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Fluxo de Caixa e Planeamento

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
EXTENSÃO DE NACALA - PORTO
FLUXO DE CAIXA E PLANEAMENTO
Jordão Tosse Sande
Macredi João Alfredo
Momade Abdul Gani
Nacala - Porto, Maio de 2021
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
EXTENSÃO DE NACALA - PORTO
FLUXO DE CAIXA E PLANEAMENTO
Jordão Tosse Sande
Macredi João Alfredo
Momade Abdul Gani
 Curso: Licenciatura em Gestão Portuária
 Disciplina: Gestão Financeira I
 Docente: Dr. Jorge Caetano Fonseca
 Ano de frequência: 4° ano 
Nacala - Porto, Maio de 2021
ÍNDICE
Introdução	3
1.	FLUXO DE CAIXA	4
1.1.	O conceito de Fluxo de Caixa	4
1.2.	Análise de fluxo de caixa	5
1.3.	Classificação de entradas e saídas de caixa	6
1.4.	Elaboração da demonstração de fluxos de caixa	7
1.5.	Interpretação da demonstração	8
1.6.	Fluxo de caixa operacional	10
1.7.	Fluxo de caixa livre	11
1.8.	Importância de fluxo de caixa	12
2.	PLANEJAMENTO	13
2.1.	Planejamento Financeiro e Fluxo de Caixa	13
2.2.	Planejamento do Fluxo de Caixa a Longo Prazo	14
2.3.	Planejamento do Fluxo de Caixa a Curto Prazo	16
2.4.	Orçamento de Caixa	16
Conclusão	19
Referencias Bibliográficas	20
Introdução
O presente trabalho tem como tema abordagem de fluxo de caixa e planeamento. A gestão das necessidades de caixa nas organizações, nos dias de hoje, é de suma importância, visto que as mudanças são cada vez mais rápidas em face a globalização e também muitas empresas vêm perdendo sua continuidade por falta de administração de caixa. O fluxo de caixa é um relatório que trabalha com informações actuais e não com dados passados, é dinâmico, portanto evidência de forma transparente e verdadeira situação financeira da empresa. Com a nova conjuntura económica mundial, é indispensável que o administrador financeiro da empresa esteja preparado para os novos desafios. Actualmente, é preciso gerenciar com competência todos os recursos financeiros disponíveis na empresa e o fluxo de caixa é uma ferramenta indispensável à boa gestão das organizações. 
A análise da aplicação do Fluxo de Caixa nas empresas e a avaliação da capacidade informativa do Fluxo de Caixa frente à Demonstração do Resultado do Exercício, comparando as informações geradas por essa no que se reporta a gestão empresarial, reforça a ideia de que o fluxo de caixa é imprescindível à administração, pois é o mecanismo mais adequado para a obtenção das informações pertencentes aos seus ingressos e desembolsos por meio dos relatórios geridos por essa prática, servindo como ferramenta de gestão financeira e estratégica. 
É importante o planejamento do fluxo de caixa, por que irá indicar antecipadamente as necessidades de numerário para atendimento dos compromissos que a empresa costuma assumir, considerados os prazos para serem saldados. Com isso, os administradores financeiros estarão aptos a planejar com a devida antecedência, os problemas de caixa que poderão surgir consequências de reduções cíclicas das receitas ou de aumento no volume dos pagamentos.
1. FLUXO DE CAIXA
1.1. O conceito de Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa consiste em um relatório gerencial que, de forma condensada, informa toda a movimentação de dinheiro, sempre considerando um período determinado. A demonstração do fluxo de caixa indica a origem de todos as entradas no caixa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu do caixa em determinado período, e, ainda o resultado do fluxo financeiro, ou seja, quando se fala em fluxo de caixa, está se referindo a toda movimentação financeira da empresa num determinado período, analisando-se a composição do contas a receber e do contas a Pagar.
Para Zdanowicz (2000, p. 23) "o fluxo de caixa tem como objectivo básico, a projecção das entradas e das saídas de recursos financeiros para determinado período, visando prognosticar a necessidade de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis para a empresa".
Iudícibus e Marion (1999, p. 218) afirmam que o fluxo de caixa "demonstra a origem e a aplicação de todo dinheiro que transitou pelo caixa em um determinando período e o resultado desse fluxo".
Assaf Neto e Silva (1997, p. 38) explicam que o fluxo de caixa "é um processo pelo qual a empresa gera e aplica seus recursos de caixa determinados pelas várias actividades desenvolvidas" pela empresa
Podemos perceber então, que mediante a elaboração e correcta análise do fluxo de caixa teremos uma visão completa das operações de entrada ou saída de todo dinheiro da empresa, bem como de onde se originaram tais entradas e onde foram aplicadas as saídas, ou seja, teremos total controle sobre as movimentações financeiras ocorridas na empresa bem como seu impacto sobre a liquidez e rentabilidade dos activos desta empresa.
O fluxo de caixa é um instrumento de programação financeira que propicia a elaboração de um melhor planejamento financeiro de forma a: 
· Não ocorrer excesso de Caixa;
· Saber quando buscar empréstimos para cobrir o caixa;
· Saber quando aplicar o excesso de recursos.
Quando trabalhamos com fluxo de caixa, devemos ter em mente a movimentação das contas que representam disponibilidades imediatas, como caixa, bancos e também aquelas aplicações de resgate imediato da empresa; em síntese, consiste em trabalharmos com o fluxo do disponível. Por este motivo o fluxo de caixa também é conhecido como: orçamento de caixa, fluxo de recursos financeiros, fluxo de capitais, fluxo monetário e movimento de caixa. 
1.2. Análise de fluxo de caixa
Para uma perfeita análise das informações o Fluxo de Caixa de uma organização deve apresentar uma estrutura com determinado grau de retalhamento, para que o administrador possa analisar, entender e decidir adequadamente sobre sua liquidez. 
Um importante factor determinante do fluxo de caixa de uma empresa é a depreciação. Do ponto de vista contabilístico, os fluxos "de caixa de uma empresa podem ser sintetizados na demonstração de fluxos de caixa. Do ponto de vista estritamente financeiro, e dum mo do comum, as empresas preocupam -se tanto com o fluxo de caixa operacional, usado na tomada de decisões gerências, quanto com o fluxo de caixa livre, acompanhado de perto pelos participantes do mercado de capitais. 
Os fluxos de caixa da empresa podem ser divididos em: 
1) Fluxos operacionais - são as entradas e as saídas directamente associadas a venda e a produção de bens e serviços pela empresa. 
2) Fluxos de investimento - são aqueles associados a compra e a venda de activos imobilizados e a participações em outras empresas. E claro que as transacções de compra resultam em saídas de caixa, ao passo que as transacções de venda geram entradas de caixa. 
3) Fluxos de financiamento – são os que resultam de operações de captação de recursos de terceiros e capital próprio. A captação (ou restituição) de recursos de terceiros de curto ou longo prazo resultaria nu ma entrada (ou saída) de caixa. De maneira semelhante, a venda de acções resulta numa entrada de caixa; o pagamento de dividendos em dinheiro ou a recompra de acções num fluxo de financiamento negativo (saída de caixa). Combinados, os fluxos de caixa operacionais, de investimento e de financiamento de uma empresa, em dado período, afectam seus saldos de caixa e suas aplicações em títulos de curto prazo de uma empresa.
1.3. Classificação de entradas e saídas de caixa 
A demonstração de fluxos de caixa, na verdade, sintetiza as entradas e as saídas de caixa em certo período. 
As entradas (fontes) são compostas pelos seguintes elementos: 
· Redução de qualquer activo
· Aumento de qualquer passivo
· Lucro líquido depois do imposto de renda
· Depreciação e outras despesas não desembolsadas
· Venda de acções
As saídas (aplicações) básicas de caixa: 
· Aumento de qualquer activo
·Redução de qualquer passivo
· Prejuízo líquido
· Pagamento de dividendos
· Recompra ou cancelamento de acções
Por exemplo, se o saldo de contas a pagar de uma empresa aumentasse $ 1.000 durante o ano, a variação corresponderia a uma entrada de caixa. Se o stock da empresa subisse $ 2.500, a variação seria uma saída de caixa.
A redução do saldo de um activo, tal como o saldo de caixa da empresa, é uma entrada de caixa, porque o dinheiro que estava preso a esse activo é liberado e pode ser usado para outra finalidade como o pagamento de um empréstimo. Por outro lado, um aumento do saldo de um activo é uma saída de caixa por que um volume maior de dinheiro está sendo imobilizado no saldo de caixa da empresa. 
A depreciação é uma despesa não desembolsada - uma despesa deduzida na demonstração de resultado, mas que não envolve o efectivo dispêndio de numerário no período. Como protege a empresa contra o pagamento de impostos reduzindo o lucro tributável, a despesa não desembolsada é tratada como uma entrada de caixa. Do ponto de vista estritamente contabilístico, somar a depreciação de volta ao lucro líquido após o imposto de renda resulta no fluxo de caixa gerado pelas operações: 
 
Fluxo de caixa gerado pelas operações = Lucro líquido depois do imposto de renda + Depreciação e outras despesas não desembolsadas 
 
Uma empresa pode ter um prejuízo líquido e ainda assim obter um fluxo positivo de caixa das operações, quando as despesas de depreciação e outras despesas não desembolsadas no período são superiores ao prejuízo líquido. Na demonstração de fluxos de caixa, o lucro líquido após o imposto de renda (ou os prejuízos líquidos) e a depreciação (e outras despesas não desembolsadas) são tratados, portanto, como itens separados. 
Como a depreciação é tratada como uma entrada de caixa separada, somente as variações brutas dos activos permanentes, e não as variações líquidas, aparecem na demonstração de fluxos de caixa. Esse tratamento evita a possibilidade de dupla contagem da depreciação. 
Lançamentos directos de variações de lucros retidos não são incluídos na demonstração de fluxos de caixa. Ao contrário, os lançamentos de itens que afectam os lucros retidos aparecem como lucro ou prejuízo líquido após o pagamento de impostos e dividendos.
1.4. Elaboração da demonstração de fluxos de caixa 
 
A demonstração de fluxos de caixa para certo período é elaborada a partir da demonstração do resultado do período juntamente com os balanços patrimoniais de início e de fim do período. Todas as entradas de caixa, assim como o lucro líquido após o imposto de renda e a depreciação, são tratadas como valores positivos. Todas as saídas de caixa, quaisquer prejuízos e os dividendos pagos são tratados como valores negativos. Os itens pertencentes a cada categoria - operacional, investimento e financiamento - são somados, e os três totais são adicionados p ara se obter o ‘aumento (redução) líquido de Saldos de caixa e aplicações em títulos de curto prazo’ no período. 
Como confirmação dos cálculos, esse valor deve ser igual a variação efectiva dos saldos de caixa e aplicações em títulos de curto prazo no período, o que pode ser obtido dos balanços de início e fim do período.
1.5. Interpretação da demonstração 
 
A demonstração de fluxos de caixa permite ao administrador financeiro e a outros interessados fazer uma análise do fluxo de caixa da empresa. Ele deve prestar especial atenção tanto nas principais categorias do fluxo de caixa quanto nas entradas e saídas individuais para verificar se aconteceu algo que seja contrário as políticas financeiras da empresa. Alem disso, a demonstração pode ser usada para aferir o progresso alcançado em ter-mos de metas projectadas, ou para identificar situações de ineficiência. 
Por exemplo, os aumentos de contas a receber ou stocks, resultando em saídas significativas de caixa, podem sinalizar problemas com políticas de crédito ou de stocks, respectivamente. O administrador financeiro também pode elaborar uma demonstração de fluxos de caixa a partir de demonstrações financeiras projectadas. Esse enfoque pode ser usado para determinar se alguma providência deve ser tomada em vista dos fluxos de caixa resultantes.
Exemplo: Demonstração de Resultados da Baker Corporation - Ano 2020 (milhares de $) 
	Exercício anual encerrado em 31 de Dezembro
	Receita de vendas
	1700
	-Custo dos produtos vendidos
	1000
	Lucro bruto
	700
	Despesas operacionais
	Despesas de vendas
	70
	Despesas Gerais e administrativas
	120
	Alugueis
	40
	Despesa de Depreciação
	100
	Total das despesas operacionais
	330
	Lucro antes de juros e imposto de renda (LAJI)
	370
	-Despesas financeiras
	70
	Lucro líquido antes do imposto de renda
	300
	-Imposto devido (aliquota de 40%)
	120
	Lucro líquido depois do imposto de renda
	180
	-Dividendos de acções preferenciais
	10
	Lucros disponíveis aos accionistas ordinários
	170
	Lucro por acção
	1,70
Fonte: Módulo de Gestão Financeira - ISCED
O número de acção ordinária existente era de 100.000 acções.
Balanço da Baker Corporation (milhares de $)
	Em 31 de Dezembro
	Activo
	2020
	2019
	Activo Circulante
	Caixa
	400
	300
	Aplicações em títulos de curto prazo
	600
	200
	Contas a receber de clientes
	400
	500
	Stocks
	600
	900
	Total do Activo circulante
	2.000
	1.900
	Activo Permanentes
	Terrenos e prédios
	1.200
	1.050
	Maquinas e equipamentos
	850
	800
	Móveis e utensílios
	300
	220
	Veículos
	100
	80
	Outros 
	50
	50
	Activo total imobilizado bruto
	2.500
	2.200
	Depreciação acumulada
	(1.300)
	(1.200)
	Activo imobilizado líquido
	1.200
	1.000
	Activo total
	3.200
	2.900
	Passivo e Património Liquido
	Passivo Circulante
	Contas a pagar – fornecedores
	700
	500
	Instituições financeiras a pagar
	600
	700
	Despesas a pagar
	100
	200
	Total do Passivo Circulante
	1.400
	1.400
	Passivo de longo prazo
	600
	400
	Passivo total
	2.000
	1.800
	Património líquido
	Acções preferenciais
	100
	100
	Acções ordinárias
	120
	120
	Ágio na venda de acções ordinárias
	380
	380
	 Lucros retidos
	600
	500
	Total do património líquido
	1.200
	1.100
	Passivo total e património líquido
	3.200
	2.900
Fonte: Módulo de Gestão Financeira - ISCED
Demonstração de Fluxos de Caixa da Baker Corporation - Ano 2020 (milhares de $)
	Exercício anual encerrado em 31 de Dezembro
	Fluxo de caixa de actividades operacionais
	Lucro liquido após o imposto de renda
	180
	Depreciação
	100
	Redução de contas a receber
	100
	Redução de stocks
	300
	Aumento de contas a pagar – fornecedores
	200
	Redução de despesas a pagar
	(100)
	Caixa gerado pelas actividades operacionais
	780
	Fluxo de caixa de actividades de investimento
	Aumento de activos permanentes
	300
	Variação de participações accionarias
	0
	Caixa gerado pelas actividades de investimento
	300
	Fluxo de caixa de actividades de financiamento
	Redução de instituições financeiras a pagar
	100
	Aumento de dívidas de longo prazo
	200
	Variação do património líquido
	0
	Dividendos pagos
	(80)
	Caixa gerado pelas actividades de financiamento
	20
	Aumento liquido dos saldos de caixa e aplicações em títulos de curto prazo
	500
Fonte: Módulo de Gestão Financeira - ISCED
1.6. Fluxo de caixa operacional 
 
O fluxo de caixa operacional (FCO) de uma empresa é aquele que ela consegue gerar em suas actividades operacionais regulares — produção e venda de bens ou serviços. 
FCO = LAJI - Imposto de renda + Depreciação
1.7. Fluxo de caixa livre 
 
O fluxo de caixa livre (FCL) da empresa representa o volume de fluxo de caixa disponível para os investidores — os fornecedores de capital de terceiros (credores) e capital próprio (proprietários) — após a cobertura de todas as necessidades operacionais e o pagamento de investimentos em activos permanentes e activos circulantes líquidos pela empresa. 
Representa a soma do fluxo de caixa líquido disponível para credores e proprietários durante o período. 
FCL = FCO - Investimento em activos permanentes líquidos (IAPL) - Investimento em activos circulanteslíquidos (IACL)
Usando os balanços da Baker Corporation, vemos que a variação de activos permanentes líquidos entre 2019 e 2020 foi igual a +$ 200 ($ 1.200 em 2020 menos $ 1.000 em 2019). Substituindo esse valor e os $ 100 de depreciação em 2020 na Equação para o cálculo do Investimento em activos permanentes líquidos (IAPL), obtemos o seguinte resultado da Baker em 2020: 
IAPL = $ 200 + $ 10 0 = $ 300
Portanto, a Baker Corporation aplicou $ 300.000 líquidos em activos permanentes durante o ano de 2020. Esse montante, evidentemente, corresponde a uma saída líquida de caixa para a aquisição de activos permanentes nesse ano. 
Examinando a Equação o IAPL podemos ver que, se a depreciação durante o ano for inferior a redução de activos permanentes líquidos no mesmo ano, o IAPL será negativo e indica uma entrada liquida de caixa, atribuível a empresa ter vendido mais activos do que comprou durante o ano. 
O investimento em activos circulantes líquidos (IACL) representa a aplicação líquida feita pela empresa em seus activos circulantes (operacionais). Nesse caso, o termo ‘liquido’ refere-se a diferença entre activos circulantes e passivos circulantes espontâneos, os quais incluem contas a pagar — fornecedores e despesas a pagar. Como correspondem a uma fonte negociada de financiamento de curto prazo, instituições financeiras a pagar não são incluídas no cálculo de IACL. Em vez disso, constituem um direito dos credores sobre o fluxo de caixa livre da empresa.
1.8. Importância de fluxo de caixa
A importância do fluxo de caixa é traduzida no indispensável equilíbrio financeiro cuja evidência, resultante da dinâmica empresarial, requer o exame analítico e constante das fontes de recursos e suas demonstrações no qual o significado é tão relevante quanto o das demais demonstrações financeiras da companhia, especialmente a do resultado do exercício. Assim, entende-se que existe uma relação necessária entre os recursos financeiros investidos no activo patrimonial, percentualmente divididos nas duas origens básicas de capital próprio e capital de terceiros, tais como aparecem no passivo do balanço patrimonial, e o grau de liquidez que permita a satisfação pontual das exigibilidades assumidas. 
Com o uso do fluxo de caixa é possível saber, se em um determinado período, uma empresa terá condições de pagar os compromissos assumidos, assim como conhecer as suas contas a receber. Geralmente, os compromissos assumidos são compras a prazo com fornecedores, salários de funcionários, contas de luz, água, telefone, empréstimos, ou seja, todas as contas a pagar.
A área de administração de caixa merece ser pesquisada, pois por causa de uma situação mais grave de liquidez, constantemente empresas perdem sua continuidade, por falta de caixa. A saúde de uma empresa depende da manutenção de um fluxo de caixa positivo: o dinheiro tem que entrar tão depressa quanto sai. Uma administração eficiente do fluxo de caixa fará com que a empresa funcione perfeitamente.
 Os problemas de fluxo de caixa são resolvidos com decisões cuidadosas e bem pensadas. Com isso, se não podem ser evitados, pelo menos podem ser previstos, minimizando-se assim o impacto sobre a sobrevivência da empresa e a rentabilidade, permitindo ao administrador planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de uma empresa para determinado período.
2. PLANEJAMENTO 
De acordo com Maximiano (2000), o processo de planejamento é a ferramenta que as pessoas e organizações usam para administrar suas relações com o futuro. É uma aplicação específica do processo decisório. As decisões que procuram, de alguma forma, influenciar o futuro, ou que serão colocadas em prática no futuro, são decisões de planejamento. É possível dizer que com a implantação do planejamento, os administradores terão as informações necessárias para o processo de tomada de decisões oportunas de seus negócios, sejam elas a curto ou em longo prazo. Pode-se dizer também que utilizando essa estratégia, as pessoas envolvidas no contexto, terão toda a organização em suas mãos, assim como os rumos que pode vir a tomar. 
“Planejamento é estabelecer e manter um plano integrado para as operações consistentes com os objectivos e as metas da companhia, no curto e no longo prazo, que deve ser analisado e revisado constantemente, comunicado aos vários níveis de gerência por meio de um apropriado sistema de comunicação”. (FIGUEIREDO 1997, p. 27). 
É importante ressaltar, que o planejamento optimiza chances de sucesso. Não garante o sucesso, mas colabora para a diminuição dos riscos. Isso porque utilizando um bom planejamento os riscos são efectivamente calculados. Mostra como o administrador pode aproveitar uma grande oportunidade, pois, quando se planeja, pode-se visualizar cada parte da empresa. Ao mesmo tempo, o planejamento permite ver a empresa como um todo, o que vai ajudar a desenvolver métodos e estratégias eficientes para o crescimento do negócio. 
Sendo assim, pode-se concluir que o planejamento é o processo de decisão dos objectivos da empresa. Através do planejamento os administradores poderão tomar decisões correctas e no momento certo para que se possam realizar seus objectivos de uma gestão eficaz.
2.1. Planejamento Financeiro e Fluxo de Caixa 
Para Gitman (1997, p. 588) "o planejamento financeiro é um aspecto importante para o funcionamento e sustentação da empresa, pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas acções na consecução de seus objectivos".
Segundo Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 525) "o planejamento financeiro formaliza o método pelo qual as metas financeiras devem ser alcançadas". 
Ainda segundo Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 525) os elementos básicos de política para o planejamento financeiro compreendem:
· As oportunidades de investimento que a empresa pretende aproveitar, 
· O grau de endividamento que a empresa decide adoptar, e 
· O montante de dinheiro que a empresa considera necessário e apropriado pagar aos accionistas”.
Na visão de Zdanowicz (2000, p. 125) "o processo de planejamento do fluxo de caixa da empresa consiste em implantar uma estrutura de informações útil, prática e económica".
Zdanowicz (2000, p. 54) afirma ainda que "o fluxo de caixa é o instrumento essencial para a administração do disponível e o sucesso da empresa, em termos de planejamento e de controlos financeiros, É o instrumento mais preciso e útil para levantamentos financeiros a curto e longo prazos". 
O planejamento do fluxo de caixa abrange períodos de tempo diferentes em função do porte e do ramo de actividade da empresa. Quando as actividades previstas nos planejamentos estão sujeitas a grandes oscilações, a tendência é para estimativas de curto prazo, enquanto as empresas que apresentam fluxos de pagamentos e recebimentos estáveis tendem à projectar o fluxo de caixa para períodos mais longos. 
Muitas vezes a empresa opta por fazer, inicialmente planejamentos de longo prazo, ou estratégicos, que iram orientar a elaboração de planejamentos de curto prazo que serviram para controlo, avaliação e revisão do desempenho da empresa em relação as metas de longo prazo. 
2.2. Planejamento do Fluxo de Caixa a Longo Prazo
Segundo Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 525) “o planejamento financeiro a longo prazo incorpora decisões tais como as de orçamento de capital, estrutura de capital e política de dividendos. Essas decisões envolvem oportunidades de investimento e esquemas de financiamento que têm alcance superior ao prazo de um ano”. 
Para Gitman (1997, p. 588) “as planas financeiras (estratégicos) a longo prazo são acções planejadas para um futuro distante, acompanhadas da previsão de seus reflexos financeiros”.
Para Zdanowicz (2000, p. 129) o planejamento financeiro a longo prazo “tem por objectivo demonstrar a possibilidade de serem geradas as disponibilidades de caixa, ou obtidos os recursos financeiros necessários à manutenção das actividades planejadas para um dado período. Deverão indicar as épocas em que as disponibilidades poderão ser insuficientes,a fim de que o administrador financeiro fique apto a:
· Incluir no planejamento de caixa o montante dos empréstimos ou financiamentos com que a empresa deverá contar em curto, médio e longo prazo;
· Prever aumentos de capital social, mediante aproveitamento de reservas ou subscrição de novas acções;
· Analisar os efeitos que cada uma dessas maneiras de obter maiores recursos terá na estrutura do capital da empresa;
· Determinar para a alta administração os projectos que poderão ser executados de acordo com os planos, quais serão adiados ou alterados, e quais deverão ser inteiramente abandonados”.
Quanto maior for o prazo do planejamento do fluxo de caixa mais imprecisas serão suas estimativas, dadas as mudanças, muitas vezes imprevisíveis, que podem ocorrem no ambiente externo à empresa e cujas consequências forçam a empresa a também se readaptar a fim de garantir sua sobrevivência. Desta forma é altamente recomendável que o planejamento seja flexível e que possua pelo menos três planos alternativos:
a) Plano Pessimista: que será elaborado tendo por base um cenário mais adverso possível aos negócios e projectos da empresa;
b) Plano Normal: que será elaborado levando em conta as previsões mais prováveis em relação a empresa e a economia.
c) Plano Optimista: que será mediante a melhores hipóteses para os negócios e projectos da empresa. 
2.3. Planejamento do Fluxo de Caixa a Curto Prazo
Para Gitman (1997, p. 588) “as planas financeiras (operacionais) a curto prazo são acções planejadas para um período curto acompanhadas da previsão de seus reflexos financeiros”.
Segundo Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 534) “as finanças de curto prazo envolvem uma análise de decisões que afectam os activos e passivos circulantes e frequentemente exercem impacto sobre a empresa dentro do prazo máximo de um ano”.
Na visão de Zdanowicz (2000, p. 128) o planejamento financeiro a curto prazo “fornecerá a posição dos recursos em função dos ingressos e desembolsos de caixa, constituindo-se em poderoso instrumento de planejamento e controle financeiros para a empresa”.
O planejamento financeiro a curto prazo permite melhor controlo do fluxo de caixa uma vez que sua projecção é feita com base em períodos menores, fato que também aumenta a precisão de suas estimativas uma vez que períodos curtos estão menos sujeitos a mudanças de grande impacto às actividades da empresa do que planejamentos a longo prazo.
2.4. Orçamento de Caixa 
Para Ross, Westerfield, Jaffe (1995, p. 544) “ o orçamento de caixa é uma ferramenta indispensável para o planejamento de curto prazo. Permite ao administrador financeiro verificar as necessidades (e oportunidades) financeiras de curto prazo. Diz ao administrador qual é a necessidade de financiamento no curto prazo”. 
Segundo Gitman (1997, p. 590) “o orçamento de caixa, ou projecção de caixa, é um demonstrativo dos fluxos das entradas e saídas projectadas da empresa, usado para estimar suas necessidades de caixa a curto prazo”. 
Ainda segundo Gitman (1997, p. 596) “o orçamento de caixa fornece os valores que indicam o saldo final de caixa esperado, podendo este ser analisado para determinar se um déficit ou um excesso de caixa é esperado em cada um” dos períodos cobertos pela projecção.
Zdanowicz (2000, p. 125) explica que “o fluxo de caixa projectado, pode ser expresso de forma genérica pela seguinte equação:
 (
SFC = SIC + I - D
)
Onde:
	SFC = saldo final de caixa;
	I = ingressos;
	SIC = saldo inicial de caixa;
	D = desembolsos.
Nestes termos, o fluxo de caixa é o instrumento utilizado pelo administrador financeiro, com a finalidade de detectar se o saldo inicial de caixa adicionado ao somatório de ingressos e subtraído pelos desembolsos, apresentará excedentes de caixa ou escassez de recursos financeiros pela empresa”. 
Para determinar se existe necessidade de financiamento ou saldo excedente de caixa Gitman a partir de abordagem um pouco diferente chega as mesmas conclusões de Zdanowicz, como poderemos verificar nos próximos parágrafos.
Gitman (1997, p. 595) define fluxo de caixa líquido como ”a diferença matemática entre os recebimentos e pagamentos de uma empresa, num dado período”.
Podemos representar esta definição de Gitman com a fórmula:
FCL = R - P
Onde:
	FCL = fluxo de caixa líquido;
	P = pagamentos.
	R = recebimentos;
	
Gitman (1997, p. 595) define saldo final de caixa como ”a soma saldo inicial de caixa com fluxo de caixa líquido de num dado período”.
Podemos representar esta definição de Gitman com a fórmula:
SFC = SIC + FCL
Onde:
	SFC = saldo final de caixa;
	SIC = saldo inicial de caixa;
	FCL = fluxo de caixa líquido;
	
Finalmente Gitman (1997, p. 595) estabelece que “subtraindo do saldo final de caixa o saldo mínimo de caixa, chega-se ao financiamento total necessário ou ao saldo excedente de caixa.
Podemos representar a definição de Gitman da seguinte forma:
	Situação
	Diagnóstico
	
	A empresa necessita de financiamento
	
	A empresa possui saldo excedente de caixa
Onde SFC = saldo final de caixa e SM = saldo mínimo de caixa 
Neste sentido o resultado da subtracção do saldo final de caixa pelo saldo mínimo de caixa pode ser:
· Negativo: mostrando que a empresa não possui disponibilidades suficientes para saldar suas obrigações nos prazos de vencimento, necessitando desta forma buscar financiamento. Neste caso o resultado de SFC – SM aponta o valor do déficit do caixa da empresa;
· Zero: situação bastante improvável, onde SFC – SM seriam iguais, indicando um perfeito equilíbrio entre os ingressos e desembolsos no caixa da empresa;
· Positivo: mostrando que a empresa possui mais disponibilidades do que o necessário para saldar suas obrigações nos prazos de vencimento, devendo desta forma buscar a forma mais rentável para investir este excedente de caixa. Neste caso o resultado de SFC – SM aponta o valor do superávit do caixa da empresa;
Conclusão 
Após a concepção do desenvolvimento do tema, conclui-se que, o fluxo de caixa constitui-se em instrumento essencial para que a empresa possa ter agilidade e segurança em suas actividades financeira. O fluxo de caixa deverá reflectir com precisão a situação económica da empresa, em termos financeiros de futuro. É o instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros das organizações determinado período.
O trabalho enfocou também as metodologias de elaboração do fluxo de caixa, os métodos directo e indirecto, mostrando as vantagens e desvantagens de cada um dos métodos. Analisando também as principais diferenças entre o planejamentos de fluxo de caixa de curto e longo e mostrando também quando o uso de um ou de outro é mais indicado.
Diante das pesquisas que conduziram a elaboração deste trabalho ficou claro a importância da elaboração e análise do fluxo de caixa, tanto como dispositivo de controlo das actividades da empresa, quanto como instrumento capaz de testar e avaliar a ocorrência de cenários económicos futuros e como influíram nas finanças da empresa. O fluxo de caixa também permite avaliar a viabilidade financeira dos projectos e metas traçados pela empresa em seu planejamento estratégico de forma a prever a necessidade de financiamento e as melhores formas de obtê-los, assim como, os excedentes de caixa e a melhor forma de aplica-los.
Referencias Bibliográficas 
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· BRAGA, Hugo Rocha (1999). Demonstrações Contábeis: Estrutura, Análise e Interpretação. São Paulo: Atlas.
· CAMPOS FILHO (1999), Ademar. Demonstração dos Fluxos de Caixa: Uma ferramenta indispensável para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas.
· FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo César (1997). Controladoria: teoria e prática. São Paulo: Atlas.
· FREZATTI, Fábio (1997). Gestão do fluxo de caixa diário. São Paulo: Atlas. 
· GITMAN, Lawrence J (1997). Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra.
· IUDÍCIBUS, Sérgio de, Marion,José Carlos (1999). Introdução à teoria da contabilidade: para o nível graduação. São Paulo: Atlas.
· MAXIMIANO, António César Amaru (2000). Introdução à administração. 5. ed. São Paulo: Atlas.
· PEREZ JUNIOR, José Hernandez, BEGALLI, Glaucos Antonio (1999). Elaboração das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas.
· ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., JAFFE, Jeffrey (1995). Administração Financeira. São Paulo: Atlas.
· ZDANOWICZ, José Eduardo (2000). Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiros. Porto Alegre: Sagra Luzatto.
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