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02/03/2021 - 17/03/2021 Filosofia da Cultura Relação entre filosofia e a existência no mundo em suas circunstâncias. O desenvolvimento da filosofia e o desenvolvimento da cultura depende de um pano de fundo histórico. Cultura grega necessidade interna do desenvolvimento, enquanto toma o homem como sujeito de reflexão mas também enquanto é objeto de reflexão. A estrutura metafísica irá fundamentar a cultura. A filosofia da cultura é um ramo da “cultura filosófica” grega que surgiu conforme motivações históricas. Os sistemas filosóficos se tornaram paradigmas e abarcaram a história e a ajudaram na reflexão sobre a história, como os sistemas (modos de fazer filosofia, e conclusões) platônico e hegeliano --- aqui tratamos do ponto de vista histórico. Houve uma motivação histórica para cada um desses modelos – houve o modelo platônico – que influenciou o modo metafísico de se pensar do realismo ocidental de S. Tomás de Aquino. Filosofia em Platão – começa pelas quest. Levantadas pelos pré-socráticos – que procuravam um princípio para todas as coisas (motivação histórica)*, antes disso era por meio do mito que tentava-se explicar as coisas - e que negaram, ao busca-lo nas coisas físicas, os dogmatismos – chave que interliga a ética, a cultura etc. – mundo das Ideias – por isso eu explico tudo; e o da filosofia e o espírito do tempo em Hegel. Ou seja, em cada filosofia há um ponto de vista temático de fundo. *Tentaram também relativizar os mitos- a racionalização da concepção mitológica e religiosa – princípio de todas as coisas – princ. Identificado como indestrutível, imortal e infinito. Anaximandro – princ.. indefinido e infinito, que não é imanente ao finito. O infinito não tem princípio e é princ.. de todas as coisas. As partes mudam, mas o todo permanece. Xenófanes – o uno é o Deus-Cosmos que admite outros deuses – o panteísmo de Xenófanes é muito particular. Parmênides – via da verdade (lógica) busca o conhecimento disto que é (to eón). Isto que é diferente do ser metafísico, pois ele o identifica com o cosmos (imanente e não transcendente como a partir da def. da metafísica em Platão). O ser é e não pode não ser (princ. De não-contradição_ o ser é imtu. E imóvel abs. O ser é uno, como princ. de tudo aquilo que existe. A via da opinião plausível = importância primaz do discurso lógico para a verdade. Agora podemos falar de ontologia que não se resume a princ. físicos e cosmológicos. A via da opinião falsa = contradição. Como entender uma essência homem dado o fato de que existe na realidade vários homens? Dimensão temática – unidade e multiplicidade. Dim. Histórica – problemas de uma época e sistemas que surgem para resolver esses problemas culturais. Sim. Tem ética – dentro dos sistemas são resolvidos problemas culturais ou que envolvam a cultura. Platão – resolverá isso pela teoria da participação = semelhança e dissemelhança; em graus maiores ou menores. Isso nos faz entender unidade e multiplicidade – existe homem e existem homens, com características particulares diferentes. Cada indivíduo participa disso numa forma particular. Crítica de Aristóteles – problema do terceiro homem no diálogo Parmênides de Platão. Dizem que esse Parmênides já é um Platão maduro que está abandonando essa teoria, abrindo espaço para novas discussão. Homem A, homem B, homem C participam do Homem G (homem ideal), fazendo que sejam homens ao seu modo. O conjunto de A, B, C e G implicaria em outra ideia da qual participariam A, B, C e G e assim infinitamente. Não permite uma unidade entre muitos, mas abre a uma multiplicidade. Sempre falta verticalidade, um ponto superior de fixação, mas sempre se abre a um horizonte infinito. A substância em Aristóteles A substância pode ser entendida por substrato, como suporte; como universal (gênero/espécie), ou como essência, como aquilo que caracteriza e delimita as coisas – e esse é o sentido primeiro de substância que Aristóteles aborda na metafísica, segundo dois critérios a separabilidade (capacidade de ser captada pela inteligência) e determinação (é tal coisa e não outra). A substância é a coisa. A substância não é um universal, mas é individual, embora pode ser apreendida e considerada universalmente (substância segunda) – a natureza dela é individual - existe por si e não em outro; essa noção própria lhe define (Sentido de essência- subst.. primeira). A substância considerada univ. é segunda. É só por relação que aplicamos a noção de unidade às coisas, as coisas não são unas absolutamente mas em certo aspecto. Esse sentido de substância primeira é o eixo para toda a estrutura do ser e para toda a estrutura da lógica, mas haveria ainda algo mais fundamental? Graças à subst. primeira que é substrato, posso predicar algo dela. Nenhuma substância segunda se predicaria sem uma substância primeira. Essas subst. universais são definidas pelo ser predicável de qualquer coisa (subst. individual). Padre Marcos Galvão: subst. segunda cham também o acidente - predicado. 7 Não existe mundo das ideias separado da realidade dos entes individuais. A substância pode se referir à matéria enquanto substrato da forma, mas não é propriamente, pois a matéria per se não tem nenhuma determinação. A forma, por ser determinação, o que atualiza a matéria de determinado modo, pode também ser subst.., mas não por si só, como um ato separado de uma matéria que permite sua individuação/particularização, pois a substância, é um synolon, com a qual o homem primeiro entra em contato pelos sentidos até apreender sua essência, abstraindo-a da matéria e das condições materiais individualizantes. Essa solução acaba com a horizontalidade. Predicado per se é aquele sem qual o sujeito não pode ser pensado. Isso é uma dimensão temática de abordagem do tema do conhecimento. --------------------------------------------------------------------------------------------------- Qual foi o estopim histórico da discussão metafísica da realidade ? O período dos pré-socráticos em que começam a investigar os princípios, elementos e causas. Problema da arké. - buscavam os princípios na causa material somente. A partir de Parmênides, o ser - não tem ainda a dim. transc. dada por Sócrates - o universal, atemporalidade e inespacialidade. O problema de atribuir o princ. das coisas à matéria é a corruptibilidade. O problema do uno e do múltiplo que começa em Parmênides. Platão tenta resolver isso: a teoria da participação envolve graus de participação das Formas. Problema: regresso ao infinito - problema do terceiro homem. 06/04/2021 Platão chama Sócrates de filósofo paradoxo: o amor à sabedoria, tendo sabedoria como cultura (sabedoria é nome para cultura); a cultura nasce da pretensão de dizer o que é e - para isso - é necessário que isso se debruce sobre si mesmo. Para compreender a cultura eu já a tenha - realidade (aporia do ovo e da galinha). Paradoxo inicial: a filosofia é obra da cultura. Na filosofia já há a cultura. 1 Para chegar à ousia é necessário todo um labor de conhecimento que não deixa de ser cultura. 2 A filosofia é fundadora da cultura, na medida que busca dar as razões da mesma cultura, mas ao mesmo tempo é também iniciativa e fruto da cultura. A cultura é início e fim. 3 (1o PARADOXO) A cultura busca explicar a cultura, a cultura existe antes de se explicar a cultura. (2o PARADOXO) Esse paradoxo é um ônus ou uma riqueza da filosofia? Novidade da fil. ocidental - demonstração racional, por meio de uma alma racional. A filosofia - continuação no ocidente da filosofia grega clássica dos jônicos, do VI século A.C até o final do século XIX. A Razão enquanto stella rectrix ao destino, à verdade. Não há problema neste paradoxo - a lógico surge como elemento cultural que surge para tentar justificar a cultura. A relação entre cultura e filosofia é caracterizada inicialmente pelo aval cultural que se dá ao livre uso da razão demonstrativa - lógica - estrutura que legitima a construção da culturaque tem seu início no filosofar que se dá por meio de demonstrações racionais, por discursos demonstrativos, a lógica permite a legitimação da explicação da coisa por meio dela mesmo, explicar a cultura por meio da cultura - logicamente. A cultura enquanto sujeito, enquanto objeto de investigação e enquanto regra/instrumento de legitimação, lógica, de tal investigação. 08/04/2021 - Filosofia: intenção de universalidade que move o pensamento filosófico. - A cultura é base para o florescimento da filosofia - gênese histórica e condições de florescimento. O princípio/ a essência das coisas - pré-socráticos: elementos naturais. - No mito o que configura o princípio da natureza? os deuses são os princípios. Homero, Esíodo. - Ao se perguntar pelo princípio, os saberes se identificaram com princípios não transcendentes - pré-socráticos e míticos - saber transcendente que se afasta do elemento físico --- pseudo-transcendência: separação da realidade. Essas coisas não são entendidas como apartadas da dimensão física. - o instrumento do mito são relatos míticos - pensavam os deuses antropomorfizados, isso não convém ao conhecimento universal. - Primeiros princípios e o ser - preocupação universal filosófica - fundamento da investigação racional da cultura. - Se por cultura se entende o conjunto do pensar e do agir do homem, então a filosofia toda é filosofia da cultura. - Graus de conhecimento: prático, ético (interesse que reflete sobre o agir e aplica a razão ao agir) e o especulativo (desinteressada, contemplativa): busca os primeiros princípios das coisas. Dialética entre a cultura e a sabedoria. Hegel Por que se ama a sabedoria? O que significa a sabedoria? A filosofia está preocupada em saber o que é - as causas primeiras e mais universais. Lugar dialético entre cultura e filosofia - desejo/impulso do saber que encontra a sua satisfação última somente na causa primeira que é o último objeto da “filosofia primeira”, metafísica - mais desinteressado dos saberes humanos. A filosofia tem em si uma pergunta sobre o ser e seus primeiros princípios, intencionalmente universal, inclusive da cultura, sob a luz da razão. A filosofia segundo a capacidade abstrativa de fundamentação do conhecimento em Aristóteles não é mais a pedra base da filosofia, mas o eu-pensante de Descartes que duvida de tudo: dos sentidos, do sono-vigília, supõe a existência de um deus enganador, mas não duvida que duvida; quem duvida pensa; quem pensa, existe; então penso, logo existo. HEGEL - síntese em absoluto. A razão está presente - não tem o objetivo a permanencia da tese (filosofia)/ antitese (cultura), mas no final e no fim a síntese aparece. A fenomenologia - como o fenomeno aparece por esses movimentos - trata de um asp. individual (oo individuo), mas tambem um aspecto espiritual (o ind. se pensa sujeito - torna-se objeto para si mesmo). O próprio individuo se autopercebendo inteligente é tese e antítese de si mesmo, o mesmo vale como a cultura - é dessa forma que esse movimento vai se desenvolvendo. A experiência em Hegel depende de Kant. 04/05/2021 HEGEL - o saber absoluto é fruto de uma relação dialética entre tese e antítese; quer um modelo de ciência para resolver o prévio problemo do Kantismo. Kant - afirmação radical do sujeito - responsável por determinar - juízo sintético a priori - o objeto fornece informações que são matéria dada - a sensibilidade aplica o tempo e espaço formas - e depois a analítica transcendental organiza tudo em uma de 10 categorias. O conceito pode corresponder ao real, mas não se sabe; só sei que conheço como conheço; isso exclui a experiência sensorial como fundamental para a formação de um conhecimento universal. Enfatiza a atividade do sujeito conhecedor ou a a passividade do processo cognitivo - ou seja - do intrumento formal - entendimento. O objeto é alterado segundo a natureza do meio intermediário, isso impossibilita o objeto de ser fonte de conhecimento. Diferente de Hegel: a razão não pode ser apartada da história; e as contradi~~oes são construtivas; por meio das experiências podemos aprender a chegar aos conceitos. No erro há uma racionalidade, é por isso que o real efetivo tem uma racionalidade. O sujeito é real efetivo, o objeto também. Há um saber na história. - Crítica a concepção kantiana de um sujeito transcendental puramente formal - A consciencia considerada como dada, originaria, sem jamais que se pergunte pela sua origem (intrinseca) - Não há menção ao processo de formação da subjetividade - Solução de hegel para os problemas kantianos: Fenomenologia - ciência dos atos da consciência: como a consciência aparece - visada a algo pela consciência. ---- A RAZÃO É QUE VALIDA NOSSOS JUÍZOS:Para Hegel - a dúvida em relação aos sentidos, se enganam , de Descartes, isso já é conhecimento em Hegel. Já é um momento do conhecimento. Se não fosse a dúvida, não chegaria ao critério seguro da razão. Para Hegel, até a negação é conhecimento - critério seguro. Cultura como ciência? 07/05/2021 SISTEMA KANTIANO: O sujeito - primazia no conhecimento em relação ao objeto. “O instrumento pressupõe sujeito e objeto como separados, enquanto o meio altera o objeto segundo a própria natureza do meio intermediário.” Essa interação com o meio intermediário é o que fará com que eu tenha contato só com o fenômeno ? --- Kant: não é possível um saber absoluto como quer Hegel. Hegel: Razão ampliada - abertura para o mundo empírico, as sensações, a história. Por meio das contradições se dá uma realização plena do conhecimento. : Críticas a Kant: - sujeito transcendental puramente formal - A consciência considerada como dada, originária, sem jamais que se pergunte pela sua origem (intrínseca) - Não há menção do processo de formação da subjetividade - a razão é algo dado, mas não acabada e que vai se construindo. Ao colocarem em dúvida o objeto, racionalistas, já iniciam uma investigação - a análise sobre a validade dos nossos juízos já é conhecimento. Como se dá a formação da consciência absoluta? Não é originária - Kant: acabada independentemente da experiências - os conceitos já estão no entendimento. 3 momentos da formação da consciência: 1. Há uma consciência, um eu - não é realidade apartada do mundo e da história. O outro tem papel fund. na formação do indivíduo. É através do outro que tomo consciência de quem eu sou. 2. A linguagem ou os processos de simbolização - síntese dos multiplos depende dos simbolos que produzimos. A consciencia se manifesta como linguagem após identificar objetos, então os conceitos não podem ser anteriores ao conhecimento - como Kant. 3. Trabalho - a consc. é igualmente formada pelo modo como o homem interage com a natureza - faz as artes e extrai dela os meios de subsistência como queria Marx. Conclusão: Tese (Eu) + Antítese (o objeto - que corresponde aos três processos) = síntese (consciência - saber absoluto: sujeito ,ais objeto - superação do dualismo kantiano). A experiência da consciência (fenomenologia - como ela aparece) corresponde à existência; não é uma experiência teórica, mas histórica. O movimento de autorreflexão exige um outro e se dá em 3 momentos, não é originária como em Kant. Eu - capaz de relações morais, capaz de linguagem, também tem a consciência de si porque trabalha. Kant: a filosofia seria fundadora da cultura; Hegel: o espírito d - toda filosofia é cultura e toda cultura é filosofia - há saber absoluto que abarca as duas coisas. Die lebendige Subtans - substancia viva = sujeito na verdade que é efetivo, que se coloca no movimento . Só a reflexão do ser a si mesmo em relação ao outro é que tenho a consciência de mim mesmo - o verdadeiro é o vir a ser de si mesmo, é uma dialética. Utopia - pois não acaba a tensão - Fim da história: X + Y = XY - não existe nada além da subst. que comporta o objeto, o fim da hist. é a síntese das duas coisas = SABER ABSOLUTO. Sol: A cultura tem valor para salvar o homem da metafísica- NIETZSCHE.
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