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Sabrina Angheben │ Habilidades Médicas Habilidades em Ultrassonografia História da USG ● Termos: Ultrassom é uma modalidade do som, que corresponde às ondas sonoras entre 20 kHz e 10 gHz. O exame de ultrassonografia, portanto, registra a variação de frequência do ultrassom. Interface é a região de separação entre dois meios elásticos de impedância acústica diferentes. Impedância é a resistência do tecido ao movimento das partículas causada pelo ultrassom. Absorção é diretamente proporcional à frequência do som e depende do meio e da densidade onde se propaga. ● História da ultrassonografia: - 1793 Spallanzani descreveu o sonar utilizado pelos morcegos para sua localização. - 1880 os irmãos Curie descreveram o efeito piezoelétrico e a aplicação da energia ultrassônica. - Ao pressionar mecanicamente uma turmalina, um potencial elétrico é gerado. - 1ª guerra mundial (1914-18) os estudos em ultrassom foram largamente desenvolvidos com objetivos militares e industriais. - Paul Langevin construiu o primeiro sonar de quartzo. - 1940-1950 a usg foi introduzida no meio médio por Dussik, um neurologista. - 1957 Ian Donald desenvolveu equipamentos menores, facilitando o exame. - 1971 Kossof introduziu a escala de cinza na imagem. - 1980/1990 a USG se tornou um importante método de investigação diagnóstica. ● Materiais piezoelétricos: - Quartzo - Turmalina - Sulfeto de lítio - Titanato de bário - Cristais de sais de Rochelle → tartarato de sódio e potássio e paredes de tonéis de vinho. Qualidades da USG ● Vantagens: - Utilizado em diversas especialidades (abordagem ampla) - Avaliação anatômica e funcional - Fácil acesso (inclusive portátil) - Menor custo - Rápida execução - Maior contato com o paciente, relacionando aos dados clínicos - Avaliação em diversos planos - Livre de radiação - Tempo real - O Doppler possibilidade o estudo hemodinâmico ● Desvantagens: - Operador-dependente. Princípios físicos ● Som: É uma forma de energia mecânica resultante da vibração de moléculas em um meio físico elástico. - Não propaga no vácuo - Ocorre por uma variação de grandezas, denominada variáveis acústicas → pressão, densidade, temperatura e motilidade das partículas ● Ecografia: Formação de imagem através das propriedades físicas do som, permitindo a visualização de estruturas internas. - Diz respeito ao retorno do som, pois a imagem é criada a partir do retorno do som em forma de eco. ● USG: É resultado da leitura dos ecos gerados pela reflexão do ultrassom. O equipamento realiza a leitura e projeta a imagem no monitor. ● Efeito piezoelétrico O efeito piezoelétrico diz respeito à capacidade de alguns cristais de gerarem corrente elétrica em resposta às deformações mecânica, ou seja, a pressão mecânica é transformada em corrente elétrica. O oporto também é válido, consistindo no efeito indireto descrito por Gabriel Lippman. Efeito piezoelétrico direto: energia mecânica é transformada em elétrica Efeito piezoelétrico indireto: energia elétrica é transformada em mecânica - O mesmo cristal que produz o ultrassom irá captar os ecos. - Tempo de recepção > tempo de produção de som. Transdutores São os dispositivos com capacidade de transformar uma forma de energia em outra. É a parte do equipamento de USG que entra em contato com o paciente. Os transdutores possuem os cristais piezoelétricos, que se contraem ao receber estímulo elétrico e recebe o mecânico, gerando eletricidade. - O aparelho recebe o sinal e forma uma imagem. Convexo → Âng. 60º → Frequência de 3-6 MHz → Abdominais e obstétricos Linear → Varredura linear → Frequência 5-11 MHz → Estruturas superficiais, como mama e tireóide Endocavitário → Âng. 120-150º → Frequência 5-11 MHz → Próstata e órgãos genitais internos femininos Setorial → Âng. 90º → Frequência 28 MHz → Pequena área de contato → Exames cardiovasculares Ecogenicidade Diz respeito ao quanto um tecido, órgão ou líquido deixa passar ou reflete as ondas ultrassonográficas, em relação aos tecidos ao redor. ● Anecóica: é uma estrutura livre de ecos, ou seja, não possui diferença de meio dentro de si. ○ Ex. vasos sanguíneos ○ Causa reforço acústico posterior, que é decorrente da baixa atenuação dessas estruturas em feixe sonoro. ● Hipoecóicas: estruturas que o ultrassom ultrapassa mais facilmente, causando pouco eco para o aparelho → imagens escuras. ○ Ex. líquidos, gorduras ou tecidos pouco densos. ● Hiperecóicas: estruturas que refletem grande parte das ondas emitidas pelo transdutor, causando grande eco → imagens claras/brancas. ○ Ex. ossos ou calcificações ● Isoecogênico: possuem a mesma ecogenicidade do meio. Artefatos É uma imagem ecográfica falsa, produzida no processamento da imagem. É uma característica da imagem no ultrassom que não corresponde ou representa uma estrutura anatômica ou patológica. - Causas: - Problemas no equipamento - Interação do som com os tecidos - Técnica utilizada 1. Reverberação - Formação de várias imagens subsequentes, resultando em uma reflexão intensa do som até o transdutor. - Ocorre pela grande presença de impedância acústica. - É causada por gases e líquidos. - Pode ocorrer pela presença de costela. 2. Sombra acústica posterior - Ocorre quando uma onda encontra uma estrutura óssea, cálculos ou corpos estranhos compactados. - Caracterizada por área livre anecóica, situada posteriormente à transição de dois meios com grande diferença de impedância acústica. - Ocorre pela grande reflexão e atenuação do feixe. - Ocorre em tecidos com alta atenuação - hiperecogênicos - ou com índice de reflexão elevado. 3. Reforço acústico posterior - Ecos de alta intensidade que aparecem posteriormente a meios líquidos, com um formato comumente convergente. - Se dá pela atenuação que ocorre em um reajuste automático. - Útil para identificação de estruturas císticas. Orientação e planos de imagem OBS: o marcador deverá estar direcionado para o avaliador ou para a parte superior do paciente ● Considerar a USG de bexiga de um paciente em decúbito dorsal e o transdutor transversal para o exemplo. Lado esquerdo da tela: irá aparecer a imagem do lado do marcador no transdutor. Na imagem de ex, refere-se ao lado direito do paciente. Lado direito da tela: irá aparecer a imagem do lado oposto ao marcador. No ex. corresponde ao lado esquerdo do paciente. Porção inferior: irá aparecer a imagem mais distante do transdutor, no caso, a porção posterior do paciente. Porção superior: irá aparecer o que está mais próximo do transdutor, no caso, a porção mais anterior do paciente (pele). ➢ Plano transversal ou axial: corta a imagem em cima e baixo ➢ Plano sagital: corta a imagem em direita e esquerda ➢ Plano coronal: corta a imagem em anterior e posterior
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