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Para mais resumos: gg.gg/ricpassei Introdução A tuberculose é uma doença pulmonar crônica granulomatosa, que pode se tornar sistêmica. A infecção é contagiosa e tem estreita associação com a imunidade, constituindo importante causa de mortalidade em imunossuprimidos (quimioterápicos) e em imunodeprimidos (portadores de HIV). Etiologia O agente etiológico é o Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch), um bacilo cuja característica é possuir uma parede celular composta por ácido micólico, que permite a sobrevivência dentro de macrófagos. Sob aspecto histológico, é classificado como álcool-ácido resistentes (BAAR), fugindo da coloração Gram pela sua estrutura; ao invés disso, a coloração é realizada pelo técnica de Ziehl-Neelsen. A transmissão ocorre por aerossóis, sendo os pulmões o primeiro local a entrar em contato com a bactéria e a sofrer lesões. Patogenia A infecção inicia com a entrada da micobactéria nos macrófagos alveolares - principalmente nos ápices pulmonares pela maior oxigenação - onde ela irá impedir a fusão dos lisossomos com os vacúolos fagocíticos onde ela se aloja, permitindo a reprodução intracelular exacerbada. Tuberculose primária (primoinfecção) Ocorre no primeiro contato com o M. tuberculosis (maioria em crianças), sendo na grande maioria uma infecção assintomática com evolução benigna, ou uma gripe discreta. Cerca de 3 semanas após o início da infecção, células dendríticas e macrófagos (através da produção de IL-12) processam partículas bacterianas e apresentam-nas para linfócitos T CD4+. Ocorre, então, uma resposta Th1, que secreta IFN-γ para ativar macrófagos, tornando-os letais para as micobactérias por diversos mecanismos: Maturação do fagolisossomo Produção de espécies reativas de oxigênio Autofagia Ao mesmo tempo, a resposta Th1 promove a formação de granulomas: macrófagos ativados transformam-se em células epitelióides, que se aglomeram em sincícios e formam células gigantes multinucleadas; no centro do granuloma, há necrose caseosa contendo debris celulares e bacilos mortos; nas periferias do granuloma, a secreção intensa de TNF por macrófagos ativados promove o recrutamento de linfócitos, neutrófilos, células NK e mais macrófagos. Nódulo de Gohn A formação de granulomas é vista macroscopicamente na forma de nódulo de Gohn, que normalmente surge associado a linfonodos inflamados e nas periferias dos pulmões, sendo todo esse aparelho denominado complexo de Gohn; dada a localização próxima de linfonodos, o M. tuberculosis pode disseminar via hematogênica para outros órgãos, tais como o fígado e o baço. A partir da cicatrização (colagenização da reação inflamatória) e, finalmente, calcificação da lesão, surge o chamado complexo de Ranke, que é observado por radiografias; essa calcificação marca o final da tuberculose primária, sendo um foco de micobactérias latentes, que podem reativar conforme reinfecção ou diminuição da defesa imunológica. Tuberculose Tendo em vista o papel crucial dos linfócitos T CD4+, a AIDS, condição que destrói esses tipos celulares, torna os pacientes suscetíveis a uma infecção oportunista por tuberculose. Para mais resumos: gg.gg/ricpassei Tuberculose primária progressiva Quando não ocorre cura apropriada da primoinfecção, seja por tratamento inadequado ou quaisquer alterações na imunidade, a tuberculose primária progride de duas maneiras: Pneumonia caseosa: ocorre expansão das lesões e dos granulomas para alvéolos adjacentes, formando uma pneumonia alveolar Tuberculose miliar: os bacilos se disseminam por via hematogênica, levados a outros pontos no próprio pulmão ou em outros órgãos, como fígado, baço, rins, meninges e medula óssea; a característica patológica dessa forma é a formação de diversos pequenos nódulos inflamatórios (nódulos miliares) Tuberculose secundária Ocorre em indivíduo que já teve a primoinfecção (normalmente em adultos), quando ocorre queda da imunidade ou reinfecção, fazendo bacilos latentes voltarem a se multiplicar. Dada a característica da bactéria ser aeróbia, sua necessidade de oxigenação gera um tropismo pelos ápices pulmonares, característica evidente da tuberculose secundária. A tuberculose secundária apresenta quatro padrões lesionais: Tuberculose apical: as lesões secundárias restringem ao ápice dos pulmões, formando extensos granulomas caseosos e nódulos fibrocalcificados Tuberculose ácino-nodosa: a partir da lesão apical, ocorre proliferação dos bacilos pelas vias aéreas, generalizando a inflamação granulomatosa para todo um ácino Tuberculose cavernosa: quando ocorre proliferação de necrose nos locais atingidos, o material necrótico liquefaz e é drenado por um brônquio, originando grandes cavitações conhecidas como cavernas tuberculosas; se for acompanhada da destruição de vasos sanguíneos, origina hemoptise (sangue na tosse) Tuberculose miliar: como ocorre na tuberculose primária progressiva, ocorre disseminação por via hematogênica para os próprios pulmões ou para outros órgãos Introdução Etiologia Patogenia
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