriais, é 
preciso um estudo sobre as formas de precipitação do metal em questão. A 
dificuldade para determinar uma metodologia para o processo de recuperação torna-
se mais complicado quando não se sabe quais são as espécies ligantes do níquel no 
resíduo a ser tratado (UNESP, 2010). 
Em seguida serão apresentadas algumas formas de precipitação químicas do 
níquel, a primeira é com sulfeto de amônio. A equação da reação de precipitação 
pode ser observada na Equação 5 (UNESP, 2010). 
 
 23 
Ni2+ + S2- → NiS (5) 
A reação do cloreto de níquel com sulfeto de amônio forma em soluções 
neutras um precipitado preto que em excesso de reagente impede uma filtração 
eficiente, pois apresenta aspecto coloidal de coloração marrom devido a formação 
de grande quantidade de cloreto de amônio, um dos fatores que impedem a 
precipitação. Mas, ao se acidificar fracamente a solução coloidal com ácido acético e 
aquecê-lo a solução coagula e então é possível recolher em filtro. Em seguida 
observa-se a equação da reação do cloreto de níquel com o sulfeto de amônio 
(Equação 6) (UNESP, 2010). 
NiCl2 + (NH4)2S → NiS + 2NH4Cl (6) 
Para solubilizar o sulfeto de níquel adiciona-se ácido nítrico concentrado a 
quente. Em ácido acético e em ácido clorídrico diluído a frio o precipitado não se 
desfaz (Equação 7) (UNESP, 2010). 
3NiS + 8HNO3 → 3Ni(NO3)2 + 2NO + 3S + 4H2O (7) 
 
 
3.10. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM HIDRÓXIDO DE AMÔNIO 
 
 
Ocorre a precipitação do níquel em presença de hidróxido de amônio. A 
reação do cloreto de níquel com o hidróxido de amônio forma um precipitado verde 
de sal básico de hidróxido de níquel, conforme Equação 8. 
NiCl2 + 2NH4OH → Ni(OH)2 + 2NH4Cl (8) 
Ao adicionar excesso de hidróxido de amônio o precipitado se desfaz e ocorre 
a formação de compostos complexos amonicais de níquel(Equação 9) (UNESP, 
2010). 
Ni(OH)2 + 6NH4OH → [Ni(NH3)6]
2+ + 6H2O (9) 
 
 
 
 24 
3.11. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM HIDRÓXIDO DE SÓDIO 
 
 
A reação entre o sulfato de níquel com hidróxido de sódio forma um 
precipitado verde de hidróxido de níquel, Equação 10. Ao adicionar excesso de 
reagente o precipitado não solubiliza (UNESP, 2010). 
NiSO4 + 2NaOH → Ni(OH)2 + Na2SO4 (10) 
Ao se adicionar solução de hidróxido de amônio ou solução de sais de amônio 
ao precipitado, esse se desfaz formando uma solução de íons complexos de 
coloração azul esverdeado. No caso da adição do precipitado em solução de 
hipoclorito de sódio, ocorre a oxidação do hidróxido niqueloso formando hidróxido 
niquélico de coloração preta (Equação 11) (UNESP, 2010). 
2Ni(OH)2 + ClO
- + H2O + H2O → 2Ni(OH)3 + Cl
- (11) 
 
 
3.12. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM DIMETILGLIOXIMA 
 
 
A fórmula molecular da dimetilglioxima é C4H8O2N2 e reage como um diácido 
fraco. O precipitado de níquel dimetilglioxima é obtido em solução diluída e 
fracamente alcalinizada com solução de hidróxido de amônio. O aumento da 
temperatura favorece a formação do precipitado que apresenta coloração vermelha 
(Equação 12) (UNESP, 2010). 
Ni2+ + 2H2DMG → Ni(HDMG)2 + 2H
+ (12) 
 Existem algumas espécies metálicas que podem interferir na reação quando 
estão em concentração de aproximadamente 10 vezes maior que o níquel. Os 
interferentes podem ser o ferro, bismuto e o cobalto. Utiliza-se como inibidor dos 
interferentes a adição de um tartarato (UNESP, 2010). 
 
 25 
 Segundo BACCAN (2001), o pH para a precipitação de íons níquel (II) com a 
dimetilglioxima é entre 5 e 9. Ocorre quando o níquel desloca um próton de um 
grupo oxima em cada molécula de dimetilglioxima, mas é complexado através de 
pares de elétrons dos quatro nitrogênios e não com os elétrons do oxigênio. 
 
 
3.13. METODOLOGIAS PARA RECUPERAÇÃO DO NÍQUEL 
 
 
Partindo-se de informações obtidas do Yoskito (2004) de que a coloração 
apresentada pelo resíduo contendo níquel seja azul piscina e possa vir a ser 
proveniente de aulas práticas do estudo de síntese e formação de complexos de 
cloreto de hexaminoníquel (II) e na formação de outro complexo pelo deslocamento 
da amônia pela adição de uma solução concentrada de etilenodiamina, tem-se um 
ponto de partida para desenvolver uma metodologia de recuperação do níquel em 
forma de cloreto de níquel anidro para reaproveitamento em aulas práticas, pois 
ambos os complexos são octaédricos e apresentam coloração azul característico, 
que varia conforme a concentração dos ligantes. 
Com as informações obtidas, uma metologia proposta para a recuperação do 
níquel em forma de cloreto de níquel anidro, que é utilizado como matéria prima para 
o desenvolvimento de aulas práticas de formação de complexos, consiste em retirar 
uma alíquota do resíduo, medir seu pH, observar atentamente sua coloração e 
aquecer em chapa aquecedora com controle de temperatura em uma capela. No 
decorrer do processo, será monitorado o pH e a mudança de coloração da solução, 
o que trará informações quanto a liberação da amônia, dessa forma, pode-se 
observar a diminuição da concentração da amônia na solução pela mudança de 
coloração, que tende ao azul claro, bem como pode-se testar a solução com um 
reagente de Nessler. Conforme diminuição da amônia pelo processo de evaporação 
será adicionada lentamente uma solução de aproximadamente 0,2 mol L-1 de 
hidróxido de sódio para que ocorra a precipitação do hidróxido de níquel (YOSKITO, 
2004). 
Há grande influência da temperatura e do pH na formação de precipitados, 
pois a solubilidade do precipitado aumenta com o aumento da temperatura, bem 
como a adição de ácidos geralmente terá um efeito de solvente (VOGEL, 2002). 
 
 26 
Seguindo a série espectroquímica onde é possível observar que na formação 
do complexo de cloreto de hexaminoníquel (II), a amônia substitui as moléculas de 
água, e a etilenodiamina desloca a amônia, pois possui maior energia de transição, 
então, para a substituição dos ligantes de amônia, não será possível somente com a 
adição de um ligante OH-, por isso será necessária a expulsão da amônia via 
aquecimento, para então adicionar a solução de hidróxido de sódio (LEE, 1999). 
Quando ocorrer a total precipitação, o precipitado deve ser filtrado e 
adicionado uma solução de ácido clorídrico para a formação do cloreto de níquel. A 
solução deverá ser aquecida até a obtenção de um sólido de coloração esverdeada, 
sendo essa a cor característica do cloreto de níquel (YOSKITO, 2004). 
 
 27 
4. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 
O presente trabalho foi desenvolvido na Universidade Tecnológica Federal do 
Paraná - campus Pato Branco no Laboratório de Química e Central de Análise, com 
o objetivo de propor uma metodologia para tratar resíduos contendo níquel, oriundos 
de aulas práticas do curso superior de Bacharelado em Química Industrial. 
Fez-se um levantamento da quantidade de resíduos que continham níquel e a 
quantidade de resíduos de níquel gerados no período de 1 (um) ano.A partir dos 
resíduos encontrados, retirou-se uma alíquota de cada resíduo e testou 2 (duas) 
metodologias para a recuperação de níquel. 
 Retirou-se uma amostra de cada resíduo, onde foram levados para análise 
em Absorção atômica marca GBC, modelo AVANTA no Laboratório de Solos para 
verificar se apresentavam outros íons metálicos nos resíduos e suas respectivas 
concentrações. 
 
 
4.1. PRECIPITAÇÕES QUÍMICAS POR MUDANÇA DE PH 
 
 
A primeira metodologia testada tratava-se de acompanhar a cristalização do 
resíduo conforme a calibração do pH da solução. Retirou-se uma alíquota de 100 mL 
de dois resíduos encontrados no laboratório, rotulados apenas como resíduos de 
níquel. Verificou-se o pH inicial de ambos e aqueceu até a redução do volume pela 
metade. Resfriou-se em água corrente, deixou descansar por algumas horas, filtrou 
e verificou o pH da solução. Os filtrados foram levados para estufa em 40° C por 24 
h, e armazenados em embalagens plásticas identificadas. Após verificar o pH das 
soluções, fez-se o ajuste para ambos os resíduos com ácido clorídrico 0,2 mol L-1 e 
hidróxido de sódio 0,2 mol L-1. Foram sendo verificadas as precipitações formadas 
em diferentes pH, com escala de um em um, com o mesmo processo descrito a 
cima. O pH das soluções variaram de 3 a 9. 
 A cada precipitação, retirou-se uma alíquota da solução que foi analisada os 
íons metálicos por Absorção atômica no Laboratório de Solos, podendo assim 
verificar a possível composição do precipitado formado. 
 
 28 
 O Fluxograma 1 e Fluxograma 2 mostram os principais passos para a 
obtenção dos precipitados das amostra em etapas. 
 
 
 
 
 
100 mL da Amostra 1 
Medir o pH. Aquecer a 70º C por 1 hora, aumentar a temperatura para 80º C 
por 50 mim, e novamente aumentar a temperatura para 100ºC por 20 min. 
Resfriar, descansar por 24 horas, filtrar e secar o precipitado em estufa. 
Ajustar o pH as solução com HCl para 8,95. Aquecer por 20 minutos a 100º C. 
Resfriar, filtrar e secar o precipitado em estufa. 
Ajustar o pH com HCl para 7,95. Aquecer a 100º até total evaporação. Secar em 
estufa. 
Etapa A 
Etapa B 
Etapa C 
Fluxograma 1: Processo de precipitação por pH da amostra 1. 
 
 29 
 
 
 
 
4.2. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM DIMETILGLIOXIMA 
 
 
A segunda metodologia proposta consistui-se em precipitar o níquel com uma 
solução etanoica de dimetilglioxima a 1 %. O método consiste em ajustar o pH das 
soluções entre 7 e 8 e adicionar pequenas quantidades de solução precipitante. 
Após a visualização do precipitado realizou-se a filtração em papel filtro. O 
precipitado formado foi levado para estufa a 35° C por 24 h. Após a secagem 
completa do precipitado, este foi armazenado em embalagens plásticas. Fez-se 
100 mL de Amostra 2 
Medir o pH. Aquecer a 70º C por 1 hora, aumentar a temperatura para 80º C por 
50 mim, e novamente aumentar a temperatura para 100ºC por 20 min. Resfriar, 
descansar por 24 horas, filtrar e secar o precipitado em estufa. 
Ajustar o pH da solução para 6,0, aquecer a 100º C por 20 minutos. Resfriar, filtrar 
e secar o precipitado em estufa. 
Ajustar o pH da solução para 6,10, aquecer por 20 minutos a 100º C. Resfriar, 
filtrar e secar em estufa. 
Ajustar o pH da solução para 7,00, aquecer por 20 minutos a 100º C. Resfriar, filtrar 
e secar em estufa. 
 
Etapa A 
Etapa B 
Etapa C 
Etapa D 
Ajustar o pH da solução para 8,00, aquecer por 20 minutos a 100º C. Resfriar, 
filtrar e secar em estufa. 
Etapa E 
Etapa F 
Aquecer até total evaporação do líquido a 100º C. Resfriar e secar em estufa. 
 
Fluxograma 2: Processo de precipitação por pH da amostra 2. 
 
 30 
várias vezes o ajuste de pH e a adição de solução de dimetilglioxima até o momento 
em que as mesmas não apresentaram mais formação de precipitação. 
 Após a secagem de todos os precipitados, retirou-se 1 g de precipitado e 
colocou-o em um cadinho de porcelana previamente calcinado em 500º C por 15 
minutos e levou-se para mufla à 500° C por 40 minutos. Após a calcinação, deixou 
em um dessecador esfriar e fez-se a abertura com ácido clorídrico PA em capela. 
Deixou-se reagir por (24) horas, e após esse período colocou-se 30 mL de 
água destilada em um béquer com capacidade de 100 mL e verteu-se a solução do 
cadinho no béquer com água destilada para que fosse possível realizar a filtração. 
Filtrou a solução, onde o resíduo no filtro foi descartado e a solução levada para 
aquecer em chapa aquecedora com agitação magnética por 2 horas em temperatura 
de aproximadamente 70ºC até a evaporação total do liquido. O resíduo obtido por 
evaporação foi levado para estufa com temperatura de 35° C por 24 h e levado para 
caracterização em Infravermelho marca Perkin Elmer, modelo Frontier na Central de 
Análises, onde foi comparado com um padrão de cloreto de níquel puro cedido pelo 
Laboratório de Química da UTFPR. 
 
 
4.3. ANÁLISES DOS PRECIPITADOS E SOLUÇÕES 
 
 
4.3.1 Teste de Solubilidade dos precipitados 
 
 
Verificou-se a solubilidade dos precipitados obtidos por mudança de pH e por 
precipitação do níquel com dimetilglioxima com os seguintes reagentes: ácido 
clorídrico, água, etanol 92,8%, acetona e quando necessário a combinação de dois 
reagentes. Fez-se o branco de cada diluição para cada precipitado com seu 
respectivo solvente. 
 
 
4.3.2 Caracterização de precipitado por Infravermelho 
 
 
 
 31 
No laboratório de Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 
preparou-se 5 g de Brometo de Potássio (KBr) para empastilhamento das amostras 
a serem analisadas, pois este não apresenta linhas significativas na absorção do 
infravermelho. O KBr foi preparado com a moagem em um Gral e pistilo até atingir 
granulometria bem fina. Feito a moagem, foi colocado em um cadinho de porcelana 
previamente limpo e levado para mufla por 4 horas a 600º C. Depois, foi retirado da 
estufa com o auxílio de uma tenaz e levado para um dessecador e deixado esfriar. 
Novamente feito a moagem e após secagem em estufa a 100º C por 1 hora, repetiu-
se esse procedimento duas ou três vezes para a total secagem do KBr. Armazenou-
se o KBr em recipiente plástico em dessecador. 
 Foram preparadas 2 amostras: o padrão de cloreto de níquel e a amostra 
obtida por precipitação de dimetelglioxima, calcinado e reagido com ácido clorídrico . 
A proporção de KBr por amostra foi de 100 mg de KBr para 1 mg de amostra. 
 Após a preparação das pastilhas das amostras, fez-se a análise em 
Infravermelho marca Perkin Elmer, modelo Frontier na Central de Análises. 
 
 32 
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
 
Verificou-se que no ano de 2012 foram encontrados estocados 
aproximadamente 10 L de resíduos identificados como Resíduos de Níquel, com 
vários compostos de Níquel. Segundo informações dos responsáveis do laboratório, 
os resíduos estão estocados há muitos anos, provavelmente desde a fundação da 
Universidade. 
Estes estavam armazenados em duas bombonas de plástico no Laboratório 
N003 da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Pato Branco. Os 
resíduos são provenientes de aulas práticas do curso superior de Química, 
Agronomia e Engenharias. Não foi possível identificar quais aulas práticas 
originaram os resíduos. 
 Os resíduos contidos nas duas bombonas apresentam colorações e pH 
diferentes, onde em uma, intitulada como Amostra 1, apresentava coloração com 
aspecto azul leitoso com pH 9,73 e na Amostra 2 a coloração era verde esmeralda 
com pH 4,02. 
É possível verificar a coloração inicial dos resíduos na Figura 1. 
 
 
 
Figura 1: Coloração inicial dos resíduos com compostos de Níquel. 
Fonte: Própria. 
 
 
 
 33 
Retirou-se uma alíquota de cada resíduo os quais foram levados para análise 
em Absorção atômica marca GBC, modelo AVANTA no Laboratório de Solos da 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Pato Branco, para 
verificação da presença de outros íons. O resultado podeser observado na Tabela 
1. 
 
 
Tabela 1: Concentração inicial de íons. 
Íons Amostra 1 mg/L Amostra 2 mg/L 
Ferro 0,00 mg L
-1
 0,00 mg/L 
Manganês 1,02 mg L
-1
 66,36 mg/L 
Zinco 0,15 mg L
-1
 2,00 mg/L 
Cobre 437,83 mg L
-1
 59,54 mg/L 
 
 
Conforme os resultados apresentados na Tabela 1 foi possível verificar a 
presença de manganês, zinco e elevada concentração de cobre, com ausência de 
ferro. Não foi possível verificar a concentração de níquel devido à falta de lâmpada 
para identificação do mesmo. 
Segundo a Resolução n° 430 de 13 de maio de 2011, do Conselho Nacional 
do Meio Ambiente, o CONAMA, que estabelece condições e padrões para o 
lançamento de efluentes em corpo receptor, o valor máximo permitido para 
manganês é de 1,0 mg/L, sendo verificado que na Amostra 1 ultrapassa esse valor, 
e na amostra 2 é possível verificar grande concentração de manganês dissolvido, 
muito acima do valor permitido. Para o zinco total, a resolução permite o lançamento 
em corpo receptor de concentração até 5,0 mg/L, sendo que os valores encontrados 
para as amostras estão dentro dos limites permitidos. Para o cobre dissolvido, o 
limite máximo estabelecido é de 1,0 mg/L, e os valores encontrados nas amostras 
extrapolam, não sendo permitido o descarte diretamente em corpo receptor sem 
tratamento adequado (BRASIL, 2011). 
 
 
5.1. PRECIPITAÇÕES QUÍMICAS POR MUDANÇA DE pH 
 
 
 
 34 
Em dois béqueres com capacidade de 500 mL, colocou-se 100 mL de 
amostra do resíduo 1 e 100 mL de amostra do resíduo 2, respectivamente. Após 
uma hora de aquecimento em 70º C em chapa aquecedora com agitação magnética 
em capela, verificou mudança na coloração da amostra 1, que passou do azul 
leitoso para um azul mais claro. A amostra 2 não apresentou mudanças. Aumentou-
se a temperatura para 80° C por 50 minutos e verificou que a amostra 1 mudou a 
coloração de azul claro para verde claro e a amostra 2 não apresentou alteração 
nesse período. Aumentou-se a temperatura para 100° C e após 30 minutos as 
soluções reduziram o volume para 50 mL, onde a amostra 1 permaneceu verde, 
porém mais claro que anterior e a amostra 2 não apresentou mudança na coloração. 
No processo de aquecimento, pode-se verificar cheiro característico de amônia, 
devido a possíveis ligantes de amônia presentes nos resíduos. 
Após a redução do volume dos resíduos, resfriou-os em água corrente mediu 
novamente o pH que foi de 9,65 para a amostra 1 e 3,03 para amostra 2. Pode-se 
observar a mudança de pH das soluções frente o aquecimento. Deixou descansar 
por 24 h. Após 24 h, verificou a formação de precipitados em ambas as amostras. 
Etapa A: Filtrou as soluções e obtiveram-se os precipitados que foram secos 
em estufa a 40° C por 24 h. A amostra 1 apresentou precipitado de coloração verde 
escuro em forma de pó fino (1A). A amostra 2 apresentou cristais verde esmeralda 
com a presença de um pó verde bem claro ao redor dos cristais (2A). Ao adicionar 
água destilada, foi possível remover o pó dos cristais, que foram secos novamente 
(2A'). Após a filtragem dos resíduos, verificou o pH novamente, sendo que a amostra 
1 apresentou pH igual a 9,95 de coloração amarelada e a amostra 2 pH 3,44 com 
coloração verde. A mudança de pH diante o aquecimento, pode ser relacionada a 
possível liberação de substancias da solução. Na Figura 2, é possível observar os 
precipitados das duas amostras na Etapa A. 
 
 
 
 35 
 
Figura 2:Precipitados da Etapa A: (1A) - Amostra 1: coloração verde escuro; (2A) - Amostra 2: 
coloração verde esmeralda; , (2A') - Amostra 2’: coloração verde claro (pó em torno dos 
cristais). 
Fonte: Própria 
 
 
Etapa B: Ajustou-se o pH da amostra 1 para 6,0 com hidróxido de sódio a 0,2 
mol L-1 e da amostra 2 com HCl a 0,2 mol L-1 para 8,95. Aqueceu-se em chapa 
aquecedora com agitação magnética em temperatura de 100º C por 20 minutos. 
Resfriou-se em água corrente e deixou descansar por 24 h. Verificou-se o 
precipitado formado em ambos os resíduos. Filtrou-se os resíduos e secou-se o 
precipitado. A amostra 1 apresentou precipitado 1B de coloração castanho com 
forma de agulhas. A solução apresentou pH 8,88. A amostra 2 apresentou coloração 
verde claro. O pH da solução foi de 5,99 (Conforme Figura 3). 
 
 
 
Figura 3: Precipitado de coloração castanho da Amostra 1, etapa B. Precipitado de coloração 
verde da Amostra 2, etapa B. 
Fonte: Própria. 
 
 
Etapa C: Ajustou-se o pH da amostra 1 para 7,95 e da solução 2 para 6,10. 
Aqueceu a 100° C sob agitação magnética em temperatura de 100° C por 20 
 
 36 
minutos. A amostra 1 solidificou totalmente, levada para estufa a 40° C por 24 h, 
obtendo-se o precipitado 1C. A amostra 2 apresentou precipitado verde claro 2C em 
forma de pó. Verificou o pH da solução e constatou que este não mudou, 
permaneceu em pH 6,10. A Figura 4 mostra os precipitados formados na etapa C. A 
amostra 1 foi totalmente solidificada, não sendo possível realizar outras etapas. 
 
 
 
Figura 4: Precipitado de coloração verde amarelado da Amostra 1, etapa C. Precipitado verde 
da Amostra 2, etapa C. 
Fonte: Própria. 
 
 
Etapa D: Ajustou-se o pH da amostra 2 para 7,0 e aqueceu-se por 20 minutos 
em chapa aquecedora com agitação magnética por 100° C. Resfriou-se em água 
corrente e deixou-se descansar por 24 h. Passado 24 h, verificou-se um precipitado 
verde 2D. A solução após a filtração a solução apresentou pH igual a 6,5. 
 
 
 
Figura 5: Precipitado da Amostra 2, etapa D. 
Fonte: Própria 
 
 
 
 37 
Etapa E: Ajustou-se o pH da amostra 2 para 8,0. Fez-se o mesmo 
procedimento descrito acima e obteve-se o precipitado 2E. Verificou-se o pH da 
solução que foi de 7,0. 
 
 
 
Figura 6: Precipitado da amostra 2, etapa E. 
Fonte: Própria 
 
 
Etapa F: Nessa etapa não ajustado-se o pH. Como havia pouca solução da 
amostra 2, procedeu-se aquecimento por 20 minutos, aproximadamente, até a 
solidificação da amostra. Levou-se para estufa obtendo-se o último sólido da 
amostra 2, o 2F com coloração verde e aspecto parecido com a amostra 2E. 
Todo o procedimento de aquecimento foi realizado em capela, pois poderia 
ocorrer a liberação de gases tóxicos. Repetiu-se todo o processo por duas vezes, 
porém somente o precipitado da amostra 1, etapa B não foi reprodutível, devido as 
condições climáticas, pois no dia realizado esta etapa a temperatura estava abaixo 
dos 20 º C. 
Segundo APPELT (2009), o pH de precipitação de hidróxido de níquel é em 
torno de 7,5 a 8, sendo a etapa 1C a única que fica entre os valores descritos, com 
um pH de 7,95. Para ABREU (2012) ao adicionar hidróxido de sódio em solução 
aquosa de níquel, ocorre a precipitação do hidróxido de níquel (II) de coloração 
verde claro. O estado de oxidação do níquel (II) é o mais provável tanto em solução 
quanto complexado, e ambos de coloração verde. A maior parte dos precipitados 
obtidos apresentou coloração verde, porém não é possível afirmar, somente 
observando a coloração e o pH, que ambos são hidróxidos de níquel, sendo 
necessário maiores análises. 
 
 38 
 Para YOSHITO (2004), o pH de precipitação do hidróxido de níquel abrange 
uma faixa de pH de 7 a 10, sendo em pH 9,8. Diante dessas informações, é possível 
verificar que os precipitados 1A, 3A, 2E e 2F estão dentro da faixa de pH de 
precipitação do níquel em forma de hidróxido de níquel, e ambos apresentam 
coloração verde. 
 Ainda segundo YOSHITO (2004), a formação de cloreto de níquel também 
apresenta coloração esverdeada, porém em pHs inferiores, como pode ser 
observado nos demais precipitados obtidos com pH abaixo de 7, nos precipitados 
2A, 2B, 2C e 2D. Porém, diante da presença de mais íons metálicos, e outros 
possíveis compostos, não se pode afirmar a formação de hidróxidos ou cloretos de 
níquel nos precipitados obtidos, sem análises complementares. 
 A cada etapa de precipitação, retirou-se uma alíquota da solução que foi 
levadapara identificação de íons metálicos por fotometria de chama no Laboratório 
de Solos, porém o mesmo procedimento não pode ser realizado, pois analistas do 
laboratório informaram que não conseguiram realizar a análise devido a problemas 
referente ao equipamento para a realização das analises. Se essa análise fosse 
realizada, seria possível estimar se algum dos resíduos identificados anteriormente 
teria precipitado por comparação da análise realizada no início do trabalho disposta 
na Tabela 1. 
 A Tabela 2 apresenta a formação dos precipitados em função do pH em 
relação a cada etapa. 
 
 
Tabela 2: pH de precipitação das amostras. 
Amostra Etapa A Etapa B Etapa C Etapa D Etapa E Etapa F 
Amostra 1 9,95 8,88 7,95 - - - 
Amostra 2 3,44 5,99 6,10 6,5 7,0 7,0 
Fonte 1:Própria. 
 
 
5.2. PRECIPITAÇÃO DO NÍQUEL COM DIMETILGLIOXIMA 
 
 
Inicialmente ajustou-se o pH das amostras para 7,5 onde segundo ANDRADE 
(2009) esse pH é ideal para a precipitação de íons níquel (II) em solução com 
 
 39 
presença de amônia. Foi possível verificar a presença de amônia ao aquecer as 
soluções e sentir cheiro característico de amônia nas amostras. A solução etanoica 
de dimetilglioxima é muito utilizada para identificação de íons de níquel (II) em 
soluções. Esse composto é capaz de precipitar o níquel em forma de 
dimetilglioximato de níquel (II) com coloração vermelha. 
 Ao adicionar-se aproximadamente 10 mL de solução etanólica de 
dimetilglioxima a 1%, verificou-se a formação de precipitado vermelho em ambas as 
amostras conforme Figura 7, onde segundo ANDRADE (2009) há a precipitação de 
dimetilglioximato de níquel (II). Na amostra 1, observou-se pouco precipitado em 
relação a amostra 2. Filtrou as soluções em papel filtro e os precipitados foram 
secos em estufa por 24 h a temperatura de 40° C. Depois de secos, foram 
guardados em embalagens plásticas e identificados. O pH das soluções após 
filtração foi de 8,82 para a amostra 1 e 6,92 para a amostra 2. A coloração também 
alterou, pois a amostra 1 que inicialmente apresentava coloração azul leitoso, após a 
filtração passou para castanho claro, acredita-se que a concentração de íons de 
níquel (II) estejam diminuindo. A amostra 2 continuou com coloração verde 
esmeralda após filtração. Observou-se a formação de duas fases nas amostras 
como pode ser observado na Figura 7. 
 
 
 
Figura 7: Reação da Dimetilglioxima com a Amostra 1 de coloração avermelhada: Amostra 2 
com formação de duas fases. 
Fonte: Própria. 
 
 
 
 40 
Fez-se o ajuste de pH novamente para ambas as amostras, em torno de 7,5. 
No momento em que o pH aproximava de 7,5 já era possível observar a formação 
de precipitado vermelho no fundo do béquer das duas amostras. Ao adicionar mais 
dimetilglioxima o precipitado aumentou de volume. Procedeu a filtração de ambas as 
amostras novamente. A amostra 1 após a filtração apresentou coloração castanho 
claro e a amostra 2 coloração verde. Ao medir o pH observou-se que novamente 
eles haviam alterado, a amostra 1 tendia a aumentar o pH e a amostra 2 diminuir. A 
cada etapa foram sendo ajustados o pH para 7,5 com o dimetilgioxima. 
 Na Figura 8 é possível observar o precipitado vermelho sendo totalmente 
retido no papel filtro, e a solução filtrada torna-se verde para a amostra 2. 
 
 
 
Figura 8: Precipitado vermelho e solução verde após a filtração da amostra 2. 
Fonte: Própria. 
 
 
 Ao adicionar-se mais dimetilglioxima a 1% na amostra 1, não foi mais possível 
verificar a formação de precipitado, porém a cor mudava de castanho claro para 
vermelho, mas sem formação de precipitado, provavelmente devido a diminuição de 
níquel em solução. A amostra 1 foi levada para aquecimento em chapa aquecedora 
com agitação magnética em capela por 15 minutos a 100° C. Deixou descansar por 
24 h. Formou pouco precipitado. Filtrou a solução, ajustou para 7,5 e aqueceu 
 
 41 
novamente por 20 minutos a 100° C deixou descansar por 24 h e filtrou novamente. 
Ao adicionar-se mais dimetilglioxima, não foi observado a formação de precipitado, 
sendo encerrado o processo para a amostra 1, porém a coloração apresentada era 
avermelhada, podendo outros metais estarem reagindo porem não precipitando. 
A amostra 2 apresentou várias precipitações. Foram repetidos 10 vezes os 
processos de ajuste de pH para 7,5 e posteriormente filtrados. Observou-se que a 
cada etapa em que era filtrada, a solução mudava a coloração de verde esmeralda 
ao incolor de forma ordenada devido a precipitação do níquel. A Figura 9 mostra a 
mudança de coloração para cada etapa conforme o processo de precipitação com 
dimetilglioxima para a amostra 2. 
 
 
 
Figura 9: Alíquotas retiradas após cada etapa de precipitação da amostra 2 com 
dimetilglioxima. 
Fonte: Própria. 
 
 
 Após secar todos os precipitados, os mesmos foram armazenados em 
embalagem plástica e devidamente identificados. 
 Após a secagem dos precipitados, retirou-se 1 g e calcinou-se em mufla 
conforme descrito em etapas anteriores. Após a calcinação verificou-se um sólido 
cinza. Ao adicionar ácido clorídrico PA, observou-se intensa reação com esse 
material. Conforme o tempo passava a coloração da solução tendia a verde, 
possivelmente formando o cloreto de níquel. Ao término da reação e diluição em 
água destilada, filtrou-se a solução e o resíduo retido no filtro era de coloração preta. 
 
 42 
O resíduo no filtro foi descartado. A solução foi levada para aquecimento em chapa 
até total evaporação e secagem em estufa. Observou-se coloração verde claro para 
o sólido obtido. A Figura 10 mostra a coloração da solução e do sólido obtido. 
 
 
 
Figura 10: Amostra 2 líquida obtida por calcinação e reação de HCl com precipitado de 
dimetilglioxima: Amostra 2 sólida obtida após aquecimento e total evaporação da amostra 2 
líquida. 
Fonte: Própria. 
 
 
5.3. ANÁLISES DOS PRECIPITADOS E SOLUÇÕES 
 
 
5.3.1 Teste de Solubilidade dos precipitados 
 
 
 Fez-se o teste de solubilidade dos sólidos obtidos por precipitação com 
mudança de pH e por precipitação com dimetilglioxima, com intuito de numa outra 
oportunidade, realizar-se analises de UV. Os resultados avaliados em relação às 
solubilidades em diferentes solventes para a amostra 1 e amostra 2 nas diferentes 
etapas de precipitação podem ser observados nas Tabelas 3 e 4. 
 
 
 
 43 
Tabela 3: Resultados de solubilidade em diferentes solventes obtidos nas etapas (1A) – 
Amostra 1 – Etapa A; (1B) - Amostra 1 –Etapa B; (1C) Amostra 1 – Etapa C. 
Solvente Precipitado 1A Precipitado 1B Precipitado 1C 
Água destilada Insolúvel Solúvel Solúvel 
Ácido Clorídrico PA Solúvel Insolúvel Pouco solúvel 
Álcool Etílico 92,8% Pouco solúvel Insolúvel Pouco solúvel 
Acetona PA Insolúvel Insolúvel Insolúvel 
Hidróxido de Amônio Pouco solúvel Solúvel Insolúvel 
 
 
Tabela 4: Resultados de solubilidade em diferentes solventes obtidos nas etapas (2A) – 
Amostra 2 – Etapa A; (2B) – Amostra 2 – Etapa 2; (2C) - Amostra 2 –Etapa C; (2D) Amostra 2 – 
Etapa D; (2F) – Amostra 2 – Etapa F . 
Precipitado 
Água 
destilada 
Ácido 
sulfúrico 
Álcool etílico 
92,8 % 
Acetona 
Hidróxido de 
amônio 
2 A Solúvel Solúvel Solúvel Insolúvel Insolúvel 
2 A Solúvel Solúvel Insolúvel Insolúvel Insolúvel 
2 B Solúvel Pouco solúvel Pouco solúvel Insolúvel Insolúvel 
2 C Solúvel Solúvel Insolúvel Insolúvel Insolúvel 
2 D Insolúvel Solúvel Insolúvel Insolúvel Insolúvel 
2 E Insolúvel Solúvel Insolúvel Insolúvel Insolúvel 
2 F Solúvel Pouco solúvel Insolúvel Insolúvel Insolúvel 
 
 
Para efeito de comparação as solubilidades para os padrões de cloreto de 
níquel, sulfato de cobre e sulfato de manganês em diferentes solventes são 
apresentados na Tabela 5. 
 
 
Tabela 5: Solubilidade para os padrões de cloreto de níquel, sulfato de cobre e sulfato de 
manganês. 
Solvente Sulfato de Cobre Sulfato de Manganês Cloreto de níquel 
Água destilada Solúvel SolúvelSolúvel 
Ácido Clorídrico Pouco solúvel Solúvel Pouco solúvel 
Álcool etílico 92 % Insolúvel Solúvel Pouco solúvel 
Acetona Insolúvel Insolúvel Insolúvel 
Hidróxido de Amônio Solúvel Insolúvel Insolúvel 
 
 
 
 44 
 O precipitado com dimetilglioxima apresentou solubilidade parcial em água e 
ácido clorídrico. Já o precipitado que foi calcinado e tratado com ácido clorídrico foi 
solúvel em água, pouco solúvel em ácido clorídrico e álcool etílico, e insolúvel em 
acetona e hidróxido de amônio. 
 
 
5.3.2 Caracterização dos precipitados por espectroscopia no 
Infravermelho 
 
 
Segundo o gráfico obtido das amostras do padrão de Cloreto de Níquel e a 
amostra sólida obtida por intermédio da calcinação do precipitado obtido com 
dimetilglioxima (Figura 11), observa-se que os picos resultantes são todos 
aproximados, não podendo dar uma exatidão do que é cada pico. 
 
 
 
Figura 11: Infravermelho do padrão cloreto de níquel e da amostra obtida por precipitação com 
dimetilglioxima. 
Fonte: Pópria. 
 
 
 
 45 
 As analises no infravermelho foram realizados numa faixa de comprimento de 
onda de 4000 a 500 cm-1, o equipamento utilizado realiza a leitura em uma faixa 
acima de 350 cm-1, não obtendo picos característicos para cloretos, pois essa se 
mostra visível numa faixa abaixo de 300 cm-1. 
 Os resultados dos picos do padrão de Cloreto de Níquel penta hidratado 
conforme Nakamoto (1970) na região de 3339 cm-1 são característicos para 
estiramento assimétrico e simétrico de OH de H2O; na região de 2267 cm
-1 o pico é 
característico para estiramento simétrico de NO2; já na região de 2032 cm
-1 é 
característica para estiramento de CO; na região de 1624 cm-1 caracterizou-se para 
Metal – Cloreto ou Metal - Nitrogênio, outra possibilidade seria a presença de NH3, 
mas segundo Nakamoto (1970) não é possível a deformação simétrica de NH3, pois 
não tem banda complementar de deformação assimétrica NH3 na região 950 cm
-1. 
 Os prováveis resultados para a amostra nos mostram que na região de 3334 
e 3215 cm-1 os picos são característicos para estiramento simétrico e assimétrico 
para OH de H2O; na região de 2364 e 2323 cm
-1 há uma possível deformação de N-
O de NO2; já na região de 2260 há uma possível ligação tripla de carbono com 
nitrogênio ou NH3 ou ainda um tiocianato ou isotiocianato de ligações X=C=Y, 
segundo PAIVA et al (2010). 
Ainda segundo o Nakamoto (1970), para a região de 1600 cm-1 pode ser um 
metal – nitrogênio, uma possibilidade seria uma deformação simétrica de NH3, mas 
essa hipótese foi descartada, pois não tem bandas complementares de estiramento 
assimétrico de NH3, para as regiões de 1447 cm
-1 as possibilidades são de que haja 
NO3 ou estiramento C-O de CO3 – M, ou estiramento de N=O de NO2 ou estiramento 
de CO3. Na região de 1194 cm
-1 há um possível estiramento de N-O de NO2 – M, e 
na região de 1100 cm-1 provavelmente há um estiramento de N-O de NO2, como 
também pode ser C-O e estiramento de M - NH3 como nos diz Szczepanski (1989) 
em seu artigo. 
 
 
 
 46 
6. CONCLUSÃO 
 
 
Neste trabalho conclui-se que com uma mistura de resíduos como a que tem-
se no laboratório de química da UTFPR – Pato Branco rotulada com resíduo de 
níquel não é possível realizar a recuperação, pois há uma mistura de outros metais 
onde foi identificado Manganês, Zinco e Cobre, podendo haver ainda outros metais, 
não sendo possível a recuperação e recristalização do resíduo em Cloreto de 
Níquel. 
 Os resultados obtidos dos precipitados por mudança de pH não puderam ser 
caracterizados e identificados. Verificou-se grande dificuldade para obtenção dos 
precipitados, uma vez que o processo é lento e trabalhoso, sendo necessária grande 
disponibilidade de tempo, reagentes e equipamentos, e não se tem garantia de que 
os precipitados possam ser reaproveitados, bem como os elementos encontrados 
por absorção atômica tendem a precipitar em pH próximo a 7, sendo que todos os 
elementos poderiam precipitar ao mesmo tempo, inviabilizando o processo. Segundo 
AFONSO (2003), o pH de precipitação do metais níquel, zinco, cobre e manganês 
são próximo a 7, sendo que a metodologia utilizada não seria possível separar os 
metais por precipitação, mesmo que utilizados os reagentes precipitantes 
específicos, pois o resíduo pode haver inúmeros ligantes interferindo no processo. 
Apesar de o precipitado final obtido por meio da precipitação com 
dimetilglioxima ter características parecidas com o cloreto de níquel, pode-se 
observar com o infravermelho que não se obteve o resultado esperado, pois não 
apresentou uma banda de cloretos que ficaria na faixa abaixo de 300 cm-1. 
Encontraram-se possíveis compostos que não se caracterizam com o cloreto de 
níquel, encontrando possíveis traços de NH3 e ligações de carbonos e nitrogênios e 
de nitrogênios com oxigênios, uma analise mais precisa poderá ser feito no 
equipamento de Análise elementar de CHNO onde auxiliaria na identificação destes 
elementos, e também na identificação do infravermelho (FTIR). 
Pode-se observar também através do infravermelho que a amostra padrão de 
cloreto de níquel hexa-hidratado está contaminado com possíveis traços de 
tiocianato, isotiocianato, NO2, CO e nitrogênio. 
 Uma possível destinação para esse resíduo armazenado e rotulado como 
resíduo de níquel seria a precipitação com dimetilglioxima formando teoricamente o 
 
 47 
dimetilgloximato de níquel, incinerá-lo e mandá-lo para um aterro químico 
devidamente armazenado em frascos. 
Pode-se concluir que apesar de todas as políticas para a conscientização e 
esclarecimentos para que os resíduos químicos devam ser devidamente separados, 
ainda é possível verificar a ineficácia desses esforços. Segundo o exposto na 
literatura, caso o resíduo explorado tivesse sido devidamente separado, ambas as 
metodologias seriam válidas e os resíduos recuperados. Infelizmente nos dias atuais 
ainda educadores não estão seguindo as orientações de separação de resíduos, o 
que torna o processo de recuperação inviável gerando inúmeros problemas de 
destinação de resíduos químicos, riscos à saúde e ao meio ambiente em geral. 
 
 48 
7. REFERÊNCIAS 
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